O descompasso entre a oferta de profissionais e nas necessidades do SUS Laura Feuerwerker Doutora em Saúde Pública Pesquisadora visitante da Escola Nacional.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
«Forte do Bom Sucesso (Lisboa) – Lápides 1, 2, 3» «nomes gravados, 21 de Agosto de 2008» «Ultramar.TerraWeb»
Advertisements

RESIDENTES E ESTAGIÁRIOS EM CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Prof. Flávio Danni Fuchs
Propriedades físicas representativas de
I CENSO NACIONAL DE RESIDÊNCIA OU ESTÁGIO EM CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Palestras, oficinas e outras atividades
A busca das mulheres para alcançar seu espaço dentro das organizações
Vamos contar D U De 10 até 69 Professor Vaz Nunes 1999 (Ovar-Portugal). Nenhuns direitos reservados, excepto para fins comerciais. Por favor, não coloque.
Programa TEC NEP UM PROGRAMA CIDADÃO.
João Lúcio de Azevedo ESALQ/USP, UMC, UCS, CBA
Avaliação de Egressos Dr. Nestor Schor UNIFESP
Universidade Federal de Pelotas
Curso de ADMINISTRAÇÃO
PUCRS - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PEDIATRIA E SAÚDE DA CRIANÇA Início do Mestrado: 1995 Início do Doutorado: 2004 Formou 63 Mestres e 3 doutores Conceito.
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde XXIII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde 27 a 30 de junho de 2007 Joinville.
Reunião Geral das Escolas Técnicas do SUS – RET-SUS – Rio Branco – AC – 25 a 27 de outubro de 2005 A Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde sob Nova.
Prof. Dra. Laura Feuerwerker
Programa de Reestruturação dos Hospitais de Ensino As estratégias de certificação e contratualização Junho 2008 Ministério da Saúde Secretaria de Atenção.
Desmistificando o ensino de odontologia na sua relação com o SUS
Março 2007 Situação Diagnóstica da Regulação da Assistência no Estado Situação Diagnóstica da Regulação da Assistência no Estado Secretaria da Saúde do.
Irecê Oficina de Apoio Técnico aos Municípios no desenvolvimento dos processos de trabalho que garantam a regulação.
SERRINHA Oficina de Apoio Técnico aos Municípios no desenvolvimento dos processos de trabalho que garantam a regulação.
Informação em Saúde Suplementar
Pós-Graduação em Saúde
cve Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Programa Mais Médicos Secretaria de Regulação e Supervisão de Ensino Superior Seres Ministério de Estado da Educação Brasília, 08 de agosto de 2013.
Renda até 2 SM.
Diagnósticos Educativos = Diagnósticos Preenchidos 100% = 1.539
PESQUISA SOBRE PRAZO MÉDIO DA ASSISTÊNCIA NA SAÚDE SUPLEMENTAR
Cursos da área da saúde - consonância com diretrizes curriculares, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva e capacitados a atuar pautados.
(CESPE/ Técnico Judiciário do TRT 17ª Região/ES) O Superior Tribunal de Justiça entende que o candidato aprovado em concurso público dentro do limite.
Regulamento FMTKD adaptado para Categorias Não-Oficiais
Plano Municipal de Saúde
CÂMARA DE SAÚDE.
Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde
Formação pela Escola Equipe: Coordenação:Cristiana Gonzaga
PROCESSOS PRINCIPAIS Alunos - Grau de Satisfação 4971 avaliações * Questões que entraram em vigor em 2011 ** N.A. = Não Aplicável Versão: 07/02/2012 INDICADORES.
Pedagogia Expansão das IFES Oferece formação Educação infantil Educação infantil Ensino fundamental (anos iniciais) Ensino fundamental (anos.
Educação Pré-Escolar / 1º Ciclo do Ensino Básico
Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento Setembro de 2006.
Indicadores do Mercado
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA CONDUTA - AUXILIAR ANO IV – Nº 04.
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA CONDUTA - AUXILIAR ANO III – Nº 05.
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA NÍVEL DE SERVIÇO ANO I – Nº 9.
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA CONDUTA - AUXILIAR ANO III – Nº 02.
FISCALIZAÇÃO DIRECIONADA NÍVEL DE SERVIÇO ANO II – Nº 01.
Funcionários - Grau de Satisfação 2096 avaliações
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Tributação da Exportação nas Empresas optantes pelo Simples Nacional
Santarém 13 a 15 de agosto de 2009 Prof. Licurgo Brito SEDUC-PA.
Projeto Marcas que Eu Gosto 1 PROJETO MARCAS QUE EU GOSTO Estudos Quantitativo de Consumidores Janeiro / 2005.
DANILO DE MELO SOUZA Secretário da Educação JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS Governador do Tocantins.
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DAS PROFISSÕES
1/40 COMANDO DA 11ª REGIÃO MILITAR PALESTRA AOS MILITARES DA RESERVA, REFORMADOS E PENSIONISTAS - Mar 06 -
PATRO Associada da Disciplina de Clínica Geral e Propedêutica do Depto. De Clínica Médica FMUSP CNRM/MEC CREMESP Programa de Residência Médica.
ENCONTRO DOS JUIZES DA FAMÍLIA II ENCONTRO DOS JUIZES DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE Sistematização da Pesquisa realizada com os Magistrados MARÇO/2004.
Projeto Medindo minha escola.
Informação em Saúde Suplementar Natal, setembro de 2007.
São Paulo – Abril de 2008 Integração ensino-serviço nas redes municipais de saúde como princípio de gestão Título Laura Camargo Macruz Feuerwerker.
Estatística Aula 9 – 28/02/2011.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Olhe fixamente para a Bruxa Nariguda
MESA REDONDA: Fixação de Doutores nas IES Particulares Núbia Maciel.
Equipe Bárbara Régis Lissa Lourenço Lucas Hakim Ricardo Spada Coordenador: Gabriel Pascutti.
Programa Mais Médicos: “Resultados e novas demandas dos municípios”
Universidade Federal de São Paulo COEX - 1ª Prestação de Contas Encontro de Avaliação da Política de Educação Permanente em Saúde no Estado de São Paulo.
Curso de Especialização para Formação de Gestores e Equipes Gestoras do SUS Módulo I: Políticas de Saúde e os Desafios Contemporâneos Para a Gestão do.
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATIVAÇÃO DE PROCESSOS DE MUDANÇA NA
PATRO FMUSP FENAM Federação Nacional dos Médicos
Associação Brasileira
Transcrição da apresentação:

O descompasso entre a oferta de profissionais e nas necessidades do SUS Laura Feuerwerker Doutora em Saúde Pública Pesquisadora visitante da Escola Nacional de Saúde Pública Campinas, outubro de 2005

Uma das faces do problema: Empiricamente percepção de desequilíbrios: – concentração de cursos e oportunidades de especialização em determinadas regiões do país, – falta de determinados especialistas, – dificuldade de fixação de profissionais em determinadas áreas. Única profissão com especialização em serviço regulamentada e financiada com recursos públicos: medicina; Abertura de cursos de graduação e de programas de residência – respondem sobretudo à intencionalidade dos formadores; – ausência de critérios para definir e necessidades e de mecanismos para pactuar oferta; – requisitos mínimos de qualidade são o único critério para avaliar abertura de cursos de graduação e programas de residência

Outra face do problema: SUS x mercado x autonomia universitária: quem orienta a formação? SUS não tem tido potência para ordenar a formação dos profissionais de saúde Necessidade de encontrar o tomcerto para ampliar a interface com a educação: contribuir para o perfil profissional necessário Formação geral e orientada à integralidade é necessária para todo profissional, qualquer que seja sua área de atuação futura Saúde + Educação política para formação de profissionais de saúde

Estudo de necessidades de profissionais e especialistas: Coordenação: Deges/SGTES/MS Instituições convidadas: USP, UFBa, UFRGS, UFPel, UFMG 1a. Fase do estudo: descritiva, baseada em dados secundários Linhas desenvolvidas: – Características atuais da oferta de cursos de graduação em medicina – Características atuais da oferta de Residência Médica – Perfil sócio-demográfico e epidemiológico nas diferentes regiões do país – Capacidade instalada e disponibilidade atual de especialistas no país – Identificação de políticas e estratégias de regulação da oferta de profissionais e especialistas em outros países

Regiões a a Mais de CM neonatal precoce Norte12,917,415,5 Nordeste13,414,2 Centro-Oeste13,38,37,2 Sudeste9,28,98,7 Sul6,1 7,0 Leitos UTI Neonatal / Norte1,90,32,2 Nordeste0,24,04,1 Centro-Oeste0,76,06,2 Sudeste0,51,25,7 Sul0,34,18,5

Regiões a a Mais de CM Pós-neonatal Norte7,26,97,5 Nordeste9,67,16,4 Centro-Oeste7,46,14,9 Sudeste5,35,46,1 Sul4,14,75,7 Pediatra por Norte10,311,116,5 Nordeste11,124,822,6 Centro-Oeste16,518,021,5 Sudeste10,826,726,1 Sul24,824,031,4 % de crianças < 5 anos Norte12,111,310,7 Nordeste10,99,38,8 Centro-Oeste9,6 10,2 Sudeste9,48,88,6 Sul8,2 7,8

Regiões a a Mais de Leitos cirúrgicos por Norte8,86,27,5 Nordeste8,812,613,8 Centro-Oeste5,710,713,3 Sudeste7,07,511,1 Sul6,88,317,5 Cirurgião-Geral por Norte9,54,36,1 Nordeste7,312,512,4 Centro-Oeste9,412,710,8 Sudeste9,49,59,9 Sul8,711,214,5 Anestesista por Norte3,02,63,7 Nordeste5,38,910,2 Centro-Oeste4,94,86,7 Sudeste6,37,710,2 Sul5,47,814,8

Regiões a a Mais de Leitos de UTI por Norte1,3 1,6 Nordeste1,12,73,1 Centro-Oeste0,93,2 Sudeste1,72,63,8 Sul1,92,74,8 Intensivista por Norte1,40,91,9 Nordeste1,55,64,2 Centro-Oeste1,26,64,3 Sudeste4,05,5 Sul1,97,36,2

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: PEDIATRIA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: PEDIATRIA [6,6 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab]

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: GINECO-OBSTETRÍCIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: PEDIATRIA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: GINECO-OBSTETRÍCIA [2,5 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: PEDIATRIA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CLÍNICA GERAL Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: GINECO-OBSTETRÍCIA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CLÍNICA GERAL [0,7 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: GINECO-OBSTETRÍCIA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CIRURGIA GERAL Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CLÍNICA GERAL

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CIRURGIA GERAL [5,2 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CLÍNICA GERAL

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ANESTESIOLOGIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CIRURGIA GERAL

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ANESTESIOLOGIA [13,4% das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: CIRURGIA GERAL

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: NEFROLOGIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: NEFROLOGIA [64 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: NEUROLOGIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: NEUROLOGIA [52,4 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: OFTALMOLOGIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: OFTALMOLOGIA [30,6 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ONCOLOGIA Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ONCOLOGIA [87,7 % das microrregiões com coef < 1 vínculo/cem mil hab] Coeficiente de Vínculos Médicos por Cem Mil Habitantes: ACUPUNTURA

Brasil – Percentual por natureza jurídica Instituições Programas Vagas Credenciadas

Brasil – Nº e % de vagas credenciadas por área do programa

Regiões – Percentual de vagas credenciadas e médicos % de vagas credenciadas % de médicos em atividade

Regiões – Percentual de vagas credenciadas e médicos Área Básica Esp. Acesso Direto Esp. c/ Pré-requisito

Básicas –% de vagas cred. por região e programa

Esp. Acesso Dir. –% de vagas cred. por região e programa

Esp. Pré-Requisito –% de vagas cred. por região e programa

Brasil – Déficit de Vagas RM – Atual e Projeções Atual (2004)Projeção (2009) Déficit de Vagas

Brasil – Déficit de Vagas RM por Natureza Jurídica Atual (2004) Projeção (2009) Déficit de Vagas

CI Básica – Municípios que têm RM Básica

CI Especialidade – Municípios que têm RM

Estudo de necessidades de profissionais e especialistas: Próximos passos antes previstos: – Ampliar o estudo para outras profissões da saúde: levantamento da oferta de graduação e identificação dos profissionais existentes já em curso – Nova fase do estudo: migração profissionais e estudantes, necessidades identificadas pelos gestores, demografia especialidades

Conclusões iniciais: – Única região do país em que há carência relativa de vagas para graduação em medicina é o Nordeste – Iniciativa privada investe na abertura de cursos de graduação, mas não na especialização (que é financiada essencialmente com recursos públicos) – Oferta atual de oportunidades de especialização não está orientada pelo perfil epidemiológico, nem pelas políticas de organização da atenção à saúde

Medidas necessárias para regulação Política para ampliação de vagas e programas de Residência Médica: Criar mecanismos de diálogo e pactuação entre MEC e MS (Se o MS não entrar pesadamente no financiamento de bolsas, jamais haverá regulação!!!) Utilização dos dados epidemiológicos e de capacidade instalada para definir oportunidades de programas Estímulo e apoio institucional para abertura de programas em áreas prioritárias (temas e regiões) Aproximação da política de RM das demais políticas de educação e saúde

Medidas para regulação Estímulo à implementação das diretrizes curriculares (incluindo avaliação coerente e formação pedagógica docente) para assegurar aproximação da graduação com necessidades do SUS Ampliação do contato e cooperação entre IES e SUS em todos os âmbitos Política para abertura de cursos de graduação também levando em conta necessidades do SUS e perfil de desenvolvimento regional

Contatos: