A BAIXA IDADE MÉDIA Cruzadas:

OBJETIVOS Definir Cruzadas. Identificar as causas e consequências das Cruzadas.

Síntese: Entre os séculos XI (1097 e 1280), sucessivas expedições de cunho religioso e militar partiram da Europa rumo à Jerusalém, com a finalidade de retomar a Terra Santa, conquistada pelos muçulmanos. As Cruzadas foram muitas, mas as oficiais apenas oito. Elas não conseguiram atingir seu objetivo principal – a libertação definitiva de Jerusalém-mas transformaram-se um empreendimento de natureza política, econômica e religiosa.

Na Baixa Idade Média ocorreram vários acontecimentos que enfraqueceram o sistema Feudal, como o renascimento comercial e urbano, a peste negra, a Guerra dos Cem Anos e a centralização do poder nas mãos dos reis (a monarquia Nacional). A monarquia Nacional é o governo centralizado no qual o rei possui grandes poderes (remonta ao século XI)

BAIXA IDADE MÉDIA DUAS FASES: A) a primeira, do século XI ao XIII – no auge do Feudalismo- quando não mais ocorriam invasões bárbaras, e com a diminuição das lutas internas entre os nobres, já que a Igreja estipulara a Paz de Deus e a “Trégua de Deus” Quando havia lutas internas, elas tinham por objetivo o resgate do prisioneiro e não a destruição do feudo. Aumento da população: 20 milhões de hab séc. X para 55 milhões séc. XIV. (gerou excedentes de produção) B) A segunda fase (final do século XIII ao XV), foi uma fase de retração da produção agrícola. Entretanto, houve o ressurgimento da atividade comercial e urbana, em decorrência, em parte, do movimento cruzadista.

PESTE NEGRA: Em virtude do contato dos cruzados com o oriente adveio um número variado de doenças. Os senhores perderam grande massa de mão-de-obra enfraquecendo o seu poder. Em contrapartida, ocorrerá a centralização do poder real. Tornando-se o suserano dos suseranos.

As cruzadas:

Como a sociedade feudal não se comporta de forma uniforme durante todo o período da Idade Média, o crescimento do poder da Igreja e as mudanças significativas quanto ao aspecto demográfico da Europa Ocidental favoreceram a intervenção do Clero na Cristandade, com os objetivos de: Acabar com as lutas entre os nobres. Desenvolver a fé; Liberar contingentes populacionais para o Oriente.

A tomada de Jerusalém pelos muçulmanos em 1075 serviu de pretexto para que a Igreja organizasse expedições militares, de caráter religioso : FORAM AS CRUZADAS. As cruzadas tinham por objetivo a libertação dos lugares santos e de peregrinações das mãos dos infiéis. O papa Urbano II foi o mentor das cruzadas, ao conclamar os fiéis, no Concílio de Clermont, em 1095, a pegarem em armas.

JERUSALÉM era considerada o Centro do Mundo.

PARA OS JUDEUS, era a Cidade de Deus, onde Salomão mandou edificar o grande Templo. PARA OS MUÇULMANOS, tinha importância fundamental, que só era suplantada por Meca e Medina, consideradas cidades sagradas. Era a terra amada de Abraão, antiga Salem, para onde o povo árabe se dirigiu ao sair da caldéia. Lá também está a Mesquita de Omar, templo sagrado para os muçulmanos. PARA OS CRISTÃOS, Jerusalém era a terra onde Jesus fora morto na Cruz, sepultado e ressurgira dos mortos.

Causas das Cruzadas: A motivação religiosa que visava à libertação do túmulo de Jesus Cristo a Igreja percebia nas cruzadas a possibilidade de reduzir seus conflitos internos, unindo aguerridos soldados na luta contra os infiéis. Escoar para o Oriente crescente população da Europa, pois com a crise do feudalismo havia muita gente sem trabalho. Os nobres e cavaleiros objetivavam com as cruzadas ganhar fama e terra.

Cruzadas: Entre os séculos XI e XIII ocorreram 8 cruzadas, das quais participaram senhores e reis de diversas nações cristãs da Europa. O nome cruzadas surgiu em virtude da CRUZ que os expedicionários usavam no peito e nas bandeiras. Durante as cruzadas, a Igreja criou Ordens da Cavalaria, destinadas a proteger as fronteiras e combater os infiéis.

Primeira Cruzada (1096 - 1099) Foi comandada por Godofredo de Bulhão. Participaram 250 mil cruzados. Conquistaram Jerusalém e outros Estados menores dos Turcos. Em 1187 os Turcos reconquistaram Jerusalém.

Segunda Cruzada (1147 - 1148) Organizada por Luis VII da França e Conrado III da Alemanha. Esta cruzada não teve êxito. Não houveram conquistas significativas

Terceira Cruzada (1189 - 1192) Conhecida como “Cruzada dos Reis”, pois os reis Filipe Augusto (França), Ricardo Coração de Leão (Inglaterra) e Frederico Barba-Roxa (Sacro-Império) lutaram unidos nesta cruzada A Cruzada do Reis recebeu o apoio do papa Inocêncio III. Barba-Roxa lutou e venceu os muçulmanos, mas morreu em seguida. Coração de Leão tornou-se amigo do sultão Saladino e Jerusalém manteve-se em poder dos turcos

Quarta Cruzada (1202 - 1204) Liderada por Balduíno de Flandres, chegou a Constantinopla, mas desistiu de seguir até Jerusalém. Não atingiu seus objetivos. Sexta Cruzada (1228 - 1229) Liderada por Frederico II que conquistou Jerusalém recebendo o título de “rei de Jerusalém”. Mas, a cidade foi reconquistada pelos muçulmanos em 1234.

A Cruzada das Crianças (1212)

Acreditava-se que por serem puras (sem pecados), as crianças seriam compensadas por Deus. Porém em sua maioria acabaram sendo vendidas como escravas. Nenhuma das cruzadas obteve o sucesso esperado e após dois séculos foram abandonadas.

7ª Cruzada ( 1248-50) Luís IX, rei da França (São Luís), partiu em Cruzada e conquistou Damieta, no Egito, em 1249. O exército foi dizimado por tifo, e o rei, que ficara prisioneiro, foi posto em liberdade e voltou ao seu país . 8ª Cruzada (1270) Luís IX retornou, mas morreu, na cruzada contra a Tunísia, devido a uma epidemia de tifo.

Consequências das Cruzadas Incentivo ao comércio entre Ocidente e Oriente. Desenvolvimento das navegações. Renascimento urbano devido ao comércio. Morte de milhares de pessoas com as lutas e pestes. Enormes gastos dos nobres com as campanhas. Muitos servos foram obrigados a abandonar os feudos para lutar nas cruzadas.