Em meio à concreta rotina da vida moderna, saberemos encontrar tempo para aquilo que a vida tem de difuso, – a arte, a espiritualidade, a poesia?
Nestes dias agitados e descompassados, saberemos acolher o Sopro tranquilo que da eternidade emana?
Em meio aos afazeres diários – da vida familiar, profissional, social, seremos capazes de captar as sutilezas e subliminaridades, os detalhes e nuances, desta vida terrena?
Daremos ouvidos aos anseios do nosso coração, aos sonhos da nossa alma?
Frágil, bela e efêmera, feito a rosa, é esta caminhada terrena.
Fugaz e volátil, feito a nuvem passageira.
Os perfumes da eternidade se fazem sentir aos que têm um coração de sonhador.
Apesar de tudo, é preciso seguir sonhando.
O que representam os oitenta anos desta existência terrena?
Acerca do tempo, tudo o que intuímos é que tão depressa passa.
As gerações que vão se sucedendo, desde a aurora até o fim dos tempos.
Para os que partilham do olhar do poeta, cada fase da vida tem a sua beleza própria.
Na dança das horas, procurar acolher o Sopro tranquilo que da eternidade emana.
O Sopro tranquilo que nos sussurra: “Tudo passa, tudo passará...”
Evoluir espiritualmente é a razão de estarmos aqui agora.
Aprender a perdoar, e a pedir perdão.
Procurar ascender todo dia, um degrau que seja, rumo ao melhor de nós mesmos.
Procurar elevarmo-nos todo dia, um passo que seja, rumo à nossa versão mais generosa, mais compassiva, mais humana, mais pura.
Avançar pela escadaria da alma em direção ao melhor de nós mesmos.
A Caridade, a Compaixão, e a Pureza de coração não são palavras bonitas apenas.
Elas são a própria razão de estarmos aqui e agora.
O tempo representa a inestimável oportunidade que nos foi dada para lapidarmos a nossa alma.
Possamos permitir que a Luz da manhã dissipe as nossas sombras.
Coragem, determinação, e pulmão de mergulhador se fazem necessários caso queiramos alcançar as pérolas que repousam nas profundezas do mar da existência.
Os dias e as horas são uma parte ínfima da nossa história apenas.
O corpo físico é uma gaiola, onde repousa a ave da alma, nos ensinam as Escrituras.
Uma vez concluída a caminhada terrena, a alma haverá de continuar sua jornada por outros céus, outras esferas, outras histórias.
Que saibamos aproveitar os dias e as horas a nós confiados para fortalecer nossas asas espirituais, para partilhar o nosso melhor com o mundo.
Que logremos em contribuir com a nossa parcela para o sonho utópico de um mundo melhor, de uma Humanidade mais humana.
“Goza a euforia do voo do anjo perdido em ti. Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo. Que sabes tu do fim?” Menotti del Picchia Tema musical: “Wonderful Life”, Flauto di Pan Formatação:
“Goza a euforia do voo do anjo perdido em ti. Não indague se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo. Que sabes tu do fim?” Menotti del Picchia