História da filosofia 1.PRÉ-SOCRÁTICO – SÉCULO VI A IV A.C.

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Transcrição da apresentação:

História da filosofia 1.PRÉ-SOCRÁTICO – SÉCULO VI A IV A.C. 2. FILOSOFIA ANTIGA (GREGA CLÁSSICA) - SÉCULO IV A. C. A I D.C. 3.PENSAMENTO CRISTÃO – SÉCULO I A XVI 4. FILOSOFIA MODERNA E ILUMINISTA – SÉCULO XV A XVIII 5. FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA – SÉCULO XIX EM DIANTE

3. HISTÓRIA DA FILOSOFIA 3.1 Mitologia Grega: Relatando a vida dos deuses e heróis e seu 'envolvimento com os homens’, os gregos criaram uma rica mitologia - um conjunto de lendas e crenças que, de modo simbólico, fornecem explicações para a realidade universal, isto é, uma cosmogonia e teogonia - explicação sobre a origem do universo baseada nos mitos. Kosmos - “mundo organizado”. cosmogonia é a narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas. Gonia: verbo gennao – engendrar, gerar, fazer nascer e crescer, e o substantivo genos – nascimento, gênese, descendência, gênero, espécie. Quer dizer “geração”, nascimento a partir da concepção sexual e do parto.

Já a teogonia, palavra composta de gonia e theos, que, em grego, significa “as coisas divinas, os seres divinos, os deuses”. A teogonia é portanto, a narrativa da origem dos deuses a partir de seus pais e antepassados. jvictorocha8.blogs jogospuzzle.com essaseoutras.com.br emyhouseplus.wordpress.com

3.2 A AURORA DA FILOSOFIA: OS PRÉ-SOCRÁTICOS - A filosofia nasce na Grécia - conjunto de muitas cidades-Estado gregas (polis), independentes umas das outras, e muitas vezes rivais. - No vasto mundo grego, a filosofia teve como berço a cidade de Mileto, situada na Jônia, litoral ocidental da Ásia Menor. - Caracterizada por múltiplas influências culturais e por um rico comércio, a cidade de Mileto abrigou os três primeiros pensadores da história ocidental a quem atribuímos a denominação filósofos. São eles: Tales, Anaximandro e Anaxímenes, entre outros.

kosmos – ordem e organização do mundo / Um dos objetivos desses primeiros filósofos, é a construção de uma COSMOLOGIA kosmos – ordem e organização do mundo / Logos- pensamento racional, conhecimento – isto é, a busca de uma explicação racional e sistemática das características do universo que substituísse a antiga cosmogonia (explicação sobre a origem do universo baseada nos mitos). Tentaram descobrir, com base na razão o princípio substancial ou substância primordial (a arché, em grego) existente em todos os seres materiais. Encontrar a “matéria prima” de que são feitas todas as coisas.

Cidade Grega e Filosofia - O declínio dos mitos Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VI e VII a.C., promovendo a passagem do saber mítico (alegórico) ao pensamento racional (logos). Essa passagem ocorreu durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentos utilizadas no passado. Durante muito tempo os primeiros filósofos gregos compartilharam de crenças míticas, enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.

O exercício da razão na polis grega Na Grécia Antiga o momento histórico em que se afirma a utilização do logos (a razão) para resolver os problemas da vida está vinculado ao surgimento da polis, cidade-Estado grega. A polis foi uma nova forma de organização social e política desenvolvida entre os séculos VIII e VI a. C. Nela, eram os cidadãos que dirigiam os destinos da cidade. Como criação dos cidadãos, e não dos deuses, a polis estava organizada e podia ser explicada de forma racional, isto é, de acordo com a razão. A prática consiste da discussão política em praça pública pelos cidadãos que fez com que, com o tempo, o raciocínio bem formulado e convincente, se tornasse o modo adotado para se pensar sobre todas as coisas, não só as questões políticas.

Os filósofos pré-socráticos foram os primeiros em nossa cultura a debruçarem a uma visão racional do mundo, dizendo como a natureza se origina, como e de que ela se compõe, qual o lugar do homem nela. Assim, tentaram analisar o processo de gênese do universo com a exatidão e a frieza objetiva que caracterizam a ciência. As principais características da sua cosmologia são: - É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao explicá-la, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos.

Busca o princípio natural (de onde tudo vem e tudo retorna), eterno, imperecível e imortal, gerador de todos os seres. Esse princípio é uma natureza primordial chamado PHYSIS (palavra grega que significa – fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). a causa natural, contínua e imperecível da existência de todos os seres e de suas transformações. A physis não pode ser conhecida pela percepção sensorial, pois esta somente nos oferece as coisas já existentes, mas apenas pelo pensamento – ela é aquilo que o pensamento descobre quando indaga qual é a causa da existência e da transformação de todos os seres percebidos.

A physis é a natureza tomada em sua totalidade. - a natureza entendida como princípio e causa primordial da existência e das transformações das coisas naturais (incluindo os seres humanos) e entendida como o conjunto ordenado e organizado de todos os seres naturais ou físicos. fotosdanet.com revistadeciframe.com

- a physis é imperecível, dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, que, ao contrário do princípio gerador, são seres perecíveis ou mortais. - a physis é imutável, os seres físicos ou naturais gerados por ela, além de serem mortais, são mutáveis ou seres em contínua transformação, mudam de qualidade e de quantidade. Portanto, o mundo está em uma mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade. A mudança – nascer, mudar de qualidade ou quantidade, perecer – se diz em grego KÍNESIS (movimento).

O movimento das coisas e do mundo chama-se devir, que segue leis rigorosas que o pensamento conhece, por isso não é caótico. Essas leis são as que mostram que toda mudança é a passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido bom-mau, um-muitos, vivo-morto, etc. e seu inverso: noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos, um, etc. Todavia, os filósofos pré-socráticos não concordaram ao determinar o que era a physis, cada filósofo encontrou motivos e razões para determinar qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da natureza e de suas transformações.

TALES DE MILETO (623-546 a.C. aproximadamente) Pensava que a origem e o princípio de todas as coisas é a água. O deus oceano (Posseidon) é o pai de todas as coisas. Tales costuma ser considerado o primeiro pensador grego, “o pai da filosofia”. projetoaguamaceio.blogspot.com Na condição de filósofo, buscou a construção do pensamento racional em diversos campos do conhecimento que, hoje, não são considerados especialidades filosóficas. Foi astrônomo e chegou a prever o eclipse total do Sol ocorrido em 28 de maio de 585 a.C. Na área da geometria demonstrou, por exemplo, que todos os ângulos inscritos no meio círculo são retos e que em todo triângulo a soma de seus ângulos internos é igual a 180°.

Ele usou seus conhecimentos sobre Geometria e proporcionalidade para determinar a altura de uma pirâmide. Em seus estudos observou que os raios solares que chegavam à Terra estavam na posição inclinada e eram paralelos, dessa forma, ele concluiu que havia uma proporcionalidade entre as medidas da sombra e da altura dos objetos.

ANAXIMANDRO DE MILETO (610-547 a.C.) Procurou aprofundar as concepções de Tales sobre a origem única de todas as coisas. Em meio a tantos elementos observáveis no mundo natural – a água, o fogo, o ar, etc – ele acreditava não ser possível eleger uma única substância material como o princípio primordial de todos os seres. Para ele, esse princípio é algo que transcende os limites do observável, ou seja, não se situa numa realidade ao alcance dos sentidos. O primeiro princípio é, assim, um ser indeterminado, o apeíron (termo grego que significa o indeterminado, o infinito), que seria a “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários. O ser indeterminado vai sendo então ulteriormente caracterizado por determinações que o limitam mais e mais, até formar as coisas determinadas que vemos no mundo sensível.

indianala.blogspot.com

ANAXÍMENES DE MILETO (588-524 a.C) Admitia que a origem de todas as coisas é indeterminada. Entretanto, recusava-se a atribuir-lhe o caráter oculto de elemento situado fora dos limites da observação e da experiência sensível. Tentando uma possível conciliação entre as concepções de Tales e as de Anaximandro, concluiu ser o ar o princípio de todas as coisas. Porque o ar representa um elemento “invisível e imponderável, quase inobservável e, no entanto observável: o ar é a própria vida, a força vital, a divindade que “anima” (alma) o mundo, aquilo que dá testemunho a respiração”.

PITÁGORAS DE SAMOS: O culto da matemática (570-490 a. C PITÁGORAS DE SAMOS: O culto da matemática (570-490 a.C. aproximadamente) Para Pitágoras, a essência de todas as coisas reside nos números, os quais representam a ordem e a harmonia. Segundo alguns historiadores, pela primeira vez se introduzia um aspecto mais formal na explicação da realidade, isto é, a ordem e a constância. Assim, a essência dos seres, a arché, teria uma estrutura matemática da qual derivariam problemas como: finito e infinito, par e ímpar, unidade e multiplicidade, reta e curva, círculo e quadrado etc. tecnologiadoglobo.com

O teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os três lados de qualquer triângulo retângulo. Na geometria euclidiana, o teorema afirma que: Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. Por definição, a hipotenusa é o lado oposto ao ângulo reto, e os catetos são os dois lados que o formam. O enunciado anterior relaciona comprimentos, mas o teorema também pode ser enunciado como uma relação entre áreas: “Em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado cujo lado é a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados cujos lados são os catetos”.

PARMÊNIDES DE ELEIA (510-470 a.C.) Para Parmênides o ser é o ‘logos’ (o pensamento e a linguagem) as coisas que pensamos e dizemos são permanentes, pois só podemos dizer e pensar aquilo que é sempre idêntico a si mesmo sem contradições, imutável e imperecível. Se uma coisa torna-se contrária a si mesma, deixará de ser e, em seu lugar, haverá nada, coisa nenhuma, pois o que se contradiz se autodestrói. O devir, o fluxo dos contrários, é aparência sensível, mera opinião que formamos porque confundimos a realidade com nossas sensações, percepções e lembranças.

A mudança, o movimento é sempre a passagem do ser para o não-ser o nada, o impensável, o indizível, ou seja, o perecer. Ou então, a passagem do não-ser para o ser, isto é, o nascer. Ora, como o não-ser não existe, como ele não é nada, não há passagem para o não-ser. Não há por igual, passagem a partir do não-ser; do não-ser não pode sair nada. Isso significa que não há perecimento nem nascimento, perecer e nascer são ilusões, são meras aparências. Pela lógica do pensamento, o não-ser não é nada. E tudo aquilo que o não-ser determina está sendo determinado como sendo nada, isto é, não é nada é pura ilusão. Para Parmênides, não existe movimento e, se pensarmos que algo está em movimento, trata-se de uma ilusão.

Parmênides é denominado enquanto o grande intelectual da filosofia, pois foi ele que pensou sobre a unidade da razão e do ser. Para ele tudo é uno - único e imutável (imóvel). O todo e o uno, são o começo e o fim de toda filosofia, e toda a ciência que se queira e se entenda como a grande síntese. Torna-se, assim, também, o primeiro filósofo a formular os princípios lógicos de identidade e de não-contradição, desenvolvidos depois por Aristóteles.

HERÁCLITO DE ÉFESO: O movimento perpétuo do mundo (por volta do ano 500 a.C ) FOGO. Heráclito é considerado o primeiro grande representante do pensamento dialético. Concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, no qual tudo flui e em permanente transformação. Daí sua escola filosófica ser chamada de mobilista (de movimento). Para ele, a vida era um fluxo constante, impulsionado pela luta de forças contrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, a construção e a destruição, justiça e a injustiça, o racional e o irracional, a alegria e a tristeza etc, ou seja, a luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo.

Assim, afirmava que “a luta (guerra) é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas”. É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui. Nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece, tudo se torna contrário a si mesmo. O ‘logos’ é a mudança de todas as coisas, os conflitos entre elas. É entre Parmênides e Heráclito que se abre o espaço em que se faz filosofia. Parmênides, dizendo que tudo é uno, fornece o elemento lógos universal que abrange tudo; Heráclito, dizendo que tudo flui, que tudo é movimento de pólos opostos, fornece o elemento da dialética “ o todo e o uno” e “tudo flui” são desde então lemas de toda e qualquer filosofia.

pensamentoseolhares.blogspot.com

EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO (490-430 a.C.) Existem quatro substâncias fundamentais que permanecem eternas e indestrutíveis – a água, a terra, o ar e o fogo – o úmido, o seco, o quente e o frio. A determinação das coisas variam conforme a composição nelas desses quatro elementos.

A dosagem de líquido e de sólido, de fogo e de ar, a proporção em que estes elementos se misturam é o que dá forma e figura as coisas. Esses elementos são movidos e misturados de diferentes maneiras em função de dois princípios universais opostos: amor (philia) – responsável pela força de atração e união e pelo movimento de crescente harmonização das coisas. Ódio (neikos) – responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de decadência, dissolução e separação das coisas. Para ele, todas as coisas existentes na realidade estão submetidas às forças cíclicas desses dois princípios.

ANAXÁGORAS (500-428 a.C.) Julga ser impossível construir a diversidade real das coisas somente com os quatro elementos de Empédocles. Postula, para isso, a existência da Spermata, de espermas. Os espermas seriam numericamente infinitos, de infinita variedade, cada um divisível em si mesmo, sem com isso perder sua força germinadora e determinante. Essa massa inicial é a matéria prima do mundo. As determinações das coisas são então produzidas por uma inteligência ordenadora, o nous, que mistura o esperma de forma ordenada.

LEUCIPO DE ABDERA e seu discípulo DEMÓCRITO DE ABDERA (460-370 a. C LEUCIPO DE ABDERA e seu discípulo DEMÓCRITO DE ABDERA (460-370 a.C. aproximadamente) Segundo os primeiros atomistas, o princípio de todas as coisas são os a-tomos. Em grego, Tomein significa cortar, átomo é aquilo que não é mais divisível, o que não pode ser cortado por ser um elemento primeiro. Os átomos indiferenciados um dos outros, constituem inicialmente uma massa informe, os átomos e o acaso constituem os dois elementos que explicam a natureza das coisas.

Para os atomistas, é a partir do movimento ‘vorticoso’, do movimento caótico dos átomos que o corpo humano e todas as coisas se constituem, de um encontro de átomos; e também a alma - a inteligibilidade e a inteligência. A alma para os atomistas, também é constituída de átomos, só que são átomos diferenciados, átomos mais sutis, lisos e esferiformes de natureza ígnea, que se propagam por todo o corpo que o vivifica - é o que dá vida, o que dá movimento ao corpo. Por serem átomos sutis tendem a sair do corpo, sendo todos reintegrados novamente pela respiração, e quando esta cessa, advém a morte dispersando todos os átomos ígneos do corpo.