Nau Catrineta Romance popular do séc. XVI Maria da Conceição Sousa Vicente Fevereiro de 2007
Muitos foram os naufrágios sofridos pelas naus portuguesas que rasgaram os oceanos a partir do séc. XV, para “darem novos mundos ao mundo”.
Fome extrema…
Névoas…
Ventos…
Marés…
Tempestades…
Naufrágios…
A Nau Catrineta representa as muitas naus que estiveram em perigo de naufrágio.
… e as palavras traduzem as emoções, fazendo nascer belos textos poéticos. O perigo desperta a sensibilidade…
Foi assim que uma forte inspiração poética… …tomou conta de alguém que vivia algures, perdido no tempo das Descobertas… e lhe segredou um belo poema. Nau Catrineta Assim terá nascido a
A “ Nau Catrineta” chegou até nós em várias versões. As versões de Almeida Garrett e de Pere Ferré são as mais conhecidas.
Inspirou muitas outras obras, nos domínios da literatura música e artes plásticas
Almada Negreiros, Tríptico da Gare Marítima de Alcântara (1945) “Lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar”
Já não tinham que comer, já não tinham que manjar. Deitaram sola de molho para o outro dia jantar; a sola era tão rija, não a puderam tragar.
_ Sobe, sobe, marujinho, em cima ao tope real, olha se enxergas a Espanha, ou areias de Portugal; _ Acima, acima, gajeiro. acima, ao tope real! Olha se enxergas Espanha, Ou praias de Portugal.
Já vejo terras d’Espanha E praias de Portugal; mais enxergo três meninas debaixo de um laranjal, Dou-te o meu cavalo branco, nunca houve outro igual. Toma-o um anjo nas braços, Não o deixou afogar.
Deu um estoiro o demónio, calmaram vento e mar. À noite, Nau Catrineta Já estava em terra a varar.
Música de Fausto, in A Noite dos Alquimistas Leitura :Ádila, Helena e Pedro, Podcast “Era uma vez” eraumavez/ Imagens : bysoleluna.splinder.com weblogger.terra.com.br ; www-evasion.imag.fr ; FIM