Mente nova, Mente velha Osho Formatação – Novembro de 2007 Música – Feelings Sentimental Sax LhT

Tenho recebido e repassado por inúmeros trabalhos. Alguns são meras informações ou anedotas, outros são fotos maravilhosos ou pitorescos. Recebo também trabalhos maravilhosos, poesias e poemas cujos autores, alguns são desconhecidos, outros são autores famosos, bem como sábios e místicos da antiguidade e da atualidade.

Muitos dos trabalhos me toca profundamente. Durante a leitura, por breves momentos, despertam os nobres sentimentos que estavam escondidos dentro de mim. Nesses momentos me transformo em um ser humano verdadeiro.

Decorrido algum tempo volto à realidade, volto o que era. Diante desse fato, muitas vezes me perguntava: “Até que ponto as leituras desses trabalhos são úteis? Eles nos proporcionam algum crescimento? Não seria perda de meu tempo e dos outros?

Creio que essas leituras me emociona como acontece quando assisto filmes, que Identificados com os personagens principais, sinto amor, ternura, compaixão, tristezas, raiva, alegria, felicidade, infelicidade etc. E então esses sentimentos desvanecem pouco tempo depois do filme.

Curiosamente tenho encontradas muitas respostas das minhas indagações nos livros de Osho. A seguir transcrevo um trecho do seu livro “Vá com calma” que esclareceram estas dúvidas.

Osho respondendo pergunta. Pergunta: Durante os discursos, você parece nos elevar ao seu nível. Você senta e fala cercado de Budas. Mas logo que você vai embora, nossos egos retornam e voltamos a ser os mesmos velhos burros que éramos antes. A experiência do que acontece quando estamos com você é apenas uma ilusão, ou é a única realidade?

Resposta de Osho: Satya depende da maneira como você interpreta. O critério é este: se essa experiência lhe dá um grande contentamento, se ela tira as suas ansiedades, se ela ajuda a sua mente desaparecer, ainda que por poucos momentos, então ela é real. Você voltará para a sua velha mente – porque quando você está comigo, você não está só, você começa a voar comigo. Quando você está comigo, você está cavalgando uma onda de maré. Quando a onda cessa, naturalmente você fica apenas com aquilo que você tem: a velha mente recomeça a funcionar.

É claro, você fica comigo por uma hora, e fica consigo mesmo nas restantes vinte três. Essas vinte três horas, justamente pelo fato de ser longas, podem dar uma impressão de ser a realidade, e aquela única hora pode parecer uma ilusão. Não é assim.

A verdade não depende da duração, a verdade não tem relação como o tempo. Se uma coisa é verdadeira, ela é verdadeira, quer você a conheça por um único instante ou por toda a sua vida. E se uma coisa é falsa, ela é falsa – você pode continuar sonhando por toda a eternidade, ela permanece falsa. Isso não depende do tempo em que ela permanece com você.

Então qual é o critério? O único critério é se ela lhe proporciona a bem-aventurança. Se ela leva você a um ponto em que o tempo desaparece, em que a mente desaparece, em que o mundo pára subitamente. Somente o impacto da verdade pode criar esse intervalo em você: por um momento, os pensamentos cessam.

Eu sei que a velha mente retorna logo que você se afasta de mim. Então fique atento! Reconheça que essa velha mente é apenas um hábito: observe-a! Não se identifique com ela. Deixe que ela fique aí – e permaneça neutro, desprendido, distante.

E então você ficará surpreso – mesmo sem a mim, esses momentos estarão acontecendo: de início raramente, depois, mais e mais. Quando você se desapegar da sua mente, tanto mais esses momentos o penetrarão. Mas, no princípio, é natural ter a impressão de que o acontece com você é ilusório, porque só dura por alguns momentos.

Durante um exame médico, foi pedido ao cliente que estendesse os braços para frente, com os dedos esticados. O que o médico viu foi um incrível tremor nos braços, que se agitavam em todas as direções. “Santo Deus!”, exclamou o médico. “Você bebe muito?” “Quase nada, doutor”, foi a resposta. “Eu entorno quase toda a bebida.”

Sua velha mente viveu com você por muito tempo, por um milênio. Ela capta tudo. E ela irá supri- lo de todos os tipos de explicação: tome cuidado. Esses poucos momentos que acontecem aqui, enquanto você está comigo, esses momentos de satsang, esses momentos de comunhão – escute-os, alimente-os, relembre-os sempre. Mastigue-os, digira-os. Eles o trarão cada vez mais para perto da realidade.

Esta é toda a função de um Mestre – dar-lhe o primeiro gosto do além. Assim, pouco a pouco, um grande apetite nascerá em você. Até logo!