Futebol, Racismo e Eurocentrismo Os media portugueses e o Campeonato Mundial na África do Sul Pedro Sousa Almeida CES/FEUC Porto Junho de 2012
Objectivos Explorar as lacunas no debate teórico sobre futebol, sociedade e racismo Analisar a forma como o futebol constitui um forte veículo de produção e perpetuação dos paradigmas eurocêntricos e racistas Discutir, criticamente, os discursos dos media assentes na exaltação dos ‘descobrimentos’ e nas construções da africanidade
Futebol e racismo: abordagens dominantes A teorização do racismo no futebol como um fenómeno marginal e residual nas sociedades europeias O processo de demonização de grupos específicos de adeptos: ultras e hooligans versus enfatização da tolerância como característica da civilização europeia
Os discursos dos media portugueses Mobilização da narrativa colonial: enaltecimento e glorificação dos “descobrimentos” “África Nossa”; “Heróis do Mar”; “Navegadores”; “Mais de 500 anos depois, o mundo volta a ser disputado por Portugal e Espanha” (Jornal de Notícias, 29/06/2010)
A Africanidade “Ingenuidade, “bondade” e “pureza” dos africanos; Razão vs Emoção e Razão vs Corpo Futebol africano:“felino,“possante”,“impetuoso”, “pouco pensado”
Considerações finais A construção da africanidade deve ser entendida dentro de um quadro de relações de poder O discurso dos media legitima, trivializa e naturaliza o colonialismo A mobilização da narrativa colonial perpetua o paradigma eurocêntrico e racista Necessidade de novas perspectivas críticas sobre racismo e eurocentrismo implicam novas análises sobre os processos coloniais e imperiais