ESCANSÃO DE VERSOS.

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Transcrição da apresentação:

ESCANSÃO DE VERSOS

As armas e os barões assinalados O verso tradicional é uma sequência de palavras com medida e ritmo. Medida é um número determinado de sílabas métricas ou poéticas do verso. Ritmo é a distribuição cadenciada dos acentos tônicos das palavras do verso. Os versos de Os Lusíadas são decassílabos heroicos porque possuem 10 sílabas métricas (medida), com acentuação na 6ª e na 10ª sílabas (ritmo): As armas e os barões assinalados As / ar / mas / e os / ba /rões / as / si / na / la / dos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Escandir, ou fazer a escansão do verso, é contar suas sílabas métricas. As sílabas métricas são contadas até a sílaba tônica da última palavra. As sílabas métricas não coincidem com as sílabas morfológicas.

As / ar / mas / e os / ba /rões / as / si / na / la / dos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Vemos acima que a 4ª sílaba métrica é uma reunião de duas sílabas morfológicas: a preposição e + o artigo os. Recursos poéticos como este, que envolvem as vogais, os fonemas que realmente têm som (por isso são importantes na poesia, uma arte antes de tudo sonora), são comuns para a obtenção do número certo de sílabas métricas e têm nomes horrorosos: SINALEFA – é a criação de um ditongo ou tritongo com as vogais final e inicial palavras contíguas: A conjunção e + o artigos os juntaram-se numa única emissão de voz, criando um ditongo.

Os dias, na esperança de um só dia ELISÃO – é a supressão de uma vogal átona final, quando está imediatamente antes de uma vogal inicial mais forte (as vogais têm de ser diferentes): Os dias, na esperança de um só dia Os / di / as / na es / pe / ran / ça / de um / só / di / a 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 CRASE – é a fusão de dois sons vocálicos iguais, geralmente um átono e o outro tônico: Mas não servia ao pai, servia a ela. Mas / não / ser / vi / ao / pai / ser / vi /a a / e / la 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Co / bri / a a / ca / be / ça / co’ as / pe / nas / da / noi / te ECTLIPSE – é a formação de um ditongo com a vogal nasal final de uma palavra e a vogal inicial da palavra seguinte: Cobria a cabeça co’ as penas da noite [Castro Alves – Crepúsculo sertanejo] Co / bri / a a / ca / be / ça / co’ as / pe / nas / da / noi / te 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 SINÉRESE – é a transformação de um hiato em ditongo, dentro da palavra: Vede como primo / em comer os hiatos [Manuel Bandeira – Poética] Ve / de / co / mo / pri / mo em / co / mer / os / hia / tos 1 2 3 5 5 1 2 3 4 5 DIÉRESE – transformação de um ditongo em hiato, dentro da palavra: Dilui-se a montanha. O poente morto é lindo! (Tasso da Silveira) Di / lu / i / se a / mon / ta / nha. O / poen / te / mor / to é / lin /do 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento étereo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente, Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou. Al / ma / mi / nha / gen / til, / que / te / par / tis / te Tão / ce / do / des / ta / vi / da, / des / con / ten / te, Re / pou / sa / lá / no / Céu / e / ter / na / men / te E / vi / va eu / cá / na / ter / ra / sem / pre / tris / te. Se / lá / no as / sen / to e / té / re o, on / de / su / bis / te, Me / mó / ria / des / ta / vi / da / se / com / sen / te, Não / te es / que / ças / da / que / le a / mor / ar / den / te, Que / já / nos / o /lhos / meus / tão / pu / ro / vis / te. E / se / vi / res / que / po / de / me / re / cer / -te Al / gu / ma / cou / sa a / dor / que / me / fi / cou / Da / má / goa, / sem / re / mé / dio, / de / per / der / -te, Ro / ga a / Deus, / que / teus / a / nos / en / cur / tou, / Que / tão / ce / do / de / cá / me / le /ve a / ver / -te, Quão / ce / do / de / meus / o / lhos / te / le /vou. /

Referência Bibliográfica: AZEVEDO Filho, Leodegário A. de. A técnica do verso em português. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1971.

FIM