Fotografia Documental

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Transcrição da apresentação:

Fotografia Documental Profª Ms. Déborah Rodrigues Borges

Fotografia Documental Fotografia de compromisso social; Surge em meados do século XIX; Aproximação com o fotojornalismo; Registro aprofundado de temas factuais; Trabalho desenvolvido com mais profundidade do que a cobertura fotojornalística diária.

Fotografia Documental: intenções testemunhais Desde o início, a fotografia documental compartilha com o fotojornalismo o objetivo de produzir um testemunho visual sobre a realidade. Entretanto, a imprensa, em meados do século XIX não atribuirá à fotografia documental o mesmo status do fotojornalismo. Os temas consagrados pela fotografia documental, que são referência ainda hoje para a fotografia e o fotojornalismo, não atraíam o interesse do público tanto quanto as coberturas fotográficas de guerras. As guerras eram o tema privilegiado pelo fotojornalismo e, assim, projetos fotográficos que mostravam outras realidades – a pobreza, a miséria, o trabalho infantil, a exploração humana etc – não alcançavam a mesma importância no mercado editorial. Somente com o avanço das tecnologias de impressão de fotografias esse tipo de publicação alcançará maior importância no mercado.

Os primórdios da fotografia documental Fotografia de viagem e de curiosidades etnográficas de meados do século XIX; Documentação fotográfica da conquista do Oeste, nos EUA (Thimothy O’Sullivan e William Henry Jackson); Levantamentos etnográficos dos índios norte-americanos feitos por Edward Curtis e Adam Vroman; em muitas situações, os fotógrafos faziam com que os índios posassem para a foto com trajes e reproduzindo práticas que há muito haviam abandonado. A linha entre a encenação ficcional e a “objetividade” do documentário fotográfico é, assim, muito tênue; Fotografia de intenção documental de orientação colonialista européia na África e no Oriente (cartões postais como meio de se fazer um “inventário do mundo”); Obra pioneira de Henry Mayhew, London Labour and London Poor, de 1851. A publicação abordava os efeitos da industrialização e foi uma das primeiras que utilizou a imagem como meio de informação e persuasão; Fotógrafos da cultura social e pioneiros da fotografia humanística

A conquista do Oeste – Timothy O’Sullivan

Levantamento Etnográfico de índios norte-americanos Edward Curtis

Com a fotografia documental, estabelece-se uma das grandes motivações da fotografia no século XX: o desejo de conhecer o outro, de saber como o outro vive, o que pensa, como vê o mundo, com o que se importa. É interessante observar, ainda, um aspecto do desenvolvimento da fotografia documental: na imprensa, ela é adotada primeiro pelos tablóides, e só mais tarde pelos jornais mais sérios e pelas revistas ilustradas. Isso porque as temáticas abordadas se enquadravam melhor, na época, às esferas de interesse do jornalismo “sensacionalista”.

Fotógrafos Documentais Pioneiros

John Thomson 14/06/1837 – 07/10/1921 Foi um geógrafo e fotógrafo britânico. Foi um dos primeiros fotógrafos a viajar para o Oriente, documentando as pessoas, as paisagens e os objetos da cultura oriental. Ao regressar para a Europa, seu trabalho entre as pessoas nas ruas de Londres consolidou sua reputação. Publicou o livro Street Life in London, no qual cada fotografia era acompanhada de um texto sobre as condições de trabalho e de vida dos sujeitos representados.

Jacob Riis 03/05/1849 – 26/05/1914 Fotógrafo célebre por registrar a população pobre de Nova Iorque, as favelas, guetos e cortiços. Publicou o livro How the other half lives. Foi o primeiro fotógrafo a encarar a fotografia como uma arma para mudar as condições que conduziam à pobreza e ao crime. A utilização do flash de magnésio permitiu a Riis mostrar como vivam os pobres nas suas casas, abrigos e vielas, chocando o público. A iluminação artificial propiciada pelo flash lhe deu acesso imagético aos locais de fraca iluminação, frequentemente mal afamados. O flash, além de abrir espaços à ação fotográfica, trouxe também novas concepções estéticas, baseadas na luz, à expressão fotográfica.

Eugène Atget 12/02/1856 – 04/08/1927 Fotógrafo francês que tem entre seus principais trabalhos registros da cidade de Paris. Revolucionou a fotografia com seu olhar desviado do ser humano. Numa época de decadência artística, com a fotografia ainda dominada pelo retrato, Eugène Atget fotografa, por volta de 1900, as ruas de Paris, com o intuito de vender as provas a pintores que as utilizavam como cenários. Faz, frequentemente, fotografias em que raramente se vê uma pessoa, imagens provocadoras pela inquietude que o vazio humano gera. Este foi um dos motivos que levaram os artistas surrealistas a buscarem as fotografias de Atget como referências para suas obras.

August Sander 17/11/1876 – 20/04/1964 Fotógrafo documental que adquiriu notoriedade especialmente a partir de seu grande projeto fotodocumental, “Homens do Século XX”, iniciado em 1910. Seu objetivo era realizar uma espécie de recenseamento fotográfico da sociedade germânica, hierarquizada. Para isso, recorreu ao retrato posado, frontal, dos sujeitos, com as suas roupas e instrumentos de trabalho, sem efeitos de “elegância”. Fixou sua atenção nos funcionários, operários, artistas, desempregados, camponeses, comerciantes burgueses e aristocratas, assumindo mais um posicionamento crítico do que uma mera fotografia estereotipada dos “tipos” sociais alemães.

Lewis Hine 26/09/1874 – 03/11/1940 Sociólogo e fotógrafo norte-americano. A partir de 1904, começou a fotografar os imigrantes que chegavam aos EUA e suas difíceis condições de vida. Entre 1908 e 1917 empenha-se da fotografia social, procurando mostrar o que queria ver modificado. Fotografou, nesse período, para o National Child Labour Comitee. Suas fotografias retratam crianças trabalhando duramente mais de 12 horas seguidas em fábricas e minas. Muitas vezes, chegava às indústrias disfarçado de vendedor de bíblias. Suas fotografias foram decisivas para a alteração da legislação norte-americana sobre o trabalho infantil.

Farm Security Administration Em Abril de 1935, o presidente norte-americano Franklin Roosevelt criou a Resettlement Administration para encontrar soluções para os problemas que afetavam a população do sector rural. Em 1937, a Resettlement Administration converteu-se em Farm Security Administration (FSA), continuando a desenvolver trabalhos até 1949, com um conjunto de responsabilidades que incluíam o apoio a pequenos agricultores e a reorganização das comunidades arruinadas pela Grande Depressão motivada pelo crash de Wall Street em 1929. Para documentar os trabalhos que tinham que ser empreendidos, Rexford Tugwell decidiu recorrer à fotografia, contando para isso com a colaboração de Roy Emerson Stryker. Este último acabaria assim por reunir uma coleção fotográfica que se tornou num dos mais significativos arquivos fotográficos da História. Arthur Rothstein, Walker Evans, Carl Mydans, Bem Shahn, Dorothea Lange, Russel Lee, Jack Delano, Marion Post Wolcott e John Vachon foram alguns dos fotógrafos que colaboraram neste trabalho.

Walker Evans

Dorothea Lange

Antropologia Visual Ramo da Antropologia que se utiliza da produção de imagens (fotografia ou cinema) para promover o estudo dos grupos humanos. Suas raízes remontam ao final do século XIX, com as primeiras expedições científicas empreendidas por antropólogos com o objetivo de estudar a cultura e os costumes de povos “exóticos”. Em 1936 tem início a expedição de Margaret Mead e Gregory Bateson que resultou na publicação do livro “O caráter balinês”, no qual expõem, por meio de 759 fotografias os principais aspectos da cultura balinesa.