DETECÇÃO DE POSSÍVEIS “MUDANÇAS CLIMÁTICAS” EM SÉRIES HISTÓRICAS DE PRECIPITAÇÃO PLUVIAL Gabriel Blain Estudo de caso: Campinas-SP (1890 a 2005)

1º Passo : O que é “mudança climática” ? Quais as dificuldades para responder essa questão? CLIMA VS TEMPO (PITTOCK et al., 1978) O fluxo de energia solar incidente sobre o globo terrestre é respondido pela atmosfera, oceanos, criosfera e biosfera de várias maneiras, tais como pelo armazenamento, pela re- emissão ou redistribuição das ondas eletromagnéticas. As manifestações dinâmicas ou termodinâmicas causadas por esses processos naturais podem ser avaliadas instantaneamente (tempo) ou em um período mais longo (clima). Não há, entretanto, uma divisão clara entre quando termina o estudo do tempo e começa o do clima (subjetividade)

O CONCEITO DE CLIMA NÃO DEVE SER DESASSOCIADO DA DINÂMICA DAS DIVERSAS CONDIÇÕES DO TEMPO MÉTODOS ESTATÍSTICOS QUE NÃO RECONHECEM ESSA DINÂMICA ATMOSFÉRICA (COMO A MÉDIA ARITMÉTICA), PODE LEVAR O USUÁRIO A INTERPRETAÇÕES POUCO PRECISAS.

Vinnikov et al. (1990) Apesar de ter sido registrado aumento nos totais de precipitação na União Soviéticas, as regiões agrícolas foram submetidas a uma seca severa causada pela má distribuição temporal e espacial das chuvas. Waggoner (1989) O estudo da distribuição de freqüência de chuva é um método mais apropriado para a caracterização climática do regime de precipitação do que a média aritmética. DISTRIBUIÇÃO GAMA

De forma geral, as avaliações da distribuição gama permitiram concluir que a distribuição da precipitação mensal em Campinas é, nos meses mais chuvosos, bastante próxima à distribuição normal (baixo grau de assimetria). Entretanto, esse grau de assimetria aumenta consideravelmente nos meses menos chuvosos. RESULTADO PRELIMINAR :

APÓS A CORRETA CATACTERIZAÇÃO DAS DISTIBUIÇÕES MENSAIS DE PRECIPITAÇÃO, PODE-SE TENTAR, EM UMA LONGA SÉRIE METEOROLÓGICA, DETECTAR POSSÍVEIS ALTERAÇÕES DE ORDEM CLIMÁTICA ? O que é “mudança climática” ? Como é possível detectar-se alterações climáticas em séries de precipitação? Pittock et al. (1978) MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Devem ser evidenciadas por meio de tendências contínuas ou de descontinuidades na variabilidade de alguns elementos meteorológicos. Katz (1991) Uma mudança no regime de uma variável que tenha uma distribuição assimétrica resultará em uma transformação na forma de tal representação gráfica.

TENDÊNCIA CONTÍNUA!! INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA

NÃO HOUVE TENDÊNCIA CONTÍNUA!! NÃO HÁ INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA

MATERIAL E MÉTODOS Dividiu-se as séries mensais de Campinas em quatro períodos: 1890 a 1918 (P1), 1919 a 1947 (P2), 1948 a 1976 (P3) e 1977 a 2005 (P4) Para avaliar possíveis mudanças temporais na distribuição de freqüência de ocorrência de valores de chuva, P1, P2, P3 e P4 de cada agrupamento mensal foram comparados estimando-se a função densidade de probabilidade gama (mudança na forma da distribuição)

NÃO FOI POSSÍVEL DETECTAR-SE TENDÊNCIAS CONTÍNUAS NA VARIABILIDADE TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO

CONCLUSÃO Sob o aspecto de mudanças no regime mensal de precipitação, a comparação dentro de cada mês dos períodos P1, P2, P3 e P4, não demonstrou nenhuma tendência contínua ou descontinuidade na variabilidade da precipitação pluvial. Assim, de acordo com a FDPG e com a escala temporal utilizada, não foram verificadas mudanças significativas no regime de precipitação mensal na região de Campinas-SP entre os anos de 1890 a 2005