PARNASIANISMO Profa. Tânia Tripoloni.

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Parnasianismo final do século XIX origem - França
Transcrição da apresentação:

PARNASIANISMO Profa. Tânia Tripoloni

ORIGENS Parnaso, Quadro de Nicholas Poussin Surgido na França, em 1866, com o lançamento de uma antologia de diversos poetas numa publicação denominada Parnaso Contemporâneo - menção direta à montanha da Grécia - onde, segundo a mitologia, moravam as musas e o deus Apolo, patrono da luz e das artes. o Parnasianismo foi uma reação ao sentimentalismo exacerbado e piegas da Escola Romântica.

TRAÇOS FUNDAMENTAIS PERFEIÇÃO FORMAL “ARTE PELA ARTE” OBJETIVISMO IMPASSIBILIDADE PRECIOSISMO VOCABULAR UNIVERSALISMO

Temas Greco-latinos. Temas exóticos – objetos raros. Poeta construtor e escultor. Poesia plástica – visual Palavra= matéria prima Alienação social – afastamento da realidade Arte burguesa. Afastamento das aspirações populares. Recusa de temas vugares Enjamblements ou encadeamentos ( a ideia continua no verso posterior)

PRINCIPAIS POETAS

OLAVO BILAC Olavo Bilac (Rio de Janeiro RJ, 1865-1918) começou os cursos de Medicina, no Rio, e Direito, em São Paulo, mas não chegou a concluir nenhuma das faculdades. Em 1887 iniciou carreira de jornalista literário e, em 1888, teve publicado seu primeiro livro, Poesias. Republicano e nacionalista, escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi o primeiro a ser eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. De 1915 a 1917, fez campanha cívica nacional pelo serviço militar obrigatório e pela instrução primária. Destaca-se em sua obra poética o livro póstumo Tarde (1919). Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.

Características Descritivismo plástico; Erotismo espetacular; Lirismo intimista; Lirismo reflexivo; Metapoesia; Poesia patriótica de feição épica; Entusiasmo revestido de equilíbrio formal.

Língua portuguesa Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clamor, lira singela, Que tens o tom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! Nel mezzo del camin Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. Hoje segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.

ALBERTO DE OLIVEIRA Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu na cidade de Palmital de Saquarema (RJ) a 28 de abril de 1857. Após cursar medicina até o terceiro ano, abandonou o curso e optou pela área de farmacêutica, formando-se em 1883. Alberto de Oliveira, além de professor de Literatura Brasileira, exerceu a função de Diretor Geral de instrução do Rio de Janeiro e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Em 1924 foi eleito, em pleno Modernismo, o "Príncipe dos Poetas Brasileiros" ocupando o lugar deixado por Olavo Bilac. Em 19 de janeiro de 1937, Alberto de Oliveira faleceu na cidade de Niterói (RJ).

CARACTERÍSTICAS Parnasiano ortodoxo Descritivismo e detalhismo Plasticidade Descrições de objetos raros Objetividade Impassiblidade Linguagem rebuscada

Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Vaso Grego Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que o suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas, o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

RAIMUNDO CORREIA Raimundo Correia nasceu a 13 de maio de 1859, abordo do navio São Luiz, ancorado em águas maranhenses. Filho de família de classe elevada, realizou o curso secundário no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em 1882 formou- se Advogado pela Faculdades do Largo São Francisco e, logo depois, retornou ao Rio de Janeiro, onde fez um bem-sucedida carreira judiciária. Faleceu a 13 de setembro de 1911, em Paris, onde foi tratar da saúde. Os temas adotados por Raimundo Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos. Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada por um forte pessimismo, chegando até a ser sombrio. Ao analisar a obra de Raimundo Correia percebe-se que há nela uma evolução. Ele iniciou sua carreira como Romântico, depois adotou o Parnasianismo e, em algumas poemas aproximou-se da escola Simbolista.

CARACTERÍSTICAS Temática do movimento Destaca-se a poesia filosófica, de meditação, marcada pela desilusão, o fim do sonho; Forte pessimismo. Tem fortes influências impressionistas.

Anoitecer Esbraseia o Ocidente na agonia O sol Anoitecer Esbraseia o Ocidente na agonia O sol... Aves em bandos destacados, Por céus de oiro e de púrpura raiados Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... Delineiam-se, além, da serrania Os vértices de chama aureolados, E em tudo, em torno, esbatem derramados Uns tons suaves de melancolia... Um mundo de vapores no ar flutua... Como uma informe nódoa, avulta e cresce A sombra à proporção que a luz recua... A natureza apática esmaece... Pouco a pouco, entre as árvores, a lua Surge trêmula, trêmula... Anoitece. As pombas Vai-se a primeira pomba despertada ... Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada ... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...

VICENTE DE CARVALHO Vicente Augusto de Carvalho , advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista, nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866, e faleceu em São Paulo, SP, em 22 de abril de 1924. Eleito em 1o de maio de 1909 para a Cadeira n. 29, na sucessão de Artur Azevedo, foi recebido na sessão de 7 de maio de 1910, por carta. Poeta lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas de tendência parnasiana. Foi grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. Da sua produção poética ele próprio destacou poemas que são de extrema beleza, como: "Palavras ao mar", "Cantigas praianas", "A ternura do mar", "Fugindo ao cativeiro", "Rosa, rosa de amor", "Velho tema", "O pequenino morto".

CARACTERÍSTICAS Revela-se um parnasiano não muito escravo das limitações da escola. Essa postura independente livra-o das tendências para a arqueologia e curiosidades históricas, e lhe confere um sentimento vivo da natureza e um senso amoroso que faz lembrar o exemplo tradicional português. Apresenta aspectos pré-simbolistas.

Velho Tema II Eu cantarei de amor tão fortemente Com tal celeuma e com tamanhos brados Que afinal teus ouvidos, dominados, Hão de à força escutar quanto eu sustente. Quero que meu amor se te apresente - Não andrajoso e mendigando agrados, Mas tal como é: risonho e sem cuidados, Muito de altivo, um tanto de insolente. Nem ele mais a desejar se atreve Do que merece: eu te amo, o meu desejo Apenas cobra um bem que se me deve. Clamo, e não gemo; avanço, e não rastejo; E vou de olhos enxutos e alma leve À galharda conquista do teu beijo. Velho Tema III Belas, airosas, pálidas, altivas, Como tu mesma, outras mulheres vejo: São rainhas, e segue-as num cortejo Extensa multidão de almas cativas. Tem a alvura do mármore; lascivas Formas; os lábios feitos para o beijo; E indiferente e desdenhoso as vejo Belas, airosas, pálidas, altivas... Por quê? Porque lhes falta a todas elas, Mesmo às que são mais puras e mais belas, Um detalhe sutil, um quase nada: Falta-lhes a paixão que em mim te exalta, E entre os encantos de que brilham, falta O vago encanto da mulher armada.

Intertextualidade SONETO DO AMOR TOTAL Vinícuis de Moraes Amo-te tanto, meu amor...não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Nunca, sempre diversa realidade. Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente. E de amar assim muito amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. Eu Cantarei de Amor Tão Docemente Luís Vaz de Camões Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente. Farei que amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia e pena ausente. Também, Senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte. Porém, pera cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa Aqui falta saber, engenho e arte.

A ARTE DA SUGESTÃO SIMBOLISMO

Origem– EUA - 1845 – “O Corvo” – Edgar Allan Poe França - 1857 – “As flores do mal” – Charles Baudelaire

“O Simbolismo foi um antídoto para o Naturalismo do século XIX, assim como o Romantismo fora "um antídoto ao Neoclassicismo dos séculos XVII e XVIII: o Simbolismo corresponde ao Romantismo e é, de fato, fruto dele.”

“Decadentismo e Simbolismo - rejeitam o objetivismo da poesia parnasiana e o seu encerramento num horizonte imanentista em favor do subjetivismo idealista e da abertura ao misterioso e ao transcendente; (...)”

INÍCIO: Em Portugal: 1890 - “Oaristos” – Eugênio de Castro No Brasil: 1893 – “Missal” e “Broquéis” – Cruz e Souza

TRAÇOS FUNDAMENTAIS Mergulho no “eu”profundo; Subjetivismo anímico ( psique = alma); Valorização do inconsciente; Fuga do real - busca da transcendência; Tom vago, impreciso, nebuloso Narcotismo; Aspecto onírico Poesia hermética – ilógica – obscura. Sinestesias Musicalidade – aliterações – assonâncias – ecos – onomatopéias Uso de reticências e maiúsculas alegorizantes.

Aproxima-se do Parnasianismo: Na forma, no uso do soneto e no distanciamento da vida Traços pré-Modernos: Ruptura com o descritivo-linear Automatismo verbal Linguagem do mundo interior Monólogo interior, captação do fluxo da consciência;

Poetas Brasileiros Cruz e Sousa (1861 -1898) “O Cisne Negro” Está entre o seis maiores simbolistas do mundo. Linguagem elaborada; Rigor formal; Tensão: EU X MUNDO Se definia como o “grande triste”; Obsessão pela cor branca; Transcendentalismo; Forte sensualismo e erotismo Prosa poética.

Antífona Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ... Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. Do Sonho as mais azuis diafaneidades Que fuljam, que na Estrofe se levantem E as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem. .......................

Alphonsus de Guimaraens (1890 – 1921) Religiosidade - tema: amor e morte Musa: Constança, a amada morta Neoplatonismo Ausência total de erotismo (universalismo) Preferência pelo cinza – medievalismo cristão.

Catedral .......................... O céu e todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem acoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" Hão de chorar por ela os cinamomos... Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão — "Ai! nada somos, Pois ela se morreu silente e fria.. . " E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. ....................

Poetas portugueses Eugênio de Castro (1869 – 1944) Simbolista radical Importância: “Oaristos” (poesias) e “Belkiss – a rainha de Sabat” (teatro)

Um Sonho Na messe , que enlourece, estremece a quermesse Um Sonho Na messe , que enlourece, estremece a quermesse... O sol, celestial girasol, esmorece... E as cantilenas de serenos sons amenos Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos... As estrelas em seus halos Brilham com brilhos sinistros... Cornamusas e crotalos, Cítolas,cítaras,sistros, Soam suaves, sonolentos, Sonolentos e suaves, Em Suaves, Suaves, lentos lamentos De acentos Graves Suaves... ........................

Camilo Pessanha (1867 – 1926) convencionalismo lírico da desesperança, da dor e da desilusão Obra: “Clepsidra” (1920)

Antônio Nobre (1867 – 1900) Neorromântico Registro coloquial Obra importante: “Só” (1892)

FIM!