O livro de Jonas Volta Redonda, 19/06 de 2010.

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Transcrição da apresentação:

O livro de Jonas Volta Redonda, 19/06 de 2010

Uma história de desencontro entre um profeta zangado e um Deus brincalhão

O olhar de Deus sobre o mundo

O livro de Jonas foi escrito como uma reação ao fechamento de Esdras e Neemias, depois do exílio da Babilônia. O projeto deles para a reconstrução do Judaísmo estava baseado em um tripé centralizador: a lei, a raça e o templo, excluindo muita gente da plena participação no povo de Deus.

O livro faz parte de uma reação muito bem humorada, que mostra como era ridículo o fechamento dos chefes e líderes religiosos e como era ampla e misericordiosa a postura de Javé diante dos estrangeiros e diante da cidade.

O livro de Jonas está colocado na lista dos livros bíblicos, entre os outros Livros proféticos, mas trata-se de uma história que mistura e combina muito bem a ficção e a realidade.

Nas entrelinhas dos textos encontram- se dados da realidade misturados com histórias populares, criadas para transmitir ensinamentos tanto na família como na comunidade. Essas histórias eram contadas nas casas e transmitidas ao povo, através de teatros populares.

Algumas destas reações vinham de tendências subterrâneas, geradas a partir das relações na casa e no clã. Esta, vinha de uma antiga tradição de mulheres contadoras de história.

Eram histórias contadas no espaço da casa, ambiente onde as mulheres enfrentavam-se com o sistema social e religioso da época, nas pequenas situações do seu cotidiano.

Era uma tradição que mantinha a memória de mulheres sábias, de profetisas e líderes que contribuíram para a caminhada do povo da Bíblia.

A tradição de mulheres contadoras de história manifesta-se no livro de Rute, onde encontramos uma novidade em relação aos papéis que ela e Noemi exercem e aqueles que fazem parte dos padrões vigentes na sociedade patriarcal em que elas viveram. As posições de Noemi e Rute são inovadoras, pois são elas que decidem sobre a maneira de alcançar aquilo que elas consideram importante para suas vidas e para o futuro do povo.

A visão inclusiva e aberta que aparece no livro de Rute pode ser encontrada também no livro de Jonas, embora cada uma dessas histórias tenha seu enfoque próprio. Em Rute, a estrangeira amiga, o enfoque é o resgate dos direitos dos pobres. Em Jonas, o profeta fechado e mesquinho, o enfoque é a visão de Javé como Deus de ternura e misericórdia, que acolhe tanto judeus como estrangeiros.

misericordioso sobre a cidade Um Deus que tem um olhar misericordioso sobre a cidade

E, afinal de contas, quem é o profeta Jonas?

Na Bíblia, tem um profeta chamado Jonas, filho de Amati Na Bíblia, tem um profeta chamado Jonas, filho de Amati. Ele é mencionado em 2Rs 14,25, época do rei Jeroboão II, que governou o Reino do Norte no 8º século a.C. Mas a citação deste profeta, que viveu três séculos antes, parece não ter nada a ver com esta novela escrita 300 anos depois. A citação do profeta Jonas do tempo do rei Jeroboão pode ter sido um recurso para dar autoridade a este escrito fantástico e bem humorado que denuncia a própria profecia.

Como já foi mencionado, o livro de Jonas é uma reação ao fechamento dos chefes religiosos de Judá que buscaram separar o povo bíblico de todas as pessoas de origem estrangeira (Ne 9,2). Proibiram o casamento com rapazes e moças dos povos vizinhos (Ne 10,31; 13,23-25; Esd 9,12). Quem era casado com uma mulher estrangeira, teria que mandá-la embora (Esd 9,1-10;10,44).

Neemias e Esdras eram apoiados pelo império persa, por isso, aceitaram colocar em pé de igualdade a Lei de Deus e a lei do rei da Pérsia. Esdras dizia: “Quem não obedecer a lei do seu Deus, que é a lei do rei, será castigado com a morte ou exílio, multa ou prisão” (Esd 7,26). Como havia profetas que apoiavam este projeto de Neemias e Esdras, o povo do interior de Judá começou uma reação bonita, bem refletida e bem humorada, para fazer uma crítica a este tipo de profecia.

Portanto, o livro de Jonas não é uma profecia no sentido clássico e sim uma historieta ou novela a respeito de um profeta de nome Jonas. O objetivo da história é mostrar como era ridículo o Fechamento dos sacerdotes e profetas que queriam Mandar embora as mulheres estrangeiras. Quer mostra, ainda, como é misericordioso o olhar de Deus sobre a cidade e sobre todos os povos. Deus é criador de todas as pessoas e ama a todas por igual.

Quem eram os odiados ninivitas

Nínive era a capital da Assíria, império que começou a ter importância política a partir do século 8 a.C. O rei Senaqueribe escolheu Nínive para sua residência e fez dela a capital do império persa (2Rs 19,36; Is 37,37). Os ninivitas invadiram Canaã, devastaram totalmente o Reino do Norte (Israel), em 722 a.C., e dominaram o Reino do Sul (Judéia), obrigando-o a pagar tributos durante o período do rei Manassés (698-643 a.C).

Por tudo isso, a cidade de Nínive era para o povo bíblico um símbolo da violência e da maldade. Os profetas Naum (Na 1-3) e Sofonias (Sf 2,13-15) falaram contra Nínive, anunciando sua destruição.

Na época em que o livro de Jonas foi escrito, o império assírio já tinha sido derrotado pelo império babilônico. Mas, também os babilônicos tinham sido derrotados pelos persas. Quem dominava o povo bíblico, na época do livro de Jonas, era o império persa. Nínive torna-se um símbolo da grande cidade estrangeira, inimiga e cruel. Na visão dos judeus, os ninivitas não mereciam o perdão de Deus.

História é para ser contada!!! Quem quer vir aqui, na frente, contar a história de Jonas?

A palavra de Javé foi dirigida a Jonas, mandando que ele fosse pregar na cidade de Nínive, para que os ninivitas tomassem consciência de sua maldade. Mas, Jonas fugiu de Javé, tomando uma direção oposta à Nínive. Foi para Jope e tomou um navio para Tarsis

A recusa e a inconsciência de Jonas provocaram uma grande tempestade no mar e os ventos fortes balançavam o navio que estava a ponto de naufragar. Jonas, porém, dormia profundamente lá no fundo da embarcação, enquanto os marinheiros rezavam e atiravam no mar tudo o que tinham para evitar o desastre.

O comandante desceu até o fundo do navio e questionou Jonas: “Como podes dormir? Levanta-te e invoca o teu Deus!” Jonas toma consciência do que tinha feito e pede que o atirem na água. Logo que Jonas caiu no mar, este se acalmou e os marinheiros ofereceram sacrifícios a Javé por terem sido salvos da tempestade.

Enquanto isso, Jonas se afunda no mar, mas Javé envia um peixe grande para engolir Jonas e este fica três dias na barriga do peixe. Nas entranhas do peixe Jonas faz oração e Javé ordena que o peixe o vomite sobre a terra firme.

Então, a palavra de Javé foi dirigida a Jonas pela segunda vez Então, a palavra de Javé foi dirigida a Jonas pela segunda vez. Agora, Jonas obedece Javé e vai pregar em Nínive.

Todos os ninivitas se convertem e Deus os perdoa. Por causa disso, Jonas fica com muita raiva e discute com Javé. Depois, sai da cidade e fica olhando-a de longe, para ver o que ia acontecer com os habitantes de Nínive.

Jonas estava muito zangado e Javé fez crescer uma mamoneira para abrigá-lo e assim diminuir a sua irritação.

Jonas ficou muito alegre com a sombra, mas um verme atacou a mamoneira e esta se secou.

Sem a sombra da planta, o sol queimava a cabeça de Jonas, enquanto um vento ardente soprava do Oriente. Jonas ficou mais irritado ainda e pediu a morte: “Senhor, tira-me a vida; é melhor morrer que viver”.

Então, Javé pergunta a Jonas: Você tem compaixão daquela mamoneira que nem mesmo cultivou, que brotou em uma noite e na outra morreu,

e eu não posso ter compaixão de Nínive, a grande metrópole, cuja população não sabe distinguir a mão direita da esquerda?

Uma história que não tem final Toda novela tem um final feliz, ou pelo menos uma conclusão. E, quando ouvimos ou lemos uma historia, ficamos na expectativa do seu final e até começamos a imaginá-lo. Mas a historia de Jonas não tem final. Em vez de conclusão, o livro termina com uma pergunta, deixando ao leitor e à leitora a incumbência de respondê-la.

Cochicho: Será que, finalmente, Jonas entendeu a lição de Javé?

E nós, será que não somos também um pouco parecidos com Jonas?

Qual é a imagem de Deus que temos dentro de nós?

Será que nós também não estamos adorando a um Deus castigador, que se impõe pelo medo, que nos vinga diante de nossos inimigos?

Trabalho de grupo Leitura de Jn 4,1-11 Qual era o mal que atacava Jonas e não o deixava alegrar-se com a ação misericordiosa de Deus? 2. Como Deus age com Jonas? 3. Percebemos a ação de Deus em nossa vida? Como? 4. Releia a pergunta que ficou sem resposta nos versos 10-11. Qual a provocação desta pergunta para nós?