Neo-realismo X Neo-institucionalismo

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Neo-realismo X Neo-institucionalismo O segundo debate

Duplo enquadramento do debate Mudança do paradigma dominante na Ciência Política Desenvolvimento interno da área de relações internacionais.

Mudança do paradigma dominante na Ciência Política (1980s) escolha racional Neo-institucionalismo histórico Suplanta behaviorismo e culturalismo

Mudança do paradigma dominante na Ciência Política (1980s) Postulado básico: Instituições importam na definição do comportamento dos agentes

Mudança do paradigma dominante na Ciência Política (1980s) Escolha Racional: Foco: comportamento maximizador de agentes racionais Conseqüências do Teorema de Arrow Temas: estudos legislativos, comportamento eleitoral, efeitos dos sistemas eleitorais Histórico: Foco: macroestruturas Temas: Características da instituições estatais

Desenvolvimento interno da área de relações internacionais (1980s) Contestação ao paradigma realista dominante: 1958 – E. Haas, The Uniting of Europe 1977 – R. Keohane & J. Nye, Power and interdependence: World politics in transition. 1983 – S. Krasner, International Regimes. 1984 - R. Keohane, After hegemony:cooperation and discord in world political economy. 1986 - R. Keohane, Neorealism and its critics (primeiro debate)

Apogeu do realismo 1939- E.H. Carr, The Twenty years´crisis 1948 - H.J. Morgenthau, Politics among nations 1975/79 – K Waltz, Theory of international relations

Mitrany, Haas e o neo-funcionalismo: Desenvolvimento interno da área de relações internacionais: os precursores Mitrany, Haas e o neo-funcionalismo: Integração setorial e spill-over effect

Desenvolvimento interno da área de relações internacionais (1980s) Duas idéias-força: Crescente interdependência econômica Crescente importância das instituições internacionais (organizações e regimes internacionais)

A aproximação neo-institucionalista Ponto de partida do debate: Estados são os principais atores na arena internacional e se comportam segundo sua percepção de auto-interesse. Capacidades relativas (i.e. distribuição de poder) são importantes e os estados dependem delas para garantir ganhos da cooperação. Instituições internacionais podem alterar as percepções sobre auto-interesse. Crescente interdependência. Expansão da trama institucional.

Argumento neo-realista Instituições não alteram efeitos limitadores da anarquia sobre a cooperação interestatal Estados estão mais preocupados com sua posição relativa frente aos demais estados

Temas importantes do debate Natureza e conseqüências da anarquia Natureza da cooperação internacional Ganhos absolutos X ganhos relativos Prioridade dos objetivos dos estados Intenções X capacidades Instituições e regimes

Natureza e conseqüências da anarquia Neoinstitucionalistas: Anarquia é uma característica permanente, mas permite diferentes padrões de interação entre estados. Neo-realistas subestimam interdependência Auto-interesse dos estados pode levar à produção de instituições e regimes. Neo-realistas: Anarquia impõe limitações severas à conduta dos estados Preocupação com sobrevivência é a principal motivação dos estados

Cooperação Neoinstitucionalistas: Conflito não é o resultado necessário da premissa de que os estados buscam realizar o interesse próprio Cooperação é possível e pode redundar do auto-interesse Quando adequadamente desenhadas instituições auxiliam cooperação entre egoístas. Instituições podem produzir coordenação e cooperação auto-interessadas ao aumentar informação e reduzir custos de transação

Cooperação Neo-realistas: Natureza conflitiva dos interesses dos estados Cooperação é possível mas difícil de obter, de manter e depende do poder dos estados O problema central não é de coordenação, mas de sobrevivência

Ganhos relativos X ganhos absolutos “Quando postos diante da possibilidade de cooperar em benefício mútuo, os estados que se sentem inseguros devem perguntar como os ganhos serão repartidos. Eles estão forçados a perguntar não “ambos ganharemos?”, mas “ quem ganhará mais?”. Se um ganho esperado for dividido, digamos, na razão de dois para um, um estado pode utilizar seu ganho desproporcional para implementar uma política dirigida a prejudicar ou destruir o outro. Mesmo a perspectiva de ganhos absolutos para os dois não conduz à cooperação, na medida em que cada um teme a maneira como o outro utilizará suas capacidades aumentadas” (Waltz, 1979:105)

Ganhos relativos X ganhos absolutos Neoinstitucionalistas : Ênfase nos ganhos absolutos da cooperação Importância de especificar em que circunstâncias ganhos absolutos são preferidos Neo-realistas: Ênfase nos ganhos relativos e na necessidade de evitar que o outro ganhe mais Ganhos relativos pode ser vistos como um trade-off entre ganhos absolutos de curto e longo prazo

Prioridade do objetivos dos estados Neo-institucionalistas : Bem-estar econômico Neo-realistas: Segurança

Intenções X capacidades Neo-institucionalistas : Ênfase em interesses outros que não a expansão do poder, nas intenções, na informação Neo-realistas: Ênfase na distribuição das capacidades (distribuição do poder)

Instituições e regimes Neo-institucionalistas : Ênfase na expansão das instituições e regimes Neo-realistas: Multiplicação de instituições e regimes não impede que a anarquia continue limitando a possibilidade de cooperação.

Alguns conceitos escorregadios & outros problemas Anarquia = ausência de governo Capacidade e poder : capacidade de obrigar quem a fazer o que? Poder soma-zero Fungibilidade Importância das percepções dos atores Criação de instituições X efeitos de instituições