«A Abóbada» Interpretação/comentário

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
REVOLTA DE 1383 – 1385: Crise e Guerra da Independência .
Advertisements

Inês de Castro.
Historia de Portugal Emanuel Pires Nº4 Cef oi. Navio Escola Sagres.
Afonso Henriques O 1º Rei de Portugal
Romance de Pedro e Inês Um Amor Proibido A História D. Pedro I, Infante de Portugal, era filho do Rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela. Em criança.
Devoção à SAGRADA FACE DE JESUS Contemple esta Face Santíssima por alguns segundos e sinta-se amado por Ela.
“Respondeu Jesus: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito.” João 3.5.
2 QUARESMA c A Regina Escutando a antífona de “Jesus Rei” de Arvo Pärt, entremos no Mistério.
A Visão dada por Deus a Isaías Isaías 6:1-8. Introdução  Isaías um profeta do Período do Exílio na Babilônia  Seu ministério aconteceu 700 anos a.C.
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
8 maio.
Uma Virgem conceberá.
O Romantismo.
TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
S.LUCAS 23:43 FOI PARA O CÉU O "BOM" LADRÃO?.
Conhecer o personagem central de um livro o faz mais agradável. O mesmo ocorre com o Apocalipse A palavra “Apocalipse” significa: Revelar Descobrir.
REUNIÃO DE JOVENS Lema 2017 Apocalipse 14:7
COMUNIDADE MONTE MORIÁ
Hoje venho orar por você!
Pr. Marcelo Augusto de Carvalho
Preparemo-nos para “Ver sair o astro maior”, música de Pau Casals
Portugal no século XIV A revolução de
"Santa Maria Mãe de Deus" (Lucas 1,28).
UMA VIDA DEBAIXO DO FAVOR DO REI!
4º DOMINGO DA PÁSCOA.
Regina I DOMINGO 5 Quaresma B 2012
SALVE, MARIA MÃE (Luiz Chaves).
9 de Agosto de 2009 Domingo XlX do Tempo Comum Ano B
412 JESUS CRISTO, BEM AMADO.
GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS
Glória: Glória a Deus (de F. Santos) (NCT 83)
da Ressurreição do Senhor
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Nos relatos da Infância de Jesus
Vida e obra de Gil Vicente
CREIO QUE EXISITE UM DEUS QUE É PAI
Efésios 1:1 PAULO, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus:
Auto da barca do inferno. Componentes:  Heloise Gabrielle,Cristina carolaine,Julio cesar,Francisci barros,Thayson Ferreira, Evillin correia e Emilly.
 Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. - Hebreus 12:14.
Música : Holding Your Hand
Frei Luís de Sousa Síntese dos atos
Música : Holding Your Hand
O Padre António Vieira e o seu tempo
Alexandre Herculano ( )
Nova Série João PARACLETO.
Liga-te à Festa.
Somos a Igreja de Cristo parte 1
UM TEMPLO PARA ADORAÇÃO Aula 4: Esdras 6 Texto Áureo: Esdras 6.14
Música : Holding Your Hand
CONSELHO METROPOLITANO DE GOIÂNIA
«A Abóbada» Resumo dos capítulos
NASCEU O SALVADOR!.
O “Santo, Santo, Santo” de Marcel Olm, faz-nos sentir o Deus VIVO
Jesus Cristo Estas são fotografias de esculturas em metal da crucificação de Jesus Cristo Estas estatuas estão em Amarillo, Texas. As cruzes também são.
Música : Holding Your Hand
Nos relatos da Infância de Jesus
da Ressurreição do Senhor
Ele é o Deus.
O “Santo, Santo, Santo” de Marcel Olm, faz-nos sentir o Deus VIVO
Zaqueu encontra um Amigo
bom soldado de Jesus Cristo.”
A FAMÍLIA E A MORTE. A FAMÍLIA E A MORTE QUAIS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS ESTA FOTOGRAFIA PRODUZ EM VOCÊ?
Música : Holding Your Hand
Música : Holding Your Hand
Hoje venho orar por você!
Colégio da Polícia Militar- Unidade VI. Humanismo ■O humanismo foi um movimento intelectual iniciado na Itália no século XV com o Renascimento e difundido.
Música : Holding Your Hand
Música : Holding Your Hand
PROFESSOR : EVERTON RODRIGUES. Filosofia Medieval (V ao XV) Neste período Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Romano até a consolidação.
Hoje venho orar por você!
Transcrição da apresentação:

«A Abóbada» Interpretação/comentário

A abóbada da Sala do Capítulo (Mosteiro da Batalha).

«A Abóbada»  Narrativa centrada numa obra e no seu autor Mosteiro da Batalha (Mosteiro de Santa Maria da Vitória) Afonso Domingues, o «bom» cego

Metáfora central do texto Mosteiro/Obra = Livro «esse imenso livro de pedra a que os espíritos vulgares chamavam simplesmente o Mosteiro da Batalha» «Este mosteiro, que se ergue diante de nós, era a minha Divina Comédia […].» I – O Cego

I — O cego

Pieter Bruegel, o Velho, Cegos Guiando Cegos, 1568.

O arquiteto Afonso Domingues, o «cego» «A luz dos olhos tinha-lhe de todo apagado a velhice […].» perífrase  apagar = cegar

O arquiteto Afonso Domingues, o «cego» Descrição física Veste uma touca foteada, um gibão escuro e uma capa curta. Tem uma barca branca comprida. Velho, com membros trémulos e enrugados. Faces fundas, maçãs do rosto elevadas, «fronte espaçosa e curva e o perfil do rosto quase perpendicular». Testa enrugada. Descrição psicológica Ressentido e magoado com os homens (sente-se «uma sombra de homem, um troço de capitel partido»). Sensível. Íntegro. Profundamente ligado à sua obra, que considera o seu «livro». Descrição física e psicológica «Tinha a testa enrugada, como quem vivera vida de contínuo pensar […].»

Razão do ressentimento de Afonso O facto de ter sido afastado da sua obra, que foi atribuída a Mestre Ouguet «O estranho [estrangeiro] a quem deram o meu cargo» Os argumentos de Afonso Domingues I — «Se os olhos corporais estavam mortos, não o estavam os do espírito.» II —«[…] para entender o pensamento do Mosteiro de Santa Maria da Vitória cumpre ser português.» Visão do espírito Patriotismo

II — Mestre Ouguet

Mestre David Ouguet O irlandês que «havia sido nomeado pela rainha D. Filipa para substituir Afonso Domingues». Mediano «em idade, em estatura, em capacidade e em gordura». Trazia o ventre sempre «sopeado». Calculista e interesseiro. Ambicioso. Ingrato, desdenhava o país (Portugal) que lhe dava de comer.

III — O auto

Alfredo Roque Gameiro, Gil Vicente na Corte de D. Manuel (s. d.) [encenação da estreia de Auto da Visitação].

«Dos olhos de el-rei e de Frei Lourenço caíram algumas lágrimas, que eles debalde tentavam reprimir. A abóbada do Capítulo, acabada havia vinte e quatro horas, tinha desabado em terra!» Razão do desespero de Mestre Ouguet: parecia estar possesso

IV — Um rei cavaleiro

Casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre (século xv).

D. João I Retrato de D. João I (início do século xv). «Plebeu por herança materna, nobre por ser filho de D. Pedro I» (Capítulo II). Rei eleito por uma revolução. O «mais popular, o mais amado e o mais acatado de todos os reis da Europa» (Capítulo II).

Argumentos de D. João para convencer Afonso Domingues I — A fama de Afonso Domingues será perpétua (referência ao «tribunal da posteridade»). II — Concluir o mosteiro é dar continuação a um monumento que celebra a independência e a glória de Portugal. III — Concluir a obra é o ato de um «bom e honrado português». O «bom do cego» acede ao pedido do seu rei

Promessa de Afonso Domingues «De hoje a quatro meses podeis voltar aqui, senhor rei, e ou eu morrerei ou a casa capitular da Batalha estará firme, como é firme a minha crença na imortalidade e na glória.»

V — O voto fatal

Mosteiro da Batalha.

«Tudo recusou o cego: a sua resolução era inabalável «Tudo recusou o cego: a sua resolução era inabalável. Também a abóbada estava firme, como se fora de bronze.» Força da resolução do autor Firmeza da obra Concluída a obra, morre Afonso Domingues, o «honrado arquiteto» Autor Obra Unidade