Marcel Gromaire, A Guerra.

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Transcrição da apresentação:

Marcel Gromaire, A Guerra. A partida de soldados portugueses para a guerra.

1914-1918

1914-1918 No início de agosto de 1914, as potências europeias desencadearam um conflito militar que ficou conhecido, entre os contemporâneos, como a “Grande Guerra”. Pelos meios envolvidos, foi qualificada de “Guerra total”. As suas consequências prolongaram-se para além do fim do conflito.

1914-1918 Soldados franceses na I Guerra Mundial. Soldados com máscaras antigás. Pela dimensão dos efeitos materiais e humanos devastadores, muitos pensaram que o mundo não viveria mais nenhum conflito bélico. Vista aérea de um ataque com gás.

A situação da Europa Os antecedentes da guerra de 1914-1918 As grandes potências europeias: Inglaterra; França; Império Alemão; Itália; Império Russo; Império Austro- -Húngaro; Império Otomano Choque de interesses económicos entre as grandes potências Domínio do comércio mundial Supremacia industrial Domínio do acesso a matérias-primas Expansão colonial em África e posse de colónias Rivalidades políticas e coloniais Não só entre as potências europeias, mas relativamente a outras potências emergentes: EUA e Japão Luta pela supremacia política na Europa e no Mundo Formação de alianças militares Vários conflitos regionais evidenciam as rivalidades e preparam o clima de guerra generalizada 1882 Tríplice Aliança Império Austro-Húngaro Império Alemão Itália 1907 Tríplice Entente França Inglaterra Império Russo Conflito de Fachoda; Guerra dos Boers Rivalidades em Marrocos Instabilidade nos Balcãs Cobiça pelos territórios africanos… Generalização de um clima de “paz armada” Corrida aos armamentos

Apesar do ambiente de tensão… Se a ideia de uma guerra mundial antes de 1914 era remota… No verão de 1914 tornou-se realidade! O acontecimento que fez deflagrar a guerra: O assassinato, em Sarajevo, do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, por um estudante sérvio a 28 de junho de 1914 Na zona mais sensível das tensões e rivalidades: a Península Balcânica O acontecimento despoletou o sistema de alianças e a declaração de guerra generalizada entre as alianças rivais

Qual o acontecimento que contribuiu de forma mais direta para desencadear o conflito? O assassinato: Francisco Fernando, arquiduque e herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, foi assassinado, por um sérvio, em Sarajevo, durante a visita ao território da Bósnia-Herzegovina, que tinha sido anexada, em 1908, pela Áustria.

O desencadear das hostilidades Tríplice Aliança (Impérios centrais) 28 de julho - a Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia 1 de agosto - a Alemanha declara guerra à Rússia; a Alemanha assina um tratado secreto com o Império Otomano 3 de agosto - a Alemanha declara guerra à França e à Bélgica; a Alemanha invade a Rússia 6 de agosto - a Áustria-Hungria declara guerra à Rússia 27 de agosto - a Áustria-Hungria declara guerra ao Japão Tríplice Entente (Aliados) 29 de julho - a Rússia decide a mobilização geral; a Alemanha invade a Rússia 4 de agosto - a Grã-Bretanha e a França declaram guerra à Alemanha; a Alemanha invade a Bélgica 6 de agosto - a Sérvia declara guerra à Alemanha 11 de agosto - a França declara guerra à Áustria-Hungria 12 de agosto – a Grã-Bretanha declara guerra à Áustria-Hungria 1 de novembro - a Rússia declara guerra ao Império Otomano 5 de novembro - a França e a Inglaterra declaram guerra ao Império Otomano

EXÉRCITO DE TERRA E DE MAR ORDEM DE MOBILIZAÇÃO GERAL A guerra envolveu forças militares de países de todos os continentes. Os combates ocorreram na Europa, em África, na Ásia e nos respetivos domínios coloniais. ORDEM DE MOBILIZAÇÃO GERAL Abrangeram forças terrestres, aéreas e marítimas. Foram usadas novas armas e mais mortíferas, quer pela capacidade de disparo, quer pelo uso de gases e produtos químicos. A guerra submarina ocorreu sobretudo no Atlântico.

O desencadear das hostilidades A Europa era um “barril de pólvora” cujo rastilho foi aceso em Sarajevo. O jogo das alianças arrastou as potências para uma guerra mundial. Esperava-se que a guerra terminasse antes do Natal de 1914… Como tal não aconteceu, na frente ocidental de combate, as tropas inimigas fizeram tréguas (não autorizadas pelas chefias) para comemorar o Natal em 25 de dezembro de 1914… Militares britânicos e alemães reunidos na terra de ninguém durante as tréguas de Natal de 1914.

A guerra prolongou-se por quatro longos anos… Tropas da 55.ª divisão britânica cegos pelos gases lançados pelos alemães. 10 de abril de 1918.

A participação de Portugal na Guerra de 1914-1918 A posição oficial de Portugal em agosto de 1914 não era nem de neutralidade nem de beligerância. Esta situação manteve-se até 9 de março de 1916, dia a seguir ao apresamento dos navios alemães nos portos portugueses. A Alemanha declarou guerra a Portugal.

Motivos da participação portuguesa na Primeira Grande Guerra Portugal não pôde manter a neutralidade tendo em conta a tradicional aliança inglesa. As colónias teriam de ser defendidas contra as ambições das potências beligerantes. A Primeira República, recém instaurada (1910), procurava afirmar-se nacional e internacionalmente. Era necessário garantir a defesa da fronteira terrestre. Era necessário assegurar a defesa da fronteira marítima. Distintivo do Corpo Expedicionário Português (CEP)

Participação portuguesa em África e na Europa Arquipélagos atlânticos Angola e Moçambique eram territórios coloniais portugueses que tinham fronteiras com colónias alemãs. O governo português organizou expedições militares, desde o início do conflito, para assegurar a defesa; essas expedições partiram de Lisboa a 11 de Setembro. Depois da declaração oficial de guerra, em 1916, iniciou-se a preparação de uma divisão que deveria juntar-se às forças britânicas. Esta força foi denominada Corpo Expedicionário Português (CEP). Arquipélago da Madeira Arquipélago dos Açores Ataques de submarinos alemães entre 1916 e 1918, com incidência, respetivamente, nas cidades do Funchal e de Ponta Delgada. Angola, 1.ª força enviada comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas. Moçambique 1.ª força enviada pelo tenente- -coronel Massano de Amorim. O CEP chegou a França em 2 de fevereiro de 1917. As tropas ocuparam a zona de Neuve-Chapelle à Saint-Venant. (na Flandres). Falharam as rendições de efetivos e de mobilizados, regressados a Portugal para tratamento ou de licença. Apesar dos contínuos apelos dos comandos militares do CEP, as tropas estavam exaustas e desgastadas. O CEP participou no dia 9 de abril de 1918, na Batalha de La Lys, enfrentando uma grande ofensiva alemã. O CEP e os outros exércitos aliados envolvidos sofreram numerosas perdas de soldados. Registaram-se diversos confrontos. Registaram-se diversos confrontos.

Soldados portugueses nas trincheiras, durante a Batalha de La Lys. Participação portuguesa na Primeira Grande Guerra em África e na Europa Alguns pioneiros da aviação portuguesa serviram nas forças francesas. Um Corpo de Artilharia Pesada Independente (CAPI) apoiou forças francesas em diversas situações, durante alguns meses do ano de 1918. Portugal mobilizou mais de 100 000 homens: mais de 18 000 para Angola; cerca de 30 000 para Moçambique; mais de 56 000 para França. Os efetivos portugueses participaram na Batalha de La Lys, na Flandres, no dia 9 de abril de 1918. Portugal perdeu 7760 homens; mais de 16 000 feridos; mais de 13 000 prisioneiros e desaparecidos. Soldados portugueses nas trincheiras, durante a Batalha de La Lys.

Participação portuguesa na Primeira Grande Guerra, em África e na Europa IMPACTO DA GUERRA a situação interna da República Portuguesa Instabilidade política o problema das subsistências Aumento das despesas e do endividamento Oposição à participação na Guerra Racionamentos Inflação galopante Enfraquecimento e descrédito do regime da I República Distúrbios sociais Golpe de Estado do Major Sidónio Pais – instauração de um regime autoritário: A República Nova Conspirações Perdas humanas elevadíssimas face ao tempo de participação e aos recursos do país Manteve-se a participação na Guerra, mas o apoio às tropas era pouco eficaz Não houve compensações ou indemnizações significativas pelo esforço de guerra Assegurou-se a manutenção dos domínios coloniais Portugal participou nas conferências de Paz

Prisioneiros portugueses após a Batalha de La Lys, 9 de abril de 1918

Memória da participação portuguesa Monumento aos soldados mortos na Grande Guerra, Porto.

Memória da participação portuguesa Monumento aos soldados mortos na Grande Guerra, Avenida Sá da Bandeira, Coimbra.

Memória da participação portuguesa É constituído pela figura da Fama, em pedra, que surge a coroar o Soldado. Monumento aos Mortos da Grande Guerra. Avenida da Liberdade, Lisboa, 1923, da autoria de Maximiliano Alves e Rebelo de Andrade.

Memória da participação portuguesa Pormenor De cada um dos lados do pedestal, uma figura masculina curvada esforça-se para manter erguida a Pátria. O conjunto homenageia os combatentes portugueses na I Guerra Mundial, em honra e memória dos soldados que pereceram nesse conflito. Na base consta a legenda: "Ao serviço da Pátria, o esforço da Grei". Monumento aos Mortos da Grande Guerra. Avenida da Liberdade, Lisboa, 1923, da autoria de Maximiliano Alves e Rebelo de Andrade.

Memória da participação portuguesa Monumento em homenagem aos combatentes portugueses mortos na França, em La Couture*. * La Couture é uma comuna francesa no departamento de Pas-de-Calais.

Memória da participação portuguesa Cemitério militar português de Richebourg, departamento francês de Pas-de-Calais. Aí estão sepultados 1831 combatentes portugueses na Primeira Guerra Mundial.

Memória da participação portuguesa Cemitério militar português de Richebourg, vista geral.

Memória da participação portuguesa Em todos os países beligerantes, as mulheres foram chamadas a participar nas mais diversas funções, assumindo um papel de maior destaque social, económico e político.

Memória da participação portuguesa Participação do contingente português no desfile da vitória em 14 de julho de 1919, em Paris.

Balanço da participação do CEP Embarcaram em janeiro de 1917: 1551 oficiais 38 034 sargentos e praças 11 721 cavalos e muares 1789 viaturas hipomóveis 395 viaturas automóveis Elevado número de mortos e inválidos. Os prisioneiros de guerra tiveram dificuldades em regressar e em integrarem-se. Os combatentes regressaram com problemas psicológicos. Os soldados eram portadores de doenças adquiridas no conflito, com destaque para a tuberculose, a sarna, as doenças venéreas, a gangrena gasosa, entre outras.

Balanço das perdas humanas em geral Vítimas militares: Rússia: 18 100 000 mobilizados, 1 800 000 mortos, 4 950 000 feridos Alemanha: 13 200 000 mobilizados, 2 033 700 mortos, 4 216 058 feridos França: 7 891 000 mobilizados, 1 375 800 mortos, 4 266 000 feridos Áustria-Hungria: 9 000 000 mobilizados, 1 100 000 mortos, 3 620 000 feridos

Balanço das perdas humanas em geral Vítimas militares: Reino Unido, Império Britânico e seus domínios: 8 904 467 mobilizados, 908 371 mortos, 2 090 212 feridos Itália: 5 615 000 mobilizados, 578 000 mortos, 947 000 feridos Império Otomano: 2 998 000 mobilizados, 804 000 mortos, 400 000 feridos Estados Unidos: 4 273 000 mobilizados, 114 000 mortos, 120 000 feridos Total: 73 799 467 mobilizados, 9 405 315 mortos e desaparecidos, 21 219 152 feridos e 7 613 945 prisioneiros de guerra.

O armistício 1918 O fim da Guerra teve lugar aquando da assinatura do armistício em 1918. Os jornais, na época, dão conta do cessar fogo e do fim da guerra.

Marcel Gromaire, A Guerra. A partida de soldados portugueses para a guerra.