Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras. José Saramago
Por estas antigas ruelas, quantas gerações já passaram?...
As paredes da centenária mansão, onde a menina agora brinca,...
...quantas lágrimas e risos, sonhos e desilusões testemunharam?
A semelhança entre os primeiros raios a anunciar o despertar da manhã...
...e os derradeiros raios a proclamar o definhar de mais um dia.
Quantos dias ainda nos esperam? Quem o saberá?
A única certeza é a brevidade da vida terrena...
e a fragilidade de amanhã... A fragilidade de ontem, e a fragilidade de amanhã...
Os dias se sucedem e não se repetem. Cada dia, cada hora é única e preciosa.
O grande silêncio da alma das crianças, e o grande silêncio da alma dos anciãos.
O Silêncio que tanto ensina àquele que se dispõe a ouvir.
A mãe e o filho.
As irmãs.
A atenção da irmã mais velha.
A alegria da irmã mais nova. A atenção da irmã mais velha.
Memórias poéticas que o tempo não apagará.
Vivemos meses, dias e anos...
E disso tudo, guardaremos com mais carinho os instantes que compõem a nossa memória poética.
Aquilo que a nossa alma registrou, que nos encantou, que nos comoveu,...
...o que dá beleza à nossa vida.
A cena imóvel, imperturbável, fora do tempo. Memórias que não morrem jamais.
Instantes que passam a fazer parte de nossa alma.
a leve brisa, o sol da manhã... As irmãs que brincam, a leve brisa, o sol da manhã...
Para uma mãe, o filho, mesmo quando adulto, é, e sempre será, a criança pequena que um dia foi.
As breves décadas de vida que separam as idades dos pais e dos filhos.
O que são trinta anos diante da eternidade?...
Para quem passou dos setenta, aquele que carrega quarenta ainda é uma criança.
O inconsciente familiar, - histórias e memórias compartilhadas...
Os passos de alguém à procura de alguém.
Os passos daquele que carrega o peso de muitos anos.
Educar as futuras gerações nas leis do Amor e da Bondade, da Ternura e da Compaixão.
O suave sono dos inocentes. A mãe que vela o sono da filha tão amada...
A infância que deve ser respeitada, amada e protegida acima de todas as coisas.
Mesmo a ferida mais simples tem importância.
E em meio à agitação da vida moderna, reservar um tempo para a reflexão.
Peregrinar por terras candentes e áridas, a fim de descobrir o mar que jamais vimos e que por isso ainda não podemos compreender.
Acender a brasa interior da contemplação e da oração diuturnamente para que nunca se apague.
A conscientização do valor do amor, da compaixão e da importância da promoção da dignidade humana.
As horas fugazes da vida terrena, e a vivência do mistério divino.
Ao fim da nossa caminhada terrena, levaremos conosco apenas o essencial.
As memórias poéticas que embelezam e dão sentido à vida.
A caridade, a bondade, a pureza de coração...
A brisa, o mar, a imensidão...
interpretado por Charles Aznavour Tema musical: “Hier encore”, interpretado por Charles Aznavour Formatação: um_peregrino@hotmail.com