Antiguidade Clássica: a Casa do Período Helénico ao Império Romano

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Transcrição da apresentação:

Antiguidade Clássica: a Casa do Período Helénico ao Império Romano Teoria da Arquitectura I

A casa Grega A casa Grega com peristilo (galeria formada de colunas insuladas em volta de um pátio), com o seu pátio ajardinado é o protótipo clássico do processo evolutivo da casa com pátio.

Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de Pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado. No período Helénico, época que se sucede ao Oriente Antigo, as zonas residenciais são caracterizadas por um crescimento orgânico acelerado da cidade. A concepção do plano hipodâmico, plano urbano de malha ortogonal, no qual se cruzam ângulos retos que definem quarteirões regulares de tamanho igual, veio transformar os distritos residenciais, permitindo uma melhor organização das cidades-estado e consequentemente uma evolução positiva no modo de habitar da sociedade.

Reconstrução da Acrópole e do Areópago em Atenas, por Leo von Klenze(1846). Atenas foi uma das mais influentes e importantes cidades-Estado gregas.

Os gregos mantiveram as características simples, com um modelo de casa-pátio semelhante ao protótipo da casa Mesopotâmica, porém maior e mais adornado, devido a um nível maior de sofisticação desta sociedade relativamente ao povo Sumério. Planta da Casa colorida em Olinto (séc. IV AC) 1. Vestíbulo 2. Pátio 3. Andronitides 4. Pórtico 5. Gynaeconits 6. Sanitários/Cozinha 7. Escritório 8. Audiências

O pátio, surge na arquitectura helénica, não só nas pequenas habitações familiares, como também nos edifícios de grande dimensão, tal como o palácio de Cnossos em Creta. Aqui ele é um espaço centralizado, de forma a proteger os interiores, numa época de instabilidade, em que a paz e a guerra se fazem sentir simultaneamente. Reprodução do palácio de Cnossos

Do desenvolvimento da arquitectura, nasce o conceito de megaron - Grande sala rectangular, existente nos antigos palácios micénicos, caracterizada por estar rodeada de colunas e possuir uma lareira mais ou menos centralizada., herdado da cultura Micénica. A evolução deste elemento traduz-se na disposição de colunas à volta de toda a área interior, a descoberto do edifício. Desta forma surge o conceito de peristilo. Um peristilo assemelha-se a um corredor coberto e circundante, aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas, característica típica dos templos gregos. Apesar de este espaço ser um elemento comum nas casas helénicas, existem exemplos de habitações gregas com pátios internos mais simples como é o caso da “Casa Colorida” em Olynthos. Casa com Megaron Megaron Micénico

Planta da Casa colorida em Olinto (séc. IV AC) 1. Vestíbulo 2. Pátio A “ Casa Colorida”, é um dos poucos exemplos em que a entrada é feita directamente para o pátio. A partir dele é possível aceder aos principais sectores do espaço doméstico. É possível delimitar o espaço da casa por divisões funcionais de acordo com a altura do dia. À esquerda do pátio, encontra-se a zona privada da habitação destinada aos donos da casa. À direita do pátio, encontra-se as zonas de maior dinâmica e utilização diurna. É de salientar que nas casas gregas, o espaço era habitualmente dividido por áreas, diferenciando a secção destinada à vida familiar - gynaeconits, da secção destinada à recepção de visitas por parte do dono da casa - andronitides, o espaço do homem, neste caso localizado imediatamente à esquerda da entrada. Planta da Casa colorida em Olinto (séc. IV AC) 1. Vestíbulo 2. Pátio 3. Andronitides 4. Pórtico 5. Gynaeconits 6. Sanitários/Cozinha 7. Escritório 8. Audiências

Numa outra habitação, constituída por um pátio com peristilo, a entrada é feita directamente para o pátio, através dum pórtico e do átrio, sendo estes os únicos espaços de mediação entre interior e exterior. Tal como na casa em Olynthos, o espaço central da habitação é definido pelo pátio que dá acesso a todas as outras zonas da moradia. Planta de Casa em Olinto (séc. V a. C.) 1. Pórtico 2. Átrio 3. Pátio 8. Peristilo

A casa-pátio de Roma Foram vários os costumes helénicos adquiridos por Roma aquando da formação da sua sociedade. Grande parte da organização social romana, as ideologias políticas, filosóficas e educacionais aconteceram por mimetismo e proximidade com a anterior cultura helénica. Esta aculturação pode verificar-se no pensamento religioso, onde a mitologia romana apresenta fortes afinidades com a mitologia grega. A arte e a Arquitectura Romanas, nomeadamente a habitação unifamiliar, reflectem também as semelhanças conceptuais entre estes dois povos.

A casa típica Romana, Domus, deriva duma combinação da casa Etrusca com átrio e da casa Grega com peristilo. O protótipo da habitação Etrusca era caracterizado por uma planta axial com um hall central com uma pequena clarabóia. Esta abertura, que talvez fosse uma abertura para a saída de fumo é provável que se tenha desenvolvido e se tenha tornado eventualmente num átrio. Planta e isometria duma casa Etrusca ou típica Domus Romana. 1. Fauces- Entrada, passagem 2. Tabernae - Lojas 3. Atrium - Hall 4. Impluvium - Bacia de águas pluviais 5. Tablinium - Sala de passagem 6. Hortus - Jardim 7. Triclinium - Sala de jantar 8. Alae - Salas laterais 9. Cubiculum - Quartos

Como já foi referido a casa típica Romana, Domus, deriva duma combinação da casa Etrusca com átrio e da casa Grega com peristilo. Ao entrar numa domus temos invariavelmente o espaço de ligação entre o exterior e o interior que são as fauces, seguidos do atrium e do impluvium, local onde a água das chuvas, proveniente do telhado inclinado era recolhida. Dependendo da dimensão e da estrutura da casa pátio romana, temos o peristilo ou o hortus, que ligam ao atrium através duma sala de passagem que se denomina tablinium. Os espaços à volta do peristilo ou do hortus são mais recolhidos e formam a parte mais privada dos aposentos da família.

A domus era a residência urbana das famílias abastadas da Roma Antiga A domus era a residência urbana das famílias abastadas da Roma Antiga. Pertenciam às famílias patrícias, proprietárias das habitações mais sumptuosas e também das casas da plebe, onde habitavam comerciantes e artesãos romanos. A domus era geralmente uma casa de um só piso, maior e mais luxuosa do que a habitação grega, contrastando com a aparência exterior, o interior da Domus era habitualmente luxuoso. O chão era revestido de mármore ou de mosaicos padronizados, as paredes eram decoradas com frescos e as madeiras dos tectos eram frequentemente douradas. Também os pátios eram adornados com fontes, estátuas vasos e outros elementos decorativos.