No Deserto
Estamos no início da QUARESMA. Quaresma é o grande retiro espiritual dos cristãos em preparação da festa da Páscoa. É o coração do ano litúrgico e o cume da fé cristã. É o nosso DESERTO para uma experiência mais forte de Deus. As Leituras sublinham dois aspectos da mesma realidade: O Baptismo e a Conversão, a acção salvífica de Deus e a resposta humana
A 1.ª Leitura apresenta-nos a Quaresma de Noé. (Gn 9,8-15) Através do dilúvio, que durou 40 dias e 40 noites, Deus purificou a humanidade corrompida. O Dilúvio foi o grande baptismo de todo o Universo, que renasceu das águas para estabelecer uma nova Aliança. E o arco-íris deixado por Deus no céu foi o sinal dessa Aliança, desse abraço entre o céu e a terra, entre Deus e os homens.
O Evangelho fala-nos da Quaresma de Jesus no Deserto. (Mc 1,12-15) A 2.ª Leitura lembra-nos que as águas purificadoras do Dilúvio são imagem das águas purificadoras do Baptismo. (1Pd 3,18-22 ) O Evangelho fala-nos da Quaresma de Jesus no Deserto. (Mc 1,12-15) O episódio da TENTAÇÃO DE JESUS NO DESERTO, mais do que uma narrativa histórica, é uma Catequese.
"O deserto" foi o lugar privilegiado do encontro com Deus. No deserto, o Povo experimentou o amor de Deus e ali Deus propôs a Israel uma Aliança. Contudo, foi também o lugar da "prova", da "tentação". No deserto Israel sentiu, várias vezes, a tentação de escolher caminhos contrários aos propostos por Deus…
- "Quarenta dias" é um número simbólico, que lembra o tempo - Para Jesus o "deserto" é o "lugar" do encontro com Deus e do discernimento dos seus projectos. E é o "lugar" da tentação de abandonar esse plano. - "Quarenta dias" é um número simbólico, que lembra o tempo no deserto e a experiência de Moisés e de Elias. - "Satanás" representa os que se opõem à vinda do Reino. - "As tentações" simbolizam as provações que Jesus teve de enfrentar ao longo de toda a sua vida para ser fiel à Missão.
Jesus confrontou-se durante toda a vida, com duas propostas: viver fiel aos projectos do Pai ou frustrar os planos de Deus . A vida de Jesus será uma luta constante de superação até a vitória definitiva na cruz, através da Ressurreição. Jesus escolheu viver na obediência às propostas do Pai.
Convertei-vos e crede no evangelho". Após ser Baptizado e ter superado as Tentações do diabo no DESERTO, onde ficou por 40 DIAS em oração e penitência, Jesus inicia o seu trabalho apostólico, anunciando: "O Reino já chegou... Convertei-vos e crede no evangelho". As mesmas palavras, que ouvimos quarta-feira ao receber as cinzas e que são um resumo do espírito da Quaresma, que estamos a iniciar.
A nossa Quaresma: No deserto da vida, todos somos continuamente tentados contra o projecto de Deus, contra a vida, a justiça e a Paz; somos convidados à conversão e a crer no evangelho. Demonstramos isso, com gestos concretos promovendo a Paz nas Pessoas, nas Famílias e na Comunidade
QUARESMA é DILÚVIO e DESERTO QUARESMA é CONVERTER-SE e CRER - É Dilúvio que arranca o pecado e leva a construir a área de Salvação e é Sinal de que Deus está em Paz connosco. - É Deserto pela espiritualidade do despojamento, que nos propõe. QUARESMA é CONVERTER-SE e CRER - "Converter-se" é muito mais que fazer penitências ou realizar algumas privações. É fazer de Deus o centro da nossa vida e que ocupe sempre o primeiro lugar. - "Crer" não é apenas aceitar um conjunto de verdades intelectuais. É aderir à pessoa de Cristo, escutar a sua proposta, acolhê-la no coração e fazer dela o guia de nossa vida.
Gesto concreto: + O que pretendo fazer neste tempo sagrado da Quaresma? + Planeei gestos concretos: - Momentos especiais de Oração... de Deserto? - A minha Penitência Quaresmal, agradável a Deus? - Actos de Caridade? - Actividades para promover a Paz e a segurança, nas pessoas, na família e na comunidade? Este é o caminho, para que a Páscoa aconteça dentro de cada um de nós... Original: Pe. Antônio G. Dalla Costa CS Adaptação: Pe. Manuel José Torres Lima 01.03.2009