Mensagem do Mestre

A Fonte da Compreensão No Novo Testamento a palavra grega para pecado é “antinomia”, que significa não compreender. E, se não compreender é pecado, então, por suposto, a compreensão é uma virtude e, como virtude, é um veneno contra o ego. A União do Vegetal é uma inexaurível fonte de compreensão capaz de saciar a sede de todos os que têm sede desta compreensão.

As artimanhas da raposa Deus, iluminando com sua graça o caminho de um homem perdido, fez com que ele encontrasse um Mestre que orientava várias pessoas cujo objetivo era tornarem-se seus discípulos. Convivendo com as pessoas que participavam desse trabalho e sob a influência e o exemplo do Mestre, o homem abandonou os maus hábitos, a ilusão dos sentidos e educado se tornou.

Pessoas invejosas e maldosas que com ele antes conviviam, incapazes de abandonarem seus vícios, observavam sua transformação e comentavam entre si: “Ele não mudou, isso não passa de fogo de palha! Logo ele voltará a nos procurar e será novamente como era antes! Os ensinamentos que ele está recebendo são falsos e esse que ele chama de Mestre não passa de um farsante. É só esperarmos que ele novamente se tornará um dos nossos!”. Quando aqueles comentários chegaram aos ouvidos do discípulo, ele começou a perceber o motivo do mal- estar que sentia quando entrava em contato com aquelas pessoas. Era como se alguma coisa oposta ao que ele aprendia tentasse atingi-lo.

Sentindo-se abalado com as palavras dos difamadores, pediu então auxílio ao Mestre, que lhe disse: “Eu já passei por isso. A reação deles é semelhante à da raposa da fábula, que, não conseguindo alcançar as uvas da videira, desdenhou-as, dizendo: ‘Elas estão verdes’. Sinta-se grato e alegre por ser melhor do que aquilo que eles o consideram!”. E ofereceu então ao discípulo um delicioso cacho de uvas.

Não é por acaso que Jesus se comparou à videira. Nesta história as uvas representam os frutos da videira, ou seja, os ensinamentos do Mestre. E a raposa, as pessoas que não conseguiram se tornar seus discípulos. A dificuldade que a raposa encontra para alcançar as uvas é análoga à que determinadas pessoas encontram para alcançarem os ensinamentos do Mestre, devido à baixa compreensão. E o desdém é uma forma de procurar justificar a falta de esforço para se elevar e ficar à altura desses ensinamentos, atitude essa que as priva de compreendê-los e de fazer deles um bom proveito em sua vida.

Correção natural O olhar malicioso de um pseudodiscípulo é semelhante ao olhar de uma serpente. E só mesmo o Mestre para fazer com que ela morda sua própria cauda. O gesto malicioso de um pseudodiscípulo é comparável a uma lesma que por onde passa deixa o rastro da imundícia. E o Mestre a torna pública a fim de usá-la como ilustração.

A palavra maliciosa de um pseudodiscípulo é igual à baba de um sapo, resultante de um coaxar monótono que não convence a ninguém. O pensamento malicioso de um pseudodiscípulo é como um verme capaz de transformar uma fruta em lixo. E o lixo é usado pelo Mestre como adubo no cultivo do Vegetal, com o qual ele prepara o chá e faz o malicioso vomitar seus pensamentos errantes.

As fotografias e o espelho Enquanto que a fotografia não passa de um registro do passado, uma imagem congelada que não reflete a realidade, o espelho sempre apresenta uma imagem real e atual. Dependendo do retoque, do ângulo em que é tirada e da situação em que é produzida, uma foto pode ser forjada e até direcionada a provocar um tipo de efeito. Mas o espelho não pode ser enganado.

Não se pode mudar a imagem que ele reflete porque ela é sempre fiel. O espelho tem o poder de mostrar a cada pessoa como ela realmente é e como ela está, principalmente se esse espelho tiver o poder de refletir o interior de cada um. Portanto, deixe de buscar o ilusório para buscar o real. Rasgue as fotos do passado - de um passado muitas vezes indigno - e mire-se no espelho! E que cada um consiga ver o que merecer e agüentar.