Cursinho Vitoriano – Gramática Data: 30/04/15 Aula 5 – Estrutura e formação de palavras Professora Ana.

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Cursinho Vitoriano – Gramática Data: 30/04/15 Aula 5 – Estrutura e formação de palavras Professora Ana

Considere os substantivos menininhas e a forma verbal remoçássemos Considere os substantivos menininhas e a forma verbal remoçássemos. Essas palavras podem ser analisadas segundo alguns critérios: Grafemas (letras): menininhas (10 letras) e remoçássemos (12 letras). Fonemas: menininhas (9 fonemas) e remoçássemos (11 fonemas). Sílabas: menininhas (4 sílabas) e remoçássemos (5 sílabas)

Essas palavras podem, porém, ser analisadas segundo outro critério >> decomposição em unidades significativas: menin inh a s Amarelo: Núcleo significativo Verde: indicador de diminutivo Rosa: indicador de feminino Azul: indicador de plural

re moç á sse mos Amarelo: indicador de ação que se renova Cinza: núcleo significativo Verde: indicador de que o verbo é da 1ª conjugação (-ar) Rosa: indicador de pretérito imperfeito do modo subjuntivo Vermelho: indicador de 1ª pessoa do plural

Morfemas: cada uma das unidades mínimas. Quantos morfemas têm “menininhas” e “remoçássemos”? Em termos semânticos e morfológicos, há grandes diferenças entre esses morfemas, que implicam a existência de “grupos”:

(1º grupo) menin- e moç- são “núcleos significativos” e podem dar origem a outros vocábulos: menino, meninice, meninada, etc.; moça, moçada, mocidade, moço, etc. Os demais morfemas são estéreis; (2º grupo) os morfemas –a e –s em menininhas e –sse e –mos em remoçássemos são indicadores de flexões de gênero, número, tempo e modo, e número e pessoa, respectivamente; (3º grupo) os elementos apostos a moç- e menin- agregam-lhes sentidos novos: -inh (a noção de diminutivo), -re (a noção de repetição ou processo retroativo); (4º grupo) o morfema a indica primeira conjugação verbal.

Nomenclatura Morfemas do primeiro grupo: radicais; Morfemas do segundo grupo: flexionais ou desinências; Morfemas do terceiro grupo: afixos; Morfemas do quarto grupo: vogal temática.

Morfema lexical Núcleo mais significativo de uma palavra; Radical: a base sobre a qual se cria uma família de vocábulos, os cognatos. Exemplos: amor, amoroso, desamor, amável - Lei, legal, ilegal, legalizar, legislar, legislação, legislativo, legislatura, etc. São morfemas portadores da significação básica do vocábulo = são os lexemas; Significação ao mundo externo, não gramatical.

Observemos este conjunto:   [mar, maré, marinha, marinheiro, marítimo, maresia]

Esses vocábulos são aparentados por um vínculo de forma e sentido (o elemento “mar-” é o radical) “Mar-” é o elemento comum a todos esses vocábulos e é irredutível: núcleo semântico de todas essas palavras; “Mar-” – ponto de partida para os cognatos; O radical é a parte central da palavra (sem afixos, desinências e vogal temática).

Morfemas gramaticais Responsáveis pelas funções gramaticais do vocábulo (marcação de gênero, número, tempo, modo, pessoa); Podem ser divididos, segundo sua função, em três grupos:

Morfemas classificatórios Distribuem os vocábulos em categorias. São as vogais temáticas, tanto verbais quanto nominais; Vogal temática: morfema que liga o radical às desinências (exemplo: amássemos); Eu amasse Tu amasses Ele amasse Nós amássemos Vós amásseis Eles amassem

As vogais temáticas agrupam os verbos em 3 categorias: Verbos de vogal temática –a-: primeira conjugação, como em amar, estudar, chegar, viajar, etc. Verbos de vogal temática –e-: segunda conjugação, como em vender, escrever, ler; Verbos de vogal temática –i-: terceira conjugação, como em dormir, definir, sentir, pedir, etc.

Os nomes também formam três categorias, conforme a vogal temática que apresentam: Vogal temática –a, como em sala, porta; Vogal temática –e, como em alegre, presente (às vezes, na escrita, ocorre como ‘i’: caqui); Vogal temática –o, como em muro, alto (às vezes, na escrita, ocorre como ‘u’: europeu).

Como saber se a vogal final é vogal temática e não marcação de gênero feminino? O final de telefonema e artista é vogal temática e não marcação de gênero feminino. Mas, o final de bela é marcação de gênero feminino (o a final é desinência) O –o em bel-o é a vogal temática e não desinência de gênero (porque o masculino é uma forma não marcada)

O –a átono final será, então, desinência de feminino, quando se opuser a um masculino sem esse –a. OBS: Quando o –a átono final não fizer oposição a um masculino, será uma vogal temática.

Morfemas derivacionais Servem para formar novas palavras com o acréscimo de afixos; Acrescentam-se antes ou depois do radical para alterar o seu sentido ou acrescentar-lhe uma ideia secundária; Palavra primitiva >> palavra derivada. Exemplo: pedra> pedreira >> diferente da primitiva, mas com a qual mantém uma relação semântica em comum.

Sufixos podem mudar a classe do vocábulo; os prefixos não: mal (adjetivo) e maldade (substantivo); Os afixos são classificados em prefixos e sufixos;

Derivação prefixal Serve para derivar palavras pelo prefixo; Os prefixos alteram o sentido das palavras às quais se juntam. Imoral e desonesto // moral e honesto; Outros exemplos: desconfortável, refazer, desleal, ilegal.

Derivação sufixal Função: acrescentar ideia secundaria ou enquadrar em outra classe gramatical; Exemplos: pedra – pedreiro, leal – lealdade, planta - plantação, folha - folhagem, legal - legalmente, livro - livraria.

o acréscimo de um prefixo = não contribui para a mudança de classe do radical a que se atrela. Já os sufixos: leal (adjetivo) e lealdade (substantivo). Há ainda casos em que a palavra primitiva recebe prefixo e sufixo simultaneamente = derivação parassintética. Exemplos: a manh ecer, en tard ecer.

MORFEMAS FLEXIONAIS Correspondem às flexões de gênero e número nos nomes (substantivos, adjetivos, pronomes e numerais (desinências nominais)) e as flexões de tempo e modo/ número e pessoa nos verbos (desinências verbais). Há uma importante diferenças entre os morfemas flexionais e os morfemas derivacionais: os morfemas derivacionais criam novas palavras, os morfemas flexionais não.

A morfologia derivacional é produtiva porque cria novas palavras a partir da derivação. Já a morfologia flexional não altera categorias, mas somente estabelece ligações entre as palavras (ela somente estabelece novas formas gramaticais para os mesmos vocábulos, mas não cria novos vocábulos)

Exemplos Ao acrescentarmos o sufixo (morfema derivacional) –eiro ao substantivo ferro, obtemos um novo substantivo, ferreiro; Os morfemas flexionais não criam novos vocábulos, apenas acrescentam informações gramaticais (número e gênero nos nomes e tempo e modo nos verbos);

Exemplo Casas não é outra palavra formada a partir de casa. O morfema –s de casas determina apenas o plural de casa.

Outra diferenças dos morfemas flexionais dos derivacionais... Os morfemas flexionais não podem ser dispensados, mas os sufixos podem; Há palavras sem sufixos, mas não há verbos sem flexão de tempo, modo, número e pessoa (estudávamos, por exemplo);

Grau não é um caso de flexão Caso de derivação (porque é um caso em que o falante pode optar por uma forma linguística ou outra): carrinho ou carro pequeno. - inho não é elemento de emprego obrigatório, como são os morfemas flexionais. - inho é um sufixo derivacional que indica grau diminutivo.

MORFEMAS FLEXIONAIS DE GÊNERO Gênero em português: pode ser por flexão (garoto, garota), por derivação (conde, condessa) ou por heteronímia (bode/cabra). As palavras masculinas teriam apenas a vogal temática –o e não um morfema de gênero masculino –o.

Não podemos considerar -o como marca de masculino por opor-se a –a (como garoto/garota), porque esse mesmo raciocínio nos obrigaria a considerar como masculino o –e de mestre, que também se opõe a –a de mestra. Se é fácil associar –o a masculino, o mesmo não se dá com –e, que pode estar ligado a um outro gênero, com em ponte (feminino).

Mais adequado, então: considerar o masculino como forma desprovida de flexão específica, em oposição ao feminino, caracterizado pela flexão em –a. A vogal final das formas masculinas seria, assim, uma vogal temática.

MORFEMAS FLEXIONAIS DE NÚMERO Comparemos os membros do par casa /casas. A ausência de desinência para o singular permite afirmar que o singular é caracterizado pelo morfema zero, ao passo que o plural é marcado pela desinência –s.

MORFEMAS FLEXIONAIS DE VERBO Dois tipos de desinências verbais: que exprimem modo/tempo e que exprimem número/pessoa; Modo-temporais vêm antes das número-pessoais. Exemplo: amássemos

Modo-temporais: Pretérito Imperfeito do Indicativo – estudava (1ª conjugação) – estud (radical)/ -a- (vogal temática)/ -va (desinência modo-temporal).

Número-pessoais: 1ª pessoa do plural – estudávamos (1ª conjugação) – estud (radical)/ -a- (vogal temática)/ -va- (desinência modo-temporal)/ -mos (desinência número/pessoal)