3º. ENCONTRO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS POPULARES Roma, 05/11/2016

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "3º. ENCONTRO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS POPULARES Roma, 05/11/2016"— Transcrição da apresentação:

1 3º. ENCONTRO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS POPULARES Roma, 05/11/2016

2 PAPA FRANCISCO AOS MOVIMENTOS POPULARES - 3º Encontro - Roma -05/11/2016
NESTE 3º ENCONTRO EXPRESSAMOS A MESMA SEDE, A SEDE DE JUSTIÇA, O MESMO GRITO: TERRA, TETO E TRABALHO PARA TODOS.

3 OBRIGADO, diz o PAPA Agradeço a todos os delegados que vieram das periferias urbanas, rurais e industriais dos cinco continentes, de mais de 60 países, para discutir, mais uma vez, sobre como defender estes direitos que nos convocam. Obrigado aos bispos que vieram para acompanhá-los. Obrigado aos milhares de italianos e demais europeus que se uniram hoje ao encerramento deste encontro.

4 NECESSIDADE DE UMA MUDANÇA DE ESTRUTURAS
No último encontro, na Bolívia, com maioria de latino-americanos, falamos da necessidade de uma mudança para que a vida seja digna, uma mudança de estruturas. Vocês, os movimentos populares, são semeadores desta mudança, promotores de um processo em que convergem milhares de pequenas e grandes ações concatenadas, como em uma poesia; por isso quis chamá-los “poetas sociais”

5 TAREFAS IMPRESCINDÍVEIS
Na Bolívia, elencamos também algumas tarefas imprescindíveis para caminhar em direção a uma alternativa humana diante da globalização da indiferença: colocar a economia a serviço dos povos; construir a paz e a justiça; defender a Mãe Terra.

6 A palavra MUDANÇA é repleta de grande conteúdo
Na voz de uma catadora de papel e de um agricultor, foi feita a leitura das conclusões dos pontos de Santa Cruz de la Sierra/Bolivia, onde a palavra MUDANÇA tem grande conteúdo: 1. trabalho digno para aqueles que são excluídos do mercado de trabalho; 2. terra para os camponeses e povos originários; 3. moradia para as famílias sem teto; 4. integração urbana para os bairros populares; 5. eliminação da discriminação, da violência contra as mulheres e as novas formas de escravidão; 6. o fim de todas as guerras, do crime organizado e da repressão; 7. liberdade de expressão e de comunicação democrática; 8. ciência e tecnologia a serviço dos povos.

7 ABRAÇAR UM PROJETO DE VIDA
Ouvimos também como vocês se comprometeram a abraçar um PROJETO DE VIDA que rejeite o consumismo e recupere a solidariedade, o amor entre nós e o respeito pela natureza como valores essenciais

8 Fruto de um discernimento coletivo
Soube também dos encontros e oficinas realizados em diversos países, onde se multiplicaram os debates à luz da realidade de cada comunidade. As soluções reais para as problemáticas atuais devem ser fruto de um discernimento coletivo que amadureça nos territórios junto com os irmãos, um discernimento que se torne ação transformadora “segundo os lugares, os tempos e as pessoas”, como dizia Santo Inácio.

9 Um caminho local e universal
O colonialismo ideológico globalizante procura impor receitas supra culturais que não respeitam a identidade dos povos. Vocês seguem por outro caminho que é, ao mesmo tempo, local e universal. Um caminho que me recorda como Jesus pediu para organizar a multidão em grupos de cinquenta para distribuir o pão.

10 Continuem a abrir caminhos e a lutar
Parabenizo-os, acompanho-os, peço-lhes que continuem a abrir caminhos e a lutar. Isto me dá força, nos dá força. Acredito que este nosso diálogo, que se soma aos esforços de tantos milhões de pessoas que trabalham diariamente pela justiça em todo o mundo, está lançando raízes.

11 O TERROR E OS MUROS

12 Colocar novamente no centro o ser humano
No entanto, esta germinação, lenta, que tem os seus tempos como toda gestação, ameaçada pela velocidade de um mecanismo destrutivo, age em sentido contrário. Existem forças poderosas que podem neutralizar este processo de amadurecimento de uma mudança que seja capaz de deslocar o primado do dinheiro e colocar novamente no centro o ser humano.

13 Quem governa então? O dinheiro.
Como governa o dinheiro? Com o chicote do medo, da desigualdade, da violência econômica, social, cultural e militar gerando sempre mais violência em uma espiral descendente que parece não acabar nunca. Quanta dor, quanto medo!

14 Há um terrorismo de base
Há um terrorismo de base que emana do controle global do dinheiro sobre a terra e ameaça toda a humanidade. Deste terrorismo de base se alimentam os terrorismos derivados, como o narco- terrorismo, o terrorismo de Estado e aquele que alguns erroneamente chamam de terrorismo étnico ou religiosos.

15 Imperialismo internacional do dinheiro
Há quase cem anos, Pio XI previa o crescimento de uma ditadura econômica global que ele chamou de “imperialismo internacional do dinheiro” . Paulo VI denunciou há quase cinquenta anos a “nova forma abusiva de dominação econômica no campo social, cultural e político”. São palavras duras, mas justas de meus predecessores que perscrutaram o futuro.

16 O ídolo do dinheiro reina ao invés de servir
Toda a Doutrina Social da Igreja e o magistério de meus predecessores se rebelam contra o ídolo do dinheiro que reina ao invés de servir, tiraniza e aterroriza a humanidade.

17 É essa a vida que Deus nosso Pai quer para os seus filhos?
Nenhuma tirania se sustenta sem explorar os nossos medos. Por isso, toda a tirania é terrorista. E quando este terror, semeado nas periferias com massacres, saques, opressão e injustiça, explode nos centros com diversas formas de violência, os cidadãos são tentados pela falsa segurança dos muros físicos ou sociais. Muros fecham alguns e exilam outros. Cidadãos murados, aterrorizados, de um lado; excluídos, exilados, ainda mais aterrorizados, de outro. É essa a vida que Deus nosso Pai quer para os seus filhos?

18 O medo é alimentado, manipulado...
O medo, além de ser um bom negócio para os mercadores de armas e de morte, nos enfraquece, nos desestabiliza, destrói as nossas defesas psicológicas e espirituais, nos anestesia diante do sofrimento alheio e, no final, nos torna cruéis.

19 “Não tenham medo” (Mt 14, 27) Rezemos para que Deus dê a eles coragem e neste ano da misericórdia possa amolecer os nossos corações. A misericórdia não é fácil... exige coragem. Por isso, Jesus nos diz: “Não tenham medo” (Mt 14, 27), porque a misericórdia é o melhor antídoto contra o medo. É muito melhor do que os antidepressivos e os ansiolíticos. Muito mais eficaz do que os muros, as grades, os alarmes e as armas. E é grátis: é um dom de Deus.

20 Todos os muros caem Queridos irmãos e irmãs, todos os muros caem. Todos. Não nos deixemos enganar. “Continuamos a trabalhar para construir pontes entre os povos, pontes que nos permitem derrubar os muros da exclusão e da exploração. Enfrentemos o Terror com o Amor.

21 O AMOR E AS PONTES

22 Jesus e a destinação universal dos bens
Um dia como este, num sábado, Jesus passava com os seus discípulos por um campo, uma plantação. Os discípulos estavam com fome e comeram as espigas. Nada se diz sobre o “dono” daquele campo... encontrava-se subjacente a destinação universal dos bens. Diante da fome Jesus deu antes prioridade à dignidade dos filhos de Deus que a uma interpretação formalística, obsequiosa e interessada da norma.

23 Jesus também curou a mão atrofiada de um homem.
Neste mesmo dia, Jesus fez algo que irritou ainda mais os hipócritas e os soberbos que procuravam uma desculpa para capturá-lo. Ele curou a mão atrofiada de um homem. A mão é um sinal forte do trabalhar, do trabalho. Jesus restituiu àquele homem a capacidade de trabalhar e com isso restituiu-lhe a dignidade. Quantas mãos atrofiadas, quantas pessoas privadas da dignidade do trabalho! Os hipócritas, para defender sistemas injustos, se opõem a que sejam curados.

24 Não existe amor maior do que dar a vida
Jesus, naquele sábado, arriscou a vida, porque depois de curar aquela mão, fariseus e herodianos, dois partidos opostos entre si, que temiam o povo e também o império, fizeram os seus cálculos e confabularam para matá-lo. Muitos de vocês arriscam a vida. Sei que alguns não estão aqui hoje porque arriscaram a vida... Mas não existe amor maior do que dar a vida.

25 Devemos ajudar a curar o mundo da sua atrofia moral.
...O desenvolvimento não se reduz ao consumo, não se reduz ao bem-estar de poucos; inclui todos os povos e pessoas na plenitude da sua dignidade, usufruindo fraternalmente a maravilha da criação. Este é o desenvolvimento do qual temos necessidade: humano, integral, respeitoso com a Criação.

26 A BANCARROTA E O RESGATE

27 Migrantes, refugiados e deslocados
O que fazer diante desta tragédia? O drama dos migrantes, dos refugiados e dos deslocados Decidi que, ao menos por um certo tempo, este setor vai ficar submetido diretamente ao Pontífice, porque esta é uma situação infame, que posso somente descrever com uma palavra que me saiu espontaneamente em Lampedusa: vergonha. Em Lesbos, pude ouvir de perto o sofrimento de tantas famílias expulsas de sua terra por motivos econômicos ou violências de todos os tipos, multidões exiladas por causa de um sistema socioeconômico injusto e de conflitos bélicos que não foram criados por aqueles que hoje sofrem o doloroso desenraizamento da sua Pátria.

28 a “bancarrota” da humanidade”
Faço minhas as palavras do meu irmão Jerônimo da Grécia (em Lesbos, 16/04/2016): “Quem vê os olhos das crianças que encontramos nos campos de refugiados é capaz de reconhecer imediatamente, na sua totalidade, a “bancarrota” da humanidade” Quando ocorre a bancarrota de um banco, imediatamente aparecem somas escandalosas para salvá-lo, mas quando acontece esta bancarrota da humanidade não existe sequer uma milésima parte para salvar estes irmãos que sofrem tanto?

29 A migração hoje é um problema do mundo
Na realidade, a migração hoje é um problema do mundo. Ninguém deveria ver-se obrigado a fugir da própria Pátria. Mas o mal é duplo quando, diante daquelas terríveis circunstâncias, o migrante se vê lançado nas garras dos traficantes de pessoas para atravessar as fronteiras. E é triplo se, ao chegar à terra em que se pensava encontrar um futuro melhor, são desprezados, explorados e até mesmo escravizados.

30 Reclamar como a viúva do Evangelho é um modo de fazer política
Peço-lhes para exercerem aquela solidariedade tão especial entre aqueles que sofreram. Vocês sabem recuperar fábricas falidas, reciclar aquilo que outros jogam fora, criar postos de trabalho, cultivar a terra, construir casas, integrar bairros segregados e reclamar sem descanso como essa viúva do Evangelho que pede justiça insistentemente.

31 A relação entre povo e democracia.
Uma relação que deveria ser natural e fluída corre o perigo de ofuscar-se até tornar-se irreconhecível. O abismo entre os povos e as nossas atuais formas de democracia se alarga sempre mais em consequência do enorme poder dos grupos econômicos e midiáticos que parecem dominá-las. O abismo entre os povos e as nossas atuais formas de democracia se alarga

32 A importância dos Movimentos Populares
Os movimentos populares não são partidos políticos. Em grande parte, aqui está a riqueza de vocês, porque vocês expressam uma forma diversa, dinâmica e vital de participação social na vida pública. Mas não tenham medo de entrar nas grandes discussões, na Política com maiúscula.

33 dois riscos na relação entre os movimentos populares e a política
Paulo VI: “A política é uma maneira exigente – se bem que não seja a única – de viver o compromisso cristão a serviço dos outros” Gostaria de sublinhar dois riscos que giram em torno da relação entre os movimentos populares e a política: - o risco de deixar-se formatar (assistencialismo) - o risco de deixar-se corromper.

34 Primeiro risco: política social para os pobres
“Enquanto vocês se mantiverem limitados a não colocarem em discussão a política econômica ou a Política com maiúscula, vocês são tolerados; é a ideia das políticas sociais concebidas como uma política para os pobres”

35 A desigualdade é a raiz dos males sociais
“Enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais” (Evangelii Gaudium, 202)

36 O segundo risco é deixar-se corromper
Como a política não é um assunto dos “políticos”, a corrupção não é um vício exclusivo da política. Existe corrupção na política, existe corrupção nas empresas, existe corrupção nos meios de comunicação, existe corrupção nas Igrejas e existe corrupção também nas organizações sociais e nos movimentos populares. É justo dizer que existe uma corrupção radicada em alguns âmbitos da vida econômica, em particular na atividade financeira, e que é menos notícia do que a corrupção diretamente e ligada ao âmbito político e social”

37 Praticar a austeridade é pregar com o exemplo
Diante da tentação da corrupção, não existe melhor remédio do que a austeridade; e praticar a austeridade é, também, pregar com o exemplo. Peço-lhes que não subestimem o valor do exemplo, porque tem mais força do que mil palavras, de mil panfletos, de mil “curtidas”, de mil retweets, de mil vídeos no Youtube. O exemplo de uma vida austera a serviço do próximo é o melhor modo para promover o bem comum e o projeto-ponte dos 3-T.

38 Martin Luther King (Amoris laetitia)
“Quando te elevas ao nível do amor, da sua grande beleza e poder, a única coisa que procuras derrotar são os sistemas malignos. Às pessoas que caíram na armadilha desse sistema, tu as amas, mas procuras derrotar o sistema (...) Ódio por ódio só intensifica a existência do ódio e do mal no universo. Se eu te bato e tu me bates, e te devolvo a pancada e tu me devolves a pancada, e assim por diante, obviamente continua-se até o infinito; simplesmente nunca termina. Nalgum momento, alguém deve ter um pouco de bom senso, e esta é a pessoa forte. A pessoa forte é aquela que pode quebrar a cadeia do ódio, a cadeia do mal”


Carregar ppt "3º. ENCONTRO INTERNACIONAL DOS MOVIMENTOS POPULARES Roma, 05/11/2016"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google