Humanismo (1434-1527).

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Transcrição da apresentação:

Humanismo (1434-1527)

Idade Média x Renascimento Política, Economia e Sociedade Feudalismo x Mercantilismo Nobreza x Burguesia Cavalaria x Marinha Vida Cultural Religião x Ciência Espiritualismo x Materialismo Teocentrismo x Antropocentrismo

O período humanista na Literatura O Humanismo é fase de transição entre o final da Idade Média e o Renascimento e, na Literatura, inicia-se em Portugal quando Fernão Lopes é nomeado , em 1434 como guarda-mor da Torre do Tombo (diretor dos arquivos históricos); termina em 1527, ocasião em que o escritor português Sá de Miranda chega dá Itália trazendo consigo o decassílabo (“medida nova”).

Fernão Lopes, o primeiro grande historiador português

Três aspectos do Humanismo literário Na Literatura portuguesa do século XV e início do XVI (período humanista), registram-se três tipos de produção: A crônica histórica de Fernão Lopes; A poesia palaciana O teatro popular de Gil Vicente

Quem foi Fernão Lopes? Fernão Lopes era um “cronista” e um cronista , naquela época, queria dizer “historiador”. Em 1418 ou 1434, D.Duarte, rei de Portugal, nomeou-o para “poer em caronica” (colocar em ordem cronológica) “as coisas do reino e do rei que em Portugal existiram”. Pesquisou, buscou documentos em todos os lugares do país, por isso Fernão Lopes é hoje conhecido como “o pai da História portuguesa”.

Suas crônicas mais importantes Fernão Lopes é autor das seguintes crônicas (livros de História): Crônica d’ El-Rei D. Pedro, o cru (cruel ou crudelíssimo); Crônica d’ El-Rei D. Fernando Crônica d’ El-rei D. João I O rei português D. Fernando

O estilo de Fernão Lopes 1.Em suas crônicas, pode-se observar a fusão do estilo literário ao histórico; 2. Soube conduzir suas crônicas de modo a mostrar o rei, a corte; mas o povo (“arraia-miúda” ) também aparecia em suas crônicas; 3. Seu estilo literário é saborosamente palpitante e muito vivo, descrevendo os acontecimentos como se estivesse presente; 4.Usou linguagem simples, coloquial.

Deixando de focalizar somente o que acontecia no palácio, Lopes narra lances históricos a partir de um foco mais próximo do povo, trazendo para o texto uma realidade mais abrangente.

Um exemplo de crônica: El-Rei D. Pedro, o cruel Inês de Castro implora a seus algozes

Quem era Inês de Castro? Existem hoje muitas lendas que cercam a vida de Inês de Castro, mas o certo é que ela viera para Portugal em companhia de D. Costança, uma princesa espanhola, que se casara com o príncipe D. Pedro, filho de Afonso IV. Filha de um nobre espanhol, Inês de apaixonou pelo príncipe e ele por ela. Morta D. Constança, Inês e Pedro se casaram em segredo...

E foram morar juntos O que desagradou ao pai dele, uma vez que o filho seria rei e precisava, por isso, de novo casar-se com outra princesa espanhola. Ocorre que Pedro amava Inês e já tinham filhos. Negava-se ao casamento planejado pelo pai. Então, usando de artimanhas, o rei trouxe Inês para Coimbra, julgou-a e, ouvindo os ministros, matou-a por decapitação. Quando D. Pedro I assumiu o poder, coroou-a e fez dela rainha de Portugal, obrigando os nobres a beijar a mão (mão? Eram apenas ossos) da “rainha coroada depois de morta”!

E construiu para ela o Mosteiro de Alcobaça; fez um túmulo para Inês e outro para ele, onde foi enterrado em 1367 (Inês morreu em 1355). Veja aí o tal túmulo:

Veja a escultura do rosto sobre o túmulo

A poesia palaciana Era feita para ser DECLAMADA nos palácios; Rompe com a tradição do acompanhamento musical, passa por um aperfeiçoamento que a torna mais propícia ao recital; Era mais sofisticada e usava, sobretudo, metonímias, prosopopéias e metáforas. 4.O eu-lírico era sempre masculino. 5. A mulher já não é tão inacessível 6. Surgem novas formas, entre elas: O vilancete, a cantiga, atrova, e a esparsa. 7. O que se conhece dessas poesias vem do Cancioneiro Geral, organizado por Garcia de Rezende.

Senhora partem tão tristes Senhora, partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tão tristes, tão saudosos, tão doentes da partida, tão cansados, tão chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tão tristes, os tristes, tão fora de esperar bem que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. (João Ruiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral)

Poesia Palaciana Vilancete: poema em que aparece um mote de 2 ou 3 versos e , em seguida, desenvolvem-se glosas ou voltas. Cantiga: Tem um mote, de 4 a 5 versos, e uma glosa, geralmente de 8 a 10 versos. Trova: Poema cujo mote é desenvolvido em 2 ou mais estrofes. Esparsa: Poema composto por uma única estrofe, de 8 a 16 versos, de temática melancólica. Ver exemplos na apostila

O teatro popular de Gil Vicente

Como era o teatro anterior a Gil Vicente? Antes que Gil Vicente escrevesse sua primeira peça, em 1502, existia em Portugal um teatro que reconhecido como religioso ou sacro, feito nas igrejas e representado em comemorações muito especiais do calendário católico, na Páscoa ou Natal.   Eram os autos chamados mistérios e milagres feitos pelo clero, histórias de santos e do próprio Cristo. Representados dentro das igrejas, aos poucos ganhavam a rua como cenário; embora aparentemente, por isso, se tornassem populares tais peças, tinham intenção puramente doutrinária.

Quem era Gil Vicente? Animador das festas , ourives... tudo se perde no tempo. A única coisa certa sobre ele é que frequentava a corte. Veja por que: nas indicações que oferece na abertura de sua primeira peça Gil Vicente conta que, ao entrar no quarto da rainha, no dia 7 de junho de 1502, para saudar o nascimento de D. João III, a rainha-mãe, que se encontrava ao lado da cama rezando, espantada com o que via, saudou-o com as seguintes palavras: “A que vindes, Mestre Gil?”

O Monólogo do Vaqueiro Dirigindo-se à rainha D. Maria:   Meu caminho não errou? Deus queira que seja aqui, que eu já pouco sei de mi, nem deslindo adonde estou. Nunca vi cabana tal em especial tão notável de memória. Seja que não seja, embora, quero dizer ao que venho, não diga que me detenho a nossa aldeia já agora, Por ela vim saber cá se certo é que pariu Vossa Nobreza?” “Pardeos! Sete arrepelões me ferraram à entrada, mas eu dei uma punhada num daqueles figurões. Porém, se de tal soubera, não viera, e vindo, não entraria, e se entrasse eu olharia de maneira que nenhum me chegaria. Este é o início da primeira peça de Gil Vicente, Portugal, junho de 1502, Nascimento de D. João III.

O “Monólogo do Vaqueiro” também é chamado de “Auto da Visitação”. A peça tinha sido escrita em espanhol, língua que falava a rainha; depois de escutar os versos, muito comovida, ela convidou Gil Vicente a representar o Monólogo do Vaqueiro( também conhecido como Auto da Visitação) em dezembro, nas comemorações do Natal, para que o assistisse toda a corte.

E a representação, como era?

Muito simples, sem nenhum cenário, no palácio ou na rua. Se fosse apresentada na rua, chamava-se “teatro de carroção”. Todas as obras eram escritas em versos e se chamavam autos . Algumas, especialmente se chamam “farsas”.

O que eram os “autos”? Autos são peças teatrais escritas em versos geralmente redondilhos (maiores e menores) em qualquer tempo; sua origem é medieval; sob esta designação se encontram todas as peças medievais de caráter religioso principalmente. O teatro, desde os gregos, era escrito em versos e, ainda em nosso tempo, é possível encontrar autos. Você deve se lembrar de alguns ; Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, poeta modernista brasileiro ou O auto da compadecida, de Ariano Suassuna.

Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente Em 1562, vinte e cinco anos após a morte do pai, Luís Vicente colocou em ordem as peças produzidas por ele, publicando-as sob a designação de Copilaçam de Todelas Obras de Gil Vicente e classificando-a de maneira falhada, incompleta. Foram 44 autos escritos pelo autor; embora incompleta, guarda o tesouro das obras do autor.

O auto da Barca do Inferno