A literatura brasileira contemporânea: o século XX

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Transcrição da apresentação:

A literatura brasileira contemporânea: o século XX

O Modernismo brasileiro Costuma-se dividir o Modernismo brasileiro em três fases: Primeira fase (1922-30), fase de combate e destruição: reivindicação de uma nova linguagem e a renovação dos valores estéticos. Segunda fase (1939-45), fase de estabilização, tendência introspectiva e preocupação social Terceira fase (1945 em diante), fase de reflexão: ponderação sobre a linguagem e temática universalista.

Modernismo Brasileiro (1ª fase) 1) Aspecto comum com o Modernismo português Reivindicação de uma liberdade maior a nível formal, lexical, temático (prosaísmo, paródia) 2) Aspectos específicos: o brasileirismo Recuperação e desenvolvimento do projecto romântico: reivindicação da autonomia cultural do Brasil em relação a Portugal/Europa I) questão linguística a) Oswald de Andrade: Pronominais II) questão antropológica (a procura das raízes): a) Oswald de Andrade: Manifesto Antropófago b) Mário de Andrade: Macunaíma Repare-se na deslocação geográfica do centro de cultura: S. Paulo

Oswald de Andrade Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro.

Modernismo: 2ª fase Poesia: do nacionalismo ao universalismo Prosa: 1. Urbana (vd. Érico Veríssimo, LB: p.18) 2. Intimista 3. Prosa regionalista (romance social ou nordestino) a) Herança do pensamento linguístico do 1º mod. b) Preocupação social: Espaço: Nordeste (+rural, - urbano)> subdesenvolvimento Personagens: proletários rurais e urbanos (vd. linguagem) Expressão nacional do neo-realismo: Movimento artístico e doutrina estética que se apoiam nos princípios filosóficos do materialismo dialéctico (marxismo): Representação do (inevitável) conflito social entre proletários e burgueses apontando para as contradições da sociedade capitalista.

Prosa regionalista Rachel de Queiroz (Fortaleza 1910- Rio de Janeiro 2003) O Quinze (1930) Jorge Amado (Itabuna [BA] 1912 – Salvador de Bahia 2001) Capitães da Areia (1937)

Jorge Amado Costuma-se dividir a obra de JA em duas fases Anos 30-40: caracteriza-se pelo forte conteúdo político e pela denúncia das injustiças sociais. O esquematismo psicológico das obras dessa primeira fase leva a certo maniqueísmo Final dos anos 50 em diante: aparecem elementos folclóricos como os costumes afro-brasileiros (candomblé, capoeira) ou a comida típica. Mundo “carnavalizado”: os heróis marginais são felizes porque não são sujeitados a uma estrita conduta social. Aparecem Motivos nacionais ou regionais ao lado dos motivos políticos e sociais Motivos fantásticos, mágicos

Modernismo: 3ª fase A negação do compromisso com a narrativa ligada à representação realista O espaço exterior passa para segundo plano, a narrativa centra-se no espaço mental das personagens Da narrativa de uma aventura à aventura da narrativa: a experimentação linguística e discursiva é levada a extremos (irrelevante) Desenvolve-se o realismo fantástico situando a narrativa entre o estranho e o maravilhoso.

Clarice Lispector (1920-1977) >fonte de angústia, mal-estar Palavra chave: epifania (= revelação) --------------------- rotina diária ------------------------------ = não-vida, alienação, falsidade....etc. mas: >dá segurança, tranquilidade --------------------------- vida -------------------------------- entendida metafisicamente como> SER , “milagre de existir” >fonte de angústia, mal-estar (C.L. disse que ela só se sentia viva quando escrevia)

João Guimarães Rosa Características da literatura rosiana TEMAS: loucura, infância, mistério, amor PERSONAGENS: loucos, crianças, santos, bandidos, gurus, vaqueiros, ciganos, caçadores Visão do mundo irracional / perspicácia, perspectiva diferente ESPAÇO: rural  mundo arcaico em que domina a lei popular ESTILO: Falso diálogo ou monólogo imperfeito (tradição oral) Neologismo: simples e analfabetos não conhecem a norma, transgredindo-a são mais criativos na linguagem revelando uma visão intuitiva distante dos padrões ocidentais. afixação: desacontecido, desaproximar-se, intrágico, impoder, inteligentudo, rancordioso aglutinação: sussuruído, descrevivendo, copoanheiros, combeber, fraternura, entreafastar, sentimentiroso Registo de linguagem português moderno mas tb antigo regionalismos que não pertencem a uma área específica a fala oral não se limita as personagens mas domina toda a narrativa (focalização)

Grande Sertão Riobaldo apercebe-se de amar Diadorim Chega a notícia do assassínio de Joca Ramiro, o pai de Diadorim Alusão de Diadorim a um segredo .... Duelo entre Diadorim e Hermógenes (que morrem) Perante o cadáver de Diadorim, Riobaldo descobre o segredo

1) Animismo: natureza vivente actuando como personagem O REALISMO MÁGICO A) Do olhar “exterior” passa-se ao olhar “interior”, desde a própria perspectiva da personagem considerando as suas crenças e a sua visão do mundo B) Implica uma crítica à tradição ocidental: empirista e positivista: valoriza-se a visão mágica e intuitiva dos grupos étnicos C) Nível da história: a acção é determinada pelos princípios ocultos o secretos da natureza (segundo o sistema de crenças de uma determinada cultura)  conexão entre realismo mágico e a cultura popular de um lugar determinado Características: 1) Animismo: natureza vivente actuando como personagem 2) Identidades fluidas que se entrelaçam e reintegram 3) Tempo mítico e circular (repetição de comportamentos a partir de modelos arquetípicos) > anti-historicismo

A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (J. Amado) Itapagipe (Mesa de Rendas Estadual) Ladeira do Tabuão (Elevador Lacerda, Ladeira do Pelourinho, bar de Cazuza, saveiro de M. Manuel) - Joaquim Soares da Cunha  Parentes: Dona Otacília Tia Marocas  Tio Eduardo Leonardo Barreto Vanda  Quincas Berro Dágua Amigos: Negro Pastinha Cabo Martim Pé-de-Vento Curió Quitéria do Olho Arregalado Mestre Manuel Negra vendedora e Santeiro

Hiper-realismo (Rubem Fonseca) Volta-se ao espaço urbano Temas: alienação, violência, marginalização, nevrose, loucura… Personagens: marginais, polícias, magnates, jornalistas, escritores… Estilo: Linguagem coloquial, registo vulgar Protagonistas/narradores caracterizados negativamente pelas suas acções Falta de comentários por parte de um narrador heterodiegético