O URAGUAI Basílio da Gama.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A Veste Nupcial Mt 22,1-14.
Advertisements

Quem quer que sejas, onde quer que estejas Diz-me se é este o mundo que desejas
Cântico da liturgia judeo-espanhola
Daniel 6,12-28 Naqueles dias, aproximaram-se os chefes do reino e encontraram Daniel orando e fazendo preces a seu Deus. Foram ter com.
Atos dos Apóstolos 3,11-26 Naqueles dias, como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado.
O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós.
O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
Music: Holding your hand
SEXTA– FEIRA SANTA PAIXÃO E MORTE DO SENHOR JESUS.
Profetiza Ez. 37.
A Pintura.
ROSAS VERMELHAS Por:
UMA HISTÓRIA DE TODOS OS DIAS.
Salmo 23 Bíblia Viva O Senhor é o meu Pastor
Conhecer o personagem central de um livro o faz mais agradável. O mesmo ocorre com o Apocalipse A palavra “Apocalipse” significa: Revelar Descobrir.

O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós!
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS CIDADE DE CASTELO BRANCO_Jardim de Infância
Caim e Abel Já lemos a história de Adão e Eva e como eles foram expulsos do paraíso. Pois é. Agora, Adão e Eva não moram mais no lindo paraíso. Sua vida,
ONDE NASCEU JESUS? enter.
Gúbio, uma cidade na Úmbria, estava tomada de grande medo.
Histórias Bíblicas do Antigo Testamento
Um certo homem saiu em uma viagem de avião.
Domingo II da Quaresma 4 de Março de 2012
E O MUNDO ESPERA ANSIOSAMENTE POR SUA RESPOSTA!
               QUANDO O TEU(TUA) FILHO(A) DISSER: PAI, MÃE NÃO SE METAM NA MINHA VIDA! Texto criado por um sacerdote! Ligue o som e clique pra avançar.
VOCÊ DIZ EU TE AMO?.
SEJAM BEM VINDOS VOCAÇÃO ACERTADA – VIDA FELIZ
COMO VOCÊ ENCARA “SEUS PROBLEMAS”.
No domingo retrasado... Investimos mal o nosso tempo atendendo a causas absurdas. 1 Ganhamos quinquilharias e acabamos perdendo bens inestimáveis. 2 Deixamos.
Trabalho feito por: Ana Santos nº2 5ºA
Série ANIMADOS.
O URAGUAI Basílio da Gama.
TER A CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO

Entrada Refrão: Deus está aqui Tão certo como o ar que eu respiro,
A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de Lucas
O TESTEMUNHO DE JOSÉ 3ª aula

O URAGUAI – BASÍLIO DA GAMA
Evangelho segundo São Marcos Capítulo 03 Vers. 01 a 35
REUNIÃO DA AREPE CAMPANHA DE ELISEU
Simplesmente Igreja.
1.
TEMAS BÍBLICOS.
COLÉGIO MARIA IMACULADA – SP PROJETO – FEIRA DAS NAÇÕES 2012
O QUINTO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO DEUTERONÔMIO 31 :
6º Dia - TER A HERANÇA DA BEM- AVENTURANÇA APOSTÓLICA – TER AUTORIDADE SOBRE A SITUAÇÃO.
MAS EU BEM SEI QUE O MEU FUTURO *
ÍNDICE - LOUVORES – MARÇO 2015
Carta de Paulo a Filemon
Salmos, cap 117 e 118 Louvor a Deus, o Senhor LEIA A BÍBLIA
“E existem aquelas pessoas que são como as sementes que foram semeadas em terra boa. Elas ouvem, e aceitam a mensagem, e produzem uma grande colheita:
“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano...
SALMOS Capítulo 44 na versão Biblia Viva da Editora Mundo Cristão
ORAÇÃO DE UM Homem desesperado que, já sem forças, apresenta suas preocupações ao Senhor. Ó Senhor, Ouve a minha oração! Escuta os meus insistentes pedidos.
JONAS BATEU DE FRENTE COM DEUS!
VIVO ESTÁ.
ENTÃO SE VERÁ O FILHO DO HOMEM, VINDO SOB AS

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA / POESIA ÉPICA DO ARCADISMO
Coisas Óbvias Encontro de Jovens Assembleias de Deus Partenon.
Venha conhecer a felicidade
MARAVILHOSO CONSELHEIRO
Obrigado por estar aqui Hoje! Deus te abençoe grandemente!!!
“A multidão ajuntou-se contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que se lhes tirassem as roupas e fossem açoitados...
P OESIA É PICA Arcadismo no Brasil. B ASÍLIO DA G AMA ( ) Nasceu em Tiradentes (MG) Padre Jesuíta (elite intelectual e política) Expulsão dos.
Transcrição da apresentação:

O URAGUAI Basílio da Gama

Relação Basílio da Gama x Guerra nas Missões: Sobre o autor Relação Basílio da Gama x Guerra nas Missões: mãe: nasceu na colônia de Sacramento; estuda num colégio de jesuítas; conheceu e freqüentou a casa do brigadeiro Alpoim (participou da Guerra das Missões); preso por ligações com os jesuítas (foram expulsos de Portugal pelo Marquês do Pombal) > sai da prisão após escrever um poema homenageando o casamento da filha do Marquês, de quem será protegido;

Luís Augusto Fischer: “Ao mesmo tempo em que era aluno dos jesuítas, de quem deve ter ouvido relatos e interpretações sobre o que acontecera com as Missões sulinas, o poeta deve ter tido a oportunidade de ouvir relatos preciosos da parte de gente que testemunhou tudo pelo lado português, alguém que viu os índios, que cheirou os campos sul-rio-grandenses e que estava lá para combater os jesuítas.”

Motivos da Guerra: Tratado de Madri > estabelece a troca de territórios entre Portugal e Espanha: o primeiro cede a colônia de Sacramento e a Espanha cede as Missões (onde viviam padres espanhóis e os índios sob a orientação religiosa desta Ordem > negam-se a aceitar o Tratado)

Sobre a estrutura do texto: Cinco cantos Versos decassílabos brancos (sem rima) “Fu/ mam/ a/ in/ da/ nas/ de/ ser/ tas/ prai as La/ gos/ de/ san/ gue/ té/ pi/ dos/ e im/ pu ros Em/ que on/ dei/ am/ ca/ dá/ ve/ res/ des/ pi dos” Livre estrofação (sem divisão entre os versos) O eu-lírico dedica o poema a Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão do Conde de Oeira > futuro Marquês do Pombal) > mais tarde, o eu-lírico pede proteção ao mesmo

Ao ilustríssimo e excelentíssimo Conde de Oeiras SONETO Ergue de jaspe um globo alvo e rotundo, E em cima a estátua de um Herói perfeito; Mas não lhe lavres nome em campo estreito, Que o seu nome enche a terra e o mar profundo. Mostra na jaspe, artífice facundo, Em muda história tanto ilustre feito, Paz, Justiça, Abundância e firme peito, Isto nos basta a nós e ao nosso mundo. Mas porque pode em século futuro, Peregrino, que o mar de nós afasta, Duvidar quem anima o jaspe duro, Mostra-lhe mais Lisboa rica e vasta, E o Comércio, e em lugar remoto e escuro, Chorando a Hipocrisia. Isto lhe basta.

Catâneo – líder das tropas espanholas Personagens centrais Gomes Freire de Andrade(a) – gov. do RJ e MG & líder dos portugueses / será tratado como uma espécie de herói Catâneo – líder das tropas espanholas Sepé – líder dos índios / herói guerreiro / não aceita negociação Cacambo – líder dos índios / espécie de homem ilustrado Líndóia – esposa de Cacambo / o amor Pe. Balda – padre corrupto / suposto pai de Baldetta

CANTO I

O rei da Espanha envia à região o comandante Catâneo para fazer valer o Tratado de Madri > manda avisar Andrade que em breve chegaria para apoiar os portugueses Andrada recebe o apoio de Almeida (Coronel José Inácio de Almeida) e parte > marca um dia e local para que as tropas se encontrassem Desfile das tropas portuguesas para Catâneo > o soldado Gerardo apresenta os principais nomes que passam entre os combatentes: (brigadeiro) Alpoim, (Francisco Antônio Cardoso de) Menezes, Vasco (Fernando Pinto Alpoim – filho do anterior), (Fernando) Mascarenhas, (Gregório) Castro

Catâneo pergunta a Andrade os motivos da guerra: “Ali Catâneo ao General pedia Que do princípio lhe dissesse as causas Da nova guerra e do fatal tumulto. Se aos Padres seguem os rebeldes povos? Quem os governa em paz e na peleja?”

Andrade responde > Tratado de Madri: “O nosso último rei e o rei de Espanha Determinaram, por cortar de um golpe, Como sabeis, neste ângulo da terra, As desordens de povos confinantes, Que mais certos sinais nos dividissem Tirando a linha de onde a estéril costa, E o cerro de Castilhos o mar lava Ao monte mais vizinho, e que as vertentes Os termos do domínio assinalassem. Vossa fica a Colônia, e ficam nossos Sete povos, que os Bárbaros habitam Naquela oriental vasta campina Que o fértil Uraguai discorre e banha.”

“Que eu também me retire, me aconselha, Andrade ainda ressalta que os índios (incentivados pelos padres) haviam resistido a uma tentativa de retirada pacífica proposta por ele e o marquês de Valdelírios > os índios também haviam atacado o forte de Rio Pardo > índios derrotados > alguns são presos Andrade parte em busca dos Sete Povos > ele aguarda a chegada de Valdelírios (os campos haviam sido esterilizados pelos índios) Andrade: “Que eu também me retire, me aconselha, Até que o tempo mostre outro caminho. Irado, não o nego, lhe respondo Que para trás não sei mover um passo. Venha quando puder, que eu firme o espero.”

Andrade afirma que ocorre uma grande cheia no Rio Jacuí > os portugueses buscam abrigo nas árvores > espécie de Veneza Os portugueses abandonam a região quando conseguem > Natureza os vencera Final do Canto I > Andrade distribui cargos aos seus homens / batiza o local: “Deu fim à narração o invicto Andrade E antes de se soltar o ajuntamento, Com os régios poderes, que ocultara, Surpreende os seus, e os ânimos alegra, Enchendo os postos todos do seu campo. O corpo de dragões a Almeida entrega, E Campo das Mercês o lugar chama.”  

CANTO II

As tropas de Catâneo e Andrade seguem em direção aos Sete Povos Ao encontrar as tropas indígenas, Meneses afirma que só as armas para derrotá-los: “Quando Meneses, que vizinho estava, Lhe diz: Nestes desertos encontramos Mais do que se esperava, e me parece Que só por força de armas poderemos Inteiramente sujeitar os povos.” Andrade afirma que a razão deveria ser utilizada: “Torna-lhe o General: Tentem-se os meios De brandura e de amor; se isto não basta, Farei a meu pesar o último esforço.” Andrade solta prisioneiro indígenas > elogiam o general português

Chegada de Sepé e Cacambo: “Já para o nosso campo vêm descendo, Por mandado dos seus, dous dos mais nobres. Sem arcos, sem aljavas; mas as testas De várias e altas penas coroadas, E cercadas de penas as cinturas, E os pés, e os braços e o pescoço. Entrara Sem mostras nem sinal de cortesia Sepé no pavilhão. Porém Cacambo Fez, ao seu modo, cortesia estranha”

Cacambo tenta argumentar que a razão poderia tomar o lugar das armas > ainda salienta que o rei de Portugal não deveria saber que terra trocava por Sacramento: “Se o rei de Espanha Ao teu rei quer dar terras com mão larga Que lhe dê Buenos Aires, e Correntes E outras, que tem por estes vastos climas; Porém não pode dar-lhes os nossos povos. E inda no caso que pudesse dá-los, Eu não sei se o teu rei sabe o que troca Porém tenho receio que o não saiba.”

Cacambo complementa sua fala dizendo que só obedeceriam aos padres, não aos reis: “Não nos obrigues A resistir-te em campo aberto. Pode Custar-te muito sangue o dar um passo. Não queiras ver se cortam nossas frechas. Vê que o nome dos reis não nos assusta. O teu está muito longe; e nós os índios Não temos outro rei mais do que os padres.”

Andrade tenta convencê-lo que ele representava a autoridade do rei e que os padres representavam um poder tirânico sobre eles: “Esse absoluto Império ilimitado, que exercitam Em vós os padres, como vós, vassalos, É império tirânico, que usurpam. Nem são senhores, nem vós sois escravos. O rei é vosso pai: quer-vos felices. Sois livres, como eu sou; e sereis livres, Não sendo aqui, em outra qualquer parte. Mas deveis entregar-nos estas terras. Ao bem público cede o bem privado. O sossego de Europa assim o pede.”

Sepé toma a palavra e afirma que só obedeceria aos padres e que a guerra seria iminente: “Sepé, que entra no meio, e diz: Cacambo Fez mais do que devia; e todos sabem Que estas terras, que pisas, o céu livres Deu aos nossos avôs; nós também livres As recebemos dos antepassados. Livres as hão de herdar os nossos filhos. Desconhecemos, detestamos jugo Que não seja o do céu, por mão dos padres. As frechas partirão nossas contendas Dentro de pouco tempo: e o vosso Mundo, Se nele um resto houver de humanidade, Julgará entre nós; se defendemos Tu a injustiça, e nós o Deus e a Pátria. Enfim quereis a guerra, e tereis guerra.”

Andrade oferece presentes aos índios > uma espada a Cacambo e flechas e uma aljava a Sepé > fora perdida quando este fora capturado “Ó General, eu te agradeço As setas que me dás e te prometo Mandar-tas bem depressa uma por uma Entre nuvens de pós no ardor da guerra. Tu as conhecerás pelas feridas, Ou porque rompem com mais força os ares.” As tropas começam a se posicionara para o combate > índios saem de trincheiras (como se saíssem do chão)

No meio do combate, surge o índio Baldetta > origem: “Impertinente e de família escura, Mas que tinha o favor dos santos padres, Contam, não sei se é certo, que o tivera A estéril mãe por orações de Balda. Chamaram-no Baldetta por memória.” Baldetta ataca vários inimigos, mas assusta-se ao ouvir um tiro disparado por Gerardo > Baldetta não é acertado porque entre eles posiciona-se Tatu-Guaçu com o peito protegido por uma pele de jacaré

Sepé é morto pelo governador de Montevidéo: “Mas de um golpe a Sepé na testa e peito Fere o governador, e as rédeas corta Ao cavalo feroz. Foge o cavalo, E leva involuntário e ardendo em ira Por todo o campo a seu senhor; e ou fosse Que regada de sangue aos pés cedia A terra, ou que pusesse as mãos em falso, Rodou sobre si mesmo, e na caída Lançou longe a Sepé. Rende-te, ou morre, Grita o governador; e o tape altivo, Sem responder, encurva o arco, e a seta Despede, e nela lhe prepara a morte. Enganou-se esta vez. A seta um pouco Declina, e açouta o rosto a leve pluma. Não quis deixar o vencimento incerto Por mais tempo o espanhol, e arrebatado Com a pistola lhe fez tiro aos peitos.”

O canto acaba com a fuga dos índios, sob a proteção dos heróis Cacambo, Caitutu e Tatu-Guaçu

CANTO III

Após vencer os índios, Andrade dirige-se às Missões > acampa junto ao Rio Uruguai Na outra margem, Cacambo tem uma visão de Sepé que lhe diz para lutar ou fugir > ainda sugere que Cacambo queime o mato ao redor do acampamento português: “E tu, que podes, põe a mão nos peitos À fortuna de Europa: agora é tempo, Que descuidados da outra parte dormem. Envolve em fogo e fumo o campo, e paguem O teu sangue e o meu sangue. Assim dizendo Se perdeu entre as nuvens, sacudindo Sobre as tendas, no ar, fumante tocha.”

Andrade, por sua vez, impede que o fogo consuma todo o acampamento Cacambo cruza o rio e ateia fogo no mato que cerca o acampamento > ele foge em seguida Andrade, por sua vez, impede que o fogo consuma todo o acampamento O eu-lírico comenta que o destino de Cacambo teria sido melhor se ele tivesse morrido na guerra > Cacambo retorna ao seu povoado sem ser esperado e é preso sob as ordens de pe. Balda (este não permitira que Cacambo vivesse ao lado de sua Lindóia, pois queria casá-la com seu protegido Baldetta) Cacambo é envenenado > morre > sem funeral

Lindóia não entende tudo o que vê > ainda sofre com a perda Lindóia desespera-se com a morte de seu amado > ela procura a feiticeira Tanajura > esta faz uma espécie de feitiço e mostra-lhe o futuro num caldeirão > visão: a destruição de Lisboa pelo terremoto de 1755 / o ressurgimento da cidade sob a orientação do Espírito Constante (Conde de Oeira > futuro Marquês do Pombal) / expulsão dos jesuítas / a destruição da República americana dos jesuítas / vingança da morte de Cacambo Lindóia não entende tudo o que vê > ainda sofre com a perda

CANTO IV

Andrade marcha em direção aos Sete Povos Pe. Balda prepara a união entre Baldetta e Lindóia: “Ajuntavam-se os índios entretanto No lugar mais vizinho, onde o bom padre Queria dar Lindóia por esposa Ao seu Baldetta, e segurar-lhe o posto E a régia autoridade de Cacambo.” Lindóia não se apresenta na festa > Caitutu (seu irmão) a procura

Suicídio de Lindóia: Entram enfim na mais remota e interna Parte de antigo bosque, escuro e negro, Onde ao pé de uma lapa cavernosa Cobre uma rouca fonte, que murmura, Curva latada de jasmins e rosas. Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, Tinha a face na mão, e a mão no tronco De um fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim, sobressaltados, E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a chamá-la, e temem Que desperte assustada, e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte. Porém o destro Caitutu, que treme Do perigo da irmã, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Soltar o tiro, e vacilou três vezes Entre a ira e o temor. Enfim sacode O arco e faz voar a aguda seta, Que toca o peito de Lindóia, e fere A serpente na testa, e a boca e os dentes Deixou cravados no vizinho tronco. Açouta o campo co’a ligeira cauda O irado monstro, e em tortuosos giros Se enrosca no cipreste, e verte envolto Em negro sangue o lívido veneno. Leva nos braços a infeliz Lindóia O desgraçado irmão, que ao despertá-la Conhece, com que dor! no frio rosto Os sinais do veneno, e vê ferido Pelo dente sutil o brando peito.

Lindóia não é enterrada (seu corpo é deixado a esmo) e seu suicídio é comparado ao de Cleópatra Com a chegada das tropas luso-espanholas, pe. Balda ordena uma retirada e que as casas e templos sejam incendiados Andrade presencia as construções em chamas > somente o grande templo é salvo do incêndio

CANTO V

a Companhia de Jesus aparece como mandante do mundo O eu-lírico expõe o que é visto na pintura da abóbada do templo que permanece de pé: a Companhia de Jesus aparece como mandante do mundo os jesuítas são vistos como os responsáveis pelas quedas de Henrique III e Henrique IV a disseminação dos jesuítas mundo afora (Amazonas / Oriente / Nilo) o comércio clandestino jesuíta sem pagar os tributos devidos à Espanha o envolvimento jesuíta na tentativa de ataque ao Parlamento inglês participação jesuíta na fracassada campanha de D. Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir

Andrade presencia a fuga dos padres, abandonando os índios Os padres Balda e Tedeu = furiosos / Patusca = glutão Andrade dá afago a mães chorosas, filhos inocentes, pais curvos e tímidas donzelas “Sossegado o tumulto e conhecidas As vis astúcias de Tedeu e Balda, Cai a infame República por terra.” Os índios reconhecem a autoridade do Rei O eu-lírico finaliza o texto com a exaltação do texto > seria lido e consagrado com o passar dos tempos.