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MARTIN BUBER: O filósofo do diálogo

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Apresentação em tema: "MARTIN BUBER: O filósofo do diálogo"— Transcrição da apresentação:

1 MARTIN BUBER: O filósofo do diálogo
Profª. Márcia Elena Soares Bezerra

2 Martin Buber construiu toda sua obra em torno do diálogo
Martin Buber construiu toda sua obra em torno do diálogo. O momento mais essencial e decisivo da existência humana. Para Buber o ser humano é um ser de relações, originalmente inter-ligado, existencialmente conectado ao outro, a natureza e aos demais seres.

3 É através dessas relações que o ser humano torna-se pessoa e aprende a ser social.
Em EU e TU, Buber (2001) afirma que é através de duas palavras-princípio que homens e mulheres, enquanto seres-em-relação, constroem seus modos de existir: a relação EU-TU e a relação EU-ISSO.

4 A RELAÇÃO EU-TU... fundamenta o mundo da relação pessoal, do encontro de mulheres e homens que se dirigem entre si enquanto realidades pessoais, dimensões existenciais. Dá-se em um movimento recíproco de aceitação e confirmação, sendo através dessa que ambos acolhem o mundo como celeiro da alteridade. EU é uma pessoa que se encontra com o TU – o/a outro/a, os objetos, a natureza ou mesmo Deus, o TU Eterno – de maneira sempre pessoal.

5 No encontro entre EU e o TU há o olhar face a face, momento único que não retorna, mas que pode ser restabelecido (ansiando por isso). Segundo Buber (2001) o mundo do TU não pode ser coordenado nem experienciado enquanto objeto de conjecturas. Ele é raro, fugaz, já que solicita constantemente posicionamentos éticos. Nele não se interpõe nenhum jogo, conceitos, esquemas ou fantasias. A relação com o TU é imediata e todo meio é obstáculo.

6 “O TU encontra-se [...] por graça; não é através de uma procura que é encontrado [...] Mas endereçar-lhe a palavra-princípio é um ato do meu ser, meu ato essencial” (BUBER, 2001). Porém, O TU esta sempre próximo. Essencialmente, ele é o próximo. Ele não se esconde e apresenta-se rotineiramente como oferta na situação concreta enquanto apelo dialógico. Cabe ao EU a decisão de ir ao seu encontro respondendo ao seu apelo, acolhendo-o e confirmando-o em sua alteridade.

7 Para Buber (2001) o eu se torna EU na relação com o TU
Para Buber (2001) o eu se torna EU na relação com o TU. Ou seja, a totalidade da existência se constrói na relação EU-TU. Entretanto, não se pode viver unicamente em presença, pois, homem e mulher nenhum suportaria manter um envolvimento tão intenso constantemente. Daí a NOSTALGIA pelo encontro... pois a semente do TU habita o ISSO ansiando apenas à renovação do encontro.

8 A RELAÇÃO EU-ISSO... fundamenta o mundo da relação objetal, da atitude cognoscitiva, da requisição utilitária, não obstante, ela não deve ser entendida de modo valorativo, pois originalmente não é nem boa nem má. Somente quando homens ou mulheres procuram controlar suas realidades existenciais unicamente a partir desse modo de relação que ela se torna nociva.

9 Na relação EU-ISSO, o EU é um egótico e o ISSO seu objeto.
Segundo Buber (2001) o mundo do Isso é o da coordenação, da ordem e utilização. Esse inspira confiança entre homens e mulheres, pois, representa a densidade e a duração, a coerência no espaço e no tempo. Também diz respeito à esfera do conhecimento que assegurou a continuidade da vida humana por meio de toda construção e desenvolvimento das atividades técnico-instrumentais.

10 “O homem transformado em EU que pronuncia o ‘EU-ISSO’ coloca-se diante das coisas em vez de confortar-se com ela no fluxo da ação recíproca. Curvado sobre cada uma delas, com uma lupa objetivante que olha de perto, ou ordenando-as num panorama através de um telescópio objetivante de um olhar distante, ele as isola ao considerá-las, sem sentimento algum de exclusividade, ou ele as agrupa sem sentimento algum de universalidade” (BUBER, 2001, p. 33).

11 O mundo do Isso, então, responsável pelo nascimento das civilizações, da codificação da linguagem, das aquisições científicas e elaborações culturais. Deste modo, “o homem não pode viver sem o ISSO, mas aquele que vive somente com o ISSO não é homem" (BUBER, 2001, p. 39). Doravante, sobre as palavras-princípio:

12 Deve-se evitar o equívoco de associar tais palavras a partir de um dicotômico entre aquela que é boa e aquela que é má. Em verdade, ambas estão intimamente ligadas entre si e qualquer tipo de juízo valorativo como esse destruiria o dinamismo existente entre elas. A diferenças entre elas não é ética, mas ontológica. Como escreve Buber (2001, p. 54), “a palavra-princípio EU-ISSO não tem nada mal em si porque a matéria não tem nada de mal em si mesma”.

13 “És chamado, requisitado, eleito, investido de poderes, enviado; é a ti, com este pedaço de vida mortal, que isto diz respeito, este instante não está disto excluído, ele se apóia naquilo que se foi e acena ao que ainda resta por viver; tu não és engolido por uma plenitude sem compromisso, tu és reivindicado para o vinculo de uma comunhão” (BUBER, 1982, p. 47). Esse é sentido da relação que reivindica a conversão ao diálogo.

14 Para que o diálogo autêntico ocorra:
PRESENÇA (estar-com numa relação sem meios ou interposições); IMEDIATEZ (relação é direta, imediata; mutualidade); TOTALIDADE (envolve o ser na sua globalidade) RECIPROCIDADE (abertura à realidade do outro; afetação de um sujeito sobre o outro, a partir da sua alteridade. Relação é reciprocidade); RESPONSABILIDADE (habilidade, disponibilidade, prontidão a dar respostas; ação de um Eu para com um Tu; encontro inter-humano).

15 UM EPISÓDIO: “Recebi a visita de um jovem desconhecido, sem que eu tivesse aí presente em espírito. Alias, eu não deixei de acolhê-lo amavelmente, não o tratei com descaso maior do que todos os seus contemporâneos que costumavam procurar-me a esta hora do dia, como a um oráculo acessível a uma discussão; conversei com ele de uma forma atenciosa e franca – e deixei apenas de adivinhar as perguntas que ele não colocou [...]”.

16 “Fiquei conhecendo o conteúdo essencial dessas perguntas mais tarde, não muito tempo depois, de um amigo do jovem – ele próprio já não vivia mais; soube que tinha vindo a mim, levado não pelo acaso, mas pelo destino, não em busca de uma conversa informal, mas de uma decisão; ele tinha vindo precisamente a mim, precisamente àquela hora. O que esperamos nós quando desesperados e, mesmo assim, procuramos alguém? Esperamos certamente uma presença, por meio da qual nos é dito que ele, o sentido, ainda existe” (BUBER, 1982, p. 47).

17 BUBER, Martin. Eu e Tu. 2 ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 2001.
BUBER, Martin. Do diálogo e do dialógico. São Paulo: Perspectiva, 1982. Outras obras: BUBER, Martin. A lenda de Baal Schem. São Paulo: Perspectiva, 2003. _____________. As histórias do Rabi Nakman. São Paulo: Perspectiva, 2000. _____________. Sobre comunidade. São Paulo: Perspectiva, 1987. _____________. O socialismo utópico. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 1986. _____________. O hassidismo e o homem do ocidente. In: GUINSBURG, J. & FALBEL, N. (Org.). Aspectos do hassidismo. São Paulo: B’Nai B’rith, 1971.


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