ATENÇÃO À PESSOA COM AUTISMO NO SUS

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Políticas Públicas Prevenção às Drogas
Advertisements

II Fórum nacional Anti-Droga SENAD
Saúde Mental Comunitária e Atenção Primária
Um Novo Olhar Saúde de Adolescentes em medidas socioeducativas de internação e internação provisória agosto/2012.
Centro de Referência Especializado para a população em Situação de Rua
XXIX CONGRESSO NACIONAL DO CONASEMS BRASILIA – JULHO
Política pública para atendimento de crianças e de adolescentes com graves sofrimento psíquico no Município do Rio de Janeiro Assessoria de saúde mental.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ENFERMAGEM
PSICOLOGIA DA SAÚDE José A. Carvalho Teixeira
Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas
UBS Trabalham dentro do Sistema Único de Saúde - SUS
NOB SUS 01/96 Inovações: Implantação de valor per capita para financiamento das ações de atenção básica (PAB): reversão da lógica de alocação de recursos,
Prof. Dra. Laura Feuerwerker
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS
II Conferência Estadual de Saúde Mental
XIX Congresso CONASEMS Construindo a atenção integral à saúde
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E O FAZER DO PSICÓLOGO
Política Nacional de Humanização
POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
MANEJO E ABORDAGEM DAS CRISES EM SAÚDE MENTAL
Modelo anterior de atendimento. Modelo atual de atendimento Escola.
RESPOSTAS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BRASILEIROS AOS PROBLEMAS DECORRENTES DO USO DO ÁLCOOL FRANCISCO CORDEIRO Ministério da Saúde.
POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
O nutricionista contemporâneo: muito além da prescrição da dieta...
TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Modelo anterior de atendimento
Alguns conceitos sobre o Projeto Terapêutico Singular
Portaria do Ministério da Saúde 3088 de 23 de Dezembro de 2011
Alexandre de Araújo Pereira
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CRAS/SUAS
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO WORKSHOP SAÚDE MENTAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA PAINEL 1 MODELO DE PREVENÇÃO E ATENÇÃO.
No Âmbito da Assistência Social
Programa Nacional de Triagem Neonatal
Síntese das Conferências Estaduais: Processo de Mobilização e Conferências Eixo 1 – Processo histórico da participação popular no país, trajetória e.
“O cuidado que eu preciso”: SUS pelo cuidado em liberdade
ESF Integralidade da assistência
Modelo biologista e tecnicista hegemônico
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
A prática do psicologo no CRAS
Disciplina : Psicopatologia Professora: Luciana Monteiro
Prof. Bruno Silva Aula de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
Bibliografia Gama CAP, KODA MY. Psicologia Comunitária e Programa de Saúde da Família: Relato de uma experiência de estágio. Revista Psicologia Ciência.
Lei nº De 06 de abril de 2001 Antigo Projeto de Lei Paulo Delgado. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos.
Programa de Atenção Comunitária a meninos, meninas e adolescentes com sofrimento mental Direção Adjunta de Saúde Mental Governo da Cidade de Buenos Aires.
NASF-Nucleo de apoio a Saúde da família
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTO – JUVENIL CAPSi
Universidade Federal da Bahia
Rede de Atenção à Saúde promovendo cuidado e qualidade de vida
Um Novo Olhar Saúde de Adolescentes em medidas socioeducativas de internação e internação provisória Fevereiro/2012.
A essencialidade da Gestão em Saúde Publica
Uma Abordagem Interdisciplinar no Tratamento à Dependência Química:
Coordenadoria de Assistência Médica e Psicossocial – TRE-SP
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO CRAS
PROJETO TERRITÓRIOS. PROJETO PARCERIAS G H M DAE/CAMC DAB DARA GESTORES ESF NASF USUÁRIOS HOSPITAIS DE EXCELÊNCIA.
Em termos legais, o ponto de inflexão dessa virada foi a Lei Federal de 2001, que deu inicio à chamada Reforma Psiquiátrica. Mas transformar essa.
Revisão Luciane De Rossi. Breve Histórico Século XIX: – Emergiram conceitos de medicina social e saúde coletiva: relação entre saúde e condições de vida;
Disciplina : Psicopatologia Professora: Luciana Monteiro
NASF Betim 2009/2010. Criação dos NASF´s Portaria 154 (MS, 2008) – NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) Profissionais de diferentes áreas especializadas.
IV CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL – INTERSETORIAL
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL AOS POVOS INDÍGENAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO A SAÚDE
Proposta de implantação de um Projeto Piloto na comunidade com elevado índice de uso de drogas, criminalidade.
CRIAÇÃO DO NASF.
Apoio matricial em Saúde Mental
Serviço Social no IPQ Implantado em 1971; Atualmente: 7 Assistentes Sociais; (16 em 1985). Atividades: Entrevistas na Triagem; Grupos de Admissão; Grupos.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira
Saúde Mental na Atenção Básica Karime Pôrto Coordenação Nacional de Saúde Mental DAPE/SAS/MS.
Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis AGOSTO / 2008 REESTRUTURAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL DE FLORIANÓPOLIS, BASEADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Psicologia e Instituições de Saúde 8º. Período Profa. Telma.
Transcrição da apresentação:

ATENÇÃO À PESSOA COM AUTISMO NO SUS Ana Ferraz Coordenação Nacional de Saúde Mental DAPES/SAS/MS Abril 2010

HISTÓRICO A história recente do cuidado em saúde mental nas nações mais desenvolvidas economicamente pode ser descrita em três períodos históricos: i) o nascimento do asilo ii) o declínio do asilo iii) o desenvolvimento do cuidado em saúde mental baseado na comunidade (Thornicroft, G.; Tansella, M. – 2010)

HISTÓRICO As mudanças sociológicas, farmacológicas, administrativas e legais apontam a possibilidade da desinstitucionalização; Desinstitucionalização: diminuição dos ambientes asilares tradicionais e a simultânea expansão dos serviços baseados na comunidade Inglaterra, Itália, Espanha

NO BRASIL Signatário da Declaração de Caracas (OMS/OPS) – 1990: compromisso de reestruturar a assistência psiquiátrica no país; Lei Federal 10.216/2001: dispõe sobre os direitos das pessoas com transtornos mentais e sobre a mudança do modelo de atenção Do cuidado centrado num único dispositivo (hospital psiquiátrico) para o cuidado nos diferentes dispositivos da rede aberta e comunitária.

SAÚDE MENTAL – DE ONDE SE PARTE? Segundo OMS – saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais. O funcionamento mental tem um substrato fisiológico e está indissociavelmente ligado ao funcionamento físico e social e com os resultados da saúde. Impactam na saúde mental dos indivíduos: a pobreza, sexo, idade, conflitos e desastres, doenças físicas graves, fatores familiares e ambientais.

SAÚDE MENTAL Para além de categorias diagnósticas, a saúde mental se mostra como um fenômeno psicossocial e como tal deve ser cuidado. Necessidades das pessoas com transtornos mentais: médicas, comunitárias, familiares, de reabilitação.

AUTISMO Transtorno mental grave e, como tal, deve ser assumido pela rede de saúde mental; A pessoa com autismo tem necessidades de todas as ordens: sociais, educacionais, de reabilitação, orgânicas... Sobreposição com o campo da deficiência mental – questão histórica na luta pela garantia de direitos. Cuidado assumido pelas associações de pais e familiares

A REDE DE SAÚDE MENTAL Centros de Atenção Psicossocial (CAPS I, II, III, infanto-juvenil); Serviços de acolhimento à crise (em especial CAPS III e leitos psiquiátricos em HG) Ações de saúde mental na Atenção Primária (busca ativa, detecção precoce, continuidade do cuidado) – importância dos NASFs Centros de Convivência e Cultura Projetos de Geração de Renda e Inserção pelo Trabalho

OS CAPS: DISPOSITIVOS ESTRATÉGICOS Serviços abertos, de base territorial e inseridos na comunidade; Presença de equipe interdisciplinar: médicos, psicólogos, assistentes sociais, TOs, enfermeiros e técnicos de enfermagem... Acompanhamento medicamentoso, terapias individuais e em grupo, suporte à família, mediante a construção de um projeto terapêutico singular.

OS CAPS: DISPOSITIVOS ESTRATÉGICOS Responsável pela articulação com os diferentes dispositivos presentes na comunidade (demais serviços de saúde, escolas, conselhos tutelares, igrejas, CRAS e CREAS, etc) Extrapolação de ações clínicas strictu sensu (ações culturais, de lazer, de esportes...)

Cobertura CAPS 2002

Cobertura CAPS 2009

DESAFIOS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL PÚBLICA AUTISMO A definição do fenômeno – necessidade da pesquisa A dificuldade do diagnóstico (diagnóstico diferencial) e a necessidade da intervenção precoce; As diversas formas de entender o fenômeno geram diferentes maneiras de cuidar e, muitas vezes, desassistência e segregação; Despreparo dos profissionais de saúde para identificar e cuidar.

DESAFIOS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL PÚBLICA Necessidade de um trabalho conjunto entre os serviços de saúde mental e os serviços voltados para pessoas com deficiência intelectual – foco psicossocial e reabilitação funcional; Expansão do número de CAPS; Qualificação do cuidado – pesquisas e formação continuada para os profissionais de saúde (AB, ESF, CAPS, HG...)

DESAFIOS NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL PÚBLICA Certamente a descrição da rede de saúde mental ainda não reflete a prescrição da política. Financiamento Convencimento de gestores e profissionais Capacitação de gestores e profissionais Incorporação cuidadosa de novos conhecimentos e tecnologias na pratica clinica dos serviços.

EXPLICITAR O DEBATE A demanda existente para a implantação de serviços especializados para o atendimento a pessoas com autismo na rede do SUS; Especialidade ou Especificidade? A organização de serviços por diagnósticos e técnicas especializadas seria “mais cientifica”?

EXPLICITAR O DEBATE Qual a forma mais ética e pragmática de obter e aplicar as evidencias empíricas, contemplando a lógica da saúde publica, bem como os princípios pactuados? De que forma o saber cientifico pode colaborar para que as especificidades da pessoa com autismo possam ser compreendidas e atendidas? Como não tornar as pessoas apenas objetos de diagnósticos e de técnicas cada vez mais especializadas?

Coordenação Nacional de Saúde Mental www.saude.gov.br saudemental@saude.gov.br ana.ferraz@saude.gov.br F: (61) 3315-2313/2684/3319