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Transcrição da apresentação:

APRESENTA:

Sérgio Francisco Pichorim Junho 2008 MATSUO BASHÔ Sérgio Francisco Pichorim Junho 2008

História do Haicai história baseada em textos de Paulo Franchetti, Edson K. Iura e Octavio Paz Séculos X a XII. No Japão escrevem-se: os poemas longos Chôka 5-7-5-7-5-7-5-....-7-7 os poemas curtos Tanka 5-7-5-7-7

História do Haicai Um exemplo de Tanka de Saigyô (1118–1190): Sobre o espelho Tão límpido e brilhante Um simples grão de poeira Salta aos olhos. Assim é o mundo (Trad. J.N.B.)

História do Haicai Século XVI. O tanka era a forma mais utilizada. Século XIV. O tanka é encadeado em uma seqüência de estrofes alternadas (chamado de Renga) com 5-7-5 e 7-7 envolvendo vários poetas.

História do Haicai Século XV. Ocorre o período de esplendor do renga. Várias regras surgem para organizar um renga clássico. Século XVI. Surge o Haikai-renga, uma forma mais livre e leve de renga, com poucas regras, de modalidade informal, satírica e coloquial.

História do Haicai Século XVII. Matsuo Bashô dá outro enfoque ao popular haikai-renga. Bashô praticava o renga com seus discípulos durante suas viagens. Bashô escreveu em seus diários de viagem (Nikki) muitos Haibun (textos em prosa ligados a poemas 5-7-5) e muitos Hokku (a primeira e mais importante estrofe 5-7-5 de um renga).

Crisântemo branco – Sequer um grão de poeira Ao alcance dos olhos. Hokku de um renga na casa de Sonome, discípula de Bashô, em novembro de 1693 shiragiku no me ni tatete miru chiri mo nashi Crisântemo branco – Sequer um grão de poeira Ao alcance dos olhos. O poema foi dirigido à anfitriã do encontro, exaltando sua refinada elegância. (Trad. J.N.B.)

História do Haicai Curiosidades: Um renga tem até 1000 estrofes e o haikai-renga até 100 estrofes. O haikai-renga preferido de Bashô tinha 36 estrofes (kasen). Bashô não conheceu o que hoje nós chamamos de HAIKAI (ou haiku).

História do Haicai Século XIX. O hokku ganhou autonomia quando, Masaoka Shiki, passou a chamar esta nova unidade poética de HAIKU (combinação de “hai” de haikai e “ku” de hokku).

História do Haicai Século XX. O haiku ganha o mundo e é adaptado em muitos idiomas. No Brasil o haiku sempre foi chamado de haicai ou haikai. No resto do mundo, a palavra haikai refere-se ao conjunto da literatura criada em torno do haikai-renga, como o haiku, o haibun, o renga, o kasen, o hankasen, o senryu, o haiga etc.

Do capinzal / mosquitos entram na casa / onde eu estava HAIGA de SOCHO (1761-1814) Do capinzal / mosquitos entram na casa / onde eu estava

A vida de Bashô "Viajante", Poderia ser meu nome — tabibito to waga na yobaren hatsu shigure "Viajante", Poderia ser meu nome — Primeira chuva de inverno. (Trad. Edson K. Iura) Bashô nasceu em 1644 em Ueno na província de Iga.

A vida de Bashô Seu pai foi um samurai de categoria mais baixa Com 9 anos, Bashô entrou na família Todo como pajem do caçula, Yoshitada, seu mestre. Os dois meninos desenvolveram uma forte amizade e juntos estudaram literatura e poesia.

A vida de Bashô O primeiro poema de Bashô foi escrito em 1662, quando ele tinha 18 anos. Em 1664, já com 20 anos, dois haicais de Bashô e um de Yoshitada apareceram em uma antologia de versos publicada em Kyoto. No ano seguinte, Bashô, Yoshitada, e três outros juntaram-se em um renga com cem versos. Bashô contribuiu com dezoito versos.

A vida de Bashô Matsuo Munefusa foi um nome adotado quando Bashô se tornou um samurai em 1666. natsugusa ya tsuwamonodomo ga yume no ato Tudo o que restou dos sonhos dos guerreiros — Capim de verão (Trad. Edson K. Iura)

A vida de Bashô Yoshitada morre com 25 anos, Bashô chocado, foi para Kyoto para continuar seus estudos em chinês e japonês clássico, e caligrafia. kyô nite mo kyô natsukashi ya hototogisu Mesmo em Quioto, Saudade de Quioto — O canto do cuco ... (Trad. Edson K. Iura)

A vida de Bashô O pseudônimo de Bashô (bananeira) foi adotado em 1681, aos 37 anos. Uma bananeira, dada por um discípulo, foi plantada ao lado de sua cabana em Edo. Bashô vivia sempre sozinho na cabana. bashou nowaki shite / torai ni ame o / kiku ya kana bananeira no vendaval do outono o gotejo da chuva na bacia escuto à noite.

A vida de Bashô Em 1683, acredita-se que Bashô tenha iniciado seu estudo zen, com o mestre Bucchô. Alguns dizem que Bashô foi um monge budista. Dos 40 aos 50 anos (1684 a 1694) Bashô viajou por diversos lugares, como um andarilho, caminhando pelo interior das cidades, vivendo do ensino da poesia, em cada vilarejo por onde passava.

A vida de Bashô Bashô confiava na comunidade de escritores com quem ele viajou e escreveu haibun e renga. Escreveu cinco diários de viagem (NIKKI). Oku no Hosomichi é sua obra prima. Foi uma extensa jornada de cinco meses em 1689 aos confins, no norte do Japão, em companhia do amigo e poeta Sora.

A vida de Bashô Em 1694 faz a última viagem para Osaka, adoece e morre no caminho. tabi ni yande yume wa kareno o kakemeguru Doente de viagem, meus sonhos vagueiam pelo campo seco. (Trad. Edson K. Iura)

A vida de Bashô Ao longo da vida, Bashô teve centenas de alunos e discípulos pelos diversos lugares por onde andou. O trabalho poético de Bashô, conhecido como Sete Antologias da Escola Bashô, foi publicado separadamente de 1684 a 1698. Um conjunto de 2.500 versos.

O haicai de Bashô (Edson K. Iura) Bashô valorizava a cultura clássica (japonesa e chinesa), mas também valorizava a cultura popular. Transforma palavras comuns em palavras poéticas, uniu a linguagem clássica à popular. Bashô ressalta a riqueza espiritual que existe num cenário de pobreza material. Ressalta os aspectos humanos e naturais que não eram considerados pela tradição literária.

O haicai de Bashô Certa ocasião, seu aluno, Kikaku, escreveu o seguinte haikai: Libélulas vermelhas! Tirai-lhes as asas e serão pimentas! Bashô respondeu que um haikai deve, além disso, fazer supor um desejo diferente e, para prová-lo, escreveu: Estas pimentas! Acrescentai-lhes asas e serão libélulas!

O haicai de Bashô O mestre zen Bucchô visita Bashô e lhe pergunta: “qual tem sido seu empenho?” Bashô responde : “A chuva em cima, a grama verde está fresca.” O mestre pergunta: “O que era esta Lei de Buda, ANTES que a grama verde começasse a crescer?” E ouvindo um barulho responde Bashô: “O som da rã saltando na água” Outra ocasião Bashô pediu a três discípulos seus para escreverem o primeiro verso. Sampu sugeriu: “Ao cair da tarde”. Ransetsu: “Na solidão”. E Kikaku: “A rosa da montanha” (kerria japonica).

O haicai de Bashô E Bashô disse: Todos são bons, no entanto para fugir do convencional, eu farei: “Velha lagoa”. furu ike ya kawazu tobikomu mizu no oto O velho lago ... O ruído do salto da rã na água. (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô (Paulo Leminski) Outra ocasião, seu mestre o repreendeu por dedicar muito tempo ao haikai, e Bashô responde: “Haikai é apenas o que está acontecendo aqui e agora.” Então Bucchô compreendeu: “Santa pessoa, esse Bashô!” “Francisco conseguia entender o que a ave dizia, Bashô enxergava a lágrima no olho do peixe” (Alice Ruiz)

O haicai de Bashô Em muitos haikais de Bashô se vê uma humanidade, uma “gentidade” que, budisticamente, inclui em sua esfera todos os seres vivos. (Paulo Leminski) kôri nigaku enso ga nodo o uruoseri O gelo é amargo Para o rato que no esgoto Aplaca a sua sede. (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô Venerável É quem não se ilumina Ao ver o relâmpago! A partir de Bashô, o haikai se torna um caminho (DO) de acesso a uma experiência zen. Ele transformou o haikai, um passatempo sem valor, em caminho espiritual. Segundo Leminski: “O zen é uma fé de artistas, que valoriza, absolutamente, a experiência imediata, a intuição, o aqui-e-agora, o instantâneo e o pré- ou pós-racional.” inazuma ni satoranu hito no toutosa yo Venerável É quem não se ilumina Ao ver o relâmpago! (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô Um haikai, sobretudo os de Bashô, é feito com todos os sentidos. (Paulo Leminski) hiya-hiya to kabe o fumaete hirune kana Refresca um pouco Pôr os pés na parede durante a sesta. (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô (Octavio Paz) Um sentimento de universal simpatia para com tudo que existe. A fraternidade na impermanência com homens, animais e plantas, dado pelo budismo. Caminho para uma beatitude instantânea. yagate shinu keshiki wa miezu semi no koe Nada indica Que ela vá morrer — Canta a cigarra. (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô Transforma a arte popular (haikai-renga) em veículos da mais alta poesia. neko no koi yamu toki neya no oborozuki Namoro de gato A lua enevoada dentro da alcova. (Trad. Edson K. Iura) O haikai justapõe algazarra e silêncio. Cervo e Corsa era a imagem do amor clássico.

O haicai de Bashô (Octavio Paz) Bashô, usando uma nova linguagem coloquial, livre e desenfadada, busca o mesmo que os antigos buscavam: o instante poético. meigetsu ya ike o megurite yo mo sugara Ah, lua de outono — Andando em volta do lago Passei toda a noite. (Trad. Edson K. Iura)

O haicai de Bashô (Octavio Paz) Seu haikai é exercício espiritual. O haicai (ou o zen) é iluminação súbita e de poucas palavras. Ressalta-se a pobreza, a simplicidade, a irregularidade e a comunhão com a natureza.

O haicai de Bashô (Octavio Paz) A arte de Leonardo da Vinci é uma arte acabada e perfeita. Apenas atrai nossa admiração e nos mantém a distância. O haicai está inacabado e nos convida a refazê-lo. Não é só poesia escrita, mas também poesia vivida... Com imensa delicadeza não se diz tudo, limita-se a dar alguns elementos, o suficiente para acender a chispa. Para o leitor é um convite à viagem...

OKU NO HOSOMICHI Trilha Estreita para os confins. MATSUO BASHÔ Nesta viagem não acontece nada, exceto o sol, a chuva, as nuvens, algumas pessoas, outros peregrinos. Não acontece nada, salvo a vida... (Octavio Paz) haru nare ya na mo naki yama no asagasumi Já é primavera — Uma colina sem nome Sob a névoa da manhã. (Trad. Edson K. Iura)

49 ... “a idéia da lua nas ilhas de Matsushima preenchia todas as minhas horas” ....

OKU NO HOSOMICHI Vai-se a primavera! Lágrimas no olho do peixe. 51 yuku haru ya tori naki uo no me wa namida Vai-se a primavera! Lágrimas no olho do peixe. Choram as aves. (Trad. Edson K. Iura)

OKU NO HOSOMICHI Quão glorioso, Nas folhas verdes, folhas tenras, 53 ara tôto aoba wakaba no hi no hikari Quão glorioso, Nas folhas verdes, folhas tenras, O brilho do sol! (Trad. Edson K. Iura)

ILHAS DE MATSUSHIMA 69 e 70

OKU NO HOSOMICHI Matsushima! Ah, Matsushima! matsushima ya aa matsushima ya matsushima ya Matsushima! Ah, Matsushima!

OKU NO HOSOMICHI Pulgas e piolhos E o cavalo a urinar 74 omi shirami uma no shito suru makura moto Pulgas e piolhos E o cavalo a urinar Ao lado da cabeceira. (Trad. Edson K. Iura)

OKU NO HOSOMICHI silêncio o som das cigarras penetra as pedras 76 silêncio o som das cigarras penetra as pedras (Trad. Paulo Leminski)

Bibliografia usada: Octavio Paz, A tradição do haiku, 1970. Octavio Paz, A poesia de Basho, 1954. Paulo Leminski, Bashô, a lágrima do peixe, 1983. Francisco Handa, Oficina do Haicai, Jornal Nippo-Brasil, no. 87 Jean C. Portela, Diss. Mestrado, Univ. Est. Londrina, 2003 Paulo Franchetti, Elza T. Doi e Luiz Dantas, em Haikai, 1996. Edson Kenji Iura, Mundismo e transcendência no haikai de Basho, 2007. Olga Savary, Sendas de Ôku, 1986. Revista Caqui, Grêmio Ipê de Haicai, Antologia de Basho. Jornal Nippo-Brasil, História e Mestres do Haikai. Grêmio Sumaúma de Haicai, Um mestre chamado Basho. Álvaro Posselt, Monografia sobre o Haicai, 2007.

pichorim@pop.com.br www.site.pop.com.br/pichorim Obrigado. Sérgio Francisco Pichorim pichorim@pop.com.br www.site.pop.com.br/pichorim