Hidrologia Evapotranspiração Carlos Ruberto Fragoso Jr.

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Transcrição da apresentação:

Hidrologia Evapotranspiração Carlos Ruberto Fragoso Jr. Capítulo 06b Hidrologia Evapotranspiração Carlos Ruberto Fragoso Jr. http://www.ctec.ufal.br/professor/crfj/ Marllus Gustavo Ferreira Passos das Neves http://www.ctec.ufal.br/professor/mgn/ Ctec - Ufal

Evapotranspiração Conceito Geral Fatores que afetam a evapotranspiração Medição da evaporação Evaporação em lagos e reservatórios Estimativa da evapotranspiração Medição Cálculo

Conceito Geral - Evapotranspiração Evaporação (E) – Processo pelo qual se transfere água do solo e das massas líquidas para a atmosfera. No caso da água no planeta Terra ela ocorre nos oceanos, lagos, rios e solo. Transpiração (T) – Processo de evaporação que ocorre através da superfície das plantas. A taxa de transpiração é função dos estômatos, da profundidade radicular e do tipo de vegetação.

Definições Evaporação Ocorre quando o estado da água é transformado de líquido para gasoso devido à energia solar Móleculas da água líquida rompem a barreira da superfície (liberando energia) É necessário que o ar não esteja saturado

Definições calor latente de evaporação quantidade de energia que uma molécula de água líquida precisa para romper a superfície e evaporar

Transpiração no Sistema Solo Planta Atmosfera Transpiração  desde as raízes até as folhas, pelo sistema condutor, pelo estabelecimento de um gradiente de potencial desde o solo até o ar proporcional à resistência ao fluxo da água na planta Local de maior resistência ao fluxo O gradiente de tensão de vapor de água também favorece o fluxo Quanto mais seco estiver o ar (menor Umidade Relativa), maior será esse gradiente

Transpiração no Sistema Solo Planta Atmosfera Evapotranspiração (ET)  Processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera através da evaporação (E) e da transpiração (T). Potencial (ETP) Real (ETR)

Definições ETP  Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, em uma unidade de tempo, de uma superfície extensa, completamente coberta de vegetação de porte baixo e bem suprida de água (Penman,1956) ETR  Quantidade de água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração, nas condições reais (existentes) de fatores atmosféricos e umidade do solo. A ETR é igual ou menor que a evapotranspiração potencial (Gangopadhyaya et al, 1968)

Fatores que afetam Umidade do ar Temperatura do ar Velocidade do vento Radiação solar Tipo de solo Vegetação (transpiração)

Temperatura Temperatura (oC) 10 20 30 P0 (atm) 0,0062 0,0125 0,0238 Quanto maior a temperatura, maior a pressão de saturação do vapor de água no ar, isto é, maior a capacidade do ar de receber vapor. Para cada 10oC, P0 é duplicada Temperatura (oC) 10 20 30 P0 (atm) 0,0062 0,0125 0,0238 0,0431

Temperatura

Umidade do Ar Umidade relativa  medida do conteúdo de vapor de água do ar em relação ao conteúdo de vapor que o ar teria se estivesse saturado Ar com umidade relativa de 100% está saturado de vapor, e ar com umidade relativa de 0% está completamente isento de vapor onde UR é a umidade relativa; w é a massa de vapor pela massa de ar e ws é a massa de vapor por massa de ar no ponto de saturação.

Umidade do Ar Também pode ser expressa em termos de pressão parcial de vapor. Lei de Dalton  cada gás que compõe um a mistura exerce uma pressão parcial, independente da pressão dos outros gases, igual à pressão que se fosse o único gás a ocupar o volume No ponto de saturação a pressão parcial do vapor corresponde à pressão de saturação do vapor no ar, e a equação anterior pode ser reescrita como: onde UR é a umidade relativa; e é a pressão parcial de vapor no ar e es é pressão de saturação.

Vento O vento renova o ar em contato com a superfície que está evaporando (superfície da água; superfície do solo; superfície da folha da planta). Com vento forte a turbulência é maior e a transferência para regiões mais altas da atmosfera é mais rápida, e a umidade próxima à superfície é menor, aumentando a taxa de evaporação Vento  remove ar úmido da superfície onde ocorre ET  menos umidade  mais ET

Radiação Solar A quantidade de energia solar que atinge a Terra no topo da atmosfera está na faixa das ondas curtas. Na atmosfera e na superfície terrestre a radiação solar é refletida e sofre transformações: parte da energia incidente é refletida pelo ar e pelas nuvens (26%) parte é absorvida pela poeira, pelo ar e pelas nuvens (19%) parte da energia que chega a superfícies é refletida de volta para o espaço ainda sob a forma de ondas curtas (4% do total de energia incidente no topo da atmosfera)

Radiação Solar A energia absorvida pela terra e pelos oceanos  aquecimento destas superfícies  depois emitem radiação de ondas longas Além disso, o aquecimento das superfícies  aquecimento do ar que está em contato  fluxo de calor sensível (ar quente), e o fluxo de calor latente (evaporação) Finalmente, a energia absorvida pelo ar, pelas nuvens e a energia dos fluxos de calor latente e sensível retorna ao espaço na forma de radiação de onda longa, fechando o balanço de energia

Radiação Solar

Solo e vegetação Solos arenosos úmidos tem evaporação maior do que solos argilosos úmidos A vegetação: Controla a transpiração Pode agir fechando os estômatos Busca a umidade de camadas profundas do solo

Solo e vegetação Umidade do solo  uma das variáveis mais importantes na transpiração Solo úmido  plantas transpiram livremente  taxa de transpiração controlada pelas variáveis atmosféricas Solo começa a secar  fluxo de transpiração começa a diminuir Condições ideais de umidade do solo  ETP Condições reais de umidade do solo  ETR

Determinação da evaporação e da ET Evapotranspiração Medidas diretas Transferência de massa Temperatura Balanço de energia Radiação Equações empíricas Combinado Balanço hídrico evaporímetros

Transferência de massa Evaporação Transferência de massa Relação entre a evaporação e a pressão de vapor, com a introdução do efeito do vento Leva em conta a radiação solar: efetiva de ondas curtas, efetiva de ondas longas, a energia de evaporação, calor sensível por condução, características aerodinâmicas  método de Penman Balanço de energia Equações empíricas Ajuste por regressão das variáveis envolvidas evaporímetros Medida direta  tanque classe A, ... Balanço hídrico Baseia-se na equação da continuidade do lago ou reservatório

Evapotranspiração Medidas diretas temperatura Radiação Combinado Lisímetros e umidade do solo ETP  Método de thornthwaite, método de Blaney-Criddle. Para determinar ET  ET = ETP .kc, onde kc  coeficiente de cultura (determinado em lisímetros) temperatura Baseados na variável meteorológica radiação. Equação de Jesen e Haise, ... Radiação Chamada de equação de Penman  adaptar o cálculo da evaporação de superfícies livres para a superfície de interesse  ETP Combinado Balanço hídrico Para intervalos de tempo superiores a 1 semana

Evaporímetros  medição direta Evaporação Tanque classe A Evaporímetro de Piché

Tanque classe A Evaporação O mais usado  forma circular com um diâmetro de 121 cm e profundidade de 25,5 cm Construído em aço ou ferro galvanizado Pintado na cor alumínio Instalado numa plataforma de madeira a 15 cm da superfície do solo permanecer com água variando entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior.

Tanque classe A Evaporação Tanque "Classe A" – US Weather Bureau O fator que relaciona a evaporação de um reservatório e do tanque classe A oscila entre 0,6 e 0,8, sendo 0,7 o valor mais utilizado

Tanque classe A Evaporação Fonte : Sabesp

Tanque classe A Evaporação Tanque classe A

Tanque classe A Evaporação manutenção da água entre as profundidades recomendadas  evita erros de até 15% a água deve ser renovada  turbidez  evita erros de até 5% as paredes sofrem com a influência da radiação e da transferência de calor sensível  superestimação da evaporação próximos a cultivos de elevada estatura  subestimação da evaporação

Evaporímetro de Piché Constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de aproximadamente 30 cm de comprimento e um centímetro de diâmetro, fechado na parte superior e aberto na inferior A extremidade inferior tapada, depois do tubo estar cheio com água destilada, com um disco de papel de feltro, de 3 cm de diâmetro, que deve ser previamente molhado com água Este disco é fixo depois com uma mola. A seguir, o tubo é preso por intermédio de uma argola a um gancho situado no interior do abrigo Evaporação

Evaporímetro de Piché Evaporação

Evaporímetro de Piché Evaporação Piché é pouco confiável

Estimativa da evapotranspiração Medição (mais complicada) Cálculo

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração Lisímetro Depósitos enterrados, abertos na parte superior, preenchidos com solo e vegetação característica Controle das variáveis: Peso Medir chuva Coletar água percolada Coletar água escoada Superfície homogênea

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração Precipitação no solo  drenagem para o fundo do aparelho  água é coletada e medida O depósito é pesado diariamente, assim como a chuva e os volumes escoados de forma superficial e que saem por orifícios no fundo ET calculada por balanço hídrico entre 2 dias subseqüentes ET = P - Qs – Qb – ΔV E  evapotranspiração P  chuva (medida num pluviômetro) Qs  escoamento superficial (medido) Qb  é o escoamento subterrâneo (medido no fundo do tanque) ΔV  variação de volume de água (medida pelo peso)

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração

Lisímetros  medição direta Evapotranspiração http://jararaca.ufsm.br/websites/matasul-ufsm/1ca53f95af2a6c15feea202899377cc9.htm

Cálculo da ETP  baseado na temperatura Evapotranspiração Thornthwaite: empírica, caracterizada por um único fator, a temperatura média. Foi desenvolvida para climas temperados (inverno úmido e verão seco). E = c Ta t = temperatura de cada mês ºC T = temperatura média ºC Blaney-Criddle: também utiliza a temperatura média e horas do dia com insolação, para regiões semi-áridas ETP=(0,457 T + 8,13) p ET = ETP . Kc p = % luz diária kc = é o coeficiente de cultura.

Cálculo da ETP  baseado na temperatura Evapotranspiração

Thornthwaite Evapotranspiração Para estimar evapotranspiração potencial mensal T = temperatura média do mês (oC) a = parâmetro que depende da região I = índice de temperatura j  cada um dos 12 meses do ano Tj  temperatura média de cada um dos 12 meses

Exemplo Evapotranspiração Mês Temperatura Janeiro 24,6 Fevereiro 24,8 Março 23,0 Abril 20,0 Maio 16,8 Junho 14,4 Julho 14,6 Agosto 15,3 Setembro 16,5 Outubro 17,5 Novembro 21,4 Dezembro 25,5 Calcule a evapotranspiração potencial mensal para o mês de Agosto de 2006 em Porto Alegre onde as temperaturas médias mensais são dadas na figura abaixo. Suponha que a temperatura média de agosto de 2006 tenha sido de 15,3°C

Exemplo Evapotranspiração O primeiro é o cálculo do coeficiente I a partir das temperaturas médias obtidas da tabela. O valor de I é 96. A partir de I é possível obter a= 2,1. Com estes coeficientes, a evapotranspiração potencial é: Portanto, a evapotranspiração potencial estimada para o mês de agosto de 2006 é de 53,1 mm/mês.

Mais Equações de cálculo da ET Evapotranspiração Usando a temperatura e a umidade do ar Usando a temperatura e a radiação solar Equações de Penmann (insolação, temperatura, umidade relativa, velocidade do vento)

temperatura e radiação Métodos baseados na temperatura e radiação Evapotranspiração Jensen Haise Turc Grassi Stephens – Stewart Makkink

Métodos baseados na temperatura do ar e na umidade Evapotranspiração Blaney-Morin Hamon Hargreaves Papadakis

Equações combinadas Penman  evaporação Christiansen Van Bavel Evapotranspiração Penman  evaporação Christiansen Van Bavel Penman - Monteith  ampliação de Penman para ETR de uma superfície vegetada

Penman Combina Evapotranspiração poder evaporante do ar temperatura, umidade, velocidade do vento poder evaporante da radiação

Penman Evapotranspiração Em que se baseia a equação de Penman? W.m-2 Capítulo 06b Penman Evapotranspiração Em que se baseia a equação de Penman? Radiação efetiva de ondas curtas Radiação atmosférica de ondas longas Radiação atmosférica de ondas longas Fluxo de calor por condução Fluxo de calor por perda por evaporação W.m-2 VC Energia de entrada Energia de saída

Penman ondas curtas Evapotranspiração Radiação no topo da atmosfera Capítulo 06b Penman Evapotranspiração Em que se baseia a equação de Penman? ondas curtas a.Ssup Radiação no topo da atmosfera (Stop) Radiação incidente de onda curta (Ssup) Radiação efetiva de ondas curtas  Radiação líquida na superfície (RL) Stop Ssup RL W.m-2

Penman ondas curtas Evapotranspiração Capítulo 06b Penman Evapotranspiração Em que se baseia a equação de Penman? ondas curtas Radiação no topo da atmosfera (Stop)  função da latitude, distância sol-terra e época do ano

ondas longas para a atmosfera Capítulo 06b Penman Evapotranspiração Em que se baseia a equação de Penman? ondas longas Ln  radiação líquida de ondas longas que deixa a superfície terrestre ondas longas para a atmosfera Ln superfície para a f  fator de correção devido à cobertura de nuvens T [ºC]  temperatura média do ar a 2 m do solo  emissividade da superfícies s  constante (σ = 4,903.10-9 MJ.m-2.ºK-4.dia-1) W.m-2

Penman - Monteith Evapotranspiração Penman + introdução de um fator de resistência que leva em consideração o stress de umidade da vegetação e do solo

Penman - Monteith Evapotranspiração

Penman - Monteith Evapotranspiração

Penman - Monteith Massa específica do ar Massa específica do água Evapotranspiração Massa específica do ar PA é a pressão atmosférica em kPa T é a temperatura do ar a 2m da superfície em ºC Massa específica do água TW é a temperatura da água em ºC

Penman - Monteith Pressão de saturação do vapor (es) Evapotranspiração Pressão de saturação do vapor (es) T é a temperatura do ar a 2m da superfície em ºC Pressão real de vapor de água no ar (ed) UR é a umidade relativa do ar em %

Penman - Monteith Calor latente de vaporização (λ) Evapotranspiração Calor latente de vaporização (λ) l em MJ.kg-1 T é a temperatura do ar a 2m da superfície em ºC Constante psicrométrica (γ) taxa de variação da pressão de saturação do vapor com a temperatura do ar (Δ) T é a temperatura do ar a 2m da superfície em ºC

Penman - Monteith Resistência aerodinâmica (ra) Evapotranspiração um,10 é a velocidade do vento a 10 m de altura em m/s h é a altura da vegetação em m z0 é a rugosidade da superfície (z0 = h/10)

Penman - Monteith Evapotranspiração Resistência aerodinâmica (ra)

Penman - Monteith Resistência aerodinâmica (ra) Evapotranspiração Representa a dificuldade com que a umidade, que deixa a superfície das folhas e do solo, é dispersada pelo meio Na proximidade da vegetação o ar tende a ficar mais úmido, dificultando o fluxo de evaporação A velocidade do vento e a turbulência contribuem para reduzir a resistência aerodinâmica, trocando o ar úmido próximo à superfície que está fornecendo vapor, como as folhas das plantas ou as superfícies líquidas, pelo ar seco de níveis mais elevados da atmosfera.

Penman - Monteith Resistência aerodinâmica (ra) Evapotranspiração Inversamente proporcional à altura dos obstáculos enfrentados pelo vento, porque são estes que geram a turbulência

Penman - Monteith Velocidade do vento a 10 m de altura Evapotranspiração Velocidade do vento a 10 m de altura Estações climatológicas normalmente dispõe de dados de velocidade do vento medidas a 2 m de altura. Para converter estes dado a uma altura de referência de 10 m é utilizada a equação ao lado um,2 é a velocidade do vento a 2 m de altura em m/s z0 é a rugosidade da superfície (z0 = h/10)

Penman - Monteith Resistência superficial da vegetação (rs) Evapotranspiração Resistência superficial da vegetação (rs) Valores de referência (boas condições de umidade) Grama: rs = 69 s/m (ETP) Florestas superficiais: rs = 100 s/m

Penman - Monteith Fluxo de energia para o solo (G) Evapotranspiração Fluxo de energia para o solo (G) Por simplicidade, G pode ser considerado nulo Td é a temperatura do solo no dia que se deseja calcular a ET T3d é a temperatura do solo 3 dias antes Radiação líquida na superfície (RL) SSUP é a radiação de atinge a superfície (MJ.m-2.s-1) – valor medido α é o albedo, parcela da radiação incidente que é refletida (depende do uso e da cobertura vegetal - tabelado)

Penman - Monteith Evapotranspiração

Penman - Monteith Evapotranspiração Nem sempre estações meteorológicas medem a radiação que atinge a superfície (SSUP); Quando existem apenas dados de horas de insolação ou da fração de cobertura de nuvens, estima-se a radiação que atinge a superfície através de equações empíricas

Penman – Monteith  analogia com circuito elétrico Evapotranspiração Fluxo evaporativo  corrente elétrica Déficit de pressão de vapor no ar (pressão de saturação do vapor menos pressão parcial real: es-ed)  Diferença de potencial (Voltagem) Resistência: combinação de resistência superficial e resistência aerodinâmica  Resistência elétrica

Penman - Monteith Evapotranspiração Resistência superficial  combinação, para o conjunto da vegetação, da resistência estomática das folhas Representa a resistência ao fluxo de umidade do solo, através das plantas, até a atmosfera É diferente para os diversos tipos de plantas e depende de variáveis ambientais (umidade do solo, temperatura do ar e radiação recebida pela planta) A maior parte das plantas exerce um certo controle sobre a resistência dos estômatos  podem controlar a rs

Penman - Monteith Evapotranspiração Resistência estomática das folhas  depende da disponibilidade de água no solo Em condições favoráveis  valores de resistência estomática e, em conseqüência, os de resistência superficial são mínimos

Relações Evapotranspiração ETR = evapotranspiração depende da umidade do solo ETP ETR Umidade do solo Smx

Relações Evapotranspiração Períodos de estiagem mais longos  ET retira umidade do solo  ET diminui A redução da ET não ocorre imediatamente Para valores de umidade do solo entre a capacidade de campo e um limite  ET não é afetada pela umidade do solo A partir deste limite  ET diminuída  mínimo (normalmente zero)  no ponto de murcha permanente Neste ponto  rS atinge valores altíssimos

Penman – Monteith  passos Evapotranspiração Obter o dia Juliano (J) para a data que se deseja calcular a ET Obter a latitude (f), em graus, do local que se deseja calcular a ET Calcular a declinação solar em radianos Calcular a distância relativa da terra ao sol (dr)

Penman – Monteith  passos Evapotranspiração 5. Calcular o ângulo ao nascer do sol em radianos (ωs) f é a latitude do local em radianos d é declinação solar em radianos 6. Calcular a insolação máxima (N) para a localização desejada

Penman – Monteith  passos Evapotranspiração 7. Calcular a radiação solar que atinge o topo da atmosfera (STOP), em MJ.m-2.dia-1 f é a latitude do local em radianos d é declinação solar em radianos ωs é o ângulo do sol ao nascer em radianos

Penman – Monteith  passos Evapotranspiração 8. Calcular a radiação solar que atinge o topo da superfície (SSUP), em MJ.m-2.dia-1 N  insolação máxima possível em horas n  isolação medida em horas a  fração de atinge a superfície em dias encobertos (quando n=0) b  fração de atinge a superfície em dias sem nuvens (quando n = N)

Penman – Monteith  passos Evapotranspiração Quando não existem dados locais medidos que permitam estimativas mais precisas, são recomendados os valores de 0,25 e 0,50, respectivamente, para os parâmetros as e bs; Quando a estação meteorológica dispõe de dados de insolação, a equação acima é utilizada com n medido e N estimado pela equação. Quando a estação dispõe de dados de fração de cobertura, utiliza-se o valor de n/N diretamente 9. Calcular a radiação solar líquida na superfície (RL)

Exercício Estime a evapotranspiração média, em mm/dia, através da equação de Penman-Monteith para a cidade de Maceió (posto Inmet Ufal), no sábado, dia 23/04/2011 Abrir planilha  Acessar http://www.inmet.gov.br/  observações  estações automáticas ou convencionais  localizar a estação da Ufal no mapa  colocar a latitude na planilha  clicar em dados  escolher data e baixar os dados  podem ser colocados no Excel

Exercício

Dados meteorológicos Evapotranspiração http://meteo.infospace.ru/main.htm

Dados meteorológicos Evapotranspiração

Comentários sobre os métodos de estimativa Evapotranspiração Baseados na temperatura : Thorntwaite- muito limitado e tende a subestimar a evapotranspiração; Blaney-Criddle: utilizado para irrigação e considera o tipo de cultura Radiação ou combinado: Método Penman: utiliza dados climáticos como temperatura, radiação solar, insolação, umidade do solo e velocidade do vento

Evapotranspiração Evapotranspiração Evapotranspiração potencial : é a evaporação do solo e a transpiração das plantas máxima que pode ser transferida para atmosfera. Com base nas condições climáticas e características das plantas é possível estimar a ETP Evapotranspiração real: é a o total transferido para a atmosfera de acordo com a disponibilidade hídrica existente (umidade do solo) e a resistência das plantas.

S(t+1)=S(t) + (P –E - Q)dt Balanço hídrico Método de estimativa simples com base nos dados precipitação e vazão de uma bacia. A equação da continuidade S(t+1)=S(t) + (P –E - Q)dt Desprezando a diferença entre S(t+1) – S(t) Q= P- E Simplificação aceita para dt longos como o um ano ou seqüência de anos

Balanço hídrico Exemplo: Uma bacia (Rio Passo Fundo) com Precipitação média 1.941 mm e Vazão de 803 mm (valores médios de 10 anos). A evaporação real é E= 1941 – 803 = 1137 mm O coeficiente de escoamento é a relação entre Q/P C = 803/1941 = 0,41 ou 41% da precipitação gera escoamento.

Conversão de unidades Evapotranspiração mm/ano m3/s A = Área da bacia Q = vazão

Evaporação em reservatórios Reservatórios são criados para regularizar a vazão dos rios, aumentando a disponibilidade de água e de energia nos períodos de escassez A criação de um reservatório, entretanto, cria uma vasta superfície líquida que disponibiliza água para evaporação, o que pode ser considerado uma perda de água e de energia

Evaporação em reservatórios A evaporação da água em reservatórios  estimada a partir de medições de Tanques de Classe A Entretanto é necessário aplicar um coeficiente de redução em relação às medições de tanque  a água do reservatório normalmente está mais fria do que a água do tanque, que tem um volume pequeno e está completamente exposta à radiação solar

Evaporação em reservatórios Assim, para estimar a evaporação em reservatórios e lagos costuma-se considerar que esta tem um valor de aproximadamente 60 a 80% da evaporação medida em Tanque Classe A na mesma região, isto é: Onde Ft tem valores entre 0,6 e 0,8.

Evaporação em lagos e reservatórios Reservatório de Sobradinho área superficial de 4.214 km2 constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil Evaporação direta deste reservatório é estimada em 200 m3.s-1  10% da vazão regularizada do rio São Francisco  Esta perda é superior à vazão prevista para o projeto de transpiração do rio São Francisco

Exercício Evaporação Um rio cuja vazão média é de 34 m3/s foi represado por uma barragem para geração de energia elétrica. A área superficial do lago criado é de 5.000 hectares. Medições de evaporação de um tanque classe A correspondem a 1.500 mm por ano. Qual é a nova vazão média a jusante da barragem após a formação do lago?

Solução Evaporação E = 1.500 x 0,7 mm/ano E = 1,66 m3/s Q = 34 – 1,66 = 32,34 m3/s Redução de 4,9 % da vazão

Exercício Evaporação Deseja-se construir um reservatório em um rio, cuja bacia possui uma área de 50 km2. A área de inundação do reservatório é de 10 km2. Estime qual deve ser a redução de vazão média disponível na bacia. Considere que a evaporação potencial da superfície da água é de 1.400 mm por ano. A evaporação estimada por balanço hídrico antes da construção do reservatório foi de 1.137 mm por ano. Nestas mesmas condições, a vazão média era de 1,41 m3/s e a precipitação de 1.941 mm por ano.

Exercício Evaporação ET após a construção ET = (0,7.1.400.10 + 1.137.40)/50 = 1.105,6 mm/ano Q após a construção Q = 1.941 - 1.105,6 = 835,4 mm/ano Redução de Q Qantes = 1,41 m3/s Qdepois = 835,4 mm/ano = 1,325 m3/s Redução de 6,45%