METAPOESIA É a poesia em sua essência, o conhecimento do fazer poético e de suas intrincadas engrenagens, a poesia que fala da poesia, a poesia que descreve.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Meu Reino não é deste mundo
Advertisements

Características gerais da literatura modernista:
Dois modos de ler a Bíblia.
Fernando Pessoa.
Luiz Fernando Verissímo.
O último dos poetas românticos
Interpretação dos gêneros bíblicos
José Gildo de Araújo Júnior.
O Modernismo em Portugal
Sistema Cardiovascular circulação sanguínea
Por Dentro do Cérebro.
Autopsicografia, Fernando Pessoa
Álvaro de Campos.
Homenagem ao centenário do grande poeta
Literatura Fernando Pessoa - ortônimo 4º bimestre
A Mulher incompreendida Que há um cio velado que bruxuleia, mas, para além dele, há o apelo do Espírito que clama? Quando entenderás, Homem, que em mim.
Mensagem aos amigos..
Santa Maria Madalena.
Texto poético.
A amizade é um espírito em dois corpos.
Por Que Os Amores Se Perdem
Este dia conversava com um amigo e ele falou que tinha saudade de uma ex- namorada. Ele falou na saudade que tinha dela e ao mesmo tempo no medo de.
CRÉDITOS E REFERÊNCIAS
Técnicas de Comunicação Oral e Escrita
“Isto” de Fernando Pessoa
PORQUE OS AMORES SE PERDEM
Confiança é como um cristal...
Introdução aos gêneros literários
A importância do ato de Ler
Por que os amores se perdem
Posso escrever os versos mais tristes esta noite
O VALOR DO CONVÍVIO.
FERNANDO PESSOA & Heterônimos.
GÊNEROS LITERÁRIOS.
Poema “VER CLARO” Tatiana Pereira
Diz por que razão o texto apresentado é um poema.
Trovas e Sentimentos.
Noções de versificação
Fernando Pessoa Suzete Beppu..
Eu sou um poeta.
Aprendi que não importa o quanto você se dedique a
“Provem, e vejam como o Senhor é bom.” Salmo 34.8a NTLH
Alberto Caeiro.
“V”VOCÊ”V” “VOCÊ” consegue Arrancar de dentro De mim os mais Puros e verdadeiros Sentimentos!
Escola Municipal João XXIII
Sentimento do mundo.
Poemas Professora Janete.
MODERNISMO EM PORTUGAL Mário de Sá Carneiro e Fernando Pessoa
Encontro de dois autores que se inscrevem no texto.
O poeta de múltiplas faces
André Luiz de Oliveira Pinheiro
“OS NOSSOS TRISTES ASSUNTOS”
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA INSTITUCIOANAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA – PIBID, Língua Portuguesa Coordenadora de área: Profa.
Mario Roberto Guimarães
Clicar para trocar slide E S C R E V E (é) despir //a alma//ante as letras R Denise Severgnini.
Fernando Pessoa.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM PROFESSORES: JULIÃO e ASSONILDE NEGREIROS Técnicas de Comunicação Oral e Escrita.
Osho Uma antiga história sufi
NADANDO NAS ÁGUAS DO CÉU Wagner Borges (Uma Balada Para os Espíritos)
A árvore que floresce no Inverno Rubem Alves.
Denise Severgnini Mardilê Fabre Sunny Lóra Vilma Música: Memories by Zamfir.
Prof. Suderlan Tozo Binda
Hídrias Dora Ferreira da Silva.
Fernando Pessoa Fragmentação: vários pontos-de-vista sobre a realidade.
A função da literatura Disciplina: Fundamentos da literatura Professor: Marcel Matias.
Professora Flaviana Eufrásio Disciplina: Literatura Brasileira.
Agrupamento Gil Vicente Português
Fernando Pessoa Fragmentação: vários pontos-de-vista sobre a realidade.
História da Música V CMU 244 Módulo I a Ópera Um campo de batalha ideológica e estética Prof. Diósnio Machado Neto.
Transcrição da apresentação:

METAPOESIA É a poesia em sua essência, o conhecimento do fazer poético e de suas intrincadas engrenagens, a poesia que fala da poesia, a poesia que descreve como se faz poesia. Isto é metapoesia. Um exemplo é "Autopsicografia" de Fernando Pessoa.

Este poema tem o poder de nos fazer entender o poeta, como a poesia é construída, e como acontece a identificação do leitor com o que foi lido.

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

Significado do título auto + psico + grafia auto = do próprio psico – espírito; alma grafia = escrita; descrição. Assim sendo, o título sugere uma “descrição do estado de espírito do próprio” sujeito poético

1ª estrofe: primeiro é sentida uma espécie de verdade universal, depois é representada através da linguagem. nos versos 2 a 4: há uma oposição entre a dor sentida (v. 4) e a dor fingida (v. 3). Esta última, embora tenha a 1.ª dor como referente, é já fruto da racionalização da dor sentida.

Quando Fernando Pessoa diz que o poeta é um fingidor, quer dizer que a poesia não é a exteriorização imediata dos sentimentos dele,

porque a vivência é modificada pela linguagem, e acaba sendo fingidor porque fala tanto do vivido quanto do não vivido.

Pode partilhar e poetizar até um sentimento que ele também sente, mas quando escreve já não o é mais verdade e sim poesia.

E o leitor então é aquele que acredita na magia da linguagem como espelho de sua alma.

Lê a dor vivida/escrita/ lida/ fingida, (que é a lida quando escrita) e a toma como sua mesmo não a sendo.