Luís Fernando Amâncio Santos

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Transcrição da apresentação:

Luís Fernando Amâncio Santos QUILOMBOS Luís Fernando Amâncio Santos

“A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua mão-de-obra.” Você já se deparou com essa justificativa para a escravidão negra?

Leia o poema de 1806 de Joaquim José Lisboa, alferes em Vila Rica: Os escravos pretos lá, Quando dão com maus senhores, Fogem, são salteadores, E nossos contrários são. Entranham-se pelos matos, E como criam e plantam, Divertem-se, brincam e cantam, De nada têm precisão. [...] Vêm de noite aos arraiais, E com indústrias e tretas, Seduzem algumas pretas, Com promessas de casar. Elegem logo rainha, E rei a quem obedecem, Do cativeiro se esquecem, Toca a rir, toca a roubar. Eis a notícia se espalha Do crime e do desacato, Caem-lhe os capitães do mato, E destroem tudo enfim. Apud: RAMOS, Donald. O Quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais no século XVIII, p. 164. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Tretas: palavreado para burlar, enganar. Indústria: destreza ou arte na execução de um trabalho manual; esperteza.

Passividade? Qual é a imagem dos escravos passada pelo poema? Seres passivos diante dos senhores e da escravidão? Você sabe para onde os negros iam quando fugiam de seus senhores?

Em boa parte dos casos, eles constituíam quilombos.

Veja a definição de quilombo na wikipédia: “Os quilombos consistiam de agrupamentos de ex–escravos fugidos de seus senhores no período colonial do Brasil. Representaram uma das mais importantes formas de resistência à escravidão. Localizavam-se em regiões de grande concentração de escravos, em áreas afastadas dos centros de colonização ou em locais de difícil acesso. Embrenhados nas matas virgens, os núcleos se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio.” Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombos

Quilombos só existiram no Brasil? Quilombo foi a denominação para o agrupamento de escravos fugidos no Brasil. Entretanto, comunidades quilombolas foram uma constante nos lugares onde houve escravidão. Na América Espanhola escravocrata, eles recebiam o nome de palenques e possuíam características muito próximas ao caso brasileiro. Já na América inglesa, a denominação para tais ocorrências era marronages.

Quilombo para a sociedade colonial Algumas definições e casos concretos.

Uma definição: Em um despacho de 21 de fevereiro de 1765, o governador Luis Diogo Lobo da Silva lembra o item 3º do Regimento de 1722 e define que para serem qualificados quilombolas era preciso os negros “não só acharem-se em rancho para cima de quatro, mas haver neles pilões e modos que indiquem conservarem-se no mesmo rancho.”* Outros textos referem-se a três e cinco como o número de quilombolas necessário para que se caracterizasse um quilombo. *GUIMARÃES, C. M, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p. 54.

Necessariamente, o quilombo tinha muita gente? Não Sim

O texto refere-se a quatro pessoas como o número necessário para configurar um quilombo. Não é um número grande, certo? Não Sim

Correto! Um pequeno agrupamento de escravos fugitivos já caracterizava um quilombo. Sim

Localização dos quilombos no Brasil

Observe o mapa ao lado. Nele estão assinaladas, entre outras, as ocorrências de quilombos no Brasil. Fonte: GOMES, Nilma Lino (org). Tempos de lutas: as ações afirmativas no contexto brasileiro. Brasília, 2006.

A partir do mapa, reflita: Os quilombos foram exclusivos de determinadas regiões? Clique aqui para voltar ao mapa.

Costa do Pará e Maranhão Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos? Costa do Pará e Maranhão Bahia e costa nordestina Centro-Oeste Minas Gerais

Costa do Pará e Maranhão Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos? Costa do Pará e Maranhão Centro-Oeste? Observando bem o mapa você notará outras regiões com maior ocorrência... Bahia e costa nordestina Centro-Oeste Minas Gerais

Costa do Pará e Maranhão Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos? Costa do Pará e Maranhão Essa região possui uma considerável ocorrência de quilombos. Mas talvez existam outras maiores, não? Bahia e costa nordestina Centro-Oeste Minas Gerais

Sim, Minas Gerais teve um grande número de quilombos em sua história. Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos? Costa do Pará e Maranhão Sim, Minas Gerais teve um grande número de quilombos em sua história. Bahia e costa nordestina Centro-Oeste Minas Gerais

Costa do Pará e Maranhão Quais regiões tiveram maior ocorrência de quilombos? Costa do Pará e Maranhão Sim, essa área presenciou o surgimento de vários quilombos, inclusive o maior deles, Palmares. Bahia e costa nordestina Centro-Oeste Minas Gerais

Atividades desenvolvidas pelos quilombolas:

A devassa do Quilombo de Oitizeiro em outubro de 1806, constatou os seguintes bens: “Retrato resumido da região, no Oitizeiro imperava a mandioca. A devassa não conseguiu encontrar outra lavoura digna de nota, embora seja possível que houvesse alguma apenas para subsistência, sem valor comercial. Também a caça, pesca e coleta de frutas constam como atividades subsidiárias a que os moradores, inclusive os quilombolas, se dedicavam.” REIS, João José. Escravos e coiteiros no Quilombo do Oitizeiro, Bahia, 1806. p. 359. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

A devassa do Quilombo de Oitizeiro em outubro de 1806, constatou os seguintes bens: “Retrato resumido da região, no Oitizeiro imperava a mandioca. A devassa não conseguiu encontrar outra lavoura digna de nota, embora seja possível que houvesse alguma apenas para subsistência, sem valor comercial. Também a caça, pesca e coleta de frutas constam como atividades subsidiárias a que os moradores, inclusive os quilombolas, se dedicavam.” Devassa: Sindicância para apurar um ato criminoso. Inquérito, investigação. REIS, João José. Escravos e coiteiros no Quilombo do Oitizeiro, Bahia, 1806. p. 359. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

Casa da Cultura de Paracatu Nos quilombos destruídos em 1759 por Bartolomeu Bueno do Prado, no Campo Grande, foram achados “muitos mantimentos e grandes roçarias para o ano futuro. O Quilombo do Parnaíba, na comarca do Paracatu, destruído em 1766 por Manoel Alves de Souza Moreira, tinha em suas proximidades “copiosas lavouras e mantimentos recolhidos em paióis”. Ainda em 1766, o alferes Bento Rebelo atacou o Quilombo de Pitanguí destruindo as “plantas de roça que tinham fabricado, de milho, feijão, algodão, melancias e mais frutas”. Casa da Cultura de Paracatu Foto: Neide Freitas GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista quilombos: em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.61/62.

Fonte: REIS, J. J. ; GOMES, F. dos S Fonte: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Descrição do Quilombo de Turiaçu- Gurupi( Maranhão, 1720-1887) feita pelo major Ferreira Caldas: 58 casas, cobertas de palha e tapadas de barro, na maior parte com portas e janelas de madeiras, sendo 2 denominadas Casas de santo, bem distintas pelas cruzes levantadas em frente, 3 de fazer farinha com competentes fornos, 1 de depósito e cera, outra, guardando um alambique de barro, e as demais – habitação dos quilombolas, porém todas sem simetria alguma, tanto assim que só havia duas ruas menos irregulares – a de cima e a de baixo -, separadas uma da outra pelo adro da capela velha. GOMES, Flávio dos Santos. A hidra e os pântanos: mocambos, quilombos e comunidades de fugitivos no Brasil, séculos XVII-XIX. São Paulo: Ed. UNESP: Polis, 2005. P.269

As atividades econômicas dos quilombos variaram conforme peculiaridades das regiões em que se desenvolviam. Nas Minas Gerais, por exemplo, muitos aquilombados se dedicaram à mineração clandestina. Essa se dava sem que as autoridades tivessem conhecimento ou em minas ainda não descobertas oficialmente . Esse ouro não pagava impostos, sendo comercializado como contrabando ou usado diretamente em compras. Devido à situação ilegal dos quilombolas, os produtos por eles comercializados eram mais baratos que os demais. Esse era um modo de compensar o perigo de comprar ouro ou outras mercadorias dos quilombos.

O ouro extraído pelos quilombolas foi utilizado, através dos comércio também clandestino, para obtenção de produtos necessários mas não produzidos pelo quilombo, como gêneros alimentícios, armas, pólvora, chumbo, etc. Foi criada uma rede comercial clandestina que se constituiu em outro problema para as autoridades. Estas, por mais que tivessem tentado, não conseguiram destruí-la. Dela participavam desde escravos até elementos livres vinculados à Coroa. GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.75.

A partir dos textos, pense: Quais atividades econômicas eram desenvolvidas nesses quilombos? Lembre da seguinte estrofe do poema de Joaquim José Lisboa : “Entranham-se pelos matos, E como criam e plantam, Divertem-se, brincam e cantam, De nada têm precisão.”

O Quilombo na Sociedade Colonial

Leia os textos a seguir:

Descrição do conde de Assumar, governador de Minas Gerais, em carta ao rei de 13 de junho de 1718, acerca da violência dos quilombolas, que viveriam : Não só a infestar as estradas e os que andam por elas, mas aos que habitam nos sítios e roças ainda vizinhas às vilas, levando-lhes de casa não só ouro, mantimentos, mas cousas de menos importância e mais volume, porque tudo toma lugar, o seu atrevimento juntando-se em quadrilhas de 25 e quarenta armados e defendidos das armas [com] que fogem aos seus senhores e que apanham aos passageiros. Apud:RAMOS, Donald. O Quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais no século XVIII, p.177. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Relato sobre assalto na fazenda de Marcelino da Costa Gonçalves no dia 24 de janeiro de 1795: “um lote de trinta negros calhambolas (quilombolas)”que “armados de foices, facões e chuços e outras armas, e pegaram a mão suplicante ( de Marcelino) e aos seus flâmulos, passando a amarrá-los a todos de pés e mãos e, lhes meteram na boca uma mordaça a que lhe chamam freio, estando o suplicante e os seus neste estado principiaram a roubá-lo, desde os principais bens que possuíam até o poleiro das galinhas”. GUIMARÃES, Carlos Magno, A negação da ordem escravista: quilombos em Minas Gerais no séc. XVIII. 1983, p.67

Ataque de quilombolas no Rio de Janeiro: Correspondência do Conde de Aguiar, em nome do Príncipe Regente, a Paulo Fernandes Viana (Intendente Geral de Polícia do Rio de Janeiro), datada de 9 de junho de 1812: "Manda remeter a VSa. a parte do Tenente Coronel Aureliano de Souza e Oliveira, encarregado da Obra de reparo do Aqueduto da Carioca (imagem ao lado) sobre o attaque feito na noute de Sabbado 6 do corrente, pela meia noute, aos Ranxos daquelle serviço por mais de outenta Negros Quilombollas: E hé servido que VSa. expeça as ordens necessarias, para que sejão logo aprehendidos e castigados estes delinquentes, como for de Justiça“ (Arquivo Nacional) Imagem: Aqueduto da Carioca. Fonte: MATTOS, Ilmar Rohlof et alii. O Rio de Janeiro, capital do Reino. São Paulo: Atual, 1995. Transcrição: Luiz Carlos Villalta

Os escravos pretos lá, Quando dão com maus senhores, Fogem, são salteadores, E nossos contrários são. Entranham-se pelos matos, E como criam e plantam, Divertem-se, brincam e cantam, De nada têm precisão. [...] Vêm de noite aos arraiais, E com indústrias e tretas, Seduzem algumas pretas, Com promessas de casar. Elegem logo rainha, E rei a quem obedecem, Do cativeiro se esquecem, Toca a rir, toca a roubar. Eis a notícia se espalha Do crime e do desacato, Caem-lhe os capitães do mato, E destroem tudo enfim. Apud: RAMOS, Donald. O Quilombo e o sistema escravista em Minas Gerais no século XVIII, p. 164. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Sobre as ações quilombolas, responda: Conforme documentos anteriores, discuta a repercussão dos quilombos na sociedade. Há passagens no poema de Joaquim José Lisboa que se referem a essa repercussão do quilombo. Quais?

Uma última questão... Antes de cometer esses assaltos e roubos, qual o primeiro delito que o quilombola cometia?

Ontem e hoje Algumas semelhanças

As palavras clandestino e contrabando são presentes no nosso cotidiano: Pela “Ponte da Amizade” são trazidos ao Brasil diariamente milhares de produtos contrabandeados (não declarados à Fazenda) oriundos do Paraguai. Essas mercadorias alcançam preços baixos em comparação a outras. Elas estão presentes nos camelôs e shoppings populares e possuem um número grande de consumidores. Fonte: site www.transportes.gov.br

Sobre o comércio ilegal ontem e hoje: As vantagens do comércio com os quilombolas e o atual, de mercadorias vindas do Paraguai, são semelhantes? Como a sociedade vê hoje o comércio clandestino?

Constituição populacional do quilombo

O que você pensa quando imagina a população de um quilombo?

É provável que você tenha pensado em uma população exclusiva de negros, vivendo como se estivessem em uma pequena África. Gaspar Barleus referia-se a “salteadores” que acorriam aos mocambos (quilombos) e a expedição de Rodolfo Baro (1644), entre os prisioneiros que fez nos Palmares Grandes, encontrou sete índios e alguns mulatos de menor idade. Em 1694, a situação não se modificara muito, pois o governador Melo e Castro falava em muitos “mulatos facinorosos”, que aconselhavam os negros e até mesmo a um mouro (de origem árabe), “que para eles fugiu”, a quem se deveriam as poderosas fortificações do Zumbi. CARNEIRO, Edison. O Quilombo dos Palmares. 3.ed. Rio de Janeiro: 1966. P.29.

Facínora: que cometeu grandes crimes: perverso, cruel, desalmado. Zumbi: líder do quilombo de Palmares nos últimos quinze anos de sua duração. Sua liderança surgiu em oposição a Ganga Zumba, então rei palmarino, que tentou acordo com o governador de Pernambuco. Zumbi foi personagem de grande importância na resistência de Palmares contra as expedições enviadas para exterminá-lo. Em conseqüência disso, até hoje seu nome é associado ao de valente e poderoso guerreiro.

A partir do texto, responda: Quais são os elementos apresentados como integrantes do quilombo de Palmares? O texto confirma a sua visão anterior sobre a população de um quilombo?

Arqueologia de Palmares O pesquisador Pedro Paulo Funari vem desenvolvendo estudos a partir de achados do Projeto Arqueológico Palmares. Essas escavações têm o objetivo de, a partir dos fragmentos encontrados, traçar características da civilização quilombola de Palmares. Cerâmicas encontradas até o momento dão a entender a participação indígena , uma vez que a fabricação desses utensílios contou com técnicas tupinambás.

O Quilombo de Palmares Única imagem contemporânea de Palmares, apresentada por Barleus em 1647.

O quilombo de Palmares Surgiu no princípio do século XVII e só foi exterminado em 1694. Ocupava um espaço territorial de aproximadamente 27 mil km quadrados, dentro dos atuais estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Os relatos sobre a população quilombola chegam a estimativa de 20 mil habitantes. Tais números chegam perto de explicar o impacto que Palmares causou. A existência de tamanho foco resistente incomodou as autoridades, que enviaram constantes expedições para vencer o quilombo. E, mesmo depois de derrotado, ele continuou a existir, como um fantasma: era constante o medo de que algum outro quilombo atingisse proporções semelhantes a Palmares.

Mapa de Palmares Fonte: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Liberdade por um fio: historia dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. ERRADO!!! Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Atividade: marque as características corretas dos quilombos. CERTO!!! Comunidade acima de 100 negros. Cerca de 4 negros fugidos. O que caracterizava um quilombo? Quais culturas agrícolas os quilombolas privilegiavam? Produtos vindos da África. Produtos característicos da região em que estavam. Assalariadamente, para senhores de escravos. Como os quilombolas praticavam a mineração Clandestinamente. Escravos fugitivos e outros indivíduos excluídos da sociedade. Quem habitava os quilombos? Exclusivamente negros. Clique aqui para sair

Os Quilombos como símbolo de resistência Folder do filme Quilombo (Brasil, 1984, diretor Carlos Diegues). Fonte: site www.historianet.com.br

Nas décadas de 1970 e 1980, alguns grupos que desejavam mudanças na sociedade e valorizavam a cultura negra utilizaram o quilombo de Palmares como modelo do que acreditavam. Eles destacavam o combate quilombola contra a opressão dos senhores como um exemplo a ser seguido. Com as ações desses grupos, criou-se a imagem dos quilombos como uma recriação da África em terras americanas. Além disso, imaginava-se que neles desenvolviam-se relações muito próximas ao que prega o comunismo, com a constituição de uma sociedade sem desigualdades. Quilombo de Palmares e seu líder Zumbi se tornaram símbolos dessa resistência.

Veja as seguintes letras de música:

Quilombo, o eldorado negro letra: Waly Salomão Letra e música: Gilberto Gil Existiu Um eldorado negro no Brasil Existiu Como o clarão que o sol da liberdade produziu Refletiu A luz da divindade, o fogo santo de Olorum Reviveu A utopia um por todos e todos por um Quilombo Que todos fizeram com todos os santos zelando Quilombo Que todos regaram com todas as águas do pranto Quilombo Que todos tiveram de tombar amando e lutando Quilombo Que todos nós ainda hoje desejamos tanto Existiu Um eldorado negro no Brasil Existiu Viveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiu Ressurgiu Pavão de tantas cores, carnaval do sonho meu Renasceu Quilombo, agora, sim, você e eu Quilombo Quilombo Quilombo Quilombo

Eldorado: paraíso, lugar perfeito. Quilombo, o eldorado negro letra: Waly Salomão Letra e música: Gilberto Gil Eldorado: paraíso, lugar perfeito. Existiu Um eldorado negro no Brasil Existiu Como o clarão que o sol da liberdade produziu Refletiu A luz da divindade, o fogo santo de Olorum Reviveu A utopia um por todos e todos por um Quilombo Que todos fizeram com todos os santos zelando Quilombo Que todos regaram com todas as águas do pranto Quilombo Que todos tiveram de tombar amando e lutando Quilombo Que todos nós ainda hoje desejamos tanto Existiu Um eldorado negro no Brasil Existiu Viveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiu Ressurgiu Pavão de tantas cores, carnaval do sonho meu Renasceu Quilombo, agora, sim, você e eu Quilombo Quilombo Quilombo Quilombo Utopia: sonho, idealização.

Segundo a letra da música, quais as características do Quilombo de Palmares?

Música:Quilombo Banda: Soulfly Essa é uma história verdadeira de um escravo Que livrou seu povo dos brancos Então eu direi que ele me mostrou o caminho Ser bravo, bravo, não ter medo *Zumbi* seu nome, *Quilombo* seu lugar Nossa raiz você não pode apagar Nossa raiz você nunca poderá apagar Trinta mil refugiados de Zumbi Lute pelo direito, o direito é ser livre Violente a cidade, os senhores da ganância Siga o guerreiro, o guerreiro Zumbi Nunca mais, nunca mais, nunca mais escravidão Nunca mais, nunca mais, nunca mais miséria Nunca mais, nunca mais nunca mais sofrimento Zumbi Zumbi Exploda-os Aqui vamos nós, aqui vamos nós, tambores da escravidão Aqui vamos nós, aqui vamos nós, quilombo Tempo de guerra na terra do sol Eu sei que Deus nunca nos deixará sozinhos Zumbi, Zumbi Conseguiu a liberdade Quilombo, Quilombo Tradução: Luís Fernando Amâncio This is a true story of a slaveman Who fled his people from the white man So I'll say that he showed me the way To be brave, brave, don't be afraid *Zumbi* his name, *Quilombo* his place Our root you can never erase *Zumbi* his name, *Quilombo* his place Our root you can never erase Thirty thousand Zumbi refugees Fight the right, the right to be free Rape the city, the masters of greed Follow the warrior, the warrior Zumbi No more no more no more slavery No more no more no more misery No more no more no more suffering Zumbi Zumbi Blow them away Here we come, here we come slave drums Here we come, here we come Quilombo Time for war in the land of the sun I know God will not leave us alone I know God will never leave us alone Zumbi Zumbi Got to be free Quilombo Quilombo

Você acha que o Zumbi da música da banda Soulfly corresponde ao mito idealizado pelo movimento negro?

Controvérsia historiográfica Duas visões sobre a assimilação dos quilombos na sociedade

Os quilombos prejudicariam o funcionamento do sistema escravista, com: O historiador Carlos Magno Guimarães entende os quilombos como uma importante manifestação da resistência dos escravos à escravidão. Os quilombos prejudicariam o funcionamento do sistema escravista, com: A retirada de mão-de-obra dos senhores O surgimento de um mercado paralelo praticado pelos quilombolas; Prejuízos materiais com atividades praticadas pelos quilombolas, como incêndios e assaltos promovidos pelos fugitivos, entre outras. Logo, os quilombos entrariam diretamente em atrito com o sistema escravocrata.

Em contrapartida... O historiador Donaldo Ramos acredita que os quilombos não eram uma negação ao escravismo. A fuga de um escravo e sua integração em um quilombo seria uma busca da liberdade individual. Para o historiador, a presença dos quilombos era assimilada pela sociedade. O comércio clandestino de quilombolas com forros e comerciantes seria um complemento de espaço que o sistema escravista deixava. Além disso, a possibilidade dada aos escravos de constituir pequenos quilombos os afastava de pretensões maiores, como organizarem-se em uma grande rebelião.

Diante desse conflito de idéias: Relacione os pontos em que os dois pesquisadores entram em atrito. Posicione-se: com qual ponto de vista você concorda?

Releia a afirmação que abriu esta apresentação: “A passividade dos escravos africanos aumentava a produtividade de sua mão-de-obra.”

Redija uma dissertação sobre esse assunto, a partir dos seus conhecimentos adquiridos.