VISÃO GLOBAL DA MACROECONOMIA E MEDIÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA

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VISÃO GLOBAL DA MACROECONOMIA E MEDIÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA BIBLIOGRAFIA Samuelson, P. e Nordhaus, W . (2005), Capítulo 20: Visão Global da Macroeconomia Capítulo 21: Medida da Actividade Económica

QUESTÕES DA MACROECONOMIA Crescimento económico e níveis de vida Produtividade Recessões e expansões Desemprego Inflação Interdependência económica dos países

OBJECTIVOS DA POLÍTICA MACROECONÓMICA Emprego Produto Nível elevado e crescimento do produto Nível elevado de emprego Nível de Preços Estabilidade do nível de preços

PRODUTO (1) - Produto: bens e serviços finais produzidos numa economia, em determinado período de tempo (normalmente um ano), medidos em unidades monetárias (valor): medido a preços constantes: real; medido a preços correntes: nominal. - Produto Potencial: produção máxima sustentável dados a tecnologia, o capital, o trabalho e os recursos disponíveis.

PRODUTO (2) - Crescimento económico (taxa de crescimento do PIB real) Taxa de Crescimento Real do PIB (a preços constantes de 1995) 6 5 4 3 2 1 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 -1 -2 Fonte: INE, 2006 - Paridade do poder de compra (comparações internacionais) - PIB per capita (para ter em conta a dimensão e/ou variação da população)

EMPREGO (1) Emprego: todas as pessoas (tanto trabalhadores por conta de outrém como trabalhadores por conta própria) que exercem uma actividade produtiva abrangida pela definição de produção dada pelo sistema (INE, 2006). Desemprego: todas as pessoas acima de uma determinada idade que, durante o período de referência, estavam: "sem trabalho"; "actualmente disponíveis para trabalhar"; "à procura de trabalho" (INE, 2006). População Activa: conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, constituíam a mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico (empregados e desempregados) (INE, 2006).

EMPREGO (2) População Inactiva: conjunto de indivíduos, qualquer que seja a sua idade que, no período de referência, não podiam ser considerados economicamente activos, isto é, não estavam empregados, nem desempregados, nem a cumprir o Serviço Militar Obrigatório (INE, 2006). População inactiva segundo a categoria (2004) Outros Inactivos Domésticos 22% 13% Estudantes 33% Reformados 32% Taxa de Desemprego: taxa que permite definir o peso da população desempregada sobre o total da população activa. Fonte: INE, 2006 Taxa de Desemprego 8,0 7,0 6,0 5,0 Cálculo: T.D. (%) = (População desempregada / População activa) x 100 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: INE, 2006

NÍVEL DE PREÇOS Índice de Preços no Consumidor – mede, num dado período, o custo de um cabaz fixo de bens e serviços adquiridos por um consumidor médio em relação ao custo do mesmo cabaz de bens e serviços, num ano de referência (chamado ano base). Taxa de inflação – variação percentual do nível geral de preços. Variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (média anual) 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: INE, 2006 Cálculo: Taxa de inflação (%) = [ IPC (ano 2) - IPC (ano 1) ] / IPC do ano 1 x 100

POLÍTICA MACROECONÓMICA Política Orçamental Decisões que determinam a quantidade e a composição das despesas e receitas públicas: Gastos; Transferências do Estado; Impostos. Política Monetária Controlo da oferta de moeda para determinar as taxas de juro. Política Estrutural Políticas governamentais no sentido de reformar a estrutura subjacente, ou as instituições da economia.

DIAGRAMA CIRCULAR DE FLUXOS (ECONOMIA SIMPLES, FECHADA SEM ESTADO) Despesa Receita Mercado de Bens e Serviços Bens e Serviços vendidos Bens e Serviços comprados Empresas Famílias Salários, rendas, e lucros Rendimento Trabalho, terra e capital Inputs para a produção Mercado dos Factores de Produção

MEDIÇÃO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA

FLUXO DA ACTIVIDADE ECONÓMICA (ECONOMIA SIMPLES, FECHADA SEM ESTADO) Rendimento Produto Despesa Fluxo real Fluxo monetário

ASPECTOS ESTRUTURAIS DA CONTABILIDADE NACIONAL Principais Sectores: Consumidores (famílias) Produtores (empresa) Estado (governo) Resto do Mundo Agrupamento: Institucional Funcional Geográfico

O PIB E AS TRÊS ÓPTICAS PARA A SUA MEDIÇÃO Produto Interno Bruto (PIB) = Valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos num território durante um determinado período de tempo. Existem três ópticas para calcular o PIB: óptica do produto; óptica dos rendimentos; óptica das despesas.

ÓPTICA DA PRODUÇÃO Só os bens e serviços finais são contabilizados... - Dois métodos para evitar o problema da dupla contagem: Método do valor acrescentado - Valor acrescentado bruto (VAB) Método dos bens e serviços finais (despesa do utilizador final) Exemplo: Receitas da venda Valor Acrescentado Fase de Produção (em cada fase de produção) (igual ao rendimento criado) Fase 1: Trigo $.30 agricultor $.30 Fase 2: Farinha $.65 moleiro $.35 Fase 3: Pão $.90 padeiro $.25 Fase 4: Venda do pão $1 vendedor $.10 Total da despesa do consumidor = $1 Total do Valor Acrescentado = $1 Fonte: Gwartney, 2006

ÓPTICA DA DESPESA DI = C + I + G + X - M Consumo Privado (C) Investimento (I) Formação de capital fixo (FBCF); A questão das amortizações (investimento de reposição): FBCF = FLCF + A Variação de existências (Ve) Gastos do Estado (G) Exportações líquidas (X-M) Exportações (X); Importações (M) DI = C + I + G + X - M

ÓPTICA DO RENDIMENTO RI = w + j + r + π RI = w + EBE Remuneração dos factores produtivos Salários (w) Juros (j) Renda (r) Lucros (π ) Excedente Bruto de Exploração (EBE) inclui todos todos os rendimentos gerados pelos factores produtivos na actividade económica interna, à excepção das remunerações do trabalho (w). RI = w + j + r + π ou RI = w + EBE

AGREGADO LÍQUIDO E AGREGADO BRUTO AGREGADO INTERNO E AGREGADO NACIONAL PNB = PNL + A PNL = PNB - A AGREGADO INTERNO E AGREGADO NACIONAL Rendimentos líquidos do exterior (Rle) Remuneração que os nacionais recebem do estrangeiro a título de serviço de factores (trabalho e capital – inclui remunerações do trabalho, rendas, juros e lucros) menos os pagamentos efectuados pelas mesma razões ao estrangeiro. PNB = PIB + Rle PIB = PNB - Rle

AGREGADOS A CUSTO DE FACTORES E AGREGADOS A PREÇOS DE MERCADO O PIB a custo de factores (PIB cf) O valor do PIB a custo de factores inclui apenas os impostos directos. Impostos directos (Td): IRS e IRC O PIB a preços de mercado (PIB pm) O valor do PIB a preços de mercado inclui a totalidade dos impostos directos (Td) e indirectos (Ti) subtraídos dos subsídios à exploração e à importação (Z). Impostos indirectos (Ti): IVA, IA, direitos aduaneiros. Impostos indirectos líquidos = Ti – Z PIB pm = PIB cf + Ti - Z PIB cf = PIB pm – Ti + Z

CÁLCULO DO PIB A PREÇOS DE MERCADO Óptica da Produção PIB pm =  VAB + Ti – Z Óptica da Despesa PIB pm = C + I + G + X - M Óptica do Rendimento PIB pm = w + r + j +  + Ti – Z PIB pm = w + EBE + Ti – Z

RENDIMENTO DISPONÍVEL DAS FAMÍLIAS Rendimento Disponível PNBpm (C + I + G + X – M + Rle) - Amortizações PNL cf - Impostos Indirectos - Impostos directos + Transferências - Lucros não distribuídos Rendimento Disponível Fonte: Adaptado de Samuelson, 1999

PROCURA GLOBAL E OFERTA GLOBAL Procura Global = PI + PE PI = C + I + G PE = X Oferta Global = OI + OE OI = PIB pm OE = M Oferta Global = Procura Global PIB pm + M = C + I + G + X

UMA ECONOMIA FECHADA SEM ESTADO Cálculo do PIB Na óptica da despesa: C+ I Aplicação do Rendimento C + S Então C + I = C + S  I = S Esta identidade (contabilística) entre investimento e poupança pode ser verificada para uma economia aberta com Estado, neste caso: I = Sp + Sg + Sext

PIB E BEM-ESTAR ECONÓMICO O PIB real não é sinónimo de bem-estar económico... Tempo de lazer Actividades económicas extra-mercado Qualidade do meio ambiente e esgotamento de recursos Qualidade de vida Pobreza e desigualdade económica ... mas está relacionado ! Disponibilidade de bens e serviços Saúde e educação