Pavimento Intertravado MSc. Cláudio Oliveira Silva
Execução NBR 15953
Pavimento Intertravado - Execução – NBR 15953 Escopo Se aplica à pavimentação intertravada com peças de concreto sujeita ao tráfego de pedestres, de veículos dotados de pneumáticos e áreas de armazenamento de produtos. Estabelece os requisitos para a execução do pavimento e não trata de requisitos de projeto e construção das camadas de base de pavimentos intertravados.
Termos e Definições Pavimento Intertravado Pavimento flexível cuja estrutura é composta por uma camada de base (ou base e subbase), seguida por camada de revestimento constituída de peças de concreto sobrepostas em uma camada de assentamento e cujas juntas entre as peças são preenchidas por material de rejuntamento e o intertravamento do sistema é proporcionado pela contenção
Distribuição de carga Peças de concreto Areia Base Subleito
Termos e definições Peça de concreto componente pré-moldado de concreto utilizado como material de revestimento em pavimento intertravado Intertravamento: capacidade das peças resistirem a movimentos de deslocamento individual, seja vertical, horizontal, de rotação ou de giração em relação às peças vizinhas.
Transferência de esforços Cada peça de concreto transfere os esforços verticais, horizontais e de torção às peças vizinhas, proporcionando uma camada de rolamento homogênea e flexível.
Atribuições de responsabilidades Projeto – requisitos mínimos Dimensionamento (capacidade estrutural) Avaliação e premissas Condições e características do leito Utilização e interferências Carga Tipo (móvel ou estática) Magnitude ou quantidade, frequência e configuração Estrutura de fundação Espessuras, declividade, grau de compactação, materiais Especificação (desempenho) Especificação dos materiais Padrão de assentamento Contenções Sistema de Drenagem Projeto Arquitetônico (Estética) Detalhamento de paginação Formato e coloração da peça Bordas e acabamentos
Tipos de assentamento Espinha-de-peixe 45o Reto
Tipos de assentamento Uma vez assentadas todos os blocos que caibam inteiros na área a pavimentar, é necessário fazer ajustes e acabamentos nos espaços que ficaram vazios junto ao confinamento externo e interno. Não se deve usar pedaços de blocos com menos de ¼ do seu tamanho original; nessas situações o acabamento deve ser feito com argamassa seca (uma parte de cimento para 4 de areia), cuidando-se de proteger os blocos vizinhos com papel grosso e fazendo-se, com uma colher de pedreiro, as juntas que existiriam caso se usasse blocos de concreto, inclusive aquela junto ao confinamento. Existem duas maneiras de se fazer os arremates com blocos de concreto.
Atribuições de responsabilidades Execução Atendimento ao projeto Recebimento e aceitação das peças de concreto Utilização de mão-de-obra capacitada Utilizar equipamentos e ferramentas apropriadas Observar legislação MTE segurança, higiene e medicina do trabalho Verificar aprovação da estrutura e contenções Informar ao projetistas condições não previstas A segurança tem que estar sempre presente no canteiro de obra. É necessário tomar cuidado, ter atenção e organização. Devem ser utilizados equipamentos de segurança coletiva e a obra deve ser sinalizada. O trecho da calçada que será executado deve ser sinalizado com redes de proteção, cones, bandeirolas, cavaletes ou fitas.
Atribuições de responsabilidades Fiscalização Realizar o acompanhamento da obra com base no projeto e especificações da NBR 15953 Interromper a execução da obra quando do não cumprimento das especificações ou outras situações que comprometam a qualidade e segurança da obra. A segurança tem que estar sempre presente no canteiro de obra. É necessário tomar cuidado, ter atenção e organização. Devem ser utilizados equipamentos de segurança coletiva e a obra deve ser sinalizada. O trecho da calçada que será executado deve ser sinalizado com redes de proteção, cones, bandeirolas, cavaletes ou fitas.
Atribuições de responsabilidades Fabricação das peças Atender às especificações da NBR 9781 Resistência à compressão Dimensional Visual A segurança tem que estar sempre presente no canteiro de obra. É necessário tomar cuidado, ter atenção e organização. Devem ser utilizados equipamentos de segurança coletiva e a obra deve ser sinalizada. O trecho da calçada que será executado deve ser sinalizado com redes de proteção, cones, bandeirolas, cavaletes ou fitas.
Requisitos específicos Materiais e especificações subleito sub-base Base contenções ferramentas recebimento e transporte peças assentamento rejuntamento peça de concreto Na compra de materiais de construção, prefira os que possuem qualidade comprovada, que são aqueles fabricados de acordo com as NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS.
Subleito – requisitos mínimos - NBR 12307 CBR ≥ 2% Expansão volumétrica ≤ 2% Livre de plantas e raízes Lençol freático abaixo de 1,5m Caimento mínimo 2% Reforço caso necessário executado conforme NBR 12752
Base/sub-base – requisitos mínimos NBR 11803 Brita graduada tratada com cimento NBR 11804 Estabilizado granulometricamente NBR 11806 Brita graduada NBR 11798 Solo-cimento NBR 15115 Agregado reciclado h %
Contenção Estrutura rígida ou dispositivos fixados na base do pavimento, de modo a impedir seu deslocamento. Obedecer cotas de níveis e alinhamentos conforme projeto Executadas antes da camada de revestimento
Vigas de Contenção Estrutura rígida (concreto simples, concreto armado, solo reforçado com cimento, BGTC) Executadas em todo encontro do pavimento com outro tipo de pavimentação ou via sem pavimentação. Utilizadas em trechos com inclinação superior a 8%.
Ferramentas e equipamentos mínimos • Fios de nylon • Marretas de borracha • Vassouras • Rodos de madeira • Equipamento para corte dos blocos • Trenas • Nível de água (mangueira) • Colher de pedreiro • Estacas • Lápis • Pás e enxadas • Placas vibratórias • Carrinhos para transporte de blocos e areia • Guias de madeira ou tubos metálicos (gabarito da espessura da camada de areia) • Réguas metálicas ou de madeira desempenada (para rasar a camada de areia)
Recebimento e Estocagem das peças As peças são entregues em paletes. Caso seja necessário empilha-lós, cuidado com o tamanho da pilha!
Transporte das peças NÃO SIM O transporte das peças deve ser feito de maneira ordenada para evitar quebras e facilitar o serviço de assentamento.
Transporte e estocagem das peças
NÃO NÃO Camada de assentamento Espessura insuficiente: Espessura excessiva: deformação NÃO Espessura insuficiente: ruptura
SIM Camada de assentamento - especificação Umidade entre 3% e 7% no momento da aplicação. Livre de materiais friáveis, torrões de argila e impurezas orgânicas. Espessura uniforme de 5±2 cm, na condição não compactada. Dmáx < 5 vezes a espessura da camada de assentamento já compactada SIM Espessura adequada: distribuição de carga eficiente (5 ±2) cm
Porcentagem retida em massa (%) Camada de assentamento - especificação Abertura da peneira Porcentagem retida em massa (%) 6,3 mm 0 a 7 4,75 mm 0 a 10 2,36 mm 0 a 25 1,18 mm 5 a 50 600 µm 15 a 70 300 µm 50 a 95 150 µm 85 a 100 75 µm 90 a 100
Camada de assentamento - execução Espalhar material na quantidade suficiente para cumprir a jornada de trabalho.
Camada de assentamento - execução Executar as mestras paralelamente à contenção principal Nivelar a camada obtendo uma superfície plana e regular SIM NÃO
Camada de assentamento - cuidados Os vazios formados na retirada das mestras devem ser preenchidos com areia solta.
Cuidado com o controle de cotas das contenções e interferências Camada de assentamento - cuidados Cuidado com o controle de cotas das contenções e interferências
Camada de assentamento - cuidados
Camada de assentamento - cuidados A camada de assentamento que receber chuva antes da execução do revestimento deve ser retirada e substituída por outro material na umidade adequada.
Marcação para assentamento Marcar o esquadro da primeira fiada Manter linhas-guia ao longo da frente de serviço, indicando o alinhamento transversal e longitudinal.
Marcação para assentamento Manter as linhas-guias à frente da área de assentamento
Marcação para assentamento linhas-guia Fios-guia
NÃO SIM Assentamento das peças Não arrastar as peças sobre a camada de assentamento. NÃO SIM
Assentamento das peças Manter a espessura das juntas uniformes com espaçamento de 2 mm a 5 mm. 3,0 mm
Assentamento das peças Assentamento mecanizado
Assentamento das peças Assentamento mecanizado
Ajustes e arremates
Ajustes e arremates Linha de corte
Ajustes e arremates
Arremates e ajustes
Ajustes e arremates
Rejuntamento - requisitos Material seco no momento da aplicação. Livre de materiais friáveis, torrões de argila e impurezas orgânicas.
Porcentagem retida em massa (%) Rejuntamento - requisitos Abertura da peneira Porcentagem retida em massa (%) 4,75 mm 2,36 mm 0 a 25 1,18 mm 5 a 50 600 µm 15 a 70 300 µm 50 a 95 150 µm 85 a 100 75 µm 90 a 100
Rejuntamento - execução
Compactação - execução A compactação deve ser realizada com passadas em todas as direções. É necessário sobrepor as passagens para não ocorrer a formação de degraus (15 cm a 20 cm).
Compactação ... e não deve ir além de um Alternar a execução da compactação com o espalhamento do material de rejuntamento. A compactação deve ser feita com placas vibratórias ou rolos compressores... ... e não deve ir além de um metro da borda livre (sem contenção) do pavimento.
Inspeção final Verificar se as juntas estão devidamente preenchidas A superfície do revestimento deve estar entre 3 mm a 6 mm acima do nível das caixas de visita e outras interferências.
Inspeção final A superfície do pavimento não pode apresentar desníveis maior que 10 mm, medido com régua de 3 m de comprimento. Antes da abertura ao tráfego verificar se a superfície do pavimento está nivelada e atende aos caimentos de projeto
Inspeção final Deve-se retirar as peças que eventualmente forem quebradas após a compactação.
Liberação ao tráfego O tráfego pode ser liberado imediatamente após a aprovação da inspeção final.
Especificação e métodos de ensaio NBR 9780 NBR 9781
Precisão dimensional – NBR 9781 atual Dimensões (mm) Tolerância (mm) Largura ≥ 100 ± 3 Comprimento ≤ 400 Altura ≥ 60 ± 5 proposta Dimensões (mm) Tolerância (mm) Largura ≥ 100 ± 3 Comprimento ≤ 400 Altura ≥ 40 ± 4 Índice de forma
Franja de rebarba (se existente) Arestas e chanfros Projeção horizontal (3 a 7) mm Franja de rebarba (se existente)
Especificação – peças Tipo I Peças de concreto com formato próximo ao retangular, com relação comprimento/largura igual a dois, que entrelaçam entre si nos quatro lados e podem ser assentadas em fileiras ou em espinha de peixe. Podem ser carregadas facilmente com apenas uma das mãos.
Especificação – peças Tipo I
Especificação – peças Tipo II Peças de concreto com formato único, diferente do retangular, genericamente com formato em “I” ou “S” e que só pode ser assentado em fileiras. Podem ser carregadas facilmente com apenas uma das mãos.
Especificação – peças Tipo II
Especificação – peças Tipo III Peças de concreto com formatos geométricos característicos como trapézios, hexágonos, triedos etc, com tamanhos e peso maiores que as peças de tipo I ou II. Não permitem ser carregadas facilmente com apenas uma das mãos.
Especificação – peças Tipo III
Especificação – peças Tipo IV Conjunto de peças de concreto de diferentes tamanhos ou uma única peça com juntas falsas, que podem ser utilizadas com um ou mais padrões de assentamento. Podem ser carregadas facilmente com apenas uma das mãos no caso de peças individuais ou necessitarem das duas mãos no caso de peças com juntas falsas.
Especificação – peças Tipo III
Especificação - amostragem O lote deve ser formado por um conjunto de peças com as mesmas características, produzidos sob as mesmas condições e com os mesmos materiais, cabendo ao fabricante a indicação dos conjuntos que atendam a estes requisitos; O lote deve ser formado por no máximo 1600 m2 de pavimento a ser executado. De cada lote devem ser retiradas aleatoriamente peças inteiras que constituem a amostra representativa. A amostra deve ter no mínimo seis peças para lote de até 300 m2 e uma peça adicional para cada 50 m2 suplementar, até perfazer o lote máximo de 32 peças.
Aspecto visual atual Devem apresentar aspecto homogêneo e livre de fissuras, quebras e delaminação ou qualquer defeito que prejudique o assentamento. proposta Deve ser observada a presença de fissuras, descamações ou delaminação (dupla camada). Texturas e a cores devem ser comparadas as peças de um lote para verificar se não há diferenças com o que foi especificado pelo fabricante.
Resistência a compressão – NBR 9780 atual Resistência à compressão Veículos comerciais de linha caminhões, os reboques e outros equipamentos ou empilhadeiras de pequeno porte. ≥ 35 MPa Veículos especiais guindastes, empilhadeiras de grande porte, transportadores de contêineres etc. ≥ 50 MPa
Resistência à tração por compressão diametral – EN 1338 pesquisa Resistência à tração por compressão diametral (MPa) Valores individuais ≥ 3,6 MPa t (mm) 40 50 60 70 80 90 100 k 0,71 0,79 0,87 0,94 1,00 1,11 1,15
Resistência à tração por compressão diametral – EN 1338
Resistência à abrasão – ASTM C 936 pesquisa Resistência à abrasão (MPa) Perda de volume ≤ 15 cm3 / cada 50 cm2
Resistência à abrasão – EN 1388 pesquisa Resistência à abrasão (MPa) Profundidade ≤ 23 mm ABNT 13818 – Resistência à abrasão profunda
Abrasão Resistência à abrasão
Absorção de água – ASTM C 936 proposta Absorção de água (%) Individual 7,0 média 5,0
Especificação Absorção de água
INOVAÇÕES
Pavimento redutor de poluição
Redução média de 45% Nox – Fonte: ItalCementi Pavimentação com intertravado Pavimentação com asfalto Redução média de 45% Nox – Fonte: ItalCementi
Pavimento permeável Pavimento impermeável Pavimento permeável
Pavimento permeável
Pavimentos cores claras maior visibilidade maior segurança maior conforto térmico economia de energia
Conforto térmico e ilhas de calor Características Conforto térmico e ilhas de calor 14:30 horas 14:34 horas Pavimento intertravado Pavimento asfáltico Distância entre os pontos: 100 metros Ribeirão Preto (SP) - agosto/2001
Conforto térmico e ilhas de calor Características Conforto térmico e ilhas de calor A figura em cima apresenta duas fotografias do mesmo local, em luz visível (canto superior esquerdo) e em infravermelho. Comparando-se as duas confirma-se que o pavimento escuro da estrada tem uma temperatura superior do que o pavimento mais claro. (Credito fotográfico: ASU National Center of Excellence for SMART Innovations) A utilização de cores claras aumenta o albedo (capacidade de reflexão) de uma superfície, como é o caso de telhados, terraços, paredes e pavimentos. Uma superfície branca tem o valor máximo de albedo, 1,0 porque reflecte toda a luz. Uma superfície preta absorve toda a luz e tem um albedo nulo. Quanto maior o valor de albedo de uma superfície, menor a capacidade de retenção de energia como calor pela superfície, ou seja, menor a temperatura junto à superfície.
Visibilidade e economia de energia Características Visibilidade e economia de energia
Fator de luminância Características Cor do pavimento Luz natural Luz artificial Natural 0,23 Cinza claro 0,18 0,16 Cinza escuro 0,15 0,14 Marron claro 0,29 0,27 Marron escuro Vermelho claro Amarelo Terracota 0,24 0,22 Preto 0,07
Traffic calming www.bhtrans.pbh.gov.br
Traffic calming antes depois
Sinalização com peças pigmentadas Características Sinalização com peças pigmentadas
Muito obrigado!