A revolta da Maria da Fonte

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Transcrição da apresentação:

A revolta da Maria da Fonte O desenrolar dos acontecimentos e as consequências do movimento (continuação) 2012 / 02 / 01

Uma revolução diferente … 2 Esta é …”uma revolução diferente das outras (…) feita por gente de saco ao ombro e de foice roçadora nas mãos, para destruir fazendas, assassinar, incendiar a propriedade, lançar fogo aos cartórios, reduzindo a cinzas os arquivos. (…) Onde já se viu revolução com este carácter?” António Bernardo da Costa Cabral – Discurso na Câmara dos Deputados – 20 de Abril de 1846 2012 / 02 / 01

Questões a responder A Maria da Fonte integrar-se-á na tipologia das revoluções europeias de 1848 ou terá um carácter diferenciado e uma problemática distinta? O modo como se distribuíram os encargos fiscais cabralistas terá condicionado o tipo de população e as zonas onde deflagrou a Maria da Fonte? 2012 / 02 / 01

A Igreja de Fonte Arcada Protesto contra as “Leis da Saúde” Enterro de Custódia Teresa – 22 de Março de 1846 2012 / 02 / 01

Área se distribuição dos motins da Maria da Fonte V.C B Br V.R V P A C. B G L C St Lx E S F Área se distribuição dos motins da Maria da Fonte (Março – Maio de 1846) A Região dos motins populares 2012 / 02 / 01

Reflexão sobre a Maria da Fonte – in Portugal Contemporâneo / Oliveira Martins No Minho, como em todas as regiões de estirpe céltica, a mulher governa a casa e o marido; (…) ara o campo e jornadeia com a carrada de milho à frente dos boizinhos loiros. (…) Quando se casam as moças conhecem o valor do dote que levam e os casamentos são negócios que elas em pessoa debatem e combinam. Não é uma esposa, quase uma serva, que entra em poder do marido, à moda semita, que se infiltrou nos costumes do sul do Reino: é uma companheira e associada em que o espírito prático domina. 2012 / 02 / 01

Reflexão sobre a Maria da Fonte – in Portugal Contemporâneo / Oliveira Martins (continuação) A vida cruel ensinou-a: é prática, positiva, dura. Odeia tudo o que não soa e tine e tem um culto único – o seu chão. Vai à igreja e venera o senhor abade (…) mas a sua religião perdeu poesia: ficou apenas um rosário seco de superstições fundas, tenazmente arraigadas. Ai de quem lhe bulir ou nos seus interesses ou no seu culto! Na igreja ou no chãozinho! Ai daquele que para tanto lhe investir com os filhos, com o marido, que são os seus operários. 2012 / 02 / 01

Reflexão sobre a Maria da Fonte – in Portugal Contemporâneo / Oliveira Martins (continuação) O Governo atacou as superstições, mandando que os mortos se não enterrassem nas igrejas. (…) O Governo queria ainda que a décima rendesse o que devia, mas o povo, que já esquecera o tempo dos dízimos, via no imposto, lançado por uma autoridade para ele estranha, desconhecida, a extorsão, a ladroeira dos homens de Lisboa, o ataque ao seu ídolo adorado: o chão lavrado de milho ou de linho, a carvalheira toucada de pâmpanos, com os acres bagos de uma uva ingrata pendentes em cachos negros. 2012 / 02 / 01

Reflexão sobre a Maria da Fonte – in Portugal Contemporâneo / Oliveira Martins (continuação) E estes homens que tanto exigiam não falavam de Deus, nem de coisa alguma que os lavradores entendessem. Vinham sobraçando pastas cheias de papéis, com fraseados singulares, caras desconhecidas. (…) Estes homens já tinham vindo pedir-lhes o “boto” e eles, coçando a nuca, hesitavam; mas as mulheres, práticas, (…) atendendo a que o caso era sem consequências, tinham levado os campónios arregimentados, com o papelinho entre os dedos, até à Urna. Que lhes importava isso? Coisas dos fidalgos! E voltavam ao seu trabalho. Agora o caso era outro. 2012 / 02 / 01

Reflexão sobre a Maria da Fonte – in Portugal Contemporâneo / Oliveira Martins (continuação) Enterrarem os pobrezinhos dos mortos como cães, num quintal! Levarem o nosso vinho e o nosso milho, colhidos com tanto suor; isso não! E em apoio desta rebeldia vinha o fidalgo, vinha o padre, com sermões e falas doces, incitando-as a resistir a quem lhes queria tanto mal, tão duramente os tratava. O administrador era mais cruel que o capitão-mor, por ser de fora e seco bacharel. O senhor capitão-mor às vezes fazia cada coisa às raparigas! Mas o minhoto, naturalista, não é susceptível nos pecados da carne; fraquezas humanas! 2012 / 02 / 01

Uma revolução diferente … in Suplemento Burlesco de “O Patriota” (jornal setembrista) Agosto de 1847 Morram os Cabrais; Viva a Rainha 2012 / 02 / 01