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Tratado Geral dos Chatos Novela de Benjamin Baseada na obra de Guilherme Figueiredo Tratado Geral dos Chatos Direção: Daniele Rodrigues
A primeira novela das 8 saudável, inteligente, útil e sem intervalo comercial!
Trilha sonora original Ludwig Van Beethoven
O GEH respeitosamente apresenta
3º Capítulo
ORIGEM, EVOLUÇÃO, TIRADAS FILOSÓFICAS E OUTRAS CHATEAÇÕES Defeitos de educação, traumas, fixações, fatores endógenos e exógenos, falta de dinheiro ou excesso dele, imperialismo e anti-imperialismo, inveja, orgulho, ciúmes, a consciência do envelhecimento do homem, o temor da morte: essas e muitas outras são as causas da chateação. Encontram-se chatos em…
New York (aqui há imenso número de chatos atualmente) Paris New York (aqui há imenso número de chatos atualmente) Moscou Índia Brasil Tanganica Japão Alaska Polinésia
Daí o nome da novela! Em cultos Em ateus Em favelas Em ignorantes Em clubes milionários Em ateus Em ascéticos Em cultos Daí o nome da novela! Em favelas Em ignorantes Em promíscuos Em crentes
Isso tem levado o pesquisador a um total desnorteamento
A psicologia constata que há chatos por medo de serem chatos; outros que impõem sua chateação por ignorá-la; e outros que, psicanalisados ou não, sentem prazer em ostentá-la. No estado atual da ciência – que no assunto está dando seus primeiros passos – os fatores que levam o indivíduo a ser, tornar-se ou deixar de ser chato não são totalmente conhecidos. A aproximação do chato pode ser acusada pelo murchar de plantas (os seca-pimenteiras) ou a mudez dos animais (os cala-sabiás), mas o homem não tem grande capacidade de premonição. Verificamos o comportamento de pessoas que, sem causa manifesta, tornavam-se chatas, e de outras que oscilavam em períodos de chatice e normalidade (os ciclochatos), e de outras que, sem razão aparente, perdiam a capacidade atuante.
Dado, porém, que a chateação é sempre uma violência, maior ou menor, contra a liberdade alheia, uma correlação se impõe: o índice da enfermidade aumenta onde e quando a liberdade diminui. Por conseguinte, o chato é, consciente ou inconscientemente, um ser totalitário, isto é, um ser que se opõe à liberdade de outrem. Neste terreno, o homem público deve marchar ao lado do médico, do jurista, do sociólogo (com a condição de não serem, eles mesmos, chatos) – e caberia uma estatística mundial da incidência de chateação ativa e passiva.
? Estaria a ONU disposta a tal investigação? Estariam seus membros dispostos a permiti-la? ?
Quando o Estado deixa de cumprir com sua função precípua, ele causa efeito de mal-estar, insegurança e descrença nos seus cidadãos. Pesquisas apontam que o legislativo e o judiciário são os poderes que mais chateiam o cidadão brasileiro. O legislativo nos causa irritação e perplexidade pelas notícias reveladoras de que os ministros, vereadores, deputados e senadores estão mais ocupados com suas malas e cuecas milionárias; e o judiciário chateia e indigna quando se revela incapaz de fazer justiça! Ai daquele que precise de nossa justiça para se sentir justiçado... Além disso, a vida cotidiana do Estado tem um nome: burocracia, que, como sabemos, chateia igualmente a todos, porque nós todos dependemos dela. Herdeira do patrimonialismo português, a burocracia brasileira chateia tanto o cidadão comum numa repartição pública como aquele que almeja abrir ou possui uma empresa. Representa um inferno kafkaniano para quem se vê obrigado a suportá-la!
Observa-se também, com o progresso – de agrário à industrial – de uma sociedade humana, o aparecimento de toda uma gama de tipos de chatos:
o chato-pra-chuchu Aquele que esconde itens essenciais em lugares inacessíveis, que acena para estranhos, se aproxima demais do interlocutor durante uma conversação, no Natal canta Jingle Bells até não poder mais… e transforma-se no
chato-à-beça intermediário. Aquele que não devolve os livros que pega emprestado, que passa MUITO perfume; que pensa demasiado em ganhar dinheiro; aquele que ao ser indagado publicamente sobre assunto de seu total conhecimento se faz de desentendido para não se comprometer, além de fazer constantemente perguntas tolas e desnecessárias. Este tipo muda-se em
…chato-de-galocha O industrial ou empresarial é aquele que lê todos os livros do tipo “A arte de ganhar dinheiro” “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, além, é claro, de toda a coleção do Paulo Coelho. Invariavelmente trai a sua esposa e mente descaradamente para todos, até para si mesmo. Alcança o nível mais industrializado de chato-siderúrgico ou o legítimo mala-sem-alça, quando então sente-se importantíssimo, e tenderá fatalmente para o
…astrochato Sobre esta espécie absolutamente materialista podem ser encontrados diversos artigos na Humanus. Recomendamos alguns: Bilderberg: o plano oculto de dominação mundial Trajetória de um fariseu WWW.EUA.MENTIRA.COM Viagem à Lua e a outra face da democracia
A Rússia, o Iraque a Palestina e muitos outros que o digam… Os astrochatos, na verdade, fazem coisas muito chocantes, verdadeiramente medonhas, como diz a Marinês. A Rússia, o Iraque a Palestina e muitos outros que o digam…
A sensação de “estar sendo chateado”, quando aceita pela vítima, leva ao estado de “chatisfação” e provém de um cerceamento da liberdade, com o concomitantemente desejo de escapar à causa da chateação.
Quanto mais a causa da chateação atua contra direitos naturais da criatura, como o livre arbítrio, a capacidade de ir e vir, a liberdade de fazer ou deixar de fazer, de estar presente ou ausentar-se, de dizer ou calar-se, mais intensa é a sensação. O perigo não reside unicamente no enleamento provocado pelo chato, mas numa possibilidade de domesticação do “aparelho” receptor, isto é, a “chaturação”: há esposos que jamais pensam em dar uma surra em suas esposas, homens que jamais deixam o emprego, filhos que nunca se desvencilham de seus pais, cães que só saem com os donos. A dependência de um chato – dependência psicológica, sentimental, econômica ou por pura inércia – leva a vítima a tornar-se também um chato passivo e solidário com a chateação do próximo.
Caso de “chaturação” absoluta
A preocupação com o fim do mês, a falta de dinheiro, as más condições caseiras e do trabalho podem produzir ciclochatos, assim como o temor metafísico produz chatos permanentes. Neste último caso, os estudos da geriatria deviam ligar-se intimamente aos da chateação: as enfermidades cardíacas, o câncer, as lesões vasculares, a osteoporose, o artritismo, as atrofias musculares, a arteriosclerose, a impotência sexual precisam ser analisadas como causas de chatice ou como consequências da chatice destilada ao longo de uma existência. Segue-se que a humanidade, considerada como um todo, só encontra dois caminhos contra o chato:
Submeter-se à chateação, isto é, chaturar-se ou rebelar-se contra ela
Acontecendo, porém, que a enfermidade é relativa (os meus chatos podem não ser os seus chatos) e que se manifesta em forma crônica ou passageira (o “ser chato” e o “estar chato”), é difícil determinar os dois campos de luta, colocando-se, de um lado, os que devem salvar-se, e de outro os que devem ser liquidados. Confiamos que, ao fim desta Novela, apresentaremos a solução do problema.
Ufa!!!
Não perca no próximo capítulo:
COMO IDENTIFICAR O CHATO