Gabriel Garcia Marquez (Vivir para contarla)

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Transcrição da apresentação:

Gabriel Garcia Marquez (Vivir para contarla) La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla. Gabriel Garcia Marquez (Vivir para contarla) Educação e Romanização no processo eclesial católico no Rio Grande do Sul (1896-1913) Vanildo Luiz Zugno Doutorando Escola Superior de Teologia – São Leopoldo RS Tema: Os Capuchinhos e a Reforma da Igreja Católica Romana no Rio Grande do Sul (1896-1913) Área de concentração: Teologia e História Linha de Pesquisa: Cristianismo e História na AL Orientador: Prof. Dr. Wilhelm Wachholz Bolsista CNPQ-Brasil

Educação e Romanização no processo eclesial católico no Rio Grande do Sul (1896-1913) Averiguar em que medida a ação educativa realizada pelos capuchinhos franceses no Rio Grande do Sul contribuiu para o processo de romanização da Igreja Católica na região Objetivo Fontes primárias: cartas e relatórios dos capuchinhos franceses (GILLONNAY, 2007; D’APREMONT; GILLONNAY, 1976; LES ROSIERS DE ST FRANÇOIS 1986-1913) Fontes secundárias: estudos sobre a presença dos capuchinhos franceses no Rio Grande do Sul e outros estudos sobre educação e Igreja. Fontes utilizadas Vanildo Luiz Zugno - EST

Proclamação da República 1889 Primeira reunião do Episcopado Brasileiro 1890 Constituição Republicana (Separação da Igreja e Estado; Ensino Laico; Liberdade para o Ensino Privado) 1891 Chegada dos Capuchinhos de Savóia em Garibáldi 1896 Concílio Plenário Latinoamericano (Roma) 1898 Chegada das Irmãs de São José em Garibaldi Capuchinhos assumem a direção do Seminário Diocesano de PoA 1903 Chegada dos Irmãos Maristas em Garibáldi 1904 Chegada dos Irmãos Lassalistas em Vacaria 1907 Capuchinhos franceses são dispensados da direção do Seminário de PoA e a maioria dos franceses retorna à Europa 1913 Vanildo Luiz Zugno - EST

Purificação do catolicismo popular Socialistas e anarquistas Estratégia da Igreja Católica para enfrentar o novo contexto republicano Primeira Reunião do Episcopado Brasileiro (1890) Fortalecer-se interiormente Reforma do clero Catequese Purificação do catolicismo popular Escolas católicas Imprensa católica Combate ao inimigo externo Estado laico Maçonaria Positivismo Protestantes Espíritas Socialistas e anarquistas Vanildo Luiz Zugno - EST

A educação como parte integrante da missão “Vós ireis talvez, Reverendíssimo Padre, reprovar- me tão grande zelo. Confesso que me devotei a essa obra; mas eu a isso me dediquei porque a considerei como parte integrante da Missão (...) Além disso, é uma obra que responde à grande necessidade do Brasil: instrução cristã. Para quê ser missionário se não se ajuda semelhantes obras? (...) Eu muito amo este grito de S. Paulo: “Dum omni modo annuntietur Christus”. (GILLONNAY, 2007, p. 379-380). Vanildo Luiz Zugno - EST

Campos da ação educativa Apoio às Irmãs de São José, Maristas, Lassalistas na região de colonização italiana e Porto Alegre Orfanato para “brasileiros” em Vacaria Escola Agrícola para indígenas em Lagoa Vermelha Escolas para Poloneses Jornal (Il Colono Italiano, Stafetta Riograndense, Correio Riograndense) Seminário Diocesano de Porto Alegre (1903-1913) Formação de candidatos à Vida Religiosa Capuchinha Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer “Aproveito, também, para assinalar um fenômeno observado mais de uma vez no Rio Grande do Sul e cujas causas ainda não consegui esclarecer completamente. Uma vila não possui escola oficial, ou possui uma que vegeta; nós abrimos uma escola particular que logo prospera. Então se abrem uma ou duas escolas oficiais, rivais, preparadas e organizadas de modo a lhes garantir o êxito. Por quê? Felizmente, esta rivalidade, até hoje não conseguiu derrubar nenhuma das nossas escolas.” Frei Bernardin d’Apremont (1906 – Flores da Cunha), em D’APREMONT; GILLONAY, 1976, p. 141). Vanildo Luiz Zugno - EST

Bernardin D’Apremont, em D’APREMONT; GILLONNAY: 1976, p. 163. Os inimigos a vencer – protestantismo, maçonaria, o espírito de incredulidade, socialismo... “Não farei aqui o histórico destes 18 anos, no decorrer dos quais, Conde d’Eu se renovou, adquiriu uma importância considerável no concerto dos centros coloniais, libertou-se dos ataques do protestantismo, escapou das ameaças da maçonaria e triunfou nas lutas que a baixa política, o espírito de incredulidade e socialista, travaram, consciente ou inconscientemente, para sufocar ou diminuir o espírito religioso.” Bernardin D’Apremont, em D’APREMONT; GILLONNAY: 1976, p. 163. Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer Para quem viu o antigo Rio Grande do Sul e o vê agora, nota uma grande mudança. Felizmente para melhor, embora o mal também trabalhe. As seitas protestantes, a maçonaria, o positivismo, os líderes socialistas e até anarquistas, a má imprensa, não permanecem inativos. (...) Os rapazes têm a possibilidade de serem educados nos estabelecimentos religiosos; perdem, assim, o respeito humano e se subtraem melhor que outrora às doutrinas subversivas...” Bernardin D’Apremont, em D’APREMONT; GILLONNAY: 1976, p. 43. Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer Digamos, portanto, que graças ao aumento do número do clero e dos colégios religiosos, os sacramentos não são mais objeto de tanta aversão, apesar de toda a campanha maçônica. [...] Ajunte-se a tudo isso, rapazes, alunos de professores imbuídos de positivismo, de impiedade e de um ódio, julgado por eles mais ou menos legítimo, por uma religião que tem a especialidade de atrapalhar as tendências naturais ao prazer e à liberdade. Coloque-se, em segundo lugar, a leitura de Renan, de romances, de jornais e de revistas escolhidas quase sempre entre os maiores inimigos do espírito evangélico e moral.” Bernardin D’Apremont, em D’APREMONT; GILLONNAY: 1976, p. 49. Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer “As missões que deram mais consolação foram as de Alfredo Chaves: lá nós batizamos uma família protestante. [...] Numa outra linha acabamos com uma escola protestante. Recebi do professor leigo uma carta, verdadeira coleção de injúrias das mais grosseiras. Tentou-se até levantar contra mim as autoridades civis. Quando eu o soube fui encontrar o Intendente (o prefeito) ao qual expus as coisas e ele aprovou inteiramente minha maneira de proceder. Agora tudo está tranqüilo e a escola está bem morta. Frei Bruno de Gillonnay (Carta 12 de janeiro de 1899, em GILLONNAY, 2007, p. 119-120). Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer “Ao assumirmos a paróquia [Santo Antônio, em Porto Alegre], encontramos ao lado da Igreja um colégio: internato e externato, de recente construção realizada por Metodistas e que está sempre mais lotado, mesmo com os filhos das nossas famílias católicas. Os pais lastimam mas vêm-se obrigados a matricular seus filhos naquele estabelecimento, por falta de colégio católico na paróquia. Com o auxílio da Divina Providência, nossos padres tiveram a alegria, no fim do ano, de inaugurar um colégio confiado aos Irmãos Lassalistas, que satisfazem plenamente a todas as aspirações.” Frei Bernardin D’Apremont(em D’APREMONT, 1976, p. 65) Vanildo Luiz Zugno - EST

Os inimigos a vencer “Ao lado da ‘caridade de Cristo que nos urge’, os protestantes e os espíritas se fazem presentes para nos fustigar. Diariamente, progridem no sul do Estado; se não lhes barramos o caminho, sem demora, terão jogo fácil e colherão grandes vitórias nestas planícies do norte [Vacaria]” Frei Alfredo (1903), em: D’APREMONT; GILLONNAY, 1976, p. 141-142. Vanildo Luiz Zugno - EST

As escolas como fator de integração social “É de todo necessário, para o êxito do colégio, que um Irmão possa dar lições de agronomia teórica e prática. Esta condição é um dos pontos aos quais a Comissão mais faz questão e agrega mais importância: nós estamos no meio de um povo agricultor.” (Condição exigida por Frei Bruno para a instalação dos Maristas em Garibáldi. Carta de 11 de maio de 1900, em: GILLONNAY: 2007, p. 168-169) Vanildo Luiz Zugno - EST

As escolas como fator de integração social “Mas onde encontraria ele [Dr. Veronesi] uma escola primária que ensinasse às jovens artes lucrativas? Ora, em todas as colônias italianas, além de alguns colégios, só se conseguiu estabelecer escolas primárias. Precisará esperar ainda muitos anos antes que se consiga abrir Escolas de "Artes e Ofícios" para jovens e moças. De resto, em Nova Trento, como em todas as suas casas, as Irmãs de São José ensinam às alunas: bordado, pintura de agulha, crochê e mesmo um pouco de música. Poderiam fazer mais. [...] Ao ler o Dr. Venerosi, conclui-se que a causa de todas as misérias das colônias italianas do Brasil Meridional, é a falta, ou melhor, a escassez de escolas e que a panacéia universal e a cornucópia da abundância fazem-se na multiplicação das escolas. Não será ilusão? Realmente, a ignorância deve ser banida, a instrução deve ser propagada, porém outros elementos também entram no conjunto das causas que geram o progresso dos povos, mesmo no campo material.” Bernardin D’Apremont, em: D’APREMONT; GILLONNAY, 1976, p. 14. Vanildo Luiz Zugno - EST

As escolas como fator de integração social PROJETO DO ORFANATO DE VACARIA “Abrir um orfanato agrícola junto à cidade de “Vacaria”. Nesse lugar receberíamos os órfãos e as crianças abandonadas, as quais seriam ocupadas na agricultura. Atingida a idade de se estabelecer, o governo lhes concede um terreno perto de “Vacaria”, onde eles poderão constituir uma família e formar um vilarejo composto unicamente por aqueles que terão pertencido ao Orfanato.” GILLONNAY, 2007, p. 189 Vanildo Luiz Zugno - EST

As escolas como fator de integração social PROJETO DE ESCOLA AGRÍCOLA PARA INDIGENAS EM LAGOA VERMELHA “Será necessário nomear um Diretor encarregado dos índios [...] A função do Diretor deveria ocupar-se com a direção, aconselhamento e encorajar cada família no trabalho da agricultura e cuidado dos próprios interesses. [...] que possa criar uma Escola Agrícola e outro lote para sua família, a qual, pelo trabalho, serviria como modelo aos índios e estimularia a dar-se também à agricultura. O Estado deveria conceder [...] a construção de uma escola e seu mobiliário; seria também necessário fornecer as primeiras sementes. Acredito que assim se conseguirá uma verdadeira transformação deste povo. Depois poder-se-á pensar em fazer do nosso índio um cidadão consciente; teremos, então, uma colônia agrícola florescente.” Bruno de Gillonnay, em D’APREMONT, 1976, p. 73-74) Vanildo Luiz Zugno - EST

CONCLUINDO... A ação educativa dos capuchinhos franceses no RS contribuiu para a romanização da Igreja Católica quando Mescla educação e catequese; Nega a cultura e a religião popular; Promove a elitização da educação; Utiliza os espaços educacionais para combater os “inimigos da Igreja”. A ação educativa dos capuchinhos franceses no RS não contribuiu para a romanização da Igreja Católica quando Prepara profissionalmente as crianças e jovens dando- lhes condições para a inserção na sociedade burguesa emergente, o que os afasta da própria Igreja. Vanildo Luiz Zugno - EST