REVOLTAS RURAIS E URBANAS REPÚBLICA VELHA REVOLTAS RURAIS E URBANAS

REVOLTAS DA REPÚBLICA VELHA REVOLTA DE JUAZEIRO (1914) GUERRA DE CANUDOS (1893-1897) CANGAÇO – NORDESTE (ATÉ MEADOS DE 1940) REVOLTA DE SANTA DICA (1920) REVOLTA DA VACINA (1904) REVOLTA DA CHIBATA (1910) REVOLTA DO CONTESTADO (1912-1916)

CAUSAS PRINCIPAIS: A condição social desfavorável vivida pela maioria população, tanto no ambiente urbano como no rural; A situação de seca e fome no interior, sobretudo no sertão nordestino; O domínio das oligarquias locais e a política do café-com-leite em âmbito nacional; O grande descaso com o qual as autoridades tratavam a questão social.

GUERRA DE CANUDOS (1893-1897)

GUERRA DE CANUDOS (1893-1897) No sertão da Bahia, o líder messiânico Antonio Conselheiro reúne à sua volta um grande número de jagunços, pregando o retorno da monarquia e estabelecendo em Canudos um arraial que governava; A expansão dos seguidores do “profeta” e a disputa em torno de uma entrega de madeira que não foi feita levou o governo a enviar 4 expedições militares para acabar com o movimento; O saldo da companhia foi de 5 mil mortos para debelar o movimento originado da extrema pobreza e ignorância da população do sertão nordestino; O movimento ganhou notoriedade nas palavras de Euclides da Cunha, que exercendo a profissão de jornalista acabou retratando o movimento no livro Os Sertões.

REVOLTA DO CONTESTADO (1912-1916)

REVOLTA DO CONTESTADO (1912-1916) O monge João Maria instalou um Catolicismo rústico, que atuava desde fins do séc. XIX na região; Entre suas causas, estavam: a disputa de terras entre os estados de SC e PR; a construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande; e a instalação da segunda maior madeireira da América; O filho de João Maria, José Maria, começou a pregar contra os empreendimentos por entender que as companhias eram privilegiadas em detrimento do povo, sofrido com péssimas condições sociais; Após quatro anos de intensos conflitos, 20 mil mortos foi o saldo de uma ação truculenta do Exército na região. A ferrovia foi instalada e o local desocupado à força.

CANGAÇO (1910-1940)

CANGAÇO (1910-1940) Homens que lutavam contra a exploração da terra, a falta de oportunidade de vida diante da riqueza dos coronéis e se agarravam na fé para conquistar dias melhores; As origens do Cangaço estão no século XIX, embora não haja um consenso quanto à data de formação do movimento. Entre suas características está o Banditismo Social; Não era estranho perceber, no entanto, uma associação mercenária entre cangaceiros e coronéis, podendo estender-se aos governos locais. Porém, em sua maioria, o movimento foi combatido pelas elites; Entre as figuras mais conhecidas estão Antônio Silvino (o Rifle de Ouro), Cristino Gomes da Silva Cleto (o Corisco) e Virgulino Ferreira da Silva (o Lampião) . O movimento foi perdendo sua força nos anos 1940, quando os últimos bandos foram sendo desarticulados.

REVOLTA DE JUAZEIRO (1914) A insatisfação dos coronéis com a intervenção do Governo Federal no estado do CE, que fez a Família Acyoli sair do poder, foi a principal causa; O fanatismo religioso, o descontentamento e a situação de miséria da população pobre favoreceram a participação dos sertanejos no conflito. Sob a orientação e liderança do padre Cícero, acreditavam estar participando de uma espécie de "guerra santa" contra as forças do mal, representadas pelo governo federal; A revolta foi violenta, resultando em muitas mortes. O governo federal resolveu ceder, anulou a intervenção no governo cearense e devolveu o poder à família Acyoli.

REVOLTA DA VACINA (1904)

REVOLTA DA VACINA (1904) As reformas do Prefeito Pereira Passos, conhecidas como “bota-abaixo” pretendia acabar com os cortiços e favelas, focos de doenças como varíola, febre amarela, tifo e outras moléstias urbanas; O médico sanitarista Oswaldo Cruz foi o responsável por organizar uma campanha de vacinação obrigatória que foi mal explicada para a população, especialmente a mais pobre; Uma onda de protestos e um quebra-quebra generalizado tomou a região central da Capital Federal. Houve intensos confrontos entre a polícia e a população; Com a situação incontrolável, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina e declarou estado de sítio. A rebelião só foi contida no dia 16 de novembro, deixando dezenas de mortos e feridos. Centenas de participantes do motim foram deportados para o Acre. Após reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado.

REVOLTA DA CHIBATA (1910)

REVOLTA DA CHIBATA (1910) As condições precárias de trabalho, os castigos físicos como punição aos marinheiros e os baixos salários foram as principais reivindicações do movimento, que teve seu estopim na punição ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes (250 chibatadas); Liderados pelo Almirante Negro João Cândido, os revoltosos tomaram o encouraçado Minas Gerais e assassinaram o comandante Batista das Neves e mais 23 oficiais do navio, criando um motim; Embarcações menores atacaram os revoltosos, porém sem sucesso. Uma trégua então foi feita entre o presidente Hermes da Fonseca e as lideranças do motim: os marinheiros se entregavam e as armas também, libertavam os navios sequestrados e receberiam apenas a prisão em troca; Isolados na Ilha das Cobras, 17 marinheiros foram asfixiados. Poucos foram libertados anos depois, entre eles João Cândido, que depois da prisão não fora mais o mesmo.