O PRÉ-MODERNISMO NO BRASL

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Igreja Batista Boca Glades
Advertisements

Ortónimo e heterónimos
PRÉ-MODERNISMO BRASILEIRO ( )
REPÚBLICA VELHA ( ).
Pré-Modernismo O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu.
Pré-Modernismo Período de abrangência: 1902 a 1922.
Pré-Modernismo Profª. Mara Magaña.
Pré-Modernismo EE CORONEL CALHAU.
Porque o Senhor Jesus é contigo... Ouça este hino e tenha fé...
Pré-Modernismo.
Monte Castelo (Renato Russo)
Eu acho que a gente vive tão mal, que às vezes a gente precisa perder as pessoas pra descobrir o valor que elas têm. Às vezes as pessoas precisam morrer.
Cuide bem do seu amor.
Chiquinha Gonzaga.
CATIVAR....
CHORINHO BRASILEIRO Na cidade de Joinville  houve um concurso de redação na rede municipal. Título:  " dai pão a  quem tem fome  ". O primeiro lugar.
Pré - Modernismo.
Poema da Gratidãao Autor: Divaldo Pereira Franco ( médium ) Amélia Rodrigues ( espírito )
O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós!
Oração do Terço Mistérios Luminosos.
Mulheres , apaixonem -se
Pré-modernismo.
PRÉ- MODERNISMO.
O Príncipe Feliz.
Augusto dos Anjos (1884 – 1914).
Os sertões Euclides da Cunha
VIDA É AMOR HOME PAGE APRESENTA: “A DOR DO ABANDONO”
AUTORES EM BUSCA DE UM PAÍS
Era uma vez uma criança pronta para nascer....
               QUANDO O TEU(TUA) FILHO(A) DISSER: PAI, MÃE NÃO SE METAM NA MINHA VIDA! Texto criado por um sacerdote! Ligue o som e clique pra avançar.
ESPERO QUE ESTA MENSAGEM
A transição literária do século xx
SEJAM BEM VINDOS VOCAÇÃO ACERTADA – VIDA FELIZ
A transição literária do século xx
Eu acho que a gente vive tão mal, que às vezes a gente precisa perder as pessoas pra descobrir o valor que elas têm. Às vezes as pessoas precisam morrer.
Seja BEM-VINDO Obrigado Por estar aqui neste Ministério! Deus tem muitas bênçãos pra Você!!! 2.

PRÉ-MODERNISMO.
O PRÉ-MODERNISMO Profª Vivian Trombini.
Literatura PRÉ-MODERNISMO
A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de Lucas
PRÉ-MODERNISMO Uma introdução Daniele Leite de Morais
ME APAIXONEI!!!.
Movimento Modernista Literatura - Harriet.
Lima Barreto ( ).
Pré-modernismo no Brasil
1.
COLÉGIO MARIA IMACULADA – SP PROJETO – FEIRA DAS NAÇÕES 2012
Aula Multimídia.
PRECE DE AGRADECIMENTO PRECE DE AGRADECIMENTO AO SENHOR, NOSSO IRMÃO
TEXTO 1: A história da formação do pensamento sociológico brasileiro
Os sertões Euclides da Cunha
O VALOR DO QUEBRANTAMENTO
Pré-Modernismo Literatura.
República :Revoltas Populares
República Oligárquica
Sinalizaremos a sugestão de transição de slides de acordo com o roteiro enviado previamente. Este slide abertura, para a saudação inicial, pode ser utilizado.
GRAÇA ARANHA, AUGUSTO DOS ANJOS E lima barreto
PRÉ-MODERNISMO.
Revoltas rurais na República Velha
O BRASIL ANTES DA SEMANA DE ARTE MODERNA.
AME ENQUANTO TIVER OPORTUNIDADE....
Augusto dos anjos “EU”.
“A DOR DO ABANDONO” By Búzios Slides Avanço automático.
Deus vem salvar o seu povo: Alegrai-vos e dai graças
Somos a Igreja de Cristo parte 1
LITERATURA. PRÉ-MODERNISMO 1902 – 1922 BRASIL CONTEXTO HISTÓRICO FINAL DO SÉC. XIX INÍCIO DO SÉC. XX.
DE SERTÕES E SERTANEJOS Leitura obrigatória: Walnice Nogueira Galvão, “Euclides da Cunha, Os sertões”, em Introdução ao Brasil. Um banquete no trópico,
Transcrição da apresentação:

O PRÉ-MODERNISMO NO BRASL 1902 – OS SERTÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Substituição da “República da espada” (governos Marechal Deodoro e do Marechal Floriano) pela “República do café-com-leite”; Auge da economia cafeeira no Sudeste; Entrada de grandes levas de imigrantes (notadamente os italianos) no país; Esplendor da Amazônia, com o ciclo da borracha                                    Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram os presidentes militares do período inicial da História Republicana do Brasil, denominado “República da Espada”.

Surto da urbanização de São Paulo;

Tempo do cangaço no sertão, com a figura lendária de LAMPIÃO; Revolta de Canudos, na Bahia; Tempo do cangaço no sertão, com a figura lendária de LAMPIÃO;

Conflitos no Ceará, que tiveram como figura central o padre Cícero;

Em 1934 morria em Juazeiro do Norte um "messias", também perseguido pela Igreja Católica, porém, ao contrário de Antonio Conselheiro, o Padre Cícero Romão Batista era um aliado dos coronéis do Vale do Cariri, que a partir de 1912 lutaram contra a política de intervenções do governo federal e derrubaram o governador Franco Rabelo.

Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”;

As classes trabalhadoras, lideradas por anarquistas, iniciavam movimentos grevistas em São Paulo. Manifestação operária em S.P. ocorrida em 1917

Cinco dias após a aprovação da lei, é criada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. O medo de morrer por causa da vacina não é o único motivo que inflama o povo. Os agentes de saúde teimam em inocular as mulheres na perna, o que é considerado um atentado sério ao pudor. O decreto que regulamenta a vacinação obrigatória vaza para a imprensa e é publicado num jornal em 9 de novembro. No dia seguinte, 10 de novembro de 1904, a tensão finalmente explode.

MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS O ESTILO ART NOUVEAU (ARTE NOVA), EMPREGADO POR MUITOS ESTUDIOSOS, É UMA REAÇÃO À IMITAÇÃO DO ESTILO GÓTICO E DO RENASCENTISTA

ALBERTO NEPOMUCENO INTRODUZ OS MODERNOS COMPOSITORES ERUDITOS EUROPEUS NO BRASIL

A MÚSICA POPULAR (MAXIXE, MODINHA E TOADA) COMEÇA A SER OUVIDA NOS SALÕES ELEGANTES O mais importante centro de divulgação da música popular carioca da virada do século era o teatro de revista, ou revista de ano, palco canalizador das novas composições populares e de lançamento das músicas carnavalescas – só perdendo este status com o advento do disco e do rádio.

O CARNAVAL COMEÇA A SE FIRMAR COMO A PRINCIPAL FESTA POPULAR DO RIO DE JANEIRO

“Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR Ó ABRE ALAS EU SOU DA LIRA NÃO POSSO NEGAR Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR ROSA DE OURO É QUEM VAI GANHAR” Chiquinha Gonzaga - 1991

CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO RUPTURA COM O PASSADO DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA REGIONALISMO TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS

PRINCIPAIS OBRAS E REPRESENTANTES OS SERTÕES, de Euclides da Cunha (relato sobre a Guerra de Canudos) Linguagem cientificista Teorias deterministas (o homem é fruto do meio em que vive) Obra dividida em três partes : A terra O homem A luta

Igreja do Bom Jesus ou Nova, arrasada pela artilharia expedicionária Igreja do Bom Jesus ou Nova, arrasada pela artilharia expedicionária. Como trincheira, cairá somente dias antes do término da guerra.

O Conselheiro exumado após 13 dias do sepultamento.

“. É desgracioso, desengonçado, torto “...É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um amigo, cai logo -- cai é o termo -- de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável. É o homem permanentemente fatigado. Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude. Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude...” (FRAGMENTO DE “O HOMEM”)

CIDADES MORTAS e URUPÊS, DE MONTEIRO LOBATO PASSAGEM DO CAFÉ PELO VALE DO PARAÍBA PAULISTA. LINGUAGEM PRÓXIMA DA COLOQUIAL PRESENÇA DO CAIPIRA PAULISTA (JECA TATU)

“A quem em nossa terra percorre tais e tais zonas, vivas outróra, hoje mortas, ou em via disso, tolhidas de insanavel caqueixa, uma verdade, que é um desconsolo, ressurte de tantas ruinas: nosso progresso é nomade e sujeito a paralisias subitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflue com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando atrás de si um rastilho de taperas. A uberdade nativa do solo é o fator que o condiciona. Mal a uberdade se esvai, pela reiterada sucção de uma seiva não recomposta, como no velho mundo, pelo adubo, o desenvolvimento da zona esmorece, foge dela o capital – e com ele os homens fortes, aptos para o trabalho. E lentamente cai a tapera nas almas e nas coisas. Em S. Paulo temos perfeito exemplo disso na depressão profunda que entorpece boa parte do chamado Norte. Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito. Umas tantas cidades moribundas arrastam um viver decrepito, gasto em chorar na mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes...” (CIDADES MORTAS, DE MONTEIRO LOBATO)

CANTO ÍNTIMO Meu amor, em sonhos erra, Muito longe, altivo e ufano Do barulho do oceano E do gemido da terra! O Sol está moribundo. Um grande recolhimento Preside neste momento Todas as forças do Mundo. De lá, dos grandes espaços, Onde há sonhos inefáveis Vejo os vermes miseráveis Que hão de comer os meus braços. Ah! Se me ouvisses falando! (E eu sei que às dores resistes) Dir-te-ia coisas tão tristes Que acabarias chorando. Que mal o amor me tem feito! Duvidas?! Pois, se duvidas, Vem cá, olha estas feridas, Que o amor abriu no meu peito. Passo longos dias, a esmo... Não me queixo mais da sorte Nem tenho medo da Morte Que eu tenho a Morte em mim mesmo! "Meu amor, em sonhos, erra, Muito longe, altivo e ufano Do barulho do oceano E do gemido da terra!"

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, DE LIMA BARRETO RETRATO DO GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO E DA REVOLTA DA ARMADA LINGUAGEM PRÓXIMA DA LÍNGUA FALADA DA ÉPOCA PERSONAGENS MARGINALIZADOS, IGNORANTES E OPRIMIDOS

EU, de AUGUSTO DOS ANJOS Linguagem cientificista-naturalista Emprego de palavras não-poéticas Pessimismo e angústia em face dos problemas e distúrbios pessoais

A esperança A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença. Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança. Muita gente infeliz assim não pensa; No entanto o mundo é uma ilusão completa, E não é a Esperança por sentença Este laço que ao mundo nos manieta? Mocidade, portanto, ergue o teu grito, Sirva-te a crença de fanal bendito, Salve-te a glória no futuro - avança! E eu, que vivo atrelado ao desalento, Também espero o fim do meu tormento, Na voz da morte a me bradar: descansa!  

Hino à dor   Dor, saúde dos seres que se fanam, Riqueza da alma, psíquico tesouro, Alegria das glândulas do choro De onde todas as lágrimas emanam..    És suprema!  Os meus átomos se ufanam De pertencer-te, oh!  Dor, ancoradouro Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro De que as próprias desgraças se engalanam! Sou teu amante!  Ardo em teu corpo abstrato. Com os corpúsculos mágicos do tacto Prendo a orquestra de chamas que executas... E, assim, sem convulsão que me alvorece, Minha maior ventura é estar de posse De tuas claridades absolutas!

Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

FONTES PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e Marcia Maisa. Português Na trama do texto. Ensino Médio. Ed. FTD TERRA, ERNANI. Português para o Ensino Médio. Vol. Único. Ed. Scipione www. macusp.com.br