PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXIII EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO O MONTE CALVÁRIO DEPOIS DA TEMPESTADE

Na Bíblia, permaneço caminhando no Novo Testamento e detenho- me no monte Calvário, às proximidades de Jerusalém. A tempestade passou e não há mais ninguém no monte, todos já se foram, uns chorar de decepção e outros festejar vitoriosos. Reina um silêncio mórbido por toda a extensão.

Os corpos dos três crucificados já estão enterrados. Ignoro o lugar onde os corpos de dois dos malfeitores estão, os evangelhos não comentam, mas o de Jesus foi colocado num luxuoso túmulo que um homem rico de Arimatéia, o José, construiu para si.

Por sua vez as três cruzes já foram desmanchadas e levadas para o armazém da cidade, possivelmente, para atender às próximas necessidades sanguinárias do Templo...

Aliás, de que floresta seriam as árvores que forneceram as madeiras para estas cruzes? Do Líbano?... Grécia?... Egito?... Itália?... Quem sabe, do Horto das Oliveiras, perto de Jerusalém, onde Jesus costumava rezar?... Garanto que da floresta Amazônica não foi, porque o Brasil nesse tempo ainda não tinha sido descoberto, a terra era considerada plana pelos grandes navegadores, gregos e fenícios principalmente, que tinham pavor dos monstros marinhos que supunham existir nos abismos além do horizonte.

Em Jerusalém, tristeza e resignação na alma de alguns, aqueles que acreditavam em Jesus, e satisfação na dos demais por acharem que eliminaram o mal crescente na face da terra prejudicial ao “povo escolhido” do Antigo Testamento: Jesus Cristo, considerado por Pilatos como Rei dos Judeus e pelos seus discípulos, Messias, o Filho de Deus!...

No alto, o céu está fechado, uma massa homogênea, opaca, de nuvens pesadas de H2O o cobrem, não deixando frestas para a luz celestial passar. Embaixo, o chão do Calvário ainda está encharcado de água da chuva. A tempestade começara justo na hora em que Jesus terminou de exclamar ofegante: -Pai, perdoa- lhes porque não sabem o que fazem!... Em tuas mãos entrego meu Espírito!...

Os vestígios do sangue de Jesus deixados pelas feridas dos açoites na costa e no peito, dos espinhos da coroa na cabeça, dos cravos ponteagudos nas mãos e pés, que pingaram na madeira da cruz e no chão, foram diluídos na água da chuva e infiltraram-se por toda parte do solo terrestre, no entanto, os buracos no chão deixados pelas cruzes ainda estão com água...

Os algozes ficaram apavorados com o evento natural, pensaram que era o fim do mundo. Muitos chegaram a ver parentes, amigos e conhecidos, que já tinham morrido, perambulando pela cidade. Teve um soldado que até declarou: “Este homem era realmente o Filho de Deus!”.

Sinto um misto de esperança e de saudade de Jesus Cristo, que muito fortalece minha fé, quando lembro passagens de sua vida na minha. Por exemplo, seu Batismo, no rio Jordão, fato testemunhado pelo Pai e o Espírito Santo, e o milagre de Canãa, quando, por intercessão da Virgem de Nazaré, sua Mãe, transformou água em vinho num casamento. Fatos marcantes do início de sua vida pública, isto é, que começou a dar-se a conhecer ao mundo, tinha ele 30 anos de idade. Eu devia ter entre 9 e 11 anos quando fui saber de sua chegada ao Brasil através de um livro de História da escola primária. Chegou na Páscoa de 1500, através da Missa celebrada por Frei Henrique de Coimbra num banco de coral na praia da Coroa Vermelha no litoral sul da Bahia. A Partir daí, o Brasil tornou-se cristão!...Em 1955, hospedei-O em meu coração através da Primeira Comunhão e em 2004 tornei-me seu diácono...

Você quer ser feliz?... Viver em paz verdadeiramente?... Então, Ame a Deus acima de tudo e ao seu próximo como a si mesmo... Diácono Eliezer Martins Inspiração: Jo 2,1-12; 19,17-42; Lc 3, 21-22; 23,26-56; Mc 15, 21-41; Mt 27, 32-56