As etapas da história da Igreja Primitiva.

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Transcrição da apresentação:

As etapas da história da Igreja Primitiva

Para compreender as Cartas Paulinas é importante situá-las no seu contexto histórico. A história das primeiras comunidades do NT pode ser dividida em três grandes partes: CRB. Viver e Anunciar a Palavra (Coleção Tua Palavra é Vida nº 6), 15-27

Dos anos 30 a 40

É um período curto de apenas dez anos O ponto de partida é a manifestação de Pentecostes (At 2,1-36) que gera o anúncio da Boa nova por toda a Palestina (At 2,41.47; 4,4; 5,14; 6,7; 9;31). Este período é também chamado “Movimento de Jesus”. Este período termina com a crise provocada pela política do imperador Calígula (37-41) e pela perseguição dos cristãos por parte do rei Herodes Agripa (41-44).

É importante não confundir os três Herodes que governaram na época dos escritos do NT: a) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 aEC. É aquele que aparece em Mt 2,1.16, no nascimento de Jesus e no massacre das crianças inocentes. Foi ele que iniciou a construção do Templo que existia na época de Jesus. b) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 aEC até 39 dEC. Ele aparece em Lc 23,7, por ocasião do julgamento de Jesus. Foi também o autor da morte de João Batista (Mc 6,14-29). c) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 33 dEC. Ele aparece nos Atos dos Apóstolos (At 12,1.20). Mandou matar o Apóstolo Tiago (At 12,2).

Neste período a maioria dos cristãos era formada por judeus convertidos. Fundavam comunidades ao redor das sinagogas, à margem do judaísmo oficial. O seu crescimento obrigou-os a criar novas formas de organização, como por exemplo, a escolha de novos animadores, chamados diáconos (At 6,2-6).

O objeto da pregação era o anúncio da chegada do reino (Mt 10,6) e a Morte e Ressurreição de Jesus (At 2,23–3,6; 3,14-15; 4,10-12). Os evangelhos ainda não tinham sido escritos. E por isso eles liam o AT a partir do evento Jesus Cristo e repetiam os ditos e feitos de Jesus a partir do testemunho dado por aqueles que tinham visto e ouvido Jesus Cristo.

Já neste período aparecia a primeira divergência entre os cristãos judeus. Havia um grupo mais ligado a Estevão, que buscava uma abertura aos judeus da diáspora e ao helenismo (At 7,1-53).

De outro lado havia o grupo ao redor de Tiago, ligado aos judeus da Palestina, que defendia uma fidelidade à Lei de Moisés e à “Tradição dos Antigos” (Mc 7,5; Gl 1,14).

Na primeira perseguição só os cristãos ligados ao grupo de Estêvão foram perseguidos (At 8,1). Porém, na segunda perseguição, aquela de Herodes Agripa (At 12,1-3), todos os grupos cristãos eram alvo da repressão. Esta perseguição aos cristãos, na Palestina, teve como conseqüência a missão para fora do território judeu. Paulo e Barnabé, seguindo a linha de Estêvão, estavam entre esses missionários que foram pelo mundo para formar novas comunidades.

Dos anos 40 a 70

A perseguição, o desejo missionário e a vontade de anunciar a boa nova a “toda a criatura” (Mc 16,15) levou os cristãos para fora da Palestina. Nesses trinta anos o Evangelho se expandiu por todo o império, chegando a todas as grandes cidades, inclusive a capital Roma, o “fim do mundo” (At 1,8).

Se seguirmos a descrição das três viagens de Paulo e seus companheiros, narradas nos Atos dos Apóstolos, vemos que eles percorreram em torno de 16 mil quilômetros. Enfrentaram muitos problemas (2Cor 11,25-26) e também dificuldades da própria missão de anunciar o Evangelho.

Além disso, a mensagem de Jesus foi marcada pelas mudanças de contextos. Vejamos as principais:

→ Do Oriente → para o Ocidente → Da Palestina → para a Ásia Menor, Grécia e Itália → Da cultura judaica → para a cultura grega (helenismo) → Da realidade rural → para a realidade urbana → Das comunidades → para comunidades ao redor das ao redor das casas sinagogas nas periferias das grandes cidades da Ásia e da Europa.

Estas passagens foram marcadas profundamente pela mudança de mentalidade e pela tensão entre os cristãos vindos do judaísmo e os novos cristãos que vinham de outras culturas (At 15; Gl 2). Foi um doloroso processo de conversão com muitos conflitos ao interno do próprio cristianismo. Imaginemos a dificuldade dos cristãos judeus, formados dentro da visão judaica da Lei, e que deviam abrir-se para uma visão universal de Deus.

A passagem da visão de um povo eleito, privilegiado por Deus entre todos os povos para a certeza de que em Cristo todos os povos faziam parte de um único povo (multirracial e pluricultural) diante de Deus (Ef 2,17-18; 3,6).

As comunidades que surgiam, pequenas e frágeis, levavam a sério a mensagem de Jesus. E foram os outros a reconhecer isso. Em Antioquia, para distingui-los, deram a eles o nome de Cristãos (At 11,26). E começaram assim a adquirir a sua própria identidade. Os Atos dos Apóstolos relatam a beleza e o vigor dessas primeiras comunidades (At 2,42-47; 4,32-37).

Mas a dificuldade nossa hoje é que não temos as notícias de todas as primeiras comunidades. Os Atos e as Cartas relatam basicamente a missão do Apóstolo Paulo e das comunidades surgidas através da sua missão. Quase nada sabemos do trabalho de outros missionários, das comunidades espalhadas pelo norte da África, na Itália e pelas outras regiões e que estavam presentes no dia de Pentecostes (At 2,9-10).

Pouco sabemos também das comunidades da Síria e da Arábia, cujo centro era Antioquia. A comunidade de Antioquia chegou a competir em autoridade e influência com a de Jerusalém. Foi desta comunidade que Paulo partiu para as suas viagens missionárias, e onde viveu muito tempo.

Dos anos 70 a 100

Alguns fatos políticos ajudam a entender esta terceira fase da história: A ascensão de Nero ao poder do império romano, com a perseguição aos cristãos, O martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo. O massacre aos judeus, sobretudo no Egito (66 dEC) E a revolução judaica na Palestina, iniciada no ano 68 dEC e que levou à brutal destruição de Jerusalém no ano 70. As comunidades cristãs ainda eram pequenas e sem influência, e por isso se tornaram alvos fáceis da perseguição romana.

Por outro lado, a destruição de Jerusalém e o fim do estado judaico e das suas instituições religiosas, provocou a separação definitiva entre cristãos e judeus. Tornaram-se duas religiões distintas, inimigas entre si, que se excomungavam mutuamente. E foi também o período do surgimento de muitas religiões e doutrinas gnósticas e mistéricas, que começavam a invadir o império romano. Elas penetraram também nas comunidades cristãs e provocaram novos conflitos e tensões.

No final do século I os cristãos foram perseguidos pelo imperador Domiciano. O cristianismo foi declarado religião não-lícita pelo império.

Créditos Coordenação geral da Produção: Irmã Bernadete Boff, fsp Texto: Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira Arte do power point: Irmã Matilde Aparecida Alves, fsp Irmã Ivonete Kurten,fsp Bianca Russo Fotos: Arquivo Paulinas – Proibida a reprodução e cópia de imagens - Direitos reservados