4. Flutuações Económicas

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4. Flutuações Económicas Modelos explicativos das flutuações económicas de curto prazo e dos efeitos das políticas monetárias e fiscal. Questões de política económica.

Introdução A actividade económica flutua de ano para ano. O PIB real cresceu em Portugal em média acima dos 4% por ano na segunda metade do séc. XX Contudo, em certos anos, este crescimento normal não ocorreu A estas flutuações chamam-se ciclos económicos. Os ciclos apresentam 3 características importantes: São irregulares e imprevisíveis A maioria das grandezas macroeconómicas flutuar em conjunto Correlação negativa entre output e desemprego (“lei de Okun”)

Ciclos económicos O Produto Natural (ou Potencial ou de Pleno Emprego ou de longo prazo) é o nível do PIB real que ocorre quando Dado o estado da tecnologia e Dadas as quantidades disponíveis dos factores Todos os factores estão a ser utilizados ao seu nível de equilíbrio. Em particular não existe desemprego (involuntário) O Produto Real flutua em torno do seu nível natural (ciclos económicos)

O modelo Objectivo: Explicar as flutuações de P e Y Flutuações explicadas por Choques no Consumo, Investimento Exportações + Comportamento dos preços (e salários): Rígidos no curto prazo Flexíveis – respondendo a S&D – no longo prazo Curto prazo Preços rígidos => K&L não estão plenamente usados Amostra 50 produtos (Euro área): Preços mudam raramente: em média cada preço está fixado 4 – 5 trimestres Dados empresas: A empresa mediana na área do euro muda os preços 1 vez por ano A moeda não é neutral

Aplica-se a dicotomia clássica (neutralidade da moeda) Longo prazo Quantidades fixas de capital e trabalho Tecnologia fixa Pleno Emprego Factores Produto real fixo ao seu nível natural Aplica-se a dicotomia clássica (neutralidade da moeda) (Horizonte de vários anos) “Muito” longo prazo (Cap. 2) Crescimento económico Horizonte no qual K, L, tecnologia podem mudar (Várias décadas)

Porque é que os preços são rígidos no curto prazo? Mark-up pricing: Os preços são estabelecidos como uma margem activa dos custos marginais Preço = (1 + m) × Custo Marginal Se os custos não se alteram, preços não se alterarão. Contratos: Explícitos: garantem oferta a um preço preestabelecido Implícitos: as empresas desejam estabelecer relações estáveis e de longo prazo com os clientes e variações frequentes e desligadas de variações de custo podem por em causa essas relações. Contratos salariais Custos de menu: Custos directos de imprimir e distribuir listas de preços Custos indirectos de obter a informação relevante para proceder a alterações.

Neutralidade e não-neutralidade da Moeda Preços flexíveis Preços rígidos 1/P Ms 1/P Ms Md Md € M/P não se alterou; logo Procura de B&S não se alterou Produção não se alterou Emprego não se alterou M/P aumentou; logo Procura de B&S aumenta Produção (Emprego) aumenta A moeda não é neutral

Procura Agregada: Quanto é que os agentes desejam consumir, investir e exportar para cada nível de P?

Oferta Agregada Oferta Agregada (AS): relação entre o nível de preços e produção Como as empresas ajustam os preços com lentidão devemos distinguir entre Oferta de curto prazo Oferta de longo prazo A oferta de curto prazo representa a resposta da produção a variações da despesa agregada quando os preços são fixos (horizonte 3 a 5 trimestres); A oferta de longo prazo representa a resposta da produção a variações da despesa agregada quando os preços são perfeitamente flexíveis.

A ideia de que P é rígido no CP representa-se por: Nível de Preços Curva Oferta CP- SRAS P Produto real P é o nível de preços “fixado”

O que acontece quando custos produção aumentam? SRAS (novo custo) P0 SRAS (custo inicial) Y O nível de preços reage mais depressa a alterações de custos do que a alterações da procura

A ideia de que no Longo prazo Y é independente de P representa-se por: L=Leq K=Keq Y= F(Keq, Leq)=Yeq PRODUTO NATURAL ou de pleno emprego P Curva de Oferta de LP-LRAS Y Y de equilíbrio ou de pleno emprego

Ajustamento: Os preços dos bens e factores são flexíveis Preços ajustam-se para garantir que factores estão no pleno emprego ou, mais realisticamente que o desemprego (U) está ao seu nível natural (U). U > Ueq => Salário real ↓ (Ld ↑ => U↓) U < Ueq => Salário real ↑ (Ld↓ => U↑)

Variações do Produto Natural Choques no factor trabalho (n.º & horas) Stock de trabalhadores Taxa natural de desemprego (taxas “separação & “enlace”) Choques no factor capital (física ou humano) Choques provenientes do stock de recursos Petróleo Progresso tecnológico P LRAS2 LRAS 1 ? Y Qualquer alteração no output natural desloca LRAS ! (Quantidade e qualidade dos factores produtivos e tecnologias de produção)

Em suma: Curto prazo v.s. longo prazo Dicotomia clássica; a moeda é neutral: Variações da quantidade de moeda não afectam o produto real Repercutem-se 1 para 1 nos preços Pressupõe flexibilidade de todos os preços (incluindo salários) e ausência de ilusão monetária para que os mercados se equilibrem. Curto Prazo A moeda não é neutral: Variações na quantidade de moeda afectam o produto real Têm um impacto lento no nível de preços Um modelo que capta estes factos resulta de assumir que os preços (e salários) são rígidos no curto prazo P LRAS P SRAS P Y Y Yeq

Equilíbrio de Longo Prazo: output e nível de preços

Do Curto Prazo para o Longo Prazo: choques de procura Redução da procura agregada Pessimismo (animal spirits) Quebra procura externa Política Económica: ↓M, ↓G, ↑T P Em B o Produto está abaixo do potencial Desemprego superior ao pleno emprego U > Ueq LRAS SRAS B A AD Y Y Yeq Recessão

No novo equilíbrio LP o output está de volta ao nível natural. U > U eq.  Salários e custos ↓ com o decorrer do tempo P ↓ Procura aumenta Output começa a expandir No novo equilíbrio LP o output está de volta ao nível natural. P LRAS B SRAS P B1 B2 P C AD Y Y Yeq

Expansão da procura agregada ↑ M ↑ G, ↓ T ↑ NX

Choque de Oferta Choque “adverso”: ESTAGFLAÇÃO

Opções de política económica (1) Neutralidade: A>>>B Recessão mais ou menos prolongada Acomodação Se ↑ M a economia move-se de A → C Sem redução de output Custo: nível de P permanentemente mais alto

Opções de política económica (2) Dois Bancos centrais: BC A apenas se preocupa com a estabilidade dos preços BC B apenas se preocupa com manter o produto ao nível natural Como reagem a Aumento da procura de moeda? Aumento do preço do petróleo? P BC B BC B P* P AD AD Y Y* Y*