Aula 10 Escola “evolucionária”, o papel da inovação e das estratégias de competitividade Profa. Eliana Tadeu Terci.

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1 Aula 10 Escola “evolucionária”, o papel da inovação e das estratégias de competitividade Profa. Eliana Tadeu Terci

2 Concorrência Estudo do processo de mudança tecnológica – técnica como motor da mudança (Marx e Shumpeter) - inadequação da teoria tradicional: estática (equilíbrio) e atemporal - nova abordagem evolucionária considera a concorrência dinâmica → (inovações) → desequilíbrio e a incerteza

3 Concorrência Concorrência: Clássica: Smith, Ricardo: livre mobilidade do capital, ausência de barreiras de entrada → lucro fator de mobilidade → equilíbrio - foco se desvia para a análise da tendência a igualação das taxas de lucro e preços de equilíbrio Marx: processo auxiliar (fundamental são as relações sociais), porém enquanto mecanismo permanente de introdução do progresso técnico (desenvolvimento das forças produtivas), internaliza o papel transformador dela → “uma lei de movimento” Neoclássica (Marshall): concorrência estática (price takers, homogeneidade, livre mobilidade) → eficiência alocativa

4 Concorrência Shumpeteriana Concorrência shumpeteriana: visão dinâmica evolucionária do funcionamento da economia capitalista (analogia a evolução darwiniana) processo ininterrupto de introdução e difusão tecnológica promovida pelas empresas no “espaço econômico” em que atuam (endógeno) busca constante de lucros extraordinários: i) diferenciação i) diferenciação → lucros de monopólio ii) concorrência não é contrário de monopólio → inovações devem gerar monopólios (duração ↔ escala) path iii) processo ativo de criação de espaços e oportunidades (path dependence) → evolutivo iv) surgimento permanente e endógeno de diversidade → criação de diferenças (inovações) v) inúmeras formas de concorrência: diferenciação e inovação → diversidade dos fatores microeconômicos (estratégias e variedade tecnológica) vi) empresa é a unidade de análise e mercado é o locus principal onde ocorre a competição (subjetivo e objetivo) dinâmicaindustrial vii) condições ambientais são decisivas: nível de mercado, externalidades e políticas → interação entre estratégias de empresas e estruturas de mercado → dinâmica industrial

5 Concorrência Shumpeteriana voltadas à apropriação de lucros suma: mudanças “radicais” ou não são normais e não excepcionais → evolutivas (endógenas): resultam da interação dinâmica entre estratégia das empresas (voltadas à apropriação de lucros) e estrutura de mercado → desequilíbrios → ganhos diferenciais de competitividade Questão: i) faz sentido pensar numa taxa de lucro que expresse a razão entre lucro obtido e capital aplicado? ii) monopólio pode ser visto como contrário à concorrência?

6 Abordagem neo-shumpeteriana Vertente microeconômica adotam perspectiva evolucionária (dinâmica) Uma teoria evolucionária da mudança econômicaR. Nelson e S. Winter – Universidade de Yale (EUA): obra principal – Uma teoria evolucionária da mudança econômica análise microdinâmica: interação temporal entre as estratégias empresariais que envolvem busca de inovações e o processo de seleção pelo mercado dessas inovaçõesanálise microdinâmica: interação temporal entre as estratégias empresariais que envolvem busca de inovações e o processo de seleção pelo mercado dessas inovações → trajetória trajetória x equilíbrio racionalidade limitada x racionalidade maximizadora Destaque-se: inovação tem amplo sentido – dimensão ativa - expressa toda e qualquer mudança no ambiente econômico promovida pelas empresas na busca de vantagens e ganhos competitivos

7 Concorrência Shumpeteriana considerando o mainstream: concorrência perfeita e eficiência alocativa → equilíbrio geral → distorções = “falhas de mercado” monopólio naturalMonopólio/oligopólio entendido como manifestação de exercício de poder de mercado → rigidez dos preços → prejuízo a eficiência alocativa; exceção ao monopólio natural Concorrência shumpeteriana: i) poder de mercado não incide apenas sobre preço; ii) questiona o viés estático da defesa incondicional da concorrência em nome do bem-estar x proteção das vantagens competitivas de inovações que podem acarretar aumento de bem estar social em perspectiva dinâmica

8 Política adequada? Criar ambiente competitivo: i) estratégias empresariais que busquem a inovação e eficiência; ii) pressões competitivas: favorecer a concorrência, oferecendo externalidades positivas, condições macroeconômicas favoráveis, legislação e instrumentos de proteção adequados suma: concorrência e competitividade devem ser construídas tanto pela política industrial como pela estratégias das empresas; questão: o que significa fortalecer a concorrência? reduzir poder das empresas ou ao contrário, fortalecer sua capacidade de competição? conceito de competitividade