Contagem das sílabas poéticas

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Transcrição da apresentação:

Contagem das sílabas poéticas Clicar para trocar slide

Mardilê Friedrich Fabre Texto e Formatação Mardilê Friedrich Fabre

Vaza a poesia Na noite melancólica e silente, Vaza a alma do poeta desalentos. Palavras desbotadas sua mente Inerte pela dor atira aos ventos. Mesmo assim, saem versos lentamente, Brilhantes esculpidos, opulentos, Atingem por completo querido ente Por quem extravasa ele sentimentos. Concluída a poesia, em relicário Sagrado é colocada como pedra Preciosa p´ra ofertá-la, seu erário. De olhos semicerrados antevê O prazer de um sorriso que já medra Na face iluminada de quem lê. . Mardilê Friedrich Fabre

A contagem das sílabas gramaticais e das sílabas poéticas não é igual. Chamamos a contagem das sílabas poéticas escansão dos versos. Escandir os versos é indicar suas sílabas poéticas e seus acentos. Contando as sílabas do 1º verso do soneto, vamos ver que o número de sílabas poéticas e gramaticais não coincide.

Na noite melancólica e silente, Sílabas gramaticais: Na 1 noi 2 te 3 me 4 lan 5 có 6 li 7 ca 8 e9 si 10 len 11 te 12 Sílabas poéticas: Na 1 noi 2 te3 me 4 lan 5 có 6 li 7 cae 8 si 9 len 10

Qual a diferença? Na contagem das sílabas poéticas, juntamos em uma sílaba ca e, isto é, a última sílaba da palavra melancólica com o e Não contamos a última sílaba de silente. Portanto para contar as sílabas de um verso há regras básicas, que veremos a seguir.

Contamos só até a última sílaba tônica de um verso. O prazer de um sorriso que já medra Na face iluminada de quem lê. O 1 pra 2 zer 3 deum 4 sor 5 ri 6 so 7 que 8 já 9 me 10 Nesse verso não contamos a sílaba dra, porque a última palavra do verso é paroxítona. Na 1 fa 2 cei 3 lu4 mi 5 na 6 da 7 de 8 quem 9 lê. 10 Nesse verso contamos todas as sílabas, porque a última palavra do verso é oxítona.

2)Elisão: quando em um verso uma palavra terminar por vogal átona e a palavra seguinte começar por vogal ou H (que não tem som, portanto não é fonema, mas uma simples letra), unimos as duas sílabas numa só. No verso: De olhos semicerrados antevê do 2º terceto, contamos as sílabas poéticas assim: Deo 1 lhos 2 se 3 mi 4 cer 5 ra 6 dos 7 an 8 te 9 vê 10 Houve elisão do de com o o da palavra olhos, contando-se uma sílaba poética (1).

3) Crase: fusão de sois sons vocálicos iguais. Concluída a poesia, em relicário Con 1 clu 2 í 3 daa 4 poe 5 si 6 aem 7 re 8 li 9 cá 10 Nota-se que ficaram na sílaba poética 4 o da de concluída e o a. 4) Sinérese: união do hiato em uma só sílaba. Na escansão do verso citado, notamos que o hiato oe da palavra poesia ficou na mesma sílaba poética (5).

5) Diérese: divisão do ditongo em duas sílabas. Na tarde quieta e fria uma cena Separamos o ditongo ie da palavra quieta. Na 1 tar 2 de 3 qui 4 e 5 tae 6 fri 7 au 8 ma 9 ce 10 6) Hiato: é o contrário da elisão. Separam-se dois sons interverbais. Deixa no ar o seu sutil perfume. Dei 1 xa 2 no 3 ar 4 o 5 seu 6 su 7 til 8 per 9 fu 10 Observação: a sinérese e a diérese são intraverbais; a elisão, a crase e o hiato são interverbais.

7) Síncope: supressão da vogal no meio da palavra. Exemplo neste verso: Preciosa p´ra ofertá-la, seu erário. 8)Aférese: supressão de vogal no início da palavra. Veja-se o verso: O meu amor inda conta estrelas, Ainda perdeu o a inicial. 9)Apócope: supressão da vogal no fim da palavra. “Artista corta o mármor de Carrara" (Castro Alves). Mámore – perdeu o e final porque o poeta precisava de um sílaba a menos na contagem das sílabas poéticas.

Referências: ALMEIDA, Silas Leite de. Curso prático de português. Belo Horizonte: Vigília, 1971. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo: Nacional, 2005. http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/goldstein/index13.html Acesso em: 1 out. 2006. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rima Acesso em: 1 out 2006. http://www.casadacultura.org/d/boletim/2005/BIS 2005_jun29_conveniado.htm Acesso em: 1 out 2006 http://www.recantodasletras.com.br/autores/mardile