RIO DE JANEIRO INÍCIO DO SÉCULO XX - BELLE ÉPOQUE TROPICAL -

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RIO DE JANEIRO INÍCIO DO SÉCULO XX - BELLE ÉPOQUE TROPICAL - REFORMA URBANA RIO DE JANEIRO INÍCIO DO SÉCULO XX - BELLE ÉPOQUE TROPICAL -

Demolições para a construção da avenida Central, 1904-1905, João Martins Torres – Acervo Instituto Moreira Salles

K. Lixto A fúria demolidora nos planos de remodelação urbana do prefeito Pereira Passos. Um barracão de menos O Malho, 31.3.1903 O prefeito Pereira Passos em ação. Depressa! Depressa! O Malho, 18.3.1905 Anônimo

c. 1910. Coleção Gilberto Ferrez. Foto: Marc Ferrez c.1910. Coleção Gilberto Ferrez. Foto: Marc Ferrez. In: PARENTE, José Inácio e MONTE-MÓR, Patrícia (Orgs.). Rio de Janeiro: Retratos de Cidade. Rio de Janeiro: Interior Produções, c.1994. 176p.

REFORMA SANITÁRIA E REVOLTA DA VACINA

RODRIGUES ALVES (1902-1906) – PRESIDENTE DA REPÚBLICA OSWALDO CRUZ – DIRETOR DO SERVIÇO DE SAÚDE PÚBLICA

MORTALIDADE PELAS PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Damazio, Sylvia. Retrato Social do Rio de Janeiro na Virada do Século, RJ, UERJ, 1996.

FEBRE AMARELA PESTE BUBÔNICA combater o mosquito transmissor brigadas de mata-mosquitos (um chefe, cinco guardas mata-mosquitos e operários de limpeza) saíam pela cidade, invadindo residências, cortiços, limpavam, desinfectavam, exigiam reformas e interditavam esses ambientes PESTE BUBÔNICA extermínio dos ratos e das pulgas governo, acreditando poder tornar mais eficaz o trabalho, decidiu comprar ratos limpeza e desinfecção de ruas e casas Prove que o rato nasceu, viveu e morreu nesta capital e era 300 réis por ele? - ? - Por meio de uma justificação com três testemunhas de vista. (Jornal do Brasil, 11/08/1904)

VARÍOLA

IMPLANTAÇÃO DA VACINA OBRIGATÓRIA CONTRA A VARÍOLA junho de 1904: governo propôs uma lei que tornou obrigatória a vacinação lei aprovada em 31.out.1904 9.nov.1904: Oswaldo Cruz propôs uma drástica regulamentação, exigindo comprovantes de vacinação para: matrículas em escolas empregos viagens hospedagens casamentos proposta vazou para a imprensa indignado, o povo do Rio de Janeiro disse “NÃO”, na maior revolta urbana já vista na capital

REVOLTA DA VACINA 10.nov.1904: motim no largo de São Francisco - confrontos entre manifestantes e cavalaria “Morra a polícia!” “Abaixo a vacina!” 12.nov.1904: 4 mil pessoas, “de todas as classes sociais”: concentraram-se no Centro das Classes Operárias para fundar uma Liga contra a Vacina Obrigatória - 14.812 signatários das petições contra a vacinação obrigatória

13.nov.1904: Praça Tiradentes virou campo de batalha – luta se estendeu por toda a região entre o largo São Francisco e a Praça da República: descargas de revólver e carabina bondes começaram a ser queimados colunas dos lampiões foram derrubadas barricadas foram erguidas na Av. Passos na Rua São Jorge, as prostitutas aderiram à luta população assaltou delegacias, quartéis, casas de armas

14.nov.1904: 15.nov.1904: controle da rebelião: SACRAMENTO (entre largo São Francisco e Praça da República): combate nas ruas a revólver e a porrete, enquanto dos sobrados os moradores jogavam latas, garrafas, pedaços de madeira, etc. SAÚDE (zona portuária localizada entre a Praça da Harmonia e o Morro da Gamboa): revoltosos assumiram o controle da delegacia de polícia e 2 mil pessoas construíram barricadas 15.nov.1904: novo foco de rebelião surgiu no JARDIM BOTÂNICO – 600 operários atacaram a delegacia de polícia na Saúde foi hasteada uma bandeira vermelha: comando – PRATA PRETA e MANDUCA PIVETE controle da rebelião: reduto da Harmonia foi atacado por terra e por mar polícia iniciou a varredura das áreas atingidas pela revolta – nas ruas 30 mortos, 110 feridos e 461 deportados para o Acre

Complexidade: várias revoltas dentro da revolta mobilização começou no Centro das Classes Operárias – 14.812 signatários das petições contra a vacinação obrigatória – informações: ocupação: exceto 78 militares de baixa patente, os demais signatários eram operários Vítimas - operários: 71% do total de feridos; 86% do total dos mortos a dos populares do Sacramento e da Saúde, reunindo capoeiras, prostitutas da Rua São Jorge, portuários e gente com passagem pela polícia militares e políticos de oposição queriam derrubar o governo entender os valores e os costumes do início do século XX – a força da justificação moral: “era uma ofensa à honra do chefe de família ter seu lar, em sua ausência, invadido por um desconhecido diante do qual sua mulher e filhas seriam obrigadas a desvendar seus corpos” (Vicente de Souza, socialista, líder de operários) - embora não se interessasse por política, embora não votasse, povo tinha noção dos limites de ação do Estado. Seu lar e sua honra não eram negociáveis a revolta fora feita para “não andarem dizendo que o povo é carneiro” REVOLTA DA VACINA DEIXOU ENTRE OS PARTICIPANTES UM FORTE SENTIMENTO DE AUTO-ESTIMA, INDISPENSÁVEL PARA FORMAR UM CIDADÃO.