A TEOLOGIA DE GENESIS Márcio Martins

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Transcrição da apresentação:

A TEOLOGIA DE GENESIS Márcio Martins O LIVRO DE GENESIS PODE SER CONSIDERADO COMO A BASE TEOLÓGICA DO NOVO TESTAMENTO. GENESIS DE CERTA FORMA ESTÁ MAIS PROXIMO DO NOVO TESTAMENTO DO QUE DO VELHO. VARIOS TEMAS DE GENESIS MAL SE OUVE FALAR DE NOVO ATÉ SUAS IMPLICAÇÕES SURGIREM PLENAMENTE NOS EVANGELHOS: A instituição do casamento; a queda do homem; a inveja de Caim; o juízo do dilúvio; o povo de Deus em sua condição de peregrino; a justiça imputada ao que crê; etc. POR ISSO, PODEMOS CONSIDERAR QUE OS TRÊS TEMAS PRINCIPAIS DO LIVRO SÃO: DEUS, O HOMEM E A SALVAÇÃO.

1. DEUS DESDE O PRINCÍPIO GENESIS NOS CONFRONTA COM UM DEUS VIVO, UM DEUS INEQUIVOCAMENTE PESSOAL. Gênesis mostra: Que Deus é Senhor dos acontecimentos tanto no surgimento como na queda das nações. 15:14,16; 25:23. Deus como o Criador e Juiz de todos. 14:19,22; 18:25. Que os Seus meios são perfeitos. Gênesis declara que o Céu não pode fazer armistício com o pecado (como aconteceu no Éden e em Babel); contudo a Sua justa ira é também pesar (6:6); Que os Seus juízos são suavizados pela misericórdia (3:21; 4:15; 6:8; 18:32; 19:16,21; etc.) e demoram a sobrevir (15:16). Que a Sua justiça contém amor. Seu amor inclui exigência moral, mesmo no paraíso terrestre (2:8-17). Que as expressões “o Deus”, “o Anjo do Senhor” e o “Espírito de Deus” (22:1,11...; 1:2; 6:3; 41:38) mostram que Deus não é monolítico. Isto fica confirmado pelas palavras “Façamos...nossa...nossa” (1:26); e “desçamos e confundamos” (11:7). No V.T. não encontramos nenhum esclarecimento a respeito deste aparente paradoxo. Entretanto, a distinção entre estas três Pessoas se torna explicita somente no Novo Testamento: o Pai, o Filho preexistente (Jo 1:1,2) e o Espírito Santo (At 2:4).

Que Deus demonstra um interesse persistente em se comunicar com homem, mesmo após a queda. Este princípio sempre partiu de Deus e não do homem. “Então ouvindo a voz do Senhor Deus...Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estas?” (Gn 3:9 comparar com Mt 9:13). Ainda: 4:6, 9; 6:13; 12:1; 21:17; 25:22,23; 26:2; 35:10; 41:27,38; etc. O clímax da demonstração do interesse persistente de Deus em se comunicar com homem através da Sua Palavra, se encontra no N.T. Jo 1:1, 14; 3:16,17; 6:38; etc.

2. O HOMEM Como nos versículos anteriores da criação, o V.26 inicia-se não com a expressão “E disse Deus”, mas “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. As expressões “Façamos o homem”(1:26) e “Produza a terra” (1:24) demonstram um evidente contraste na criação do sexto dia. O verbo “Façamos” e “imagem e semelhança” coloca o homem em comunhão com a Trindade, e o advérbio “Então” aponta para a consumação de toda a criação de Deus: “Viu Deus tudo o que tinha feito, e que era muito bom. E houve tarde e manhã-o sexto dia.” Em comparação com os animais, o homem é colocado em posição à parte: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele...” (1:26) Pelo fato do homem ter sido criado conforme a imagem, e conforme a semelhança de Deus, então a ele foi dada autoridade, inteligência, criatividade e uma natureza moral para dominar sobre a criação e sujeitar toda a terra em “parceria de submissão a Deus”. Biblicamente, dominar significa liderar dentro dos padrões de submissão a Deus. 1:26-27; 2:15, 19, 20. A liderança em submissão a Deus tem muito a ver com revelação e obediência. Somos considerados como obedientes a Deus quando Ele nos revela seus propósitos e suas vontades (Gn 18:17-19; 6:9,13).

Quando Deus governa a natureza através da parceria dos homens que estão submissos a Ele, isto é conhecido na Bíblia como “o reino de Deus”.[Daniel Juster] Por isto, o “evangelho do reino” é a boa notícia do cominho de volta à parceria de submissão a Deus, ou o domínio do reino de Deus sobre a terra. Ser a imagem de Deus significa autoridade para liderar dentro da ordem de Deus. O fato de sermos a imagem de Deus significa que temos um senso moral para agirmos dentro do que é certo e do que é errado. Gn 2:16,17. Ser a semelhança de Deus , embora não sendo como Deus, a meu ver parece estar mais relacionada com a natureza moral do Criador gravada no coração do homem para agir de forma perfeita semelhantemente como Deus agiria em nosso lugar. Assim, para o homem regenerado: 1Jo 2:6; Mt 5:48, 47- 43; Ef 5:1. Para o homem não regenerado: Rm 2:14,15. É possível entendermos melhor o conceito do que vem a ser imagem de Deus, quando consideramos o conceito oriental do que é ser a imagem de alguém. “Quando um rei enviava um emissário para governar alguma de suas terras conquistadas, este governador ou regente era conhecido como a “imagem do rei”. Isto significa que ele deveria governar aquela terra como se fosse o próprio rei; como se o rei estivesse ali. Assim, ser a imagem de Deus significa autoridade para liderar dentro de uma ordem estabelecida por Deus, com autoridade e elevada moral. Por isto Deus equipou o ser humano com todos os atributos para governar sobre a criação. E por causa da natureza da criação de Deus, para governá-la precisamos ter inteligência, criatividade, uma natureza moral, uma natureza emocional, e temos que ter um corpo para representá-Lo e manifestá-Lo diante de toda a criação. Gn 2:7,15,19,20.

Imagem de Deus não significa que temos de “parecer” com Deus (pois Deus é Espírito), mas significa que devemos agir como Deus” [Daniel Juster] 1Jo 2:6; Jo 5:19; 14:7-9 [MM] Desta forma, podemos compreender que “as palavras imagem e semelhança se reforçam mutuamente; não consta “e” entre as frases, e as Escrituras não as emprega como expressões tecnicamente distintas.” [Derek Kidner pag 48]. Como Deus não revogou a autoridade do homem sobre a criação dada antes da queda, ainda se diz que o homem caído continua sendo conforme a imagem de Deus (Gn 9:6) , conforme a Sua semelhança (Tg 3:9). Entretanto, no N.T., se requer que o homem se refaça “segundo a imagem Daquele que o criou” .(Cl 3:10 conf. Ef 4:24). Estes versículos parecem reforçar a idéia de “imagem-semelhança”. Finalmente, com base no conceito oriental de imagem, como vimos, creio que a imagem está mais relacionada à autoridade delegada por um rei, enquanto que a semelhança parece referir-se à maneira de agir do regente semelhantemente como se fosse o próprio rei. Parece que o conceito de “imagem-semelhança” é o que Deus requereu de Adão quando lhe deu autoridade para que ele dominasse sobre a criação e sujeitasse a terra em parceria de submissão a Deus. Adão recebeu autoridade para cuidar do jardim de maneira semelhante como o próprio Deus cuidaria. Adão abençoaria a criação, e a criação abençoaria Adão através do produto da terra. Isto é o que alguns teólogos chamam de “bênçãos mútuas”. Não será este o propósito de Deus durante a restauração de todas as coisas profetizadas a partir do reino milenar de Cristo com a Sua igreja? At 3:19-21; 1Jo 3:2,3; Ap 5:10; 21:1...

Veja ilustração a seguir. Quando o NT refere-se a Jesus, sempre o faz como sendo Ele a “imagem de Deus”. Nenhum texto do NT sugere que Jesus seja a semelhança de Deus. “No pensamento grego, uma imagem (eikõn) partilha da realidade que representa. Cristo é a perfeita imagem de Deus. A palavra contém a idéia de representação e manifestação”.[Cl 1:15 – pág 420 - Chave Ling. do NT Grego].+ Cl 1:19 “Em Cl 1:15, a imagem do Deus invisível oferece o pensamento adicional sugerido pela palavra invisível, de que Jesus é a representação e a manifestação visível de Deus nos seres criados.” [Vine, pág 701] +Jo 1:18; 10:30; 14:9. “Em nenhuma outra passagem do AT (exceto Gn 1:26 e 5:3) esses dois substantivos imagem e semelhança são paralelos ou relacionados um com o outro...Das duas palavras, a mais importante é “imagem”, mas para evitar a implicação de que o homem é uma cópia precisa de Deus, ainda que em miniatura, o termo menos específico e mais abstrato “semelhança” foi acrescentado. Desta maneira “semelhança” define e limita o significado de “imagem”...O homem não é apenas uma imagem, mas uma imagem de semelhança”.[Dicionário Internacional de Teologia do AT, pág 316]. Veja ilustração a seguir.

“O homem não é apenas uma imagem, mas uma imagem de semelhança”. DEUS PAI, JESUS E O HOMEM Atributos morais de Deus: Amor (A), Justiça (J), Santidade (S), Bondade, Fidelidade e Misericórdia. A A Jesus Deus Filho Deus Pai S J S J Invisível Imagem exata do Deus invisível. Cl 1:15, 19; 2Co 4:4; Hb 1:3; Jo 1:14; 14:9; 10:30. A A a j J S s J S O Homem [no Éden] Gn 1:26 -“imagem de semelhança” O Homem [fora do Éden] Gn 5:3; Hb 2:5-9 O Homem [Regenerado] 1Co 15:49; Ef 4:24; 4:13 2Co 3:18; Rm 8:29; 1Jo 3:2 “O homem não é apenas uma imagem, mas uma imagem de semelhança”. [Dicionário Internacional de Teologia do AT, pág 316].

3. SALVAÇÃO A graça deve ser compreendida como o princípio da salvação, e Gênesis revela que a graça, longe de ser mera resposta ao pecado é fundamental para a glória do homem e de toda a criação. Gn 6:17-22; Rm 8:18-25; Ap 21:1-5. A palavra graça ocorre a primeira vez na Bíblia em Gn 6:8. E é a graça que dá início a toda a história de Noé. Deus tinha um propósito e uma aliança ao criar o homem conforme à sua imagem, conforme a sua semelhança. Ele poderia ter destruído o primeiro casal, mas não o fez por causa da Sua aliança com a raça humana através de seus descendentes: “Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos; enchei a terra, e sujeitai-a”. Gn 1:28. Assim foi que pela graça através de Noé Deus confirmou a Sua aliança com toda a raça humana e todos os seres viventes por gerações perpetuas. Gn 9:8-17. Ló e a sua casa foram tirados de Sodoma e Gomorra em segurança porque “achou graça e misericórdia” aos olhos de Deus, a despeito de si mesmos. Gn 19:19 e contexto. Na realidade, o plano de Deus para a salvação pela graça já existia antes de Gênesis, ou melhor: antes mesmo da fundação do mundo (Ap 13:8), porém manifestado nos últimos tempos por amor de nós (1Pe 1:18-21; 2Tm 1:8-10; etc). Este princípio da graça em Gênesis ressoa toda a obra da salvação pela graça anunciada nas paginas do N.T. Hb 1:3; Jo 3:16,17. Paulo em Ef 2:8 realça este mesmo princípio da salvação pela graça, como sendo um presente de Deus. Por isso, as raízes da salvação pela graça estão intimamente relacionadas com a teologia de Gênesis, já que o evangelho da graça foi anunciado por Deus primeiro ao crente Abraão (Gl 3:6-9).

A doutrina da substituição do pecador pelo sangue do sacrifício de um animal protagonizada por Deus em Gn 3:21, e no quase-sacrifício de Isaque por Abraão (Gn 22:8-13) é plenamente cumprida nas palavras de João Batista (Jo 1:29), confirmada por Jesus em Jo 8:56 (viu, inclusive, a figura da ressurreição de Cristo- Hb 11:19), e por Paulo em Rm 5:8; 2Co 5:21; etc. Isaque, em seu quase-sacrifício tipificou o sacrifício de Jesus na cruz (Gn 22:12). Antes que a lei instituísse o sistema sacrificial judaico dado a Moisés no Sinai, Abraão,cerca de 430 anos antes, pela obediência à palavra de Deus foi a figura do sumo sacerdote que intercedeu pela salvação de todas as nações da terra (Gn 22:18). Esta doutrina da substituição no V.T. foi profeticamente anunciada em toda a sua plenitude por Isaias no cap. 53 (principalmente nos vv 4 e 5) Gn 3:21 mostra ainda, com base na doutrina da substituição, que Deus não aceita nenhum ato de justiça própria praticado pelos homens para justificação do pecado, mas somente a justiça que vem (providenciada) de Deus pela fé. Comparar Is 61:10 com Fp 3:9 e Ap 19:7,8. A promessa de Gn 3:15 (o “proto evangelho”), mediante o descendente (ou semente) da mulher que esmagaria o governo de satanás coloca à disposição do homem a vitória da humanidade sobre o diabo. 1Jo 3:8; 2:2. Daí podemos traçar a partir de Gn 3:15 o resumo do “caminho da redenção” obtido por Jesus na cruz e na Sua ressurreição explicitamente apresentado nas páginas do N.T. : Gn 3:15 + Gl 4:4 + 1Jo 3:8 + Ap 20:10; 22:1-5.