Esquemas-síntese de «A Ilha dos Amores» — Canto IX, estâncias 52-53; 66-70 (pp. 190-191)
No Canto IX, a armada de Vasco da Gama inicia o seu regresso a Portugal — a «pátria cara» (est. 17). Como recompensa pelos feitos extraordinários dos Portugueses, Vénus prepara-lhes uma ilha, uma «ínsula divina» (est. 21), com a ajuda de Cupido. «Vénus» (v. 2, est. 52) «Acidália» (v. 8, est. 52) «Citereia» (v. 8, est. 53) «Ericina» (v. 8, est. 66) Nomenclatura utilizada para referir a deusa do Amor Vénus Deusa do Amor e da Beleza Personagem coadjuvante (auxiliadora) Defende a causa dos portugueses junto dos outros deuses Protege a frota portuguesa das ciladas de Baco Prepara uma recompensa para a frota
Etapas do excerto em análise: Estâncias 52 e 53 Estâncias 66 e 67 Estâncias 68-70 Os nautas avistam a ilha, pois Vénus desloca-a para perto das naus «os fortes mancebos» desembarcam e exploram a ilha Os nautas avistam as «Deusas» e perseguem-nas; alerta de Veloso
Descrição da «Ilha namorada» (est Descrição da «Ilha namorada» (est. 51) — local idílico, com uma Natureza luxuriante, pleno de beleza e harmonia (locus amoenus): «fresca e bela» (v. 1, est. 52) «firme […] imóbil» (v. 1, est. 53) «ũa enseada / curva e quieta cuja branca areia / pintou de ruivas conchas» (vv. 6-8, est. 53) «montes deleitosos» (v. 6, est. 66) «sombrios matos e florestas» (v. 3, est. 67) «sombras, que […] / Defendem a verdura» (vv. 5 e 6, est. 67) «água, que, suave e queda, / Por alvas pedras corre à praia leda.» (vv. 7-8, est. 67) «verdes ramos» (v. 2, est. 68) Descrição da ilha Adjetivação/dupla adjetivação Noção de beleza, frescura, tranquilidade, deleite, prazer: local idílico Importância da cor: local idílico
O avistamento da ilha: Os nautas avistam a ilha de longe Vénus desloca a ilha até junto das naus, para o local em que se encontra a armada, como se a ilha se movesse com a força do vento Estâncias 52 e 53 Musicalidade Movimento Comparação Aliteração «como o vento leva a branca vela» (v. 3, est. 52) Comparação com a ilha de Delos — local sagrado «Qual ficou Delos, tanto que pariu / Latona Febo e a Deusa à caça usada.» (vv. 3 e 4, est. 53) Comparação Local do nascimento de Apolo e Diana (deusa da caça) Campo lexical de visão: «viram», «enxergava», «viu» e «vista» (est. 52 e 53) Formas verbais Campo lexical de movimento: «levava», «movia» (est. 52 e 53)
Caça «suave, doméstica e benina» Desembarque dos nautas e o seu objetivo na ilha — caçar: Fortes mancebos Estância 66 «de terra cobiçosos» Satisfação da vontade Anseio Desejo «de acharem caça agreste desejosos» Duplo sentido para o vocábulo «caça» Caça: animais selvagens Caça: as ninfas Caça «suave, doméstica e benina» A captura seria fácil, pois as ninfas estavam já predispostas para o amor
Exploração da ilha — locus amoenus Estância 67 Exploração da ilha — locus amoenus Alguns Outros «sombrios matos e florestas» «Ao longo da água» «passeavam» «Pera ferir os cervos»
A visão da «caça estranha» — perseguição das ninfas: Estância 68 Visão dos corpos femininos «lã fina e seda diferente, […] De que se vestem as humanas rosas» (vv. 5 e 7) Pele desnuda das ninfas Metáfora
Plano da viagem / Plano mitológico: Estância 69 Alerta de Veloso / espanto dos nautas «caça estranha (disse) é esta!» (v. 2) As ninfas são encaradas como presas Metáfora Perceção da natureza sagrada da floresta: espaço iniciático, reservado apenas aos mais ousados e destemidos Encontro entre Plano da viagem / Plano mitológico: a mitificação dos nautas Acesso a um novo conhecimento: «grandes as cousas e excelentes» (v. 7) Dupla adjetivação
Perseguição amorosa / conquista das ninfas Estância 70 Perseguição amorosa / conquista das ninfas Velozes como gamos Nautas Comparação com animais Caçadores como galgos Fantásticas? Astutas, comportamento sedutor: «sorrindo e gritos dando» (v. 7) Deusas Verdadeiras? Metáfora Caça de animais — perseguição das ninfas Nautas = cães de caça Ninfas = presas capturadas