Oswald de Andrade – 1890 / 1954 Pau-Brasil

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A Semana da Arte Moderna
Advertisements

O romantismo I – Contexto Histórico.
A Educação no Brasil Colônia
*Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
como viviam os indios em
Os primeiros jesuítas desembarcam
SEMANA DE ARTE MODERNA.
O Surgimento da Filosofia
Oswald de Andrade.
GERAÇÃO DE 22 ( ) Profa. Mara Magaña.
Fases do modernismo Primeira fase - fase heroica- de 1922 a 1930
MODERNISMO – 1ª Fase ( ) Literatura Brasileira - Profª Graziani França.
Literatura Informativa
História da Educação no Brasil
BEM-VINDO À DISCIPLINA
1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO
Religião grega Zeus.
história do brasil - colônia
IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL NO SÉCULO XIX
CELEBRAR Equipe do Serviço Social do
Luiza Monteiro.
Oswald de Andrade •É o grande animador do grupo modernista.
Cultura Brasileira PROF. JOHNCY DE PÁDUA.
QUINHENTISMO -Portugal está em plena Expansão Marítima;
A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR HISTÓRIA (apresentação power point)
Literatura de informação no Brasil.
Quinhentismo no Brasil (1500 – 1601)
Professsora: Aíla Rodrigues
A Semana da Arte Moderna
Profª. Karen Neves Olivan
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
Estudo do paradidático – 2ª etapa
Semana de Arte Moderna Objetivo: Combater a arte tradicional.
A geração dos Anos Dourados
LITERATURA DE INFORMAÇÃO Profº Christiano
 EXPANSÃO ULTRAMARINA  CRÔNICAS DE VIAGEM  PERTENCEM AO ÂMBITO DA HISTÓRIA  DATADA EM 1º DE MAIO DE 1500  PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
O que foi O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final.
Modernismo.
Conceitos – Implicações
Pose para a capa do álbum-manifesto Tropicália ou Panis et Circensis
ABAPORU (1928) Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil.
Profª. Taís Linassi Ruwer
Quinhentismo Séc. XVI.
Revisão – professora Margarete
HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL PROF. JOHNCY DE PÁDUA.
André Volpato Giselle Fylyk Mateus Netzel Willian Funke
1ª fase (1922 – 1930): Geração de 22 – destruidora &Heroica
A origem das línguas indígenas
Sentimento do mundo.
Filosofia da Arte.
A SEMANA DE ARTE MODERNA
“Criação de Produções Multimédia com POWERPOINT”
ROMANTISMO EM PORTUGAL / ALMEIDA GARRETT
Os Pré-Socráticos Prof. Dr. William B. Gomes Aula 2 Atualizado em 15/03/2006.
COESÃO E COERÊNCIA Coesão textual: ligação entre partes de um texto, obtida a partir do uso de operadores lingüísticos específicos. Mecanismo de coesão:
Oswald de Andrade e o Concretismo
MODERNISMO B R A S I L PRIMEIRA GERAÇÃO.
Língua Portuguesa MODERNISMO Características
A Prosa Romântica Brasileira
Grécia Antiga Mitologia.
Movimento Antropofágico
Movimento Antropofágico Alunos: Bruno Trentini Tiago Belletti Filipe Belletti Alessandro Crupsacky Turma T61.
CULTURA.
POR UM BRASIL MODERNO! ENTRE A TRADIÇÃO E A VANGUARDA.
Fases da Cultura Brasileira Quando e como surgiu uma arte nacional? Em qual região surgiu a arte brasileira?
Nascimento da Cultura Brasileira
Apresentação Objetivo Produzir o espetáculo infantil______________ do autor_______________. E promover oficinas de jogos teatrais, e breve historia da.
Semana da Arte Moderna  1900 a 1920 caldeirão cultural (Realismo-Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Vanguardas)  Vanguardas: Ruptura.
Modernismo no Brasil 3ª Fase – Cultura Nacional Como se desenvolveu? Quais as suas origens?
Transcrição da apresentação:

Oswald de Andrade – 1890 / 1954 Pau-Brasil “Memórias Sentimentais de João Miramar” e “Serafim Ponte Grande” (Romances-Invenção) O Rei da Vela (teatro) Falar sobre a vida de Oswald de Andrade (contar sobre os mitos que se criou em torno de sua personalidade, de seu tempo até hoje: contar o caso do Janderson) Falar sobre os seus casamentos (teve no mínimo 8 relacionamentos sérios – falar sobre Pagu e Tarsila do Amaral) Falar sobre a obra (poética / de ficção / teatro / ensaio/ jornalismo) – obra de estilo irregular

Manifestos: Da Poesia Pau-Brasil (1924) Antropófago (1928) A época era de manifestos. Oswald tece contato, na Europa, por exemplo, com o Manifesto Futurista, de Marinetti. Era uma época de contestação, de avanços, de transformações - o

Oswald de Andrade

Canibalismo ou Antropofagia?

Qual é a diferença entre o canibal e o antropófago?

“Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente”. Oswald de Andrade, 1928. Primeira frase do manifesto. Metáfora que traduz, de cara, o pensamento Oswaldiano.

Transformações sociais: Pós-guerra Vanguardas européias Industrialização Brasil e sua industrialização (incipiente) Falar sobre as vanguardas européias e seus manifestos

O Cosmopolitismo oswaldiano: Influências de suas viagens e do contato com artistas e manifestos, na Europa A recepção de todas essas transformações mundiais e Oswald como agente para veicular estas informações no Brasil Os poetas são as antenas da raça – Ezra Pound

Antropofagia: O combate ao parnasianismo (na estética) e o combate às instituições (na política e na cultura). Uso do humor: “A alegria é a prova dos nove”.

Antropofagia: Criação de uma poética de transformação: a) teoria da cultura brasileira b) teoria estética Oswald procura entender a realidade do Brasil e a concepção da arte

Novo modo de percepção de nossa realidade Reelaboração dos materiais encontrados na cultura Desapego às formas tradicionais de arte Postura crítica diante de fórmulas (o que não impediria seu aproveitamento por meio da sátira) Aproveitamento da paisagem, dos elementos de nossa culinária, da luz, das etnias, do falar cotidiano Crítica ferrenha ao modelo europeu de composição artística

Antropofagia Oposição entre o arcabouço intelectual de origem européia e o amálgama de culturas primitivas, como a do índio e a do escravo negro.

Antropofagia: Junção do primitivo / tecnizado Metáfora da devoração Exercício de tolerância Exercício crítico e auto-analítico O Brasil nativo + a Europa e sua tradição, seu desenvolvimento

Antropofagia: Crença numa espécie de mobilidade permanente, que aqueceria a cultura. Crítica das instituições. Essa mobilidade se caracterizaria pela devoração constante de novas práticas, de novas técnicas, de novos elementos, de novas informações, o que nos colocaria distantes de qualquer apego à tradição, porque não há uma tradição à qual tenhamos de nos manter fiéis

“O pater familias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas + fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa”. - Crítica aos dogmas, à moral patriarcalista, à qual ele opõe uma sociedade utópica, matriarcal e livre, onde o ócio impera e o corpo está á mercê de nossos desejos e de nosso prazer

Estética da paródia / colagem Descontextualização criativa. “Tupi or not tupi, that is the question”.

Escapulário No Pão de Açúcar De cada dia Dai-nos Senhor A poesia

As meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha

O capoeira Qué apanhá sordado? O Quê? Qué apanhá? Pernas e cabeças na calçada

Aceitação crítica de nossos mitos: “O instinto Caraíba”. Por baixo da capa católica estão os mitos tupis

Devoração crítica das instituições e da cultura alienígena: “Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama”. “Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do Antropófago”. “Contra todos os importadores de consciência enlatada”.

O corpo como um lugar redentor e de prazer “O espírito recusa-se a conceber o espírito sem corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões do meridiano. E as inquisições exteriores”.

Desmistificação de nossa realidade: “Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias no matriarcado de Pindorama”. “Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade”.

A descoberta: “Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz”. “Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema”.

Um diagnóstico: “Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil”.

Aproveitamento crítico de nossa religiosidade / crítica da religiosidade imposta: “Contra todas as catequeses”. “Nunca fomos catequizados. Fizemos foi carnaval”.

A verdade: “Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: - É mentira muitas vezes repetida”.

Aproximação entre elementos distantes / díspares: “Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas”.

Resultados posteriores: Poesia concreta Tropicalismo Cinema novo Poesia marginal dos anos 70 Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda

Gilberto Gil / Caetano Veloso: assimilação da antropofagia