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Revolução Francesa (1789-1799) Prof. Nilton Ururahy.

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Apresentação em tema: "Revolução Francesa (1789-1799) Prof. Nilton Ururahy."— Transcrição da apresentação:

1 Revolução Francesa (1789-1799)
Prof. Nilton Ururahy

2 Revolução Francesa (1789-1799)
França no final do séc. XVIII Panorama: País mais populoso da Europa com 28 milhões de habitantes. Extensa desigualdade social. Antigo Regime francês Características: Sociedade de privilégios: clero e a nobreza ocupavam os principais cargos políticos e eram isentos de impostos. Absolutismo: rei possuía poderes “ilimitados”, sendo representante de Deus na terra (direito divino). Luís XVI, rei da França ( ), de Antoine- François Callet, em 1779.

3 Revolução Francesa (1789-1799)
“Expressão surgida ao findar o século XVIII para indicar um conjunto de instituições características do absolutismo francês. O emprego da expressão, feito no início da Revolução Francesa, procurava demonstrar repúdio dos revolucionários a um tipo de governo que era imperioso extinguir. As instituições básicas do Antigo Regime eram a monarquia absolutista, as ordens e os estados, a corte. Não obstante, o que caracteriza essencialmente o Antigo Regime é o modo pelo qual determinado grupo de pessoas vivia e que pode ser resumido numa palavra: o privilégio.” (AZEVEDO, Antônio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p ). O convívio social da nobreza nos jardins do Palácio de Versalhes, representando a sociedade de privilégios do Antigo Regime na França do século XVIII. Obra de B. Martin, produzida em 1688.

4 Revolução Francesa (1789-1799)
“Essa palavra, na época, não possuía o sentido atual, isto é, a aquisição de vantagens obtidas sem esforço ou sem apoio legal. Este significado pejorativo foi obra do Iluminismo. No Antigo Regime, o privilégio era entendido como um direito usufruído legitimamente, comportando territórios privilegiados (aldeias, província, cidades) dotados de direitos especiais que atingiam, inclusive, os seus habitantes. Os privilegiados por excelência eram uma centena de famílias que formavam a sociedade parisiense, as quais, por séculos, os franceses chamavam de ‘os grandes’. Os privilégios desse pequeno grupo eram vastíssimos, concedidos ou comprados, possibilitando aos seus componentes ocuparem os principais lugares e cargos públicos que traziam poder, prestígio e fortuna. [...].” (AZEVEDO, Antônio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997, p ). Imagem de Versalhes em 1772, de Pierre-Denis Martin.

5 Revolução Francesa (1789-1799)
“Socialmente, o Antigo Regime é marcado pelos contrastes e privilégios. [...] Contraste [...] entre a riqueza dos grandes e a extrema pobreza dos pequenos [...]. Contraste [...] entre a massa de analfabetos no campo [...] e os reduzidos núcleos letrados urbanos [...]. Contrastes que eram encarados como naturais, decorrentes da ordem estabelecida por Deus. Na realidade, o Antigo Regime ignorava a ideia moderna de uma igualdade entre os indivíduos e, em vez da noção de direito, fundava-se na de privilégio [...]. Privilégio de nascimento, primeiro, que distinguia pelo sangue a nobreza; privilégio de ocupação, em segundo, que degradava os serviços manuais e valorizava aquele que vivia de rendas. (NEVES, Guilherme Pereira das; VAINFAS, Ronaldo. Antigo Regime. In: VAINFAS, Ronaldo (dir.). Dicionário do Brasil colonial ( ). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p.44). A imagem representa a sociedade de contrastes e privilégios francesa, forjada em três estados: clero, nobreza (privilegiados) e povo (burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses). Reforça privilégios do Primeiro e Segundo Estado e a desigualdade e exploração imposta ao Terceiro Estado.

6 Revolução Francesa (1789-1799)
Sociedade francesa no Antigo Regime (séc. XVIII) Composição social: Primeiro Estado: Clero (280 mil pessoas – 1%). Alto clero: cardeais, bispos e abades. Baixo clero: padres, frades e monges. Segundo Estado: Nobreza (840 mil pessoas – 3%). Família real + Nobreza cortesã: viviam na corte. Nobreza provincial: viviam em grandes propriedades rurais. Nobreza de toga: burgueses que compravam títulos de nobres). Terceiro Estado: Povo (26 milhões e 880 mil pessoas – 97%). Burguesia: donos de manufaturas, indústrias, casas de comércio e bancos. Trabalhadores Urbanos: comerciantes, artesãos e operários. Camponeses: trabalhavam na produção agrícola, formavam 80% da população francesa. A caricatura representa a sociedade de contrastes e privilégios francesa, forjada em três estados: clero, nobreza (privilegiados) e povo (burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses) sem privilégios (representado na imagem por um camponês).

7 Revolução Francesa (1789-1799)
Sociedade francesa no Antigo Regime (séc. XVIII) Situação socioeconômica: Primeiro Estado: Clero (280 mil pessoas – 1%). Possuía muitas terras. Direito a cobrança do dízimo, taxas de batismo, casamento e sepultamento. Isentos de impostos. Segundo Estado: Nobreza (840 mil pessoas – 3%). Vivia a custa do Estado ou da exploração do trabalho dos camponeses. Terceiro Estado: Povo (26 milhões e 880 mil pessoas – 97%). Trabalhavam para gerar riquezas e pagar impostos. La Maraichere, obra de Jacques -Louis David, Museu de Belas Artes, Lyon Note que o rosto da “mulher do povo” sugere a insatisfação do povo francês na época.

8 Revolução Francesa (1789-1799)
“Nós, habitantes da paróquia de Longey-en-Dunois abaixo-assinados, tendo-nos reunido em virtude das ordens do Rei, na sexta-feira, dia 6 do presente mês de maio de 1789, resolvemos o que se segue: Pedimos que todos os privilégios sejam abolidos. Declaramos que se alguém merece ter privilégios e gozar de isenções, são estes, sem contradição, os habitantes do campo, pois são os mais úteis ao Estado, porque o seu trabalho o fazem viver... Desejamos que os que forem deputados aos Estados Gerais sejam recrutados na classe do Terceiro Estado, e não nas classes do Clero e da Nobreza...”. (ABAIXO-ASSINADO do habitantes da paróquia de Longey-en-Dunois apud MATTOSO, Kátia de Queirós. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea – São Paulo: Edusp/Hucitec, 1977). La Maraichere, obra de Jacques -Louis David, Museu de Belas Artes, Lyon Note que o rosto da “mulher do povo” sugere a insatisfação do povo francês na época.

9 Revolução Francesa (1789-1799)
(Alberto Soboul. História da Revolução Francesa. Trad. Rio de Janeiro: Zahar, 1974, pp. 23, 26, 30) A caricatura representa a sociedade de contrastes e privilégios francesa, forjada em três estados: clero, nobreza (privilegiados) e povo (burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses) sem privilégios (representado na imagem por um camponês).

10 Revolução Francesa (1789-1799)
“Socialmente, os sans-culottes representam os citadinos que vivem de seu trabalho, seja como artesãos, seja como profissionais de ofício; alguns, depois de uma vida laboriosa, se tornam pequenos proprietários na cidade, e usufruem as rendas de um imóvel”. (PÉRONNET, Michel. Revolução Francesa em 50 Palavras-chaves. São Paulo: Brasiliense, p. 248). Os pobres da cidade de Paris, pessoas que exerciam ofícios como os de serralheiro, pedreiro, ferreiro e sapateiro, eram conhecidos como sans-culottes, isto é, “sem culote”. Culote, uma calça justa que terminava um pouco abaixo do joelho, era um traje típico dos nobres. Os pobres, que não usavam esse tipo de calça (e nem tinham os privilégios da nobreza), ficaram conhecidos como sans- culottes.

11 Revolução Francesa (1789-1799)
França do Antigo Regime Crise política e socioeconômica Motivações: Intempéries climáticas (inundações e secas frequentes na década de 1780). Baixa produtividade agrícola. Inflação (oferta de alimentos era pequena e seus preços eram altos). Desemprego, fome e miséria. Insatisfação com a monarquia absolutistas francesa. Elevados gastos com guerras. Suntuosos gastos do governo com a corte. Endividamento do governo. Crescimento dos impostos. Revoltas populares.

12 Revolução Francesa (1789-1799)
“O problema agrário era portanto o fundamental no ano de 1789, e é fácil compreender por que a primeira escola sistematizada de economia do continente, os fisiocratas franceses, tomara como verdade o fato de que a terra, e o aluguel da terra, era a única fonte de renda líquida. E o ponto crucial do problema agrário era a relação entre os que cultivavam a terra e os que a possuíam, os que produziam sua riqueza e os que a acumulavam”. (HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções ‐1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 29).

13 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convocação dos Estados Gerais por Luís XVI Motivações: Crise econômica (inflação e endividamento público). Revoltas populares. Pressão popular e da elite francesa. Composição: 291 deputados do Primeiro Estado. 270 deputados do Segundo Estado. 578 deputados do Estado Terceiro. Imagem de Louis Charles Couder. Luís XVI ( ) convoca os Estados Gerais, órgão de carácter consultivo e deliberativo constituído por representantes dos 3 Estados. Reúnem a 5 de Maio de 1789 em Versalhes.

14 Revolução Francesa (1789-1799)
“Por ordem do Rei. Temos necessidade de nossos fiéis súditos para nos ajudarem a superar todas as dificuldades em que nos achamos e para estabelecer uma ordem constante e invariável em todas as partes do governo que interessam à felicidade dos nossos súditos e à prosperidade de nosso reino. Esses grandes motivos nos determinaram convocar a assembleia dos Estados de todas as províncias sob nossa obediência, para que seja achado, o mais rapidamente possível, um remédio eficaz para os males do Estado e para que os abusos de toda espécie sejam reformados e prevenidos”. (CARTA DE CONVOCAÇÃO DOS ESTADOS GERAIS, Versalhes, 24 de janeiro de In: MATTOSO, K. de Q.. Textos e documentos para o estudo de história contemporânea. São Paulo: Edusp, 1976). Imagem de Louis Charles Couder. Luís XVI ( ) convoca os Estados Gerais, órgão de carácter consultivo e deliberativo constituído por representantes dos 3 Estados. Reúnem a 5 de Maio de 1789 em Versalhes.

15 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convocação dos Estados Gerais por Luís XVI Impasse político: Tradição: Primeiro e Segundo Estado defendiam o direito de um voto por Estado. Proposta do Teceiro Estado: laçava a campanha em favor da votação individual (por deputado). Manutenção da tradição: votação por Estado Geral. Portanto, Clero e nobreza reunidos tinham dois votos contra apenas um do povo. A abertura dos Estados Gerais, Isidore Helman. Gravura feita a partir de um desenho de Charles Mounet, 1790.

16 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convocação dos Estados Gerais por Luís XVI Propostas políticas: Limitação do poder monárquico. Abolição dos privilégios de nascimento do clero e nobreza. Diminuição dos impostos. Criação de um Parlamento. Criação de uma Constituição (baseada no modelo dos E.U.A). Sessão inaugural dos Estados Gerais, em Versalhes (1789), de Auguste Couder.

17 Revolução Francesa (1789-1799)
O processo Revolucionário Estopim: Rei Luís XVI dissolveu (fechou) a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelos deputados do Terceiro Estado. A Revolução: o 14 de julho de 1789 Populares da cidades de Paris saíram às ruas saqueando depósitos de armas e de alimentos; e, com o apoio de soldados do exército, invadiram e tomaram a Bastilha (prisão símbolo do absolutismo). A "Tomada da Bastilha” marca o início da Revolução Francesa, por Jean-Pierre Houël.

18 Revolução Francesa (1789-1799)
“Prossigo: mil vozes servem de arauto para a novidade... ‘A Bastilha foi tomada’ .... Não acreditei e fui ver o cerco de perto .... No meio da Greve encontro um corpo sem cabeça estendido no meio do riacho, rodeado por cinco ou seis indiferentes. Faço perguntas ... É o governador da Bastilha”. (Restil de la Bretonne, As Noites Revolucionárias. São Paulo: Estação Liberdade,1989, p. 58). A "Tomada da Bastilha” marca o início da Revolução Francesa, por Jean-Pierre Houël.

19 Revolução Francesa (1789-1799)
“Felizmente, a Revolução Francesa ainda está viva. Pois a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, os valores da Razão e do Iluminismo – os valores que construíram a civilização moderna (...) – são mais necessários do que nunca, na medida em que o irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão, mais uma vez, avançando sobre nós. É, portanto, uma boa coisa que, no ano de seu bicentenário (1989), tenhamos a ocasião de pensar novamente sobre os acontecimentos históricos que há dois séculos transformaram o mundo. Para melhor”. (Hobsbawm, Eric. Ecos da Marselhesa: Dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, p. 127). A "Tomada da Bastilha” marca o início da Revolução Francesa, por Jean-Pierre Houël.

20 Revolução Francesa (1789-1799)
“[...] pode não ter sido um fenômeno isolado, mas foi muito mais fundamental do que outros fenômenos contemporâneos, e suas consequências foram, portanto, mais profundas. Em primeiro lugar ela se deu no mais populoso e poderoso Estado da Europa (não considerando a Rússia). Em 1789, cerca de um em cada cinco europeus era francês. Em segundo lugar, ela foi, diferentemente de todas as revoluções que a precederam e a seguiram, uma revolução social de massa, e incomensuravelmente mais radical do que qualquer levante comparável. [...] Em terceiro lugar, entre todas as revoluções [...] foi a única ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucionar o mundo; suas idéias de fato o revolucionaram.” (HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções 1789‐1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 72). A "Tomada da Bastilha” marca o início da Revolução Francesa, por Jean-Pierre Houël.

21 Revolução Francesa (1789-1799)
O processo Revolucionário As mulheres na Revolução A “Marcha das mulheres” – 5/out./1789 Razões: Miséria e fome. Escassez de cereais e de pão nos mercados parisienses. Resultado: Marcharam armadas até o Palácio de Versalhes, a 22 km de Paris, e trouxeram o rei e os cortesãos de volta a capital francesa. O movimento das mulheres foi vitorioso. O rei e os cortesãos foram obrigados a retornar a Paris no Palácio das Tulherias. Mas, embora tenham ajudado a fazer a Revolução, as mulheres foram excluídas do direito ao voto. Litogravura do século XVIII.

22 Revolução Francesa (1789-1799)
O processo Revolucionário O Grande Medo Caçada aos aristocratas: “Sans-culottes” (pobres da cidade) perseguiam aristocratas parisienses. Camponeses lutavam contra as estruturas “semifeudais” (talha e dízimo): passaram a invadir castelos e pôr fogo nos registros de suas dívidas e nos documentos de cobranças de impostos. Representação de um típico sans-culotte por Louis-Léopold Boilly.

23 Revolução Francesa (1789-1799)
“O Grande Medo nasceu do medo do bandido, que por sua vez é explicado pelas circunstâncias econômicas, sociais e políticas da França em No antigo regime, a mendicância era uma das chagas dos campos; a partir de 1788, o desemprego e a carestia dos víveres a agravaram. As inumeráveis agitações provocadas pela penúria aumentaram a desordem. A crise política também ajudava com sua presença, porque superexcitando os ânimos ela fez o povo francês tornar-se turbulento. (...) Quando a colheita começou, o conflito entre o Terceiro Estado e a aristocracia, sustentada pelo poder real, e que em diversas províncias já tinha dado às revoltas da fome um caráter social, transformou-se de repente em guerra civil”. (LEFEBVRE, Georges. O grande medo de 1789: os camponeses e a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Campus, 1979). Representação de um típico sans-culotte por Louis-Léopold Boilly.

24 Revolução Francesa (1789-1799)
“Materialmente, os sans-culottes muito pouco ganharam com a revolução: o direito de voto e os controles dos preços dos alimentos foram suspensos antes do fim de (...) Mas deixaram, sem dúvida, a sua marca nos acontecimentos.” (RUDÉ, George. Ideologia e protesto popular. Rio de Janeiro: Zahar, p ). Representação de um típico sans-culotte por Louis-Léopold Boilly.

25 Revolução Francesa (1789-1799)
A Assembleia Nacional Constituinte – 4/ago./1789 Reformas sociais: Abolição da servidão, dos dízimos e dos privilégios do clero e da nobreza. Fim das estruturas “semifeudais” na França. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 26/ago./1789 Concessão de direitos: à liberdade, à segurança, à propriedade, á igualdade perante a lei e a resistir a qualquer tipo de opressão.

26 Revolução Francesa (1789-1799)
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) Princípios: Liberdade. Igualdade. Fraternidade. Propriedade. Ideais: Iluministas. Burgueses. Liberais. A Liberdade Guiando o Povo (1830), de Eugène Delacroix.

27 Revolução Francesa (1789-1799)
“A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão terá grande repercussão no mundo inteiro. O documento é uma manifestação contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. A propriedade privada era um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável”. (HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções RJ: Paz e Terra, p. 98).

28 Revolução Francesa (1789-1799)
“A Revolução Francesa foi, de fato, um conjunto de acontecimentos suficientemente poderoso e universal em seu impacto para ter transformado o mundo permanentemente (...). Metade dos sistemas legais do mundo está baseada na codificação legal que a Revolução implantou. (...) A Revolução Francesa deu aos povos a noção de que a história pode ser mudada por sua ação. Deu-lhes também o que até hoje permanece como a mais poderosa divisa jamais formulada para a política da democracia e das pessoas comuns que ela inaugurou: “liberdade, igualdade, fraternidade”. (HOBSBAWM, Eric. Ecos da Marselhesa: Dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, p )

29 Revolução Francesa (1789-1799)
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) Princípios: Liberdade. Igualdade. Fraternidade. Propriedade. Ideais: Iluministas. Burgueses. Liberais. A Liberdade Guiando o Povo (1830), de Eugène Delacroix.

30 Revolução Francesa (1789-1799)
“Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários – as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais. Acima de tudo, queriam – ou melhor, precisavam – lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal. Precisavam deitar fora o apertado gibão feudal e substituí-lo pelo folgado paletó capitalista. Encontraram a expressão de suas necessidades no campo econômico, nos escritos dos fisiocratas de Adam Smith; e a expressão de suas necessidades, no campo social, nos trabalhos de Voltaire, Diderot e dos enciclopedistas. O laissez-faire no comércio e indústria teve sua contrapartida no ‘domínio da razão’ na religião e na ciência.” (HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986, p. 149). A Liberdade Guiando o Povo (1830), de Eugène Delacroix.

31 Revolução Francesa (1789-1799)
Código Civil do Clero – 12/jul./1790 Determinações: Separação entre Estado e Igreja. Subordinação da Igreja ao Estado. Transformação dos membros do clero em funcionários do governo. Extinção do dízimo. Clérigos como assalariados do Estado. Confisco dos bens da Igreja Católica. Em 4 de janeiro de 1791, os deputados do clero reunidos na Assembleia juraram a Constituição Civil; alguns deles contra a vontade; 80 bispos negaram o juramento. No mesmo ano, Pio 6º declarou-se contra a Constituição Civil. A esta altura, não mais de 55% dos padres das paróquias rurais e entre 25% e 48% das urbanas haviam prestado juramento.

32 Revolução Francesa (1789-1799)
A Constituição de 1791 Aprovada na Assembleia Nacional Constituinte em set. de 1791, atendia, em especial, os interesses da burguesia (girondinos). Determinações: Abolição dos privilégios do clero e da nobreza. Fim da Monarquia absolutista com a limitação do poder do rei e a instituição da Monarquia Constitucional. Voto censitário: somente cidadãos que possuíssem uma certa renda podiam votar (85% da população foi excluída do direito de voto: camponeses, artesãos, operários e mulheres). Representação da abolição dos privilégios do clero e da nobreza francesa, decretada pela Assembleia Nacional na década de 1790.

33 Revolução Francesa (1789-1799)
“O poder executivo em cada país está nas mãos de uma pessoa chamada rei. Mas a constituição francesa distingue entre o rei e o soberano. Ela considera a posição de rei como oficial mas coloca a soberania na nação”. (PAINE, Thomas. Os Direitos do Homem; uma resposta ao ataque do Sr. Burke à Revolução Francesa. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 75. Originalmente publicado em ). Representação da abolição dos privilégios do clero e da nobreza francesa, decretada pela Assembleia Nacional na década de 1790.

34 Revolução Francesa (1789-1799)
Revolução ameaçada Motivações: Alianças entre rei, parte da nobreza e do alto clero para restabelecer os privilégios e o absolutismo na França. Declaração de Pillntiz: os reis absolutistas da Áustria e da Prússia declaram apoio ao rei Luís XVI no combate à revolução. Tentativa frustrada de fuga do rei Luís XVI para a Áustria. Guerra em nome da revolução: “A pátria em perigo” Exército revolucionário X Exército real e estrangeiro Batalha de Valmy: vitória francesa em 20 de setembro de 1792.

35 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convenção Nacional – (out./1792 a nov./1795) 4 grupos políticos (compostos por 750 deputados) Girondinos: Sentavam-se à direita na Assembleia. Composição: alta e média burguesia (banqueiros, armadores, industriais e comerciantes). Proposta liberais elitistas: voto censitário, direito à propriedade privada, contrários à participação popular na revolução. A Convenção, na Sala do Manege, durante o processo de Luís XVI, de Augustin Challamel.

36 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convenção Nacional – (out./1792 a nov./1795) 4 grupos políticos (compostos por 750 deputados) Jacobinos (Montanheses): Sentavam-se à esquerda na Assembleia. Composição: pequena burguesia (profissionais liberais, advogados e médicos) funcionário público e lojistas. Propostas radicais: governo central forte, voto universal, favoráveis a participação popular no processo revolucionário. Líder: Maximilien Robespierre e Louis- Antoine Saint-Just. Uma sessão do Clube dos Jacobinos em 1791, dentro da biblioteca do Convento. Alexandre de Lameth preside enquanto Mirabeau discursa. Ilustrado por Mcleclat.

37 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convenção Nacional – out./1792 a nov./1795 4 grupos políticos (compostos por 750 deputados) Cordeliers (Montanheses): Sentavam-se à esquerda na Assembleia. Composição: sans-cullotes (artesãos, serralheiro, pedreiro, ferreiro e sapateiro). Propostas radicais: fim da propriedade privada e a reforma agrária. Líderes: Jean-Paul Marat e Georges Danton.

38 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convenção Nacional – (out./1792 a nov./1795) 4 grupos políticos (compostos por 750 deputados) Planície (Centro): Sentavam-se ao centro na Assembleia. Composição: Alta burguesia e parte da nobreza. Sem posição política definida.

39 Revolução Francesa (1789-1799)
“A Revolução Francesa não foi feita ou liderada por um partido ou movimento organizado (...) nem por homens que estivessem tentando levar a cabo um programa estruturado. (...) Não obstante, um surpreendente consenso de idéias gerais entre um grupo social bastante coerente deu ao movimento revolucionário uma unidade efetiva.” (HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 76 e 77).

40 Revolução Francesa (1789-1799)
“Depende unicamente de um fato acidental que, na visão didática da política, as duas partes da díade tenham recebido o nome de “direita” e “esquerda”. Como é bem conhecido, o uso dessas duas palavras remonta à Revolução Francesa, ao menos no que diz respeito à política interna”. (BOBBIO, Norberto. Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política. São Paulo: UNESP, p. 83).

41 Revolução Francesa (1789-1799)
A Convenção Nacional – (out./1792 a nov./1795) Composta por deputados eleitos pelo voto universal masculino, excluindo o voto censitário. Medidas políticas: Criação de uma nova constituição: a Constituição de 1793 de influência jacobina. Abolição da Monarquia Parlamentar. Proclamação de uma República. Condenação do rei Luís XVI à guilhotina, por traição à pátria. A execução de Luís XVI da França em janeiro de 1793, a partir de uma gravura alemã de Georg Heinrich Sieveking.

42 Revolução Francesa (1789-1799)
“[...] Luís deve morrer porque é preciso que a pátria viva. [...] Solicito que a Convenção o declare, desde este momento, traidor da Nação francesa, criminoso para com a humanidade, solicito que se dê um grande exemplo ao mundo [...]. Solicito que esse evento seja considerado por um monumento destinado a nutrir no coração dos povos o sentimento de seus direitos e o horror dos tiranos; e na alma dos tiranos o terror salutar da justiça do povo”. (ROBESPIERRE, M. Sobre o julgamento de Luís XVI. 03 de dezembro de In: Discursos e relatórios na convenção, Rio de Janeiro: EDUERJ/Contraponto, 1999, p ). Retrato de Maximilien de Robespierre ( ).

43 Revolução Francesa (1789-1799)
“Na manhã de sexta-feira, observa-se um grande número de guardas nacionais, que pareciam dispostos a defender o rei. Mas, ao contrário, por volta das 9h45, o povo, misturado com outros destacamentos da Guarda Nacional e com os federados, preparava-se para entrar à força no palácio. Então todas as portas foram abertas, os canhoneiros giraram seus canhões contra o palácio e a Guarda Nacional, que parecia estar ali para impedir o acesso, tomou de súbito o partido do povo e da outra fração da Guarda. (...) Os suíços foram todos massacrados e saqueados, e parece impossível dar uma explicação plausível para a barbárie e os insultos de que foram objeto seus cadáveres. Alguns dos suíços que se dirigiram à Guarda Nacional e pediram misericórdia foram decapitados pela fúria popular e seus corpos foram jogados pelas janelas. O número de mortos oscila entre 2 mil e 2,5 mil. Felizmente, o rei, a rainha, o delfim e toda a família real foram por volta das 8 horas, antes que o assalto começasse, à Assembleia Nacional e ali ficaram sãos e salvos durante todo o dia. Mas que terror e desolação não devem ter sentido! Todas as pessoas da criadagem e ligadas ao serviço da família real foram massacradas.” (Arquivos de Gênova, Correspondance de Spinola. Apud: VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa São Paulo: Unesp, pp ) Detenção de Luís XVI e sua família, Varennes-en- Argonne, 1791.

44 Revolução Francesa (1789-1799)
“A conquista do tempo através da medida é claramente percebida como um dos importantes aspectos do controle do Universo pelo homem. De um modo não tão geral, observa-se como, em uma sociedade, a intervenção dos detentores do poder na medida do tempo é um elemento essencial do seu poder: o calendário é um dos grandes emblemas e instrumentos do poder; por outro lado, apenas os detentores carismáticos do poder são senhores do calendário: reis, padres, revolucionários”. (LE GOFF, J. História e Memória. Trad. de Bernardo Leitão et al. 7.ed. Campinas: Unicamp, p.442.) A execução de Luís XVI da França em janeiro de 1793, a partir de uma gravura alemã de Georg Heinrich Sieveking.

45 Revolução Francesa (1789-1799)
“De fato, a partir de 1789, a Europa, ainda aristocrática, começa a ouvir a palavra nação de uma nova maneira. Uma nova forma de organização política se desenvolve, trazendo junto com ela a promissora expressão de liberdade. (...). Finalmente, o Estado, que se constitui como a representação de todos os cidadãos da nação, apareceu como a forma de organização política que acompanha a República nascente. (...) Assim fica claro que nação, Estado e cidadania foram um conjunto indissociável de ideias e práticas sociais que surgem de um processo revolucionário da história universal”. (RUBEN, Guillermo Raúl Ruben. O que é nacionalidade. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 25)

46 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder ( ) Criação de órgãos especiais: Comitê de Salvação Pública (1793) Líder: Robespierre. Função: controlar o exército e a política interna. Tribunal Revolucionário (1793) Função: julgar a pessoas consideradas inimigas da revolução.

47 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder Medidas populares: Realizou reforma agrária (distribuiu de terras dos nobres entre milhares de camponeses). Aboliu a escravidão nas colônias francesas. Tornou o ensino primário obrigatório e gratuito. Criou a lei do Máximo (tabelou o preços dos gêneros de primeira necessidade). Retrato de Maximilien de Robespierre ( ).

48 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder ( ) A reação dos girondinos Fatores: Descontentamento dos girondinos com as medidas populares realizados pelos jacobinos. Desdobramentos: Assassinato de Jean-Paul Marat por uma mulher ligada aos girondinos. Radicalização política dos jacobinos. A morte de Marat por Jacques-Louis David (1793).

49 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder ( ) A radicalização da revolução: Motivações: Assassinato de Marat em 1793. Eliminar as conspirações girondinas. Combater os contrarrevolucionários. Período do Terror: “o medo tomou conta dos franceses” Intensificação da repressão: as pessoas suspeitas de conspirar contra a revolução passaram a ser condenadas à morte, sem interrogatório ou direito de defesa. Milhares de pessoas foram mortas na guilhotina. Danton e Hebert, um dos líderes da revolução, foram guilhotinados. Folheto satírico da época, Robespierre está pisando em duas Constituições francesas.

50 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder ( ) A radicalização da revolução Marie Gouze, Olympe de Gouges ( ) Obra: Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791) Ideias: Defendia a igualdade de direitos políticos e civis entre mulheres e homens. Obs.: Marie Gouze foi guilhotinada em 1793. Olympe de Gouges ( ): ativista e dramaturga francesa guilhotinada em 1793.

51 Revolução Francesa (1789-1799)
“As mães, as filhas, as irmãs, representantes da Nação pedem ser constituídas em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o menosprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção do governo, resolvemos expor, numa declaração solene, os direitos naturais, inalteráveis e sagrados da mulher. Em consequência, o sexo superior em beleza, como em coragem nos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã. Art. 1 - A mulher nasce livre e permanece igual ao homem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas, senão, sobre a utilidade comum. Art. 2 - A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem. Estes direitos são: a liberdade, a prosperidade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão”. (GOUZE, Marie. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. 1791). Olympe de Gouges ( ): ativista e dramaturga francesa guilhotinada em 1793.

52 Revolução Francesa (1789-1799)
“O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução. É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política. [...] Prendem-se os cidadãos considerados suspeitos e institui-se um Tribunal Revolucionário em Paris, que julga de maneira sumária e envia milhares de pessoas à guilhotina.” (VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Editora Unesp, 2007, p. 74). Folheto satírico da época, Robespierre está pisando em duas Constituições francesas.

53 Revolução Francesa (1789-1799)
O Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo onipresente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas. (FURET, François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire critique de la Révolution française Événements. Paris: Flammarion, p ). Representação de uma execução na guilhotina.

54 Revolução Francesa (1789-1799)
“A guilhotina, máquina criada para decapitar pessoas, foi adotada na França pela primeira vez em 1792, em razão dos apelos do médico parisiense Joseph Guilhotin, que defendia o direito dos condenados à morte a um fim rápido e sem dor. Até então, os métodos de execução utilizados eram basicamente a forca, o esquartejamento e as diversas variantes do suplício da roda – como a que colocava uma pessoa amarrada na parte externa de uma roda e, sob ela, brasas incandescentes. Conforme o carrasco girava a roda, a pessoa era “assada” viva, diante da população que se reunia para ver a cena. Com a propagação dos ideais iluministas, os suplícios passaram a ser, cada vez mais, encarados como uma afronta à dignidade humana, um símbolo da tirania. Assim, o século XVIII marca o início de um longo processo que resultará em uma nova concepção de justiça. No século XX, mais do que punir, a justiça terá como missão promover a reinserção na sociedade daqueles que cometeram crimes. As prisões tornaram-se locais que deveriam garantir a ‘reeducação’ dos indivíduos que não souberam (ou não puderam) viver conforme as regras sociais). (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Trad. Petrópolis: Vozes, 1989, p. 256) Representação de uma execução na guilhotina.

55 Revolução Francesa (1789-1799)
Os jacobinos no poder ( ) Consequências do “Período do Terror”: Crise no governo jacobino: os jacobinos foram perdendo o apoio popular e o da maioria dos deputados franceses. Reação termidoriana (1795): golpe político articulado pelos deputados girondinos e pelos da planície. Robespierre e todos os líderes jacobinos foram guilhotinados. Execução de Robespierre em 28 de julho de 1794, de autor desconhecido. Bibliothèque nationale de France.

56 Revolução Francesa (1789-1799)
O Diretório ( ) Após o golpe girondino, que derrubou os jacobinos poder, o governo republicano foi confiado a um Diretório, composto por cinco deputados. Medidas políticas: Criação de uma nova constituição: Constituição de 1795. Manutenção da República. Restauração do voto censitário. Defesa dos interesses girondinos da alta burguesia (grandes comerciantes, industriais e banqueiros). Paul Barras, presidente do diretório de 1795 a 1799.

57 Revolução Francesa (1789-1799)
“A inflação alcançava seu limite extremo, pouco de pois da instalação do Diretório. [...] as consequências sociais foram catastróficas para o conjunto das classes populares. O inverno do ano IV foi terrível os assalariados esmagados pela alta vertiginosa dos preços dos preços. Os mercados permaneciam vazios: a colheita de 1795 não fora boa [...]. O Diretório teve de fazer compras no exterior e de regulamentar severamente o consumo. A ração de uma libra (aproximadamente 500 gramas) de pão diária caiu, em, Paris, para 75 gramas; foi completada por arroz, que as donas de casa não podiam cozer por falta de lenha. Durante todo o inverno, os relatórios policiais relatam, com uma monotonia fatigante, a miséria e o descontentamento populares [...]”. (SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. São Paulo: Difel, 1979, p ). O golpe contra o golpe. Após a execução dos jacobinos e prisão dos chefes realistas, o Diretório impõe as leis de exceção: cassação de mandatos, deportações, censura aos jornais e restabelecimento das restrições legais a emigrados e padres refratários.

58 Revolução Francesa (1789-1799)
O Diretório ( ) Resistência ao Diretório Grupos opositores: Monarquistas: financiados pela Inglaterra, organizaram revoltas sob a liderança do conde de Artois (irmão de Luís XVI). Jacobinos: atacavam o governo por meio de seus clubes e jornais. Populares: sob a liderança de Graco Babeuf organizaram um movimento denominado de “Conspiração dos Iguais”, que propunham o fim da propriedade privada e a igualdade social. Graco Babeuf, líder da Conjuração dos Iguais.

59 Revolução Francesa (1789-1799)
“Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: "Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis?" Que mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas”. (BABEUF, Graco. Manifesto dos Iguais. Disponível em: < manifesto.htm>. Acesso em: 22 jul Graco Babeuf, líder da Conjuração dos Iguais.

60 Revolução Francesa (1789-1799)
O Diretório ( ) Enfraquecimento Fatores: Repressão aos opositores políticos. Censura aos jornais. Desmoralização do Diretório: seus membros estavam envolvidos em escândalos de corrupção. Surgimento de um novo herói francês: o general Napoleão Bonaparte em razão da vitórias na campanhas militares externas (na Itália e no Egito) e internas (no combate as invasões estrangeiras). Golpe do 18 Brumário – 10 de novembro de 1799: Napoleão no poder da França. Bonaparte na Ponte de Arcole na Itália, Antoine-Jean Gros (1801), Museu do Louvre.

61 Revolução Francesa (1789-1799)
O Golpe do 18 Brumário – 10 de novembro de 1799 Contexto histórico: Fragilidade e desprestígio do Diretório. Jornais franceses apoiava a ascensão de um “salvador da pátria”. Ascensão de um herói da pátria: o jovem general Napoleão Bonaparte. Formalização do golpe: Bonaparte tomou o poder apoiado por políticos burgueses e por militares, criando um sistema de governo denominado Consulado. Fim da Revolução Francesa. O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por François Bouchot.

62 Revolução Francesa (1789-1799)
“Se a economia do mundo do século XIX foi formada principalmente sob a influência da Revolução Industrial Inglesa, sua política e ideologia foram formadas fundamentalmente pela Revolução Francesa [...]. A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias e fábricas, o explosivo econômico que rompeu com as estruturas socioeconômicas tradicionais do mundo não europeu; mas foi a França que fez suas revoluções e a ela deu suas ideias, a ponto de bandeiras tricolores de um tipo ou de outro terem-se tornado o emblema de praticamente todas as nações emergentes, e a política europeia (ou mesmo mundial) entre 1789 e 1917 foi em grande parte a luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o modelo de organização técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a maioria dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido às ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Essa foi a obra da Revolução Francesa.” (HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções ( ). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, pp ). Bonaparte na Ponte de Arcole na Itália, Antoine-Jean Gros (1801), Museu do Louvre.

63 Revolução Francesa (1789-1799)
“A ideia de revolução, no seu sentido mais profundo, ou seja, mais radical, é tirada, pelos franceses, do exemplo americano. Não se trata mais de uma guerra ou de uma revolução, destinada apenas a fazer o poder mudar de mãos. Na França de 1789, como nas colônias americanas dez ou quinze anos antes, a ambição de instituir uma sociedade sob o novo está igualmente no coração da ideia revolucionária”. (FURET, François. A ideia francesa da revolução. In: A revolução em debate. Bauru, SP: EDUSC, p. 75). O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por François Bouchot.

64 Revolução Francesa (1789-1799)
“Foi a Revolução Francesa, e não a Americana, que ateou fogo ao mundo, e foi, consequentemente, do curso da Revolução Francesa, e não do desenrolar dos acontecimentos na América, ou dos atos dos “Pais Fundadores” que o atual uso da palavra revolução recebeu suas conotações e matizes em todos os lugares, inclusive nos Estados Unidos”. (ARENDT, Hannah. Da Revolução. Rio de Janeiro: Ática UnB, 1988, p. 44.) Bandeira francesa adotada em 1794.


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