As viagens dos naturalistas ao redor do mundo (séculos XVII-XIX)

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Transcrição da apresentação:

As viagens dos naturalistas ao redor do mundo (séculos XVII-XIX)

Viajantes e naturalistas Vasta literatura de viagens = gênero literário Relação não automática entre viajantes e naturalistas Contexto das viagens: Mercantilismo; nascimento e expansão de impérios ultramarinos (Portugal, Espanha, Holanda, França, Inglaterra); demanda por terras e produtos naturais; domínio de rotas comerciais;

Viajantes e naturalistas História Natural  práticas implicam classificações e variedade do mundo natural: viagem X museu coleta X guarda campo X gabinete diário de campo X memória científica naturalista isolado X redes de naturalistas Patrocínio das viagens = público e/ou privado (pessoal)

Viajantes e naturalistas Itinerários: pré-determinados, em princípio Instruções de viagem: precisas Material a ser levado: definido Temas: História Natural, Arqueologia, Etnografia, (Bio)Geografia, organização política e religiosa, produções, comércio, saúde, etc.

Algumas Grandes Expedições 1700-02; Joseph Pitton de Tournefort à Grécia e Turquia 1732: Carl von Linné à Lapônia 1735-45: Charles-Marie de la Condamine à região equatorial (forma da Terra) 1736-38: Pierre Louis Moreau de Maupertuis à Lapônia (forma da Terra) 1767-71: Louis Antoine de Bougainville ao redor do mundo 1799-1804: Alexander von Humboldt e Aimé Bonpland à América do Sul 1831-36: Charles Darwin à América do Sul 1848-52: Alfred Wallace e Henry Bates à Amazônia

Expedição de Alexandre Rodrigues Ferreira (1783-1792)

Instruções de viagem e de coleta Questionários para os coletores - Robert Boyle, 1666 (Transactions of the Royal Society, vol.1): “General heads for the natural history of a country, great or small; drawn out for the use of travellers and navigators” o que observar: “coisas do mundo superterrâneo, terrestre e subterrâneo” questões para confirmar ou refutar crenças: “Se aqueles que cavam as minas alguma vez realmente se encontraram com algum demônio subterrâneo; e, em caso afirmativo, como eles são; quais seus poderes e o que eles fazem, etc.”

Instruções de viagem e de coleta John Woodward, 1696 - Brief instructions for making observations in all parts of the world” “III. Na terra: Tome informações precisas sobre as brisas, e outros ventos ordinários, com a direção de onde sopram, a hora em que começam, e o tempo que duram; também de outros ventos, tempestades e furacões; ... Das fontes: se algumas vezes não ocorrem irrupções extraordinárias, ou grandes descargas de água que brotam a partir delas, sem nenhuma causa aparente. Idem no caso dos lagos, e também concernente às grutas. Qual a profundidade das minas, e quais minerais estão presentes; quais são as doenças que atacam os mineiros; quais minas são particularmente nefastas à saúde, e se foi observada a diminuição da vida dos mineiros por causa de algumas delas; (...)”

Instruções de viagem e de coleta Frei Leandro do Sacramento, 1819 – “Instrucções p/ os viajantes e empregados nas colônias s/ a maneira de colher, conservar e remeter objectos de Historia Natural , arranjada pela administração do Real Museu de História Natural de Paris. Trad. por ordem de S. M. Fidelíssima do original francez impresso em 1818. Augmentado, em notas, de muitas instrucções aos correspondentes da Academia R. das Sciencias de Lisboa, impressas em 1781; e precedida de algumas reflexões s/ a Historia Natural do Brazil, e estabelecimento do Museu e Jd. Botânico em a Côrte do Rio de Janeiro”.

Viagens no Império português (1783) Coordenação: Museu da Ajuda e ARCL (Domingos Vandelli)

Expedição ao Grão Pará, Rio Negro e Mato Grosso Chefiada por Alexandre Rodrigues Ferreira Membros: Agostinho Joaquim do Cabo (jardineiro-botânico) e os artistas (‘riscadores’) José Joaquim Freire e Joaquim José Codina.

Viagem a Goa & Moçambique Chefiada por Manoel Galvão da Silva Membros: José da Costa (jardineiro-botânico) e Antônio Gomes (escrevente)

Viagem a Angola Chefiada por José Joaquim da Silva Membros: Ângelo Donati e José Ântonio (artistas)

Viagem a Cabo Verde & Ceará Chefiada e conduzida integralmente pelo engenheiro-militar e naturalista João da Silva Feijó

Exemplos de coletas de naturalistas estrangeiros no Brasil Friedrich Sellow (1789 - 1831): viagem ao Brasil de 1814 a 1828, c/ financiamento da Grã-Bretanha, Prússia e Portugal (Brasil) Coleções do Museu de Berlim = 276 mamíferos, 4.945 pássaros, 80.834 insetos, 23 caixas de rochas e minerais, 39 caixas c/ plantas, 1 coleção de madeiras Coleções do Museu Nacional = 9 caixas de amostras diversas

Exemplos no Brasil Natterer: viagem ao Brasil de 1815 a 1817, na Missão Austríaca que acompanhou a Princesa Leopoldina por ocasião do casamento c/ D. Pedro I; financiamento das Coroas da Áustria, Bavária e Toscana Coleções no Museu Real Brasileiro (Viena) e museus de Berlim, Praga, Mônaco, Londres e Herbário von Martius = 430 minerais, 1.729 vidros c/ vermes, 42 pedaços de animais em vidros, 409 crustáceos, 32.825 insetos, 1.671 peixes, 1.678 anfíbios, 12.293 aves, 1.146 mamíferos, 125 ovos, 192 crânios, 242 sementes, 147 amostras de madeira, 216 moedas, 1.429 objetos indígenas e 1 esposa índia (etnia Murá)