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PublicouLeonardo Fontes Malheiro Alterado mais de 7 anos atrás
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Fig.1. Pontos de amostragem no bioma Pampa
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO E CO-OCORRÊNCIA DE PEIXES ANUAIS (CYPRINODONTIFORMES: RIVULIDAE) NO BIOMA PAMPA Luis Esteban Krause Lanés1,2, Robson Godoy1, Rafael Gomes de Moura1, Leonardo Maltchik1 1Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil 2Laboratório de Ictiologia, Instituto Pró-Pampa (IPPampa), Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil Introdução Os peixes anuais incluem um diversificado grupo de pequenos peixes. O ciclo de vida dessas espécies está intimamente limitado e relacionado à dinâmica temporal das áreas úmidas temporárias. No Rio Grande do Sul são encontrados os gêneros Austrolebias e Cynopoecilus e a alta representatividade de suas espécies demonstram a importância do Estado como um centro de endemismo desse grupo. No Bioma Pampa os peixes anuais representam cerca de 70% dos peixes ameaçados de extinção. Além do apelo conservacionista, este grupo é muito promissor como modelo biológico para estudos laboratoriais, biogeográficos, comportamentais e evolutivos. Objetivos O objetivo do nosso estudo é 1) avaliar a diversidade e a distribuição da assembleia de peixes anuais em áreas úmidas do Bioma Pampa; 2) investigar os efeitos das variáveis ambientais sobre a ocorrência, abundância e composição; 3) identificar os padrões de co-ocorrência entre as espécies Material e Métodos As 82 áreas úmidas selecionadas foram amostradas (Figura 1) por coleta ativa, através de puçá aquático “ D-shaped hand net” (60 x 40 cm; 2 mm de malha). As amostragens foram realizadas entre junho e outubro de As áreas úmidas selecionadas foram identificadas em relação à ecorregião aquática a qual pertence (sensu Abel et al. 2008), sendo que 43 estão localizadas na ecorregião da Laguna dos Patos (52,4% das u.as), 37 na ecorregião do baixo rio Uruguai (45,1% das uas) e 02 na ecorregião dos rios Tramandaí-Mampituba (2,43%). Fig.1. Pontos de amostragem no bioma Pampa Análise de Dados A riqueza e abundância de peixes anuais correspondeu ao número total de espécies e indivíduos coletados por área úmida, respectivamente. A influência das variáveis ambientais e da variável categórica (Região Hidrográfica) na ocorrência de peixes anuais foi analisada através de uma regressão logística múltipla e a influência das variáveis ambientais na abundância de peixes anuais foi analisada através regressão múltipla. Para verificar o padrão de co-ocorrência e testar a hipótese de exclusão competitiva realizamos uma análise com base em modelos nulos utilizando o módulo de co-ocorrência do aplicativo computacional EcoSim7.72. Resultados Foram encontradas 22 espécies de peixes anuais durante as amostragens, número que representa cerca de 80% das espécies conhecidas no RS. As variáveis altitude (z=-2.939, P=0.003) e profundidade (z=-2.337, P=0.019) estiveram relacionadas negativamente com a ocorrência de peixes anuais. A abundância de peixes anuais esteve relacionada negativamente com a profundidade, diversidade de habitats, cobertura de macrófita submersa e declividade e esteve relacionada positivamente com precipitação anual (R2adj=0.347, F5, 28=4.516, p=0.003). A variação na composição de peixes anuais (Bray-Curtis) esteve relacionada com a precipitação mensal (R2=0.6155, P=0.0009), precipitação anual (R2=0.7522, P=0.0009), temperatura (R2=0.6045, P=0.001), altitude (R2=0.6207, P=0.0009) e emergente (R2=0.3361, P=0.04) (Figura 2). A variação da composição utilizando os dados de presença e ausência (binomial) esteve relacionada com precipitação mensal (R2=0.5772, P=0.0009), precipitação anual (R2=0.3877, P=0.019), temperatura (R2=0.5751, P=0.0019), altitude (R2=0.4791, P=0.003) e região hidrográfica (R2=0.4625, P=0.0009) (Figura 3). O resultado da análise de co-ocorrência apontou um índice relacionado ao padrão de ocorrência das espécies (C-score) menor do que esperado ao acaso na comunidade estudada (C-score obtido =2.532; C-score simulado = 2.533; P = 0,525; 5000 permutações). Discussão A altitude e a profundidade das áreas úmidas foram negativamente relacionadas à ocorrência de peixes anuais. A grande maioria das espécies de peixes anuais registrada no bioma Pampa ocorre em áreas úmidas rasas, em matriz campestre, e exposta à luminosidade (Volcan et al., 2011b; Lanés et al., 2013, 2014a,b). A abundância de peixes anuais esteve relacionada negativamente com a profundidade, diversidade de habitats, cobertura de macrófitas submersa e declividade e esteve relacionada positivamente com precipitação anual. É provável, que em áreas mais profundas e com maior diversidade de hábitats, ocorra uma facilitação e maior diversidade e abundância de predadoresnos biótopos dos peixes anuais. A relação positiva com a precipitação parece estar relacionada com a duração da presença de água nas áreas úmidas temporárias. O C-score das espécies da Laguna dos Patos apontou um índice relacionado ao padrão de ocorrência das espécies menor do que esperado ao acaso. Este padrão sugere que provavelmente não exista uma forte competição por recursos, não havendo exclusão competitiva, o que pode ser devido à vários fatores, tais como grande disponibilidade de alimento e assincronias nos períodos de eclosão e tamanho e taxa de crescimento entre as espécies sintópicas. Agradecimentos: Fig. 2. Variação da composição de peixes anuais do bioma Pampa com dados de abundância. Fig. 3. Variação da composição de peixes anuais do bioma Pampa com dados binomiais de presença-ausência.
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