Cláudia Vieira Garrido Com Som Fazia frio naquela manhã de inverno. Nas folhas ao vento, na expressão fechada das pessoas apressadas pela rua, o minuano.

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Transcrição da apresentação:

Cláudia Vieira Garrido Com Som

Fazia frio naquela manhã de inverno. Nas folhas ao vento, na expressão fechada das pessoas apressadas pela rua, o minuano fazia questão de impor sua presença. Dia de inverno também no coração de Maria. Fazia frio naquela manhã de inverno. Nas folhas ao vento, na expressão fechada das pessoas apressadas pela rua, o minuano fazia questão de impor sua presença. Dia de inverno também no coração de Maria. Ironicamente, também Maria. Só que sua escolha era o não, e não o sim da outra Maria.

Castigada pela vida e pela amargura, mais parecia uma daquelas folhas secas, quebradas e sem vida que se espalhavam pelas calçadas. O embrulho que carregava envolto em trapos – ironicamente também em trapos – era seu. Castigada pela vida e pela amargura, mais parecia uma daquelas folhas secas, quebradas e sem vida que se espalhavam pelas calçadas. O embrulho que carregava envolto em trapos – ironicamente também em trapos – era seu.

E seu não a fazia sentir que o caminho era interminável. Intermináveis foram também aqueles últimos nove meses, quando Maria amargou o peso da rejeição, o desassossego e angústia infinita que, junto com a fome e a solidão, encheram seu coração de desconforto, enquanto seu “único velho vestido cada dia mais curto” gritava. E seu não a fazia sentir que o caminho era interminável. Intermináveis foram também aqueles últimos nove meses, quando Maria amargou o peso da rejeição, o desassossego e angústia infinita que, junto com a fome e a solidão, encheram seu coração de desconforto, enquanto seu “único velho vestido cada dia mais curto” gritava.

Os passos trôpegos, o olhar... Ah, o olhar de Maria! Parecia implorar amparo, direção, mão amiga. Mas, que nada! E assim havia sido a vida toda. Os passos trôpegos, o olhar... Ah, o olhar de Maria! Parecia implorar amparo, direção, mão amiga. Mas, que nada! E assim havia sido a vida toda. Vítima das calçadas, dos becos escuros, das noites sem teto, do desamparo, da falta de oportunidades, Maria levava seu rebento ainda sem nome, rumo ao desconhecido. Vítima das calçadas, dos becos escuros, das noites sem teto, do desamparo, da falta de oportunidades, Maria levava seu rebento ainda sem nome, rumo ao desconhecido.

O que poderia ofertar-lhe já lhe era muito conhecido e penoso. Então escolheu o não, diferente da outra Maria... O que poderia ofertar-lhe já lhe era muito conhecido e penoso. Então escolheu o não, diferente da outra Maria... Quem sabe em outros braços a vida poderia sorrir e ser tão diferente do que era? Quem sabe em outros braços a vida poderia sorrir e ser tão diferente do que era?

Pensando nisso, os olhos de Maria, que já não tinham mais lágrimas, brilharam pela primeira vez na vida. Pensando nisso, os olhos de Maria, que já não tinham mais lágrimas, brilharam pela primeira vez na vida. Soubesse escrever, deixaria junto um bilhete. Tivesse coragem, talvez explicasse tudo... Se não tivesse fome, talvez tudo fosse diferente. Soubesse escrever, deixaria junto um bilhete. Tivesse coragem, talvez explicasse tudo... Se não tivesse fome, talvez tudo fosse diferente.

Imagem: Google Música: Serenade Layer (Schubert)